Ramiro, o Itaqui de Roger Machado

O empate deste domingo na Arena, 0 a 0, reflete em primeiro lugar uma injustiça. O Grêmio foi superior, mereceu a vitória, embora no final – com Ramiro já em campo – o Palmeiras por pouco não venceu, o que ele costuma fazer com frequência em jogos fora de casa.

Em segundo lugar, o jogo revelou a diferença essencial entre os técnicos. Cuca quer vencer, e não vacila em trocar um volante por um atacante, como fez ao sacar o excelente Moisés pelo atacante Lucas Barrios. Quase ao mesmo tempo, Roger Machado trocou Wallace por Ramiro, ou seja, seis por meia dúzia.

Para um time que não consegue vencer e anda frustrando e irritando toda sua torcida, Roger deveria ter colocado Lincoln ou algum outro jogador com mais qualidade técnica e vocação ofensiva.

A continuar assim, a torcida gremista verá Lincoln jogar talvez no time veterano ou em algum grande clube europeu no futuro. Ramiro pode ser o Itaqui (que era escalado por Celso toc-toc Roth em detrimento de Ronaldinho Gaúcho). Coincidência, os dois vieram da Serra.

Bem, como escrevi há alguns dias, Ramiro é o 12º jogador de Roger. Gosto é gosto.

O fato é que Roger se mostra um técnico assustado na hora de mudar, enquanto Cuca revela desassombro para ver seu time buscando a vitória, seja em casa ou fora. Por pouco, muito pouco, não conseguiu o gol que lhe daria mais três pontos. Dudu mandou uma bola na trave e Grohe fez milagre.

O terceiro aspecto a destacar: a absurda diferença de qualidade dos dois grupos, o que atenua um pouco a responsabilidade de Roger.

Enquanto Roger colocava em campo Ramiro, Guilherme e Batista, Cuca tinha Lucas Barrios, Cleiton Xavier e Rafael Marques. Jogador prontos e de boa qualidade. Os três até poderia ser titulares do Grêmio, esta é que a realidade dura e cruel.

Então, assim vai o Grêmio. Restou a Copa do Brasil como esperança de título.

No Brasileiro, não enxergo nem vaga na Libertadores.

CERA

O Palmeiras fez cera técnica já no primeiro tempo. Cartão amarelo para esse procedimento, usado pelo menos umas quatro ou cinco vezes pelos palmeirense, só apareceu nos minutos finais, para o goleiro Jailson.

No primeiro tempo, teve um lance muito parecido com o levou à expulsão de Lucas Lima contra o Inter.

O jogador do Palmeiras ia cobrar o lateral, depois de ganhar alguns segundos, e desistiu, esperando que um companheiro se aproximasse para fazer a cobrança. O juiz nada fez. Sequer deu advertência.

Já o juiz de Inter e Santos…

Craque do Santos é expulso de forma inusitada

Nunca acreditei no rebaixamento do Inter. Acredito mesmo que nunca irá cair pra segundona, pelo menos enquanto tiver ao seu dispor o talento de Fernando Carvalho, que conhece como poucos o futebol brasileiro e tudo o que o cerca.

Se FC ainda pode contar com o empresário Delcir Sonda, colorado, rico, e sempre disposto a ajudar o Inter, tudo fica mais fácil.  “Vamos ajudar o Inter a sair dessa. Mas não posso te falar no que vamos fazer”, disse Sonda, em meados de agosto, após reunir-se com o comando da operação de guerra deflagrada no Beira-Rio, sem esclarecer essa frase, digamos, misteriosa.

Qualquer interpretação venenosa fica por conta de cada um.

O fato é que fica por isso mesmo. Assim como fica por isso mesmo a inovadora arbitragem do sr. Rodrigo Batista Raposo, que conseguiu a proeza de expulsar um jogador com dois cartões amarelos, ambos por uma suposta cera ainda no primeiro tempo.

Coincidência: o jogador expulso é apenas o melhor do time, e um dos melhores do país, Lucas Lima.

Sem seu craque, com um jogador a menos, o Santos, que vencia por 1 a 0, acabou sofrendo a virada.

Foi uma boa mãozinha do juiz, que, afinal, é humano e também sujeito a erros. 

Ele teve a contribuição de Lucas Lima, que em poucos minutos cometeu a mesma ‘grave infração’, o que culminou em sua expulsão absolutamente exagerada.

Como já disse, vai ficar por isso mesmo. Vida que segue. 

