Grêmio adere ao conceito da cerveja 1983

Foto publicada no blog Clube da Bolinha

Demorou, mas o pessoal do Grêmio conseguiu entender o quanto doeu e ainda doi – e vai doer para sempre – nos colorados ter o seu maior rival como primeiro clube gaúcho campeão do mundo.

Por isso, colocou no Olímpico uma nova faixa: 1º Campeão do Mundo. É óbvio que se refere à disputa regional, mas acho que ficaria melhor com a expressão ‘clube gaúcho’ antes do ‘Campeão”. Afinal, o letreiro será visto em todo o País e até no exterior. O problema é ter que diminuir o corpo das letras.

O importante é que o Grêmio aderiu ao conceito que procuro passar com a cerveja 1983.

Para os colorados, foram 23 anos de uma espera angustiante, torturante, humilhante. Os gremistas se sentiram superiores durante todo esse tempo. Daí ficou essa imagem de ‘soberba tricolor’, algo que se percebe acentuadamente nos colorados em razão do sucesso dos últimos anos.

Diante disso, mais do que festejar seu primeiro mundial, os colorados trataram logo de acrescentar um Fifa ao seu título, numa tentativa de amenizar os 23 anos de um sentimento de inferioridade que eles tentavam disfarçar. Uma tentativa de dizer que o Inter, sim, é o primeiro clube gaúcho campeão do mundo.

Senti essa dor dilacerante quando o Inter foi campeão brasileiro em 1975 e repetiu em 1976 e 1979. Felizmente, em 1981 minha auto-estima futebolística foi resgatada.

Dois anos depois, a glória. O Mundial de 1983 compensou o sofrimento da década de 70, com juros.
Quando lancei a cerveja 1983, em agosto passado, pensei em tudo isso.

O Grêmio pode não ser imortal, mas o título Mundial de 1983 está eternizado – e não há artifício que altere esse fato – como o primeiro obtido por um clube gaúcho.

É assim, e assim será até o final dos tempos.

SAIDEIRA

Agora, o Grêmio precisa urgentemente conquistar de novo grandes títulos. Afinal de contas, quem vive do passado é museu.