Depois de dez jogos sem vencer o Flamengo, o Grêmio teve uma vitória de lavar a alma, nesta noite, no Maracanã, ao fazer 1 a 0 sobre o time carioca, que, do alto de sua soberba, sucumbiu aos pés tricolores, calçados com a chuteira da humildade.
O Grêmio subiu uma posição, mas segue no Z-4: é o 17º colocado, com 22 pontos e dois a jogos a menos que a maioria de seus concorrentes. O Flamengo se manteve em terceiro lugar, com 34 pontos e dois jogos a menos que Palmeiras e Atlético MG.
Felipão provou mais uma vez que sabe armar como ninguém um time para defender-se. A marcação forte na intermediária defensiva resistiu à insistência flamenguista, que na realidade pouco criou em termos ofensivas. Mérito de Felipão e da aplicação tática de seus comandados. Nem Chapecó, que saiu lesionado no início do segundo tempo, nem Brenno, tiveram maiores dificuldades durante a partida.
Aqueles que esperavam um novo massacre saíram frustrados.
Cabe agora ao treinador gremista armar um time mais equilibrado e criativo para enfrentar outro tipo de adversário, não tão bom tecnicamente, mas que praticam jogo semelhante ao do Grêmio atual, que está sepultando meu tipo preferido de jogo (era Renato), mas com um objetivo nobre: tirar o Grêmio da zona do rebaixamento e quem sabe atingir metas mais elevadas.
Difícil destacar alguém individualmente. O Grêmio foi um time homogêneo, com todos muito aplicados e determinados. Com sangue nos olhos para dar uma resposta aos ‘cariocos’, como dizia o grande Lauro Quadros.
A lamentar que Borja tenha desperdiçado o pênalti quase ao final, quando o risco de sofrer um empate me preocupava.
Tecnicamente, o melhor do Grêmio foi Ferreirinha. Sem ele o Grêmio não tem ataque. Foi dele o cruzamento primoroso para Borja saltar entre os zagueiros para fazer 1 a 0, um resultado justo que pode marcar um divisor de águas na campanha tricolor neste Brasileirão.