Com esse resultado o Inter deixa a zona de rebaixamento, para a qual não voltará a julgar pelos recentes acontecimentos.

GRÊMIO

Roger continua no comando. Cheguei a supor que haveria um choque de gestão no Grêmio.

Ficou tudo igual.

Resta esperar que o técnico Roger Machado consiga mobilizar o time e aparar arestas que eventualmente existam no vestiário para que os jogadores se unam e abracem a causa gremista.

Uma vitória sobre o Palmeiras pode melhorar muito a situação do técnico, hoje contestado pela maioria da torcida.

Bem, depois tem Atlético PR pela Copa do Brasil, a esperança de título ainda neste temporada.

Esses dois jogos definem o futuro imediato de Roger. 

 

Roger parece sem forças para reagir

“Uma vitória sobre o Coritiba mantém o time na briga pelo título, que está difícil, mas não impossível.

O empate nos deixa à espera de uma milagre, sonhando com uma vitória sobre o líder Palmeiras no domingo.

Já uma derrota leva ao caminho dos que podem chegar no máximo a uma vaga na Libertadores.

Sem contar que pode gerar uma crise das mais terríveis até em função do processo eleitoral.

O caminho a ser seguido depende também, e muito, dos torcedores.

A hora não é de incendiários, mas de bombeiros.”

Foram minhas últimas palavras no comentário anterior, no qual defendi a tese de um cessar fogo.

Uma pausa nos ataques a Roger e alguns jogadores. Percebia que o tiroteio nas redes sociais poderia afetar o ânimo e a confiança dos jogadores.

Bem, agora é tarde.

Os 4 a 0 sofridos em Curitiba são quatro punhaladas no coração de cada gremista. Três gols em menos de dez minutos.

Além de levar quatro gols de um time que ronda a zona do rebaixamento, duro foi aguentar o segundo tempo.

Foram os 45 minutos mais longos que já vivi no futebol.

Uma tortura.

Eu só pensava numa coisa: Roger, como bom gremista, vai pedir demissão, vai entregar o cargo. Ou será demitido no vestiário mesmo, levando consigo todos os seus bruxos. Nem vou citar nomes.

Não, Roger não entregou o cargo.

Na entrevista no final do jogo ele assumiu a culpa. Mas manteve a soberba que, a meu ver, acoberta um sujeito assustado, um sujeito que perdeu o rumo, a convicção, e se encaminha para o abismo.

Roger Machado viveu um belo momento no Grêmio. Ele próprio tratou de complicar sua trajetória – atingindo o clube. 

Primeiro, ele inventou de escalar um centroavante tipo aipim, contrariando o esquema que estava dando certo.

Segundo, é essa insistência com um esquema de três volantes, que pra mim foi armado para acomodar Maicon no time, porque o certo era seguir com Wallace e Jailson.

Assim, temos que Roger em dois momentos traiu aquilo que se pensava fosse uma convicção sua: atacantes de movimentação e dois volantes.

Na primeira oportunidade ele testou o aipim e implantou os três volantes.

Fora isso, a impressão que dá é que ele come nas mãos de alguns veteranos do grupo, os tais bruxinhos, os ‘bons de vestiário’. 

Porque não dá pra entender que Ramiro seja o 12º titular e Marcelo Oliveira um titular por decreto, contrariando o bom senso.

Roger plantou o que colheu.

Mas daqui a pouco ele vai embora e a torcida gremista fica aqui lambendo as feridas, buscando minimizar mais uma frustração, e projetando a Copa do Brasil.

Antes, tem o Palmeiras na Arena. Tudo pode acontecer.

RENATO

Não gostaria de ser dirigente do Grêmio neste momento: decidir se mantém Roger ou se contrata outro treinador.

Eu seria pela demissão porque não vejo em Roger condições de reagir. 

Meu técnico, nesta emergência, seria Renato Portaluppi. Mas há um probleminha: ele gosta do Douglas.

Solução: livrar-se de Douglas se for para trazer Renato.

Hora é de bombeiros, não de incendiários

O Grêmio está numa encruzilhada, e sob fogo cruzado, o chamado fogo amigo que se alastra nas redes sociais.

Está na hora de uma trégua. Aliás, já passou da hora.

Quem sabe não seria o caso de seguir o exemplo vermelho? Os colorados, constrangidos, emudeceram, com exceção de alguns que nunca perdem a pose, a soberba.

Os colorados fizeram uma pausa nos ataques ao time, ao técnico, aos dirigentes. 

