O Grêmio foi melhor que o Sport. Esta é só uma pequena frase sem qualquer importância, porque o que vale mesmo é a bola na rede, e o Sport chegou lá duas vezes contra uma do Grêmio.
Resultado, o Grêmio continua na rua da amargura. Tem sido assim desde que a direção decidiu entregar a sorte do clube a um aprendiz, que afundou o time no Brasileiro e abalou o moral e a confiança dos jogadores.
Chamado a apagar o incêndio, o técnico Felipão conseguiu alguns resultados bons, mas o futebol do time continua sendo de indigência técnica e tática.
Nesta noite na Arena, reaberta ao público depois de ano e meio, a torcida exerceu seu direito constitucional de vaiar. E vaiou quando o Grêmio levou o segundo gol, algo inaceitável mesmo, vergonhoso.
O Sport é um time que dificilmente vai escapar da degola administrativa por escalar um jogador indevidamente. Isso não impediu que seus jogadores tirassem força sei lá de onde para vencer.
Quando ouvi o narrador da TV informar que o Sport não fazia gol há uns dois meses, levei um susto. Pensei, então é hoje que vai fazer. Foi só terminar o pensamento que Gabriel Chapecó fez grande defesa e impediu o primeiro gol no jogo.
No segundo tempo, o Sport quebrou seu jejum de gols. O goleiro Gabriel falhou no gol, soltando a bola na cobrança de falta. O Sport, na verdade, passou a maior parte do tempo encurralado. Seus zagueiros foram bravos, vencendo todas pelo alto. Na única que perderam, Borja, livre, cabeceou para fora.
É difícil elogiar o time após uma derrota diante de um adversário tão medíocre, mas o Grêmio criou situações de gol, especialmente através de Ferreira. Faltou acabamento, algo que tem sido muito comum nesse Grêmio que a cada jogo frustra seus torcedores.
Faz uns dois meses eu escrevi aqui que o Grêmio só escaparia do rebaixamento se os dois reforços, Villasanti e Campaz, fossem jogadores em condições de fazer a diferença para arrumar, principalmente, o meio de campo.
Campaz praticamente estreou neste jogo. Entrou no intervalo e deu uma sacudida. Acertou uma bola na trave e foi muito participativo, e só não rendeu por falta de entrosamento.
Agora, nem ele, e muito menos Villasanti, são os jogadores que o Grêmio precisa, sendo que a urgência maior seria um meia/volante articulador de qualidade.
Já o Villasanti me parece ser um jogador que faz tudo certinho, passes precisos para o lado e para trás, raros lançamentos e bolas enfiadas, mas sem criatividade e sem vocação para pisar na área rival.
Então, diante disso, arrisco dizer que o sofrimento vai continuar até a última rodada. Uma previsão embasada também nas ausências de jogadores que serão convocados para suas seleções.
Tem ainda o julgamento de Diego Souza, quarta-feira, por ter tirado o cartão amarelo do árbitro num jogo desses. Com Borja na seleção colombiana, o time vai precisar muito de DS.
Bem, não resta outra coisa a não ser esperar para ver o que fará Felipão diante de desfalques tão importantes.
Por fim, uma luz que se acendeu e que pode iluminar o caminho do tricolor: Douglas Costa finalmente estreou. Fez algumas boas jogadas e marcou um golaço aos 39 do segundo tempo, sinalizando que daí onde saiu esse, sairão outros.