Uma vitória sobre o Flamengo, domingo, na Arena, não irá salvar o ano tricolor, mas com certeza será comemorada pela maioria dos gremistas quase como um título. É o jogo da vingança pelos 5 a 0. Pelo menos é como eu vejo esse confronto.
Vencer o festejado Flamengo e o também festejado -com toda justiça- técnico Jesus, que assumiu o clube carioca e transformou água em vinho, seria sensacional. O técnico Renato poderia retomar sua resenha de que o Grêmio em alguns momentos praticou o melhor futebol do país, provocando o colega português.
O problema no discurso do Renato é que intercaladamente o Grêmio jogou o melhor futebol, mas também praticou algo próximo de um filme de terror classe B com seu time reserva.
Pois é, com a temporada se aproximando do final, o que resta ao Grêmio é garantir presença no G-4 para entrar na fase quente da Libertadores/2020. Pouco para quem começou o ano sonhando alto – de acordo com sua grandeza, aliás – e fixando prioridades: conquistar a Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão, pelo menos um deles.
Uma a uma as prioridades foram caindo. A CB foi um escândalo, com o time tendo pênalti sonegado no começo do jogo pelo VAR e pelo juiz. Depois, uma goleada histórica, que um dia haveremos de devolver.
Restou o Brasileiro, mas sem chance de titulo. O Grêmio apostou demais, jogou todas as suas fichas nos dois torneios. Eu não critico, faria o mesmo, talvez sem o radicalismo de colocar time inteiro de reservas seguidamente.
O fato é que o Grêmio está há meio século sem conquistar um Brasileiro, enquanto seu ainda maior rival é um quarentão nesse quesito. Um senhor que não festeja o título do campeonato nacional há 40 anos.
Uma vitória sobre o Flamengo neste domingo não garante nada, mas será de lavar a alma. A rigor, vencer o Flamengo tão exaltado pela crônica esportiva mais ufanista do país (ainda mais quando envolve o queridinho rubro-negro), vale tanto quanto o Gauchão dentro das atuais circunstâncias.
Exagero? Pode ser, mas o Gauchão já está contabilizado na história, enquanto os 5 a 0 que nos tiraram na final da Libertadores, o ‘nosso’ torneio, ainda estão engasgados na garganta.