Roth e o exemplo delirante de Lula


Se eu fosse o Celso Roth, imitaria o presidente Lula. Prometeria o título da Libertadores, e, de passagem, o Gauchão. E, assim como o Lula não tem limites em seus delírios e suas divagações para fugir da realidade, Roth poderia também prometer o título mundial.

Imaginem só, seria o bi mundial no ano do centenário colorado.

Seguindo no delírio do título imaginário – no atual estado de coisas não tem como se transformar em realidade, assim como o um milhão de moradias prometido pelo Lula, o mesmo que prometeu 10 milhões de empregos -, dá pra projetar a seguinte situação, considerando-se que a decisão do título mundial, em Dubai, será dias antes da anunciada festa popular do Inter, prevista para 17 de dezembro.

O Grêmio, campeão do mundo, voltando de Dubai exatamente no dia 17 de dezembro? As ruas pintadas de azul, branco e preto.

É claro que é mais fácil o Lula construir esse um milhão de casas e, em pleno desemprego crescente, inverter tudo e atingir aquele número prometido na campanha eleitoral.

Agora, o Roth deveria tomar alguns cuidados, principalmente se resguardar no caso de fracasso. Ou seja, fazer como o Lula, que disse que ninguém deve cobrá-lo se não atingir o objetivo.

Para ele, o que vale, o que importa, é a promessa, não importa o quanto possa ser absurda. O que interessa é criar factóides enquanto o governo afunda etica, moral e financeiramente.

Roth poderia imitar o Lula, ou então trabalhar para reverter a tendência atual do seu time, que é a de cair diante do primeiro adversário categorizado na etapa eliminatória.

Porque time que perde tantos gols e se mostra tão vulnerável (o Aurora fez dois gols, anulados, mas dois gols, que na Bombonera seriam validados), mesmo com os decantados três zagueiros, não tem condições de resistir a um adversário mais forte que os Boiyacás e Auroras da vida.

QUESTÃO DE ORDEM

Pergunta para reflexão: por que os mesmos atacantes que fazem gol com naturalidade no Gauchão, têm tantas dificuldades para marcar na Libertadores? Será que é a maior responsabilidade, a pressão, ou é só resultado da energia negativa (secação) emanada dos torcedores colorados? Ou todas as hipóteses são verdadeiras.?

O time dos gols perdidos

Na Libertadores, o Grêmio é assim: ataca, ataca e perde gols. Foram três jogos, os três podem ser resumidos dessa forma. Muito gol perdido. Se os mesmos jogadores marcam quando os jogos são pelo Gauchão, é sinal de que a Libertadores mexe demais com os nervos, até dos mais experientes.

Alex Mineiro, por exemplo, perdeu um gol entrando livre na área e chutando em cima do goleiro. O argentino Paredes, na única chance de gol que teve, em condições muito parecidas com a do experiente Mineiro, desviou do Victor com categoria.

É isso, a palavra é categoria. Falta categoria.

Quando Mineiro perdeu o gol aos 7 minutos do segundo tempo, pouco depois de Jonas desperdiçar outra oportunidade, a TV mostrou Victor esbravejando, soqueando o ar, como num prenúncio de que acabaria sobrando pra ele.

O Grêmio vencia por 1 a 0, gol de Jonas, e o momento era para liquidar um jogo que se mostrava fácil, como os outros dois. Quem não faz leva. Poucas frases sobre futebol são tão sábias, tão verdadeiras.

O empate, o desespero. Jonas foi expulso. Ai, o goleiro falhou. Até ali era o melhor do jogo. Mas o grande goleiro se revela nas bolas defensáveis. Ele não deixa passar uma sequer. Depois, trata de buscas as difíceis e até as impossíveis. Só não pode deixar entrar as fáceis. Ele deixou, na cobrança despretenciosa de Tcheco.

