Mais que torcedor, fui um espectador diante da TV. Desprezei o insosso empate – ruim para os dois -, e esperei pela vitória do Grêmio, mas ao mesmo tempo me incomodava vencer o Flamengo e beneficiar o Jabuti Vermelho (JV).
Deixei nas mãos de Deus. ‘Seja o que Deus quiser’, pensei. E não é que deu certo: racionalmente falando aconteceu o melhor resultado, a vitória do Flamengo, com um estonteante 4 a 2.
Se o Grêmio tivesse vencido, o JV aumentaria seu favoritismo atual ao título do Campeonato Brasileiro. Agora, a coisa complicou, principalmente se o Flamengo repetir a atuação do segundo tempo.
O primeiro tempo foi parelho. O Grêmio terminou com vantagem de 1 a 0, gol do highlander Diego Souza, que marcaria mais um para não ficar muito chato.
Entre os dois resultados, analisando friamente, o melhor foi mesmo a vitória do Flamengo, que cresce na reta final (espero que continue). Pra quem não lembra, apontei desde a primeira rodada o Flamengo como maior favorito ao título.
Vejam, se o Grêmio vencesse, praticamente alijaria o Flamengo. Ao mesmo tempo, com seu time absolutamente inconfiável, dificilmente teria condições de manter uma campanha padrão superior para disputar o título, até porque não foi abençoado pelo São Noveletto.
Escrevi no dia 19:
“… eu sei que o Grêmio não tem fôlego nem estofo para jogar em alto nível até o final. As atuações e resultados recentes mostram que o Grêmio tem time para, digamos, um ou dois enfrentamentos a cada três ou quatro jogos com qualidade suficiente para vencer, e não colocar mais uma empate na lista”.
Quer dizer, por mais que se esforçasse, o Grêmio é inferior ao Flamengo em individualidades. Aliás, o Flamengo tem o melhor grupo da competição. Mas isso não impede que o técnico Ceni coloque tudo a perder.
Por fim, o Grêmio tentou vencer, fez o que estava ao seu alcance. Foi digno, embora sempre vá aparecer alguém lançando suspeitas sem fundamento.
De minha parte, acabei ficando satisfeito. O Grêmio se mantém na disputa pelo G-4 e o Flamengo saiu de campo turbinado para cumprir a espinhosa missão de impedir o tetra colorado.
Essa seria, na verdade, uma missão para o Grêmio, que abusou de empatar e, principalmente, não teve a felicidade de ser bafejado pela sorte, diferente do seu rival.