Em contraste com o calor normalmente intenso nesta época, temos a friagem do notíciário. Abundam ‘notícias’ de compra e vende de jogadores, dando a impressão de que o mercado está em ebulição.
O que temos é um tiroteio de supostas informações – a maioria não resiste alguns dias e acaba evaporando como uma gota d’água no asfalto escaldante.
A época é propícia para os ‘chutes’ jornalísticos, com especulações de todo o tipo. Depois, ninguém mais lembra. Se alguém se der ao trabalho de conferir o que foi publicado em dezembro/janeiro vai levar um susto. É muita baboseira.
E por que isso acontece?
Vocês sabem o que é chegar ao jornal e encontrar páginas e páginas em branco, páginas serão preenchidas custe o que custar.
E aí começa valer tudo, ou quase tudo, só não pode (acho que já pode, né Raul?) ‘homem com homem e mulher com mulher’.
No meu tempo de jornalista esportivo no Correio do Povo, era matar um leão por dia. Hoje, é preciso matar mais leões ainda. Os sites na internet também precisam ser abastecidos. Nem sempre há preocupação em chegar informações que chegam voando por uma janela e saindo por outra.
É por isso, essa necessidade de municiar os sites dos grandes veículos impressos, que são são comuns alguns absurdos especulativos, opiniões sem embasamento, mas publicadas com a intenção de provocar algum tipo de reação e polêmica.
Por exemplo, um jornalista sugeriu recentemente que o Grêmio deveria insistir com Tardelli. Levou uma saraivada de críticas, algumas de baixo nível. Mas conseguiu aquilo que mais importa hoje na mídia: os cliques.
Não sei se é exatamente por aí, mas acho que o número de cliques ajuda a preservar empregos. Se é verdade, o pessoal tem que suar a camisa.
Interessante também como se transforma algo sem fundamento em notícia de capa e, muitas vezes, em fato.
Eu costumava fazer isso nesta época de transição de uma temporada para outra. Pensava num nome que eu gostaria de ver no Grêmio. Arrascaeta, em início de carreira no Uruguai, por exemplo.
Telefonava para um jornal ou emissora de rádio de Montevideo e perguntava se o Grêmio já havia entrado em contato com o Defensor. O cara do outro lado nada sabia, óbvio, mas se mostrou interessado.
Aí, eu transformava esse meu devaneio em notícia, sem maior destaque, mas com o nome do uruguaio no título. No outro lado, o colega uruguaio fazia o mesmo, parecendo que a ‘notícia’ tinha origem na imprensa uruguaia, o que dava maior dimensão e importância à minha ‘sugestão’ para a direção do Grêmio.
Quer dizer, esse tipo de coisa geraria muitos cliques. Afinal, se tratava de um suposto interesse tricolor por uma revelação uruguaia.
Fiz isso algumas vezes. Uma vez foi com o Dener, que acabou vindo parar no Olímpico. Mas isso é outra história, já contada aqui.
Então, meus amigos, companheiros aqui do blog, esse é uma época que não me dá saudade, porque não é fácil fechar uma edição diariamente sem notícias interessantes, situação agravada com os sites.
Prestem atenção no noticiário da dupla Grenal e vejam se não tenho razão em não comentar e analisar o que está acontecendo.
Agora, se vocês quiserem minha opinião sobre alguma coisa específica é só colocar nos comentários abaixo.
VIRADA
Bem, se a gente não se encontrar mais, um bom 2020 para todos, com muita saúde, tolerância e realizações.
Por fim, não esqueçam: somos todos gremistas aqui. Nossa ‘briga’ é com eles…
SAIDEIRA
Não estou gostando da movimentação gremista no tabuleiro do mercado futebolístico. Estou preocupado.