A torcida do Grêmio se antecipou ao anúncio da liberação de público nos estádios de futebol, feito ontem pelo governo, e voltou à Arena por sua conta e risco.
Cumpriu com galhardia a missão de municiar a imprensa (vermelha ou não) com elementos para deboche e gozação.
A manifestação, que era para ser pacífica não foi exatamente na Arena, mas no Centro de Treinamento. O pessoal começou a chegar às 13h, horário de almoço. Não se sabe se houve distribuição de sanduíche de ‘mortandela’.
O fato é que o pessoal estava com apetite para bagunçar.
Até o batalhão de choque da gloriosa Brigada Militar foi acionado para conter a pequena e agressiva multidão composta, até onde se sabe, apenas por gremistas, todos muito irritados com o rumo que o time tomou pouco tempo depois de conquistas memoráveis.
No auge do tumulto, o policiamento teve de apelar para bombas de efeito moral e gás lacrimogênio.
Se por um lado é bom esses jogadores saberem que ninguém aqui é bobo, por outro, não há dúvida de que esse tipo de iniciativa não dá futebol pra ninguém.
Talvez até contribua para perturbar os jogadores mais suscetíveis à pressão desse tipo.
É possível que o Grêmio retome diferente sua participação no Campeonato Brasileiro, passando a jogar um futebol à altura de sua grandeza e representatividade.
Não faltará quem diga que essa transformação seria, então, em função do protesto violento ocorrido nesta tarde de quarta-feira.
Não, se houver um crescimento do time na competição será acima de tudo porque Felipão ganhou carta-branca para trabalhar, mantendo no grupo apenas os jogadores verdadeiramente comprometidos com a instituição e, em especial, com as ideias de futebol do técnico.
É a nova política do vestiário tricolor. Quem não estiver de acordo, vai sair.