O Grêmio mais uma vez teve o jogo em sua mão para decidir, mas deixou escapar a vitória sobre um Corinthians acuado, tão acuado que tratou de fazer cera sempre que possível para garantir o empate na Arena. O juiz demorou, mas acabou amarelando dois jogadores por causa disso.
Como já aconteceu em outras oportunidades, o Grêmio teve controle pleno do jogo, principalmente no segundo tempo, quando passou o tempo todo rodeando a área do adversário, guarnecida por defensores firmes e determinados na missão de impedir o gol. Aliás, a defesa do Corinthians é a menos vazada, com apenas 13 gols sofridos.
O Grêmio flertou com a vitória o tempo todo, mas não foi eficiente o bastante para levar a noiva ao altar, ou para a cama.
Se posse de bola contasse, seria uma goleada. Filme, aliás, já visto inúmeras vezes na Arena.
Agora, em poucos jogos se viu tanta inoperância e objetividade ofensiva por parte do tricolo. Com a bola nos pés o tempo todo, o time criou situações de perigo, mas quase não deu trabalho ao goleiro Cássio, tão espectador do jogo quanto Paulo Victor.
Enfim, o Grêmio fez quase tudo certo, só errou muito no último e no penúltimo passe. E é aí que entra André, mais uma vez escalado por Renato, desafiando os astros, a torcida e, principalmente, o bom senso.
Sem André, o Grêmio acumulou uma série de vitórias, empilhou gols e sofreu apenas um. Não teve tanta posse de bola, mas sobrou objetividade.
Penso que o empate de 0 a 0 não passou pelo André, mas a bola passou por eles muitas vezes. Sorte que não teve Vágner Love, só para efeito de comparação. Os dois centroavantes foram improdutivos.
A convicção e a teimosia são primas de primeiro grau. É importante que cada treinador tenhas suas convicções, mas no caso de Renato a escalação de André como titular indica teimosia.
Uma teimosia que assusta. Que nos faz temer que André seja o titular também contra o Flamengo no jogo do ano. Que Tardelli volte a ser apenas uma alternativa para o segundo tempo para fazer o que André costuma deixar de fazer.
Renato, se liga, se o Grêmio perder a disputa com o time carioca pela vaga na final da Libertadores, nada mais restará, a não ser a lembrança do título do glorioso Gauchão.
COTAÇÃO
A defesa de um modo geral esteve bem. Brás jogou melhor do que na partida anterior. Kannemann de novo um exemplo de garra. Os laterais foram razoáveis. Maicon e Matheus Henrique foram muito bem, mas sem o brilho habitual.
Na frente, destaque mesmo só o Luan, participativo, combativo e criativo. É o velho Luan voltando. Não entendi a frase de Renato de que Luan precisa melhorar muito ainda. E o André, não precisa melhorar?
Éverton voltou a sucumbir diante da marcação. Os adversários já sabem que com ele não se brinca. Ele sempre teve dois ou três defensores a marcá-lo.