Está muito estranha essa história da hérnia inguinal no Ferreira. Já enfrentei esse problema. Escrevo até com a autoridade de um paciente.
Difícil engolir que ninguém do departamento médico do clube tenha percebido a lesão, que qualquer um pode constatar ao simples toque nas regiões atingidas.
Eu já tive hérnia inguina. Na verdade, ainda tenho, mesmo sendo submetido a um procedimento cirúrgico.
Há uns 15 anos, ainda no Correio do Povo, vi que a minha hernia inguinal do lado direito crescia muito e já prejudicava meu desempenho magnífico nos embates de sábado em jogos de futebol 7.
Fui pra faca, com muita relutância, registre-se. O médico garantiu que era coisa simples, sem risco, e que mais cedo ou mais tarde eu teria de impedir o crescimento da hérnia, o que acabou sendo feito com a aplicação de uma rede na lesão. Não me lembro de detalhes. Só sei que doeu muito depois do ato invasivo.
O mesmo médico descobriu, apalpando, que a hérnia do lado esquerdo já começava a se assanhar. Eu apalpei e senti uma leve protuberância, mas deixei por isso mesmo.
Fiz a cirurgia e alguns meses depois, durante um jogo no campo da PUC, a hérnia direita se abriu após eu fazer um lançamento de 30 metros nos pés de um companheiro. Sabem o que eu fiz? Larguei de mão. Convivo até hoje com a hérnia. Vale o mesmo para hérnia inguinal esquerda, que cresceu e dói um pouco em determinadas condições.
Vivemos em paz nesse triângulo amoroso: Eu e minhas hérnias inguinais.
É claro que se eu fosse um atleta profissional a história seria diferente. Teria feito as duas cirurgias para poder jogar futebol de alta performance.
Dito isso, pra mim é muito claro que detectar hérnia inguinal é fácil, basta um mínimo de investigação. A começar pelo próprio jogador, que poderia ter visto que havia, ou já, alguma irregularidade, ainda mais ele que vem encontrando dificuldade parajogar. Os médico, então, nem se fala.
Se um jogador como Ferreira, com seu baita potencial, aparece com algum problema de saúde, é OBRIGAÇÂO dos médicos do clube fazerem uma investigação minuciosa. Talvez até passar por uma junta médica.
Pior, soube agora nas redes sociais, que o problema foi apontado por um torcedor do Grêmio que sentiu os mesmos sintomas. Foi a partir do depoimento do torcedor que a causa do ‘desconforto’ de Ferreira foi descoberta.
Bem, se tudo isso é realmente verdade cabe uma apuração para definir responsabilidades. O que não pode é deixar por isso mesmo, e continuar empurrando com a barriga até a definição política do presidente.
O prblema é que Grêmio não pode esperar mais.
Ah, e o que vão dizer agora aqueles que atacavam Ferreira por ter caído de produção e por estar afastado dos treinos normais?