Afinal, a segundona está aí, acenando. O que fazem os colorados? Se unem. Claro, é uma união momentânea, que pode se dissolver em caso de derrota para o Santos, por exemplo.

Aí, volta o ‘portão 8’. Porque a trégua no futebol não resiste a um resultado negativo.

Cabe neste momento ao gremista recolher suas bazucas, metralhadoras e ovos podres. Suspender o fogo pesado no tuíter, feice e tudo mais

Se o Inter está atormentado pelo fantasma do rebaixamento, os gremistas têm pesadelos pelos 15 anos sem grandes títulos – e ultimamente até títulos menores.

Sempre que o Grêmio entra em campo seus jogadores levam sobre os ombros 15 anos de frustrações, decepções e revolta de seus torcedores.

Não importa se eles chegaram agora e a responsabilidade deles nesse latifúndio de seca é pequena. Vale o mesmo para o técnico Roger e dirigentes.

Mas o torcedor quer resultado agora, e faz a cobrança de quem está no comando, de quem entra em campo com o manto tricolor.

Agora, no momento de fragilidade e instabilidade, é hora de o torcedor fechar com a causa tricolor em todos os sentidos, a começar por acenar a bandeira branca nas redes sociais, acessada por muitos ou todos os profissionais do clube.

Mais do que nunca é hora de exercitar a tolerância, de torcer como quem busca o Nobel da paz.

O Grêmio se encontra numa encruzilhada, e nós ‘tamo junto’.

Uma vitória sobre o Coritiba mantém o time na briga pelo título, que está difícil, mas não impossível.

 

O empate nos deixa à espera de uma milagre, sonhando com uma vitória sobre o líder Palmeiras no domingo.

Já uma derrota leva ao caminho dos que podem chegar no máximo a uma vaga na Libertadores.

Sem contar que pode gerar uma crise das mais terríveis até em função do processo eleitoral.

O caminho a ser seguido depende também, e muito, dos torcedores.

A hora não é de incendiários, mas de bombeiros.

 

Grêmio se distancia do título

O Grêmio com dois volantes de origem funcionava, algumas vezes à perfeição. Contrariava alguns doutos da aldeia, gente influente, com espaço na mídia. 

Não sei se Roger Machado se deixou influenciar, ou se ele no fundo só esperava ter três bons volantes para desmanchar o esquema que ele mesmo consagrou no Grêmio e que o levou ao primeiro time dos técnicos do país.

No meu comentário anterior, alertei que era um equívoco essa mudança. 

O que se viu neste domingo de jogo isolado (atrasado) do Brasileirão foi um desastre. Os três bons volantes foram reduzidos a edinhos e ramiros. Wallace fez uma partida abaixo da crítica. Maicon foi apenas esforçado e Jailson, que vinha despontando com brilho, desabou.

Perdido o meio-campo, perdido o jogo. O Botafogo fez 2 a 0 e poderia ter feito até mais. O Botafogo que vinha de goleada diante do Cruzeiro, um time que recém saiu da zona de rebaixamento.

A derrota por 2 a 1 foi lamentável sob todos os aspectos. A começar pelo simples fato que praticamente soterra o sonho de título no Brasileirão.

Resta ainda a Copa do Brasil, mas não será nada fácil.

Aprendi que quando as individualidades fracassam em conjunto, é porque o time foi mal montado.

Vou apenas destacar o Luan pelo esforço em abrir espaço na frente. A dupla de área também esteve num nível aceitável.

Mas o que dizer de Marcelo Oliveira? Nada, não digo nada porque nada diz tudo sobre o que ele foi no jogo. 

O outro lateral, Edilson, pareceu perturbado com os xingamentos da torcida do Fogão, que tem má lembrança de sua passagem por lá.

Henrique Almeida na frente parecia uma barata tonta. É bem verdade que não foi privilegiado por uma das tais metidinhas de Douglas.

E por falar no ‘maestro’, que, é verdade, teve seu contrato renovado,  passou em branco pelo jogo. Deixou Luan jogando sozinho.

Pra não dizer que tudo foi ruim, restou o gol de Batista, coisa de atacante matador.

Claro, ele volta para o banco e talvez algum dia tenha nova oportunidade.

ROGER

Roger Machado está sofrendo um massacre nas redes sociais. Acho isso injusto pelo que ele já fez.

Agora, ele parece atrair raios. Mais ou menos como o Sartori no governo do Estado.

O Grêmio perdendo por 2 a 0, e ele saca um volante para colocar outro, que é pior que o que saiu.

