Flamengo 5 x 0 Grêmio, dia 23 de outubro, Maracanã. A noite em que o Grêmio tão vitorioso nos últimos anos conheceu o fundo do poço. O resultado tão elástico surpreende, mas expressa sem exagero o que foi a superioridade técnica e tática do Flamengo sobre o Grêmio na disputa por uma vaga na final da Libertadores/2019.
O Flamengo começou a ganhar no departamento médico, que conseguiu recuperar jogadores importantes, e na preparação física, que tem permitido que o técnico Jesus escale seu time principal em todos os jogos, abalando a cultura da preservação de titulares. Uma cultura da qual o Grêmio é um expoente.
É lógico que o Grêmio sentiu a falta de Luan e Jean Pyerre, articuladores fundamentais no esquema do Renato, e principalmente a presença de novo de André. Faltou também um lateral-direito realmente confiável, tanto que o técnico Renato se viu obrigado a improvisar um zagueiro na posição que seria do veteraníssimo Léo Moura e do insuficiente Galhardo, uma contratação inexplicável. A emenda ficou pior que o soneto, porque Paulo Miranda marcou mal e quando tentou apoiar não sabia o que fazer com a bola, matando jogadas pelo lado direito. O Grêmio ficou um time capenga, e, muito bem marcado nos raros momento em que ficou com a bola.
Além da superioridade do Flamengo, que jogou com sua força máxima, coisa que poucos acreditavam que aconteceria, é preciso ressaltar que nunca tantos jogadores foram tão mal numa partida desde a chegada de Renato. E quanto isso acontece diante de um time rápido e objetivo um massacre pode acontecer, e aconteceu.
A rigor, apenas um jogador tricolor foi realmente bem: Éverton, que além de muito bem marcado e sem Luan ou JP ficou desamparado. Ainda é possível citar Matheus Henrique, num nível um pouco mais abaixo. O restante naufragou. Alguns tiveram desempenho melancólico e revoltante.
O começo do jogo foi muito equilibrado, mas já com o Flamengo tomando a iniciativa e chegando com algum perigo. O Grêmio dava a sensação de que a qualquer momento poderia encaixar um contra-ataque. Pura ilusão.
O primeiro gol abriu a porteira para a boiada passar. A jogada começou com uma roubada de bola do Flamengo no campo ofensivo do Grêmio, com Maicon e Michel entregando a bola para um ataque rápido, com a bola sobrando para Bruno Henrique marcar após rebote de Paulo Victor.
Esse tipo de erro no meio de campo aconteceu inúmeras vezes, com o trio Maicon, Michel e MH sentindo a marcação ostensiva, que deixou o ataque muito isolado. Foram poucas as vezes em que o Grêmio conseguiu reter a bola por um ou dois minutos. Realmente, Luan e JP fizeram falta.
Já no segundo gol, eis que o glorioso André, posicionado junto à primeira trave, afastou de cabeça para o miolo da área (coisa de amador), nos pés de Gabriel, que agradeceu o presente do colega centroavante e mandou para a rede. Foi ali que o Grêmio começou a desmoronar. Os outros gols vieram ao natural.
Vamos ver o que pode surgir dos escombros.