Aliás, Tcheco não estava numa noite boa. Mas no momento difícil, ao contrário de outras vezes, ele cresceu. Diria que ele tranqüilizou o time e comandou a vitória, justo no momento em que eu pensava por que não o Douglas Costa no lugar dele?

Gostei do Souza, do Rever, do Adilson. Foram os melhores do time. Jonas também, mas ser expulso num jogo como esse é uma demasia.

Com os 2 a 1 sobre o Aurora, o Grêmio encaminho sua classificação e talvez o primeiro lugar no grupo.

Agora, é treinar a pontaria e contratar um psicólogo.

A poltrona 36


O presidente Vitorio Piffero, que notoriamente é apenas tolerado pela grande maioria dos colorados, conseguiu ofuscar o lançamento dos festejos do centenário. Festejos, aliás, que estão longe do se previa, em função da crise, confirmando matérias publicadas pelo repórter Fabrício Falkowski no Correio do Povo há algum tempo.

Neste primeiro momento, a festa será só para quem dispõe de 200 pilas, preço do jantar do centenário (dizem que todos os convites foram vendidos).

Por enquanto, a grande massa do clube do povo fica só apreciando a paisagem, torcendo para que a grande festa popular anunciada para 17 de dezembro, no Beira-Rio, realmente se concretize e não fique, como outros eventos, apenas na promessa.

Ontem, ao ser questionado sobre o ônibus colorado, provocado por um repórter sobre a poltrona 36 – referência ao episódio de homossexualismo que teria ocorrido no ônibus Trovão Azul, do Grêmio -, Piffero respondeu em tom jocoso, sorrindo maliciosamente, que esse número sequer existia no veículo, cuja numeração vai até 40, com 38 lugares.

Hoje, o dirigente deu entrevistas para esclarecer que a remoção da poltrona 36, e também da 35, foi para colocar duas mesas no ônibus. É claro que a numeração poderia ir até o número 38, eliminando-se os números 39 e 40.

A poltrona 36 no mundo do futebol, em especial o gaúcho, não é apenas a numeração de um acento, é um símbolo. Poderia até ser usado numa parada gay. Então, tudo indica que é uma tentativa de provocar os gremistas, coisa que fica bem num boteco – até aqui neste espaço -, mas nunca como uma decisão de diretoria, avalizada pelo presidente de um clube do porte do Inter.

Tanto é verdade que o ex-presidente Fernando Carvalho, ao ser informado do fato, mostrou-se contrariado, criticando a decisão, conforme relatou o Fabrício, que acompanhou o evento no Beira-Rio.

Piffero, um excelente vice-presidente de futebol, de vez em quando dá umas escorregadas, mostrando que ainda não assimilou devidamente a grandeza do cargo que ocupa.

Três atacantes e o fim da 'bolinha no pé'


Roth gostaria de jogar com um atacante. Talvez em seus devaneios retranquistas até já tenha sonhado com um esquema sem atacantes. Se é que até já não testou um esquema só com zagueiros, laterais, volantes e meias.

O máximo que Roth aceita é jogar com dois atacantes, mas só depois de muita pressão da imprensa, torcida e diretoria.

Do outro lado do campo, Tite acena com três atacantes: Nilmar, Taison e Alecsandro. Não vejo problema, principalmente contra times mais modestos.
Ouso dizer que até contra equipes grandes o esquema seria viável. Com os três volantes que o Inter tem, todos marcam e sabem jogar, considero possível jogar com três atacantes, ainda mais com as características dos três citados.

Basta que eles tenham aplicação tática para recuar e marcar, ou ao menos cercar, até a intermediária do campo de defesa.

O Taison pode fazer isso sem problema, e até faz eventualmente. Os três podem se revezar nesse trabalho, cada uma numa faixa de campo. Depois, intercalando para confundir a marcação.
Se desse certo, seria uma novidade agradável, quase uma revolução nesses tempos de medos, cuidados exagerados.

