Com 60 anos completados nesta sexta-feira, Renato Portaluppi, abre sua quarta temporada como treinador do Grêmio neste domingo. Mais de 50 mil gremistas são aguardadas na Arena.
A imensa maioria irá torcer pelo Grêmio. Para estes, um resultado negativo, o que não é impossível diante da trajetória irregular e tecnicamente medíocre do time até aqui, será uma calamidade.
Seria um banho de água fria no entusiasmo e na esperança dos gremistas que só torcem pelo Grêmio, nunca contra seus profissionais.
São os tais secadores, torcedores de si mesmos e de suas teses. Aqueles que até em caso de derrota encontram algum motivo para festejar simplesmente porque o alvo de sua ira e inveja será atingido.
É o tipo de situação que nem Freud explica.
O caso fica mais grave se na mira de dos secadores estiver um ídolo. E quanto mais ídolo melhor.
Roger, um ídolo menor (sem ofensa) na comparação com Renato, sofreu bastante em sua curta passagem pelo tricolor. Ele até que começou com amplo apoio, mas os resultados e as atuações despertaram a fúria dos técnicos de arquibancada, outros que nunca perdem.
Roger não resistiu ao poder das redes sociais. É claro que ele contribuiu para a sua queda. Que fique registado que ao contrário do que dizem alguns, a torcida do Grêmio também frita seus craques.
Nada em comparação com a do Inter. A lista é grande.
O único gremista a escapar da ‘sanha assassina’ de ídolos é o sujeito que virou estátua e que estará na casamata comandando mais uma vez o seu Grêmio.
Em alguns pontos na Arena, dezenas de gremistas azedos e amargos espalhados, prontos para destilar seu veneno.
Alguns se ‘vacinaram’ logo que Renato foi anunciado. “Ah, ele pega uma barbada já que Roger deixou o time bem colocado para ficar entre os quatro classificados’, repetem à exaustão.
A intenção é clara: diminuir o trabalho de Renato mesmo com vitória. Com derrota, então, nem se fala.
Quando Roger estava mal, com o time fora dos grupo dos 4, os mais oportunistas não cansavam de criticar a direção por não ter montado um time mais qualidade. Agora, com Renato assumindo esse legado, o discurso mudou.
Algo assim como Renato pegou uma teta, uma moleza, um mu-mu, marca de doce de leite que virou adjetivo.
Esse pessoal vai cobrar do Renato não apenas vitórias, mas também bom futebol, coisa que Roger não conseguiu.
A favor de Roger, o fato de que ele estava cumprindo o objetivo: ficar entre os quatro. O problema é que assim como vinha jogando, mal e perdendo, se ele continuasse o risco de deixar escapar a quarta vaga seria real e assustador.
Mas não esperem que os antirenatistas aceitem isso.
O JOGO
O Vasco estreia Jorginho, que eu indiquei aqui. Ele e Renato são amigos de longa data. Jogaram juntos na Seleção.
Não será um jogo fácil. Renato espera explorar a fragilidade do setor defensivo dos cariocas. O Vasco tentará impor-se no meio de campo, ponto instável do tricolor.
O time gremista deve ser este:
Brenno; Edilson, Geromel, Bruno Alves e Diogo Barbosa; Villasanti, Lucas Leiva e Bitello; Biel, Diego Souza e Campaz.
Mas Renato faz mistério.