Dois jogadores são os alvos preferidos de boa parte da torcida, pelo menos aquela que atua forte nas redes sociais e que está sempre buscando algo negativo mesmo nas vitórias. E não importa se é um clássico, como foi este de quarta-feira, quando o time venceu por 1 a 0. Há sempre um resmungo, um ‘venceu, mas…’.
É um torcedor que raramente esboça um sorriso de satisfação, um olhar de aprovação. Nada contra, o torcedor de futebol é assim: pensa que sabe mais que o treinador (ah, Renato também não escapa), mesmo sem ter qualquer proximidade com o vestiário e seus mistérios. “Se o meu vestiário falasse”, referência nada sutil ao filme “Se meu apartamento falasse”. Aliás, recomendo com entusiasmo. O filme é dos anos 60 e tem o fantástico Jack Lemmon como protagonista.
Pois é, o pessoal, do alto de sua soberba, se considera com autoridade para questionar qualquer decisão do técnico Renato. Cria-se todo um clima negativo antes das partidas e depois, as vezes, mesmo com vitória, a turma raivosa sempre encontra o que criticar.
O alvo principal já há algum tempo é Maicon, o grande capitão do time que fez história: o Grêmio campeão da Copa do Brasil de 2016.
É inegável que Maicon não é mesmo jogador de dois, três anos atrás. A idade pesa pra todo mundo, como acontece também com o ídolo colorado, com a diferença que Maicon não dá chilique e mantém uma postura altiva mesmo nas derrotas ou nas más atuações. Enfim, Maicon não paga mico.
Qualquer um pode perceber que Maicon está saindo de cena. A fila anda. Jovens talentosos estão surgindo. Maicon teve grandeza quando viu Arthur surgindo como um meteoro, e saiu do caminho com elegância. Agora, ele parece esperar a hora certa, talvez quando alguém afirmar-se em seu lugar no meio de campo.
Por enquanto, Maicon ainda é o maestro, um jogador diferenciado, que faz a leitura do jogo como poucos jogadores, e ajuda Renato dentro de campo. Ele será treinador quando largar a bola.
O outro jogador muito questionado é Bruno Cortez. Ele é irregular, apoia com ímpeto e velocidade, mas seu acabamento nas jogadas é precário. É difícil sair algum gol dos seus pés. Mesmo assim, tem qualidades e não é pior que a imensa maioria dos laterais. Concordo que está na hora de buscar uma alternativa, mas não vejo nisso motivo para desespero.
A ânsia de mandar embora jogadores como Maicon e Cortêz é tão grande que Guilherme Guedes, que recém fez uma partida, e foi muito bem, já está sendo alçado a titular pelos mais apressados, os mesmo que serão os primeiros a pedir sua cabeça em caso de insucesso.
Eu gostaria que houvesse mais respeito com jogadores que honraram, e ainda honram, a camisa tricolor. Por isso, estarei sempre aqui em defesa desses profissionais, que ainda podem ser muito úteis.
DIEGO ROSA
Aos 18 anos, Diego Rosa está negociado para o exterior. Está ai um jogador que poderia substituir Maicon. Pena. A legislação prejudica demais os clubes, favorecendo empresários/procuradores apressados que nem sempre buscam o que é melhor para seus clientes, na maioria jovens igualmente apressados.