Os primeiros minutos do jogo foram assustadores. Se eu fosse como alguns apressadinhos rápidos no gatilho para criticar e mais rápidos ainda para omitir opiniões e palpites infelizes, eu teria feito um twitter preconizando outro resultado negativo e anunciando que o fim está próximo.
Mas me contive, e valeu a pena. O time reagiu, mesmo sem jogar um bom futebol, e aos poucos foi controlando o jogo e, por consequência, acabou chegando aos dois gols, ambos de jogadores que admiro.
O primeiro foi de Diego Souza, que aparou de cabeça uma bola ‘leve’ cruzada por Alisson, subiu e cabeceou com estilo, impulsionando a bola, que ganhou peso e chegou à rede. Não é coisa para principiante o que DS, que uns especialistas em peteca vivem corneteando, fez nesse lance. Mérito também de Alisson, sempre tão criticado – muitas vezes com razão.
Já o segundo gol foi marca registrada de Ferreirinha, corta pra dentro e chuta no canto oposto ao do goleiro. Um belo gol. Ferreirinha é o tipo de jogador que me faz tirar a bunda da poltrona (esta expressão tem sido muito usada ultimamente) para ir ao estádio, no caso a Arena gremista.
Com os 2 a 0 no placar, o Grêmio foi para o segundo tempo com mais serenidade, podendo trabalhar melhor a bola. Felipão ganhou o duelo tático com Tiago Nunes, que, aliás, perdeu do Ceará quando treinava o Grêmio, e agora como técnico do Ceará, voltou a perder.
Importante ressaltar que quando Felipão substituiu TN o Grêmio tinha 8% de aproveitamento – salvo engano. Hoje, tem 56% (5 vitórias, 3 derrotas e 2 empates.
Quem desprezar estes dados é no mínimo mal intencionado. No futebol, nada é mais eloquente que os números.
Confesso que depois do susto inicial, passei a acreditar que o Grêmio não vai cair. O veterano Felipão está arrumando a casa, isso é nítido. Não é o futebol que aprecio, mas é o futebol de resultado, que, ao final das contas, é o que realmente importa.
Ainda sobre o jogo. Gostei do Rafinha, o melhor do defesa, pela inteligência, seriedade e aplicação tática. Mas todos do setor foram relativamente bem. O meio-campo se manteve sólido, faltando mais criatividade na criação de jogadas. Os atacantes se valeram de seus talentos para marcar os gols.
OS CLIQUES
Os caçadores de clique estão na deles, deixo bem claro. Não é fácil atrair e manter leitores nas redes sociais. Muita gente atuando. Então, muitas vezes o pessoal exagera, o que leva à perda de credibilidade – início da derrocada de qualquer jornalista e/ou blogueiro e afins.
Neste domingo, um título chamou minha atenção: ‘Grêmio ganhou do Ceará sem fazer força’. Como assim?
Aí, você vai ler o comentário e vê que o conteúdo não tem nada a ver com o título provocativo. O autor, tido como gremista, quis dizer simplesmente que o Grêmio venceu o Ceará sem maior atropelos, sem maiores sustos, diferente do que vem ocorrendo.
A verdade é que o Grêmio teve que se esforçar muito para vencer. Foi sem susto, mas com muito suor.
Em resumo: caí na pegadinha do título e gerei mais um clique para o autor.