O Manchester United tem um esquema que está meio que na contramão, é quase um 4-2-4. São quatro na defesa, que só saem na muito boa; dois volantes que marcam e sobem com qualidade; e quatro atacantes que se movimentam muito e recuam para pegar junto com os volantes, mas sempre se revezando. É comum ver astros como Cristiano Ronaldo e Rooney marcando, esfolando os joelhos, especialmente o inglês.

A ideia é simples: em vez de meias que chegam, atacantes que voltam. É uma questão cultural, essencialmente, porque atacante brasileiro gosta mais de ficar lá na frente. Mas isso está mudando, pelo que tenho visto.

Bolinha no pé, nunca mais.

QUESTÃO DE ORDEM

Como seria o Grêmio no esquema com três atacantes, impensável com Roth?
Júlio César, Adilson e William Magrão (Tcheco)
Herrera, Jonas e Reinaldo

Os reservas do Grêmio e a provocação de Krieger

É impressionante como o técnico Celso Roth não consegue fazer esse time reserva jogar bem. São jogadores que estão juntos há algum tempo, muitas vezes treinando na mesma equipe. Cada um já mais ou menos conhece como o outro joga, como gosta de receber a bola, se no pé ou mais na frente, pelo alto ou por baixo, etc.

É lógico que o entrosamento não é o ideal. Aí seria até exigir demais, porque nem o time titular mostra bom entrosamento.

Sexta-feira, depois da jornada aqui no CP, num boteco, tomando umas geladas (boa a propaganda da Sol, a aquela da gelaaaada, embora a cerveja não seja boa, é quase tão ruim quanto tem sido esse time reserva do Grêmio), com uns amigos colorados, ouvi restrições ao time do Inter. Críticas fortes até ao Nilmar. E, claro, ao Tite.

No dia seguinte, ou seja, no sábado, o Inter goleou o NH e seguiu seu passeio pelo Gauchão, esperando por outro Gre-Nal, que, a julgar pelo que tem ocorrido, será a cereja no bolo. Alecsandro, substituindo Nilmar, fez dois gols. Ponto para quem critica Nilmar? Bem, eu sou muuuito mais Nilmar. A respeito do Tite nem escrevo mais, porque todos sabem o que penso dele, resumindo: um baita técnico.

Voltando ao Grêmio no empate por 1 a 1 contra a Ulbra: sem organização tática os melhores jogadores caem de rendimento e os ruins afundam. Então, fica difícil julgar quem pode ser útil na Libertadores. Do time que jogou ontem, mesmo com a avaliação prejudicada pela desorganização ‘organizada’ pelo Roth, vejo com chances de titularidade o Saimon, tanto na lateral quanto na área; o Maylson, como segundo volante de preferência, ou até como articulador no lugar de Tcheco; o Júlio César, como primeiro volante; o Herrera e o Reinaldo, que continua sendo, na minha opinião, o atacante mais completo do Grêmio. Vá lá: talvez superado pelo Jonas, que está arrebentando.

Douglas Costa entrou no segundo tempo e já fez mais do que qualquer outro. A posição ideal dele, pelo que tenho visto, é na função do Souza, mais solto, com liberdade para exercer seu talento. Pode ser também um segundo atacante. Eventualmente, na função do Tcheco. Ontem, o guri foi esperto: ajudou a marcar. Quando vi estava ao lado do Heverton. Já cresceu no conceito do Roth. Facilita, vira um volante.

Ah, Maxi Lopez já mostrou algumas qualidades.

Questão de ordem

O repórter Carlos Corrêa chega esbaforido de Canoas, onde acompanhou o empate do Grêmio com o Canoas, digo, Ulbra. Ele perguntou ao André Krieger se o Grêmio poderia mais adiante jogar com reservas num eventual clássico contra o Inter, já que há problemas de datas em função da Libertadores, o dirigente foi irônico:
– Não sei se é interesse do Noveletto (presidente da FGF) que a gente jogue com os titulares.
Depois de uma brevíssima pausa, Krieger concluiu:
– Afinal, ele é conselheiro do Inter.