Era o momento de tentar Lincoln, ou outra alternativa com mais vocação ofensiva.

Mas, como escrevi no comentário anterior, Ramiro é o 12º segundo jogador de Roger.

Enquanto ele seguir prestigiando jogadores como Ramiro, Marcelo Oliveira e Douglas não irá escapar do fogo cruzado nas redes sociais.

Uma pena, porque se trata de um técnico que já provou suas qualidades.

O 12º jogador

Os sinais são de que Roger Machado vai mesmo adotar o esquema com três volantes. Eu aqui de longe, sem os elementos que o técnico gremista possui, é bom frisar, considero um equívoco tal decisão.

Entendo que escalar três volantes, mesmo que sejam de boa qualidade como são Wallace, Maicon e Jailson, deveria ser uma alternativa de jogo, diante de determinadas circunstâncias, levando em conta as características do adversário da hora.

Pelo jeito Roger gostou tanto do time assim que já deu a entender que irá mantê-lo.

Contra o Atlético Mineiro, na Arena, o esquema mostrou seu ponto positivo: dominou amplamente o setor, amordaçando o galo, que foi cantar só no final, numa estocada mortífera. Mas cantou, e aí o Grêmio já estava com quatro volantes.

E é aí que mora o perigo. O quarto volante, o volante número 1 para substituir qualquer um dos três titulares é Ramiro.

Então, na ausência de um dos três, Ramiro; na tentativa de reforçar o meio para garantir um resultado positivo nos minutos finais, Ramiro.

Já se viu que Ramiro entra e o time cai de rendimento.

Vejam, não sou contra Ramiro. Entendo que é um bom jogador de grupo, mas não pode ser alternativa primeira nunca. Ramiro não pode ser o 12º jogador de um time que mira o título brasileiro.

Há um levantamento aí provando que com Ramiro em campo o Grêmio obteve a maior parte dos seus resultados negativos. É um dado, a ser considerado pelo técnico tricolor.

Eu preferia manter uma dupla de volantes e ter um meia atacante mais agudo, que aliás faltou na partida contra o Atlético. O Grêmio teve amplo domínio, mas não criou muitas situações claras de gol até por falta de uma jogada que foi perdida, pelo jeito, com a saída de Giuliano.

Sei que há jogadores na base – Roger está observando de perto a gurizada, e isso merece ser elogiado – que poderiam ser testados.

Minha bola da vez seria investir firme em Lincoln.

 

 

Alcindo e a conta de Roger

Faltou Alcindo. O ‘bugre’ teria mandado pelo menos umas duas bolas na rede do Atlético Mineiro, neste domingo.

Mas o Grêmio não tem nada parecido com Alcindo, centroavante da minha seleção gremista de todos os tempos.

(Escrevi um pouco sobre ele no comentário anterior.)

Faz tempo que o Grêmio não tem um matador. São incontáveis os jogos em que o Grêmio criou muito, amassou o adversário, e ainda assim não venceu.

Foi assim nesse empate por 1 a 1 com o time mineiro, cantado em prosa e verso por alguns analistas da praça como favorito ao título.

Pois o Grêmio foi muito superior ao Atlético. Não venceu por essas coisas do futebol.

Foi um crime esse empate. Mas como todos os crimes, sempre há pelo menos um culpado.

Saí da Arena, ainda atordoado com o gol de Robinho quase no final, convencido de que parte da responsabilidade cabe ao técnico Roger Machado.

Havia quase um consenso entre os gremistas que foram à Arena neste domingo que amanheceu triste com a notícia da morte de Alcindo.

Ouvi um gremista declarando para um repórter de rádio:

– Esse empate vai pra conta do Roger.

Concordo em parte. Durante o segundo tempo era visível o cansaço de Douglas. Roger demorou a tirar seu maestro, e até com boa razão. Afinal, o Grêmio com Douglas, mesmo cansado, dominava amplamente o adversário. Uma mexida talvez desarticulasse o time, permitindo uma reação do Atlético. É possível que Roger tivesse ponderado nesse sentido.

Não é fato que em time que está ganhando não se mexe? Mas no caso faltou colocar alguém mais agressivo para furar o bloqueio atleticano e concretizar em gol o amplo domínio.

O próprio gol de Luan foi quase um acidente. O Grêmio dominou, mas não teve acabamento nas conclusões na maioria das vezes. Faltou, inclusive, a já famosa ‘metidinha’ do maestro.

