Sem brilho, mas com obstinação em cada disputa de bola, o Grêmio conquistou neste domingo, na Arena, o tetracampeonato gaúcho, ao empatar o Grenal por 1 a 1 depois de ter vencido o primeiro no Beira-Rio, por 2 a 1.
A meta de chegar ao oitavo jogo com vitória desde que assumiu só não foi atingida por imperícia dos atacantes. Ferreira, autor do gol gremista no final do primeiro tempo, poderia ter feito pelo menos mais dois. Mas o ‘gol mais feito’ foi de Ricardinho, que bateu de canela com a goleira vazia, após grande jogada de Pepê nos minutos finais.
O Inter pode comemorar o fato de ter escapado de goleada. Empatou com um gol de cabeça de Dourado, num raro lance de perigo na área gremista. Diferente do goleiro rival, Brenno praticamente não foi exigido, mas mostrando-se seguro em várias intervenções.
Foi um clássico tenso. De um lado o time superior, favorito; de outro, um time que jogava pela sua honra, abalada nos últimos anos, especialmente em função de uma série de Grenais.
O juiz Leandro Vuaden teve trabalho para conter a violência crescente. Aos 37 do primeiro tempo, ele expulsou YUri Alberto e Rafinha, que a meu ver mereciam apenas cartão amarelo. Vuaden estava sinalizando que não seria tolerante com o antijogo, que não interessava ao time melhor preparado, o Grêmio, claro.
Tecnicamente, o primeiro tempo foi horrível, talvez o pior do Grêmio desde a posse de TN. Espero que os chutões do goleiro Brenno para o ataque, passando sobre o meio de campo, não sejam marca registrada do novo técnico. O Grêmio abusou desse recurso. Nem oito nem oitenta.
Ferreira foi o melhor em campo, apesar dos gols perdidos e de um certo egoísmo em algumas jogadas.
Sobre Rafinha: repito o que já disse, ele não está mostrando nada de especial. É toque para o lado e para trás, nenhum lance de super. Vanderson que entrou na lateral com a saída do titular, mostrou mais qualidades.
Pepê, que entrou nos minutos finais, não chegou a fazer a diferença, mas fez duas ou três boas jogadas. No final, ainda no gramado, em meio à comemoração, ele chorou, emocionado. Foi sua despedida do clube.
Patrão dos Pampas
O tetracampeonato se repete após 33 anos, quando o Tricolor do fim da década de 80 chegou a seis títulos regionais seguidos. O Grêmio não vê uma derrota para o maior rival desde 2014. De lá para cá, são 18 jogos, com 11 empates e sete vitórias do Patrão dos Pampas.