Até o começo da noite uns 2 mil heróis tinham confirmado presença na Arena nesta quinta-feira, onde, às 20 horas, o Grêmio começa o trajeto final de sua Via Crúcis (conhecida também por Via Sacra) até o Calvário.
Ao contrário de Jesus, é muito provável que o clube gaúcho mais vezes campeão da Libertadores não complete o percurso, que desabe sob o peso da cruz.
Minha esperança, da qual resta um sopro apenas, é que o Grêmio desminta sua trajetória de mediocridade insuportável neste Campeonato Brasileiro e simplesmente saia com note pontos desta série de jogos que começa contra o São Paulo, outro ameaçado pelo rebaixamento.
Depois, nada menos que Corinthias e Palmeiras pela frente, além de esperar por resultados favoráveis de terceiros.
E pensar que três anos atrás eu me encaminhava à Arena tranquilo, preocupação apenas para encontrar um lugar onde estacionar o carro, enquanto pensava por quanto seria a vitória.
Lembro de uma noite, a caminho do jogo, que eu projetei mentalmente como seriam os próximos dois ou três anos, consciente de que vivia um ciclo exitoso, que por certo não duraria tanto tempo.
Até escrevi sobre isso na época. Afinal, é difícil um clube brasileiro manter uma série vitoriosa por mais de três ou quatro anos consecutivos.
Feliz com o que via em campo, que era nada menos e nada mais o meu melhor Grêmio desde que nasci para o futebol, em meio ao terror dos anos 70, cheguei a estimar que o clube, sob comando do presidente Romildo Bolzan, tão festejado na época, poderia atingir uma sequência mais longa.
Deu tudo errado! Muito errado! Muito mais errado do que poderia esperar no pior dos meus pesadelos, algo como estar num elevador em queda livre, só comigo dentro.
Foi horrível, mas pior é acordar e constatar que a realidade ainda pode ser mais assustadora.
O TIME
Eu só espero que na reta final o Grêmio tenha um pouco de dignidade, que os jogadores tenhamn vergonha na cara e joguem o que não jogaram até aqui.
Time provável (nem questiono escalação pois é o que sobrou):
Gabriel Grando; Mateus Sarará, Geromel, Kannemann e Diogo Barbosa; Thiago Santos e Lucas Silva; Douglas Costa, Campaz e Ferreira; Borja (Diego Souza)