Uma das coisas que me gratificam no futebol é ver os guris da base entrando no time e correspondendo.
O Grêmio conseguiu uma vitória muito importante hoje em Curitiba. Venceu o Atlético Paranaense na Arena, onde é sempre muito difícil o resultado positivo, com Mário Fernandes, Saimon, Neuton e Fernando.
São quatro jovens buscando seu espaço. Além deles, mais Lins e Viçosa. Quer dizer, o time começou com seis garotos, provando que o discurso de ter jogadores experientes aos quilos é pura conversa. É preciso talento, e, em igual proporção, bravura, determinação, vergonha na cara.
O Grêmio mais uma vez fez uma partida triste ofensivamente, mas alguém realmente esperava mais desse ataque que Renato foi obrigado a escalar?
Renato finalmente descobriu que não adianta ter um esquema ofensivo sem atacantes. Então, tratou de se resguardar, marcar forte, para não tomar gol. E só então especular um golzinho. É o que venho escrevendo há tempos: se é difícil fazer gol, que sejam aumentados os cuidados defensivos. Renato demorou a entender isso.
A vitória por 1 a 0, gol contra, soa como goleada diante do que se projetava diante dos desfalques. Renato foi obrigado a trazer de volta Rafael Marques, que não sei por que estava afastado.
Victor voltou a ser o grande goleiro que todos nós conhecemos.
É evidente que o time precisa de qualidade, e de experiência, mas como é bom saber que a gurizada quando chamada dá uma resposta tão positiva.
SAIDEIRA
Na gangorra que move o nosso futebol, o Grêmio começa a ficar por cima do Inter.
A derrota em casa para o Ceará não tem explicação. Falcão foi vaiado, o time não jogou bem. E era o time titular.
O argentino D’Alessandro jogou pouco, segundo li e ouvi. Dirigentes do Inter disseram que ele poderia jogar mais.
Não esperem isso depois do castigo e da humilhação imposta por Falcão ao argentino num treinamento na semana passada.
D’Ale não perdoa. Tite que o diga.
Quando Falcão foi contratado eu escrevi que era e um erro, e dei minhas razões. É só conferir no arquivo do boteco.
Mais do que entender de futebol, táticas, estratégias e tudo mais, é preciso ser um especialista em relações humanas. Lidar com jogador de futebol não é fácil. Administrar um grupo de boleiros é complicado.
A meu ver Falcão não tem essa condição.
Depois que eu soube que ele estava ensinando o beabá do futebol nos treinamentos da semana a cobras criadas como Guinazu, Bolívar e outros, senti que o fim está próximo. Boleiro velho não suporta isso.
Falcão entrou em contagem regressiva.