A tumultuada renovação de contrato de Ferreirinha deverá provocar uma mudança na forma como o Grêmio trata seus jovens talentos. A novela com Ferreirinha, ou Ferreira, como protagonista, teve final feliz nesta semana. E neste domingo ele já deve aparecer no jogo contra o Fortaleza, na Arena.
Para evitar que situações parecidas se repitam, é preciso que o Grêmio – e a maioria dos clubes -, se adapte aos novos tempos, onde tudo acontece com mais rapidez e menos cautela. O guri que se destaca não quer perder tempo. Vive na velocidade dos vídeo games, sonhando com roupas de grife, carrões e vida de superstar, mirando ídolos como Neymar.
Os responsáveis pelas categorias de base precisam estar preparados para detectar quais jogadores realmente têm condições de dar uma resposta que justifique investimentos pesados, mas não existe fórmula para isso. Existem muitos fatores envolvidos.
Se o guri estoura, tudo bem, o retorno será grandioso, mas se for como foguete molhado, que não explode, será muito dinheiro jogado fora.
Ainda assim, esse dinheiro investido sempre será muito inferior aos jogadores medianos e em declínio na carreira que muitas vezes são contratados em detrimento de jogadores da base, sem qualquer possibilidade de retorno financeiro, ao contrário do que pode ocorrer com os jovens da base que são alçados ao grupo profissional.
O Grêmio, na realidade, vacilou com Ferreirinha. Talvez por não acreditar nele. Ferreirinha, de 22 anos, teve um problema sério de fascite plantar (solucionado pelo seu empresário, que buscou tratamento alternativo na Espanha). Isso pode explicar por que Ferreirinha deixou tudo nas mãos de seu representante.
O fato é que ele teve um começo instável e por pouco não foi dispensado. O clube o emprestou para clubes menores. E começou a estourar mesmo no ano passado, no Brasileiro de aspirantes, do qual foi goleador. A renovação de contrato passou a ficar complicada a partir daí.
O importante é que o caso sirva de lição para que todo esse processo avance com mais celeridade. Se os guris e seus jovens empresários têm pressa, o clube não pode ficar atrás, sob pena de assistir a outros ferreirinhas saírem ‘voando’ rumo à Europa.
FORTALEZA
Tudo indica que o Grêmio irá com um time reserva, no máximo um misto frio, para o jogo deste domingo, 16h.
A justificativa é que quarta-feira tem jogo pela Libertadores, no Chile.
O problema é que o time precisa subir na tabela, são três pontos em jogo.
Eu defendo um time misto, poupando apenas os jogadores mais veteranos, que ficariam no banco para uma eventualidade.
Ah, o jogo pode marcar a estreia de Ferreirinha e de Diogo Barbosa. Este eu vi jogar muita bola no Cruzeiro. Grande reforço.