É inevitável. Não é raro a gente deparar com pessoas que por uma razão ou outra acabam, em algum momento, nos decepcionando. E isso ocorre em várias atividades.
No futebol, então, as decepções são comuns. Mas nada que me tire o sono, numa comparação com a política partidária.
É o dirigente, é o técnico, é o jogador. É importante frisar que a decepção só acontece com alguém em que se cria uma expectativa otimista. Quanto mais otimismo, maior a decepção.
Um caso emblemático: André. Não esperava muito dele, mas acreditei que ele poderia ser o goleador que o time precisava. Pior que ele é Diego Tardelli, este sim quase uma unanimidade. Maior decepção dos últimos anos, ao menos pra mim.
Os dois tiraram, e ainda tiram, um bom dinheiro do Grêmio, um dinheiro que está se tornando cada vez mais escasso em razão da pandemia, que amontoa vítimas pelo mundo, provoca fechamento de empresas e desemprego incontrolável e assustador.
Tudo isso já respingando no futebol.
E é aí que entra um jogador que conquistou meu respeito e admiração por suas ações dentro e fora de campo. Como esquecer a peitada no galinho vermelho num Gre-Nal? E sua liderança no vestiário e firmeza dentro de campo.
Realmente, o grande capitão do time que encantou o país e lavou minha alma.
Ele estava cotado para entrar na minha seleção tricolor de todos os tempos. Assim como não há lugar para traíra no meu time, está fechado o acesso para aqueles cuja conduta não é a mais adequada, diante da minha ótica.
A decepção com Maicon é extra-campo. Ele entrou na justiça do Trabalho contra o São Paulo (posso imaginar que fará o mesmo no Grêmio) cobrando adicional noturno e jogos aos domingos e feriados.
É o fim da picada! A bola do futebol já está murchando no meio da pandemia, e ficará no bagaço se Maicon tiver seguidores. Prevejo quebradeira de clubes.
Maicon, que venceu em segunda instância (na justiça do trabalho pelo jeito ela, a segunda instância, vale para condenar e mandar alguém pra cadeia), deve receber uns 700 mil reais.
Ele se defende dizendo que foi muito sacaneado por outros clubes, e até citou alguns. Nada, porém, que justifique essa cobrança a meu ver absurda, tão absurda quanto a decisão do juiz.
O Corinthians já está tomando providências. Vejam só:
“O Corinthians comunicou à Federação Paulista de Futebol, à CBF e à Rede Globo de que não deseja mais jogar aos domingos e também à noite. A medida visa evitar eventuais processos trabalhistas.
A decisão do clube acontece dias após o volante Maicon ganhar ação do São Paulo na Justiça devido à falta de pagamento de adicionais noturnos e atividades realizadas aos domingos e feriados no período em que defendeu o time paulista (de 2012 a 2015)”.
Chegou a hora de os clubes se unirem, se aliarem à CBF, as federações e as empresas que veiculam jogos de futebol.
Justiça trabalhista no futebol
Tive acesso a uma reclamatória trabalhista de um ex-integrante da comissão técnica do Grêmio.
Ele pede coisas que eu sequer imaginava ser possível. São uns 20 ítens. A maioria, pra mim, novidade.
Se ele for vitorioso será outro caso que irá gerar jurisprudência.
Penso que o jogador de futebol não pode ser tratado como um trabalhador comum. Mas também necessitam de amparo, principalmente a grande maioria que joga por dois ou três salário mínimos.
Agora, deve sempre prevalecer o bom senso.