Então, era o caso de colocar um atacante para fazer a beira do campo, passando Luan para a função de Douglas.

Bolanos, que atuou pelas beiradas, às vezes parece que joga com a cabeça no Equador. Ainda está devendo.

Então, na conta de Roger, vai não o empate em si, porque seria uma conta muito pesada, mas o fato de não ter tornado o time mais agressivo e incisivo, com mais verticalidade e menos toques para o lado.

O Grêmio deveria ter ‘matado’ o jogo para não deixar o Atlético com seus atacantes experientes e frios especulando uma chance. O Atlético jogava claramente por uma bola. E teve essa bola.

Na conta de Roger, por uma questão de justiça, é preciso contabilizar que foi ele quem armou o esquema de envolveu completamente um dos favoritos ao título brasileiro. Méritos do técnico.

Seu erro, portanto, foi demorar para sacar Douglas (isso é quase unanimidade). A entrada de Ramiro eu até entendo – não concordo, mas entendo – seria para reforçar a marcação e não permitir o que acabou acontecendo, o gol desconcertante do Atlético.

O gol que subtraiu do Grêmio dois pontos que pareciam tão certos.

A conclusão é que Roger, que está com muito crédito, está acertando no atacando, e errando no varejo.

Mas erros que custam caro e tiram o sono de qualquer gremista.

Erros que passariam despercebidos se em seu ataque o Grêmio tivesse alguém do porte de um Alcindo Martha de Freitas, o maior artilheiro da história Tricolor.

SEGUNDONA

Os sinais são claros. O Inter está recebendo sinais de que ‘Jesus está chamando’. É pênalti perdido no último minuto; é gol sofrido quase no final e impedindo a vitória que se consolidava, como foi no empate por 1 a 1  com o Sport. E por aí vai.

Parece que tudo conspira contra. 

No caso deste domingo, só a arbitragem parecia favorável. Houve três pênaltis, todos discutíveis. Mas o juiz só marcou o favorável ao Inter.

Os outros dois, a favor do Sport, ele ignorou.  Por isso que o técnico Oswaldo de Oliveira foi expulso. Não aguentou.

Com o empate, o Inter dorme na zona de rebaixamento.

Alcindo, obrigado por tudo!

Alcindo é o centroavante da minha seleção do Grêmio de todos os tempos. 

Descobri Alcindo na minha mais tenra juventude, lendo a Folha Esportiva e a Folha da Tarde na década de 60, mais precisamente em 1965/66.

Lembro-me também de ouvir os gols de Alcindo na rádio Guaíba. Gols que depois pude ver no Canal 100, no cinema. Há jogos antológicos contra Vasco e Botafogo, que naquele tempo eram poderosos. Vitórias no Maracanã. Alberto (goleiro da minha seleção tricolor) fechando o gol e Alcindo marcando na frente.

Alcindo empilhava gols. Tantos gols que foi lembrado para a seleção brasileira de 66. Imaginem, um jogador da periferia do país naquele tempo precisava ‘gastar’ a bola para ser cogitado a vestir a amarelinha.

Pois Alcindo abriu seu espaço nos treinos da Seleção entre os 44 convocados, numa espécie de vestibular para ver quem iria para a Copa do Mundo da Inglaterra.

Chego a me emocionar ao cavocar minha memória (sem recorrer ao Google) e lembrar as manchetes em que Alcindo aparecia com destaque nos treinos, formando uma dupla imbatível com Tostão.

Os dois fizeram tantos gols e jogaram tão bem que ficaram no grupo principal.

Na Copa, Alcindo jogou ao lado de Pelé e Garrincha. Poucos jogadores ostentam isso em seus currículos.

Alcindo virou parceirão de Pelé, e de Tostão, claro.

Alcindo, não vai nascer outro igual. Aliás, Alcindo foi o último centroavante de qualidade formado na base gremista.

Parece incrível, mas é verdade.

Alcindo, muito obrigado!

Descanse em paz!

CORNETA DO RW

Vale a pena conferir essa bela homenagem do RW:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/08/alcindo_28.html

 

Grêmio encaminha classificação na CB

O sempre criticado Roger Machado escapou de linchamento. Ousou escalar três volantes, sendo que um deles foi outra ‘geni’ do time, o PGV (Pequeno Grande Volante) Ramiro.

Sem contar que, desprezando o bom senso e desafiando os astros, manteve Douglas no time em jogo fora de casa, onde decididamente ele não joga bem.