O garoto rosa choque

A brincadeira tramada pelos jogadores – o técnico Roberto Fernandes não teria sido o autor da ideia – do Figueirense repercutiu em todo o país.
 
Essa de obrigar o pior do treino anterior a treinar com um vestido rosa realmente é algo que merece repercussão.
 
A OAB, talvez porque o Brasil atravesse um momento de calmaria ética e moral e por isso não tenha muito o que fazer, se meteu e até publicou nota de repúdio à  atitude, condenando o técnico.
 
Tudo indica que não se trata de uma punição verdadeira, até porque Fernandes poderia ser alvo de processo por parte da vítima, no caso o meia Jairo.
 
O caso faz lembrar outro ocorrido há um mês. No Santa Cruz, o técnico obrigou dois jogadores brigões a dar voltas no gramado, correndo qual duas gazelas, de mãos dadas. Isso sim é algo constrangedor, porque se trata de penalização imposta por um superior.
 
Na redação do CP, sobrou para o colega Alfredo Possas, que é natural de Pelotas. Um brincalhão chegou dizendo que o Pelotas vai adotar a ideia dos catarinas, só que o vestido rosa será um prêmio, não uma punição, ao melhor do treino anterior.

 

A 'média' do Roth e o show da Liza




O Celso Roth foi ver o show da Liza Minelli. Um coleguinha da redação acredita que ele foi por engano, achando que era uma palestra do Rubens Minelli.

Ao deixar o teatro, Roth teria dito: quem tem bom gosto não poderia deixar de assistir a esse espetáculo.

 

Está aí uma descoberta: o técnico do Grêmio tem bom gosto.

 

Pode até ser, mas não para escolher jogadores.

 

O repórter Carlos Corrêa, atento setorista tricolor, me contou que no treino de ontem ele tentou o Diogo na lateral-direita. Foi um fiasco. O rapaz não acertou um cruzamento. Só o Roth acreditou que ele acertaria. O que é a vontade de escalar o seu ungido.

 

Isso revela uma certa insatisfação com o Ruy. Ou não? Ele colocou o Saimon por ali. Acho que ele quer alguém mais forte, melhor na marcação. O requisito básico para um time com três zagueiros (não gosto desse esquema) é ter dois laterais que apóiem bastante e com facilidade.

 

Outra que me contaram, eu não vi, mas imagino que um dos meus 18 parceiros de blog tenha visto.

 

No jogo contra o Zequinha, ele, ele é o Roth, chamou o Makelele para entrar na partida. A torcida, lógico, vaiou. O Roth está naquela fase do se espirrar tem vaia e saquinho de xixi. Mas ele pede.

 

– Burro, burro – gritavam.

 

Foi então que baixou uma luz no técnico. Conversou um pouco com Makelele, ambos sorridentes, se aproximou da casamata, deu um tapa na cobertura da casamata, e – me juraram que a RBSTV captou isso mesmo -, falou, rindo (ele ri, agora ficou provado):

 

– Vou fazer uma média com a torcida.

 

E chamou o Maxi Lopez.

 

Aplausos. Fecha a cortina. Entra a música New York, New York, na voz de Rubens Minelli, digo, Liza Minelli.


Prova da modernização da redação do CP



Em primeiríssimo plano, o Paulo Moura, resmungando um “pára ( este pára precisa de acento) Ilgo”, expressão que ele mais gosta de usar. Outra: “é tudo japonês”, se referindo aos boleiros atuais. A modernização não se refere aos jornalistas, por enquanto.


A garrafa de vinho sobre a mesa é minha, pode tirar o olho.

Em frente, o Carlos Corrêa escolhendo seu melhor ângulo para a foto.

À direita dele, ela, a Mariana, fazendo de conta que não está interessada, mas pensando “será que estou bem maquiada?”