Pois não é que deu certo? O Grêmio fez uma de suas melhores atuações fora da Arena neste ano.

Se a proposta de Roger desse errado, as críticas cairiam como avalanche em sua cabeça.

Mas Roger, felizmente, acertou a mão. 

No primeiro tempo, só deu Grêmio. Algo que nem o gremista mais fanático acreditou que pudesse acontecer na piso sintético do Atlético Paranaense.

O gol da vitória foi o que se pode definir como o feitiço virou contra o feiticeiro.

O piso foi molhado por algum motivo, talvez para a bola correr ainda mais. O fato é que um escorregão de um atleticano no meio do campo proporcionou o contra-ataque, a bola escorregada de calcanhar por Douglas para Bolanos, que chutou cruzado na saída do goleiro.

Foi a única ‘metida’ de Douglas no jogo.

No segundo tempo, o Atlético voltou melhor, chegou a assustar até os 15 minutos. Depois, o Grêmio foi acumulando situações de gol.

Bolanos, Luan e Éverton entraram livres na área em lances de contra-ataque. Sem exagero, o Grêmio poderia ter goleado o Atlético Paranaense com o esquema com três volantes.

Aliás, antes do jogo sugeri esse esquema, mas com Maicon e não Ramiro. Ah, e sem Douglas. Mas o veterano meia parece mesmo ser ‘imexível’. 

O que importa é que o Grêmio encaminhou sua classificação na Copa do Brasil.

Domingo, contra o Atlético Mineiro espera-se que consiga fazer duas belas atuações consecutivas – coisa rara ultimamente – e vença o jogo para seguir na ponta de cima e com chances reais de título.

ATUAÇÕES

De um modo geral, todos jogaram bem. 

Kannemann foi discreto e eficiente em sua estreia.

Bolanos fez o gol, mas a meu ver precisa jogar mais e se comprometer mais com o jogo.

Wallace foi o grande nome do jogo. Soberbo.

Jogo para ‘poupar’ o maestro Douglas

O técnico Roger Machado fez treino secreto pensando no Atlético Paranaense. O adversário, dirigido pelo Paulo Autuori, fez o mesmo.

Uma tentativa de esconder aquilo que todos conhecem. Difícil ocorrer uma surpresa de qualquer lado.

Se Roger fosse mais ousado, sacaria Douglas do time. Já escrevi aqui que existem dois Douglas: o leão que se agiganta na Arena em especial contra adversários de grande porte, e o gatinho ron-ron que se enrola no novelo lã em jogos fora de casa.

É fato que o Grêmio cai de rendimento fora de casa. Se Douglas é o responsável maior por isso, há controvérsias, mas eu defendo essa hipótese.

Isso talvez aconteça até em função da idade de Douglas – Roger já admitiu várias vezes que armou um esquema especial para seu veterano e nada atlético meia.

Diante desse raciocínio, eu sacaria Douglas em todos os jogos fora de casa. Talvez com alguma exceção. E começaria pelo jogo desta quarta-feira, 19h30, contra o Atlético.

SErá um confronto duro, áspero. Na última vez que os dois se encontraram na Copa do Brasil o Grêmio foi inoperante ofensivamente e acabou eliminado sem fazer um golzinho sequer.

Bem, o que fazer? Primeiro, sacar Douglas. Segundo, dar sua camisa e suas funções a Luan. Simples.

Outra coisa que eu faria: Jailson na função de meia (sua origem), com Wallace e Maicon como volantes. Jailson jogando pelo lado direito, fazendo o corredor como dizem agora os doutos do futebol. No outro lado, Éverton. Na frente, Miller Bolanos.

Mas eu não sou treinador do Grêmio – infelizmente para o clube.

É claro que Roger não irá sacar seu guru, seu maestro, seu tutor, seu tudo.

Independente de quem jogue, é fundamental entrar em campo determinado a vencer, sem cogitar sequer do ‘pontinho fora’, praga difundida e enraizada na região abaixo do Mampituba.

Se a vitória não for possível – o adversário está bem, joga em seu piso sintético e ainda por cima tem um juiz que não dá ‘sorte’ ao Grêmio. Em 19 jogos com o sr Ricardo Ribeiro, o Grêmio venceu apenas DOIS jogos.

Apesar de tudo, e do retrospecto desestimulante em jogos fora de casa no Brasileirão (DEZ PONTOS EM TRINTA), eu acredito que o time reúne condições de voltar de Curitiba com vitória. Chances que aumentam se Douglas estiver fora.