Derrota previsível diante do histórico tricolor

Ao contrário da imensa maioria dos gremistas, considero a derrota diante do Flamengo um resultado natural, que não foge ao histórico do time neste Brasileirão.

Todos sabem, e não cansam de repetir, que o Grêmio fora de casa é fraco, uma caricatura do time poderoso que normalmente amassa seus adversários na Arena – com exceções absurdas como o empate com o Santa Cruz.

Em casa, o Grêmio de Roger Machado é um leão. Fora, um gatinho dócil, de unhas devidamente aparadas.

Então, todos os gremistas sabem disso, mas, torcedor é assim, sempre acredita que ‘desta vez mais ser diferente’. Não foi. o Grêmio cometeu um primeiro decepcionante. Não fosse Marcelo Grohe (alguém sabe me dizer se ele treina chutes com a bola rolando?), o Flamengo teria terminado com uma vitória mais larga.

Portanto, a derrota não me surpreendeu. Até porque o time já sai de Porto Alegre determinado a buscar o tal pontinho fora, o que acaba determinando uma certa acomodação. Não, o Grêmio, fora ou dentro de casa, deve sempre jogar pela vitória, e deixar isso muito claro em todas as entrevistas, do porteiro ao presidente.

É claro que eu me postei diante da TV, tomando chimarrão, sonhando com uma vitória. No final, depois que Henrique Almeida marcou o gol gremista, passei a considerar o ponto fora um bom resultado dentro das circunstâncias desalentadoras.

Os desfalques contribuíram para a atuação e resultado ruins. Não tenho dúvida de que com Luan, Wallace e Edilson o Grêmio venceria, porque esse Flamengo é fraco. Mostrou isso quando o Grêmio assumiu uma postura mais agressiva no segundo tempo.

Leio e ouço muita gente dizendo que o Grêmio está alijado da disputa do título. É difícil, mas é difícil para todos os que estão na ponta de cima já há várias rodadas. Todos com credencial para brigar pelo título até a última rodada.

O Palmeiras segue na ponta, mas a apenas quatro pontos do Grêmio, que, como todos sabem e parecem esquecer, está com um jogo a menos.

Bem, é fora de casa, contra o Botafogo, e esse é um risco. Espero que até lá o time incorpore a ideia de que pontinho fora não leva ao título.

Por fim, lamentar outra atuação frustrante do Miller Bolanos. A impressão que dá é que ele joga contrariado, sem ânimo, sem disposição.

Outra coisa, espero que Roger abandone de vez o Wallace Oliveira, que voltou a jogar mal.

Espero também que Luan e Wallace voltem com grande disposição para vestir a camisa tricolor depois dessa exitosa passagem pela seleção brasileira.

Se isso acontecer, o título brasileiro pode deixar de ser um sonho e se materializar.

OURO

Foi só depois que a dupla gremista, Wallace e Luan, entrou no time que a seleção brasileira passou a jogar um futebol realmente competitivo.

Os dois deram equilíbrio ao time, o que compensou o excesso de individualismo dos atacantes.

O time que só jogava para Neymar e a correria dos Gabriel, passou a jogar também com Luan, uma espécie de maestro nas jogadas de ataque.

Brasil é ouro no futebol, um título inédito que passou pelos pés de Luan e Wallace.

Ah, e pela sabedoria de Tite, que fez uma visitinha à seleção depois dos dois empates iniciais.

 

Não tenho dúvida de que a escalação da dupla gremista passou por Tite.

REBAIXAMENTO

O Inter não vai ser rebaixado. O time está há treze rodadas sem vencer. Perdeu a maioria dos jogos nesse período. E continua fora da zona de rebaixamento.

Tem muito time ruim se esforçando pra cair. O Inter está entre eles, mas tem potencial maior para escapar.

Ou não.

O desafio de sempre manter alto desempenho

Depois do eletrizante espetáculo deste domingo, na Arena lotada e frenética, ficou a certeza de que o Grêmio ‘só’ precisa manter maior regularidade de performances de alto desempenho nos jogos para assumir o posto não apenas de candidato – que já é, apesar de algumas atuações frustrantes -, mas de favorito ao título do Brasileirão/2016.

Não é fácil, mas se não puder repetir as atuações de nível superior que teve contra São Paulo, na 16ª rodada, que ao menos não tenha os desempenhos constrangedores – para não dizer brochantes porque este é um ambiente familiar – apresentados contra América Mineiro e Santa Cruz, os dois mais fortes candidatos ao rebaixamento.

Ninguém espera que os jogadores do Grêmio repitam contra equipes menores o entusiasmo e a gana seguidamente vistos nos grandes confrontos, mesmo naqueles em que o time não saiu vitorioso.

É da natureza humana crescer diante de grandes desafios.

Com certeza o comando gremista – dirigentes e comissão técnica – está atento a isso e tomando as providências necessárias para que o time jogue contra o Coritiba – integrante da turma de baixo – com a mesma vontade com que irá encarar o Flamengo e o Atlético Mineiro nas duas próximas rodadas.

Que enfrente o Coritiba como se fosse o Corinthians, porque os pontos em disputa são os mesmos.

DIA DOS PAIS

Antes tarde do que nunca: feliz Dia dos Pais a todos que usufruem da dádiva de terem colocado filhos neste mundo. Para os pais gremistas, de novo um dia especial porque nesta mesma data o Grêmio aplicava outra goleada: 5 a o no coirmão. 

DOUGLAS

Pode ser coincidência, mas o fato é que o Grêmio cresce muito quando Douglas joga bem. E o veterano meia deu um show de técnica, aplicação tática e gana de vencer. Escrevi dias atrás que existem dois Douglas, aquele de América e Santa Cruz, e o Douglas brilhante que marcou o gol da vitória sobre o São Paulo e que neste domingo iluminado foi maestro, solista e carregador de piano. 

Sem querer chocar os preconceituosos de plantão, este Douglas me serve e de mim só merece aplauso.

GEROMEL

O Grêmio mereceu a vitória nessa briga de cachorro grande.

Mas não fosse Geromel o time paulista teria marcado ao menos um gol. Pode-se dizer o mesmo para Grohe, que fez duas defesas sensacionais, e até Marcelo Oliveira, que evitou o gol paulista quase no final. Do outro lado, Cássio também foi muito exigido.

O grande problema é que Tite estava na Arena. E viu o gigante na zaga tricolor ao lado do sempre firme e seguro Wallace Reis.

Temo pela convocação de Geromel.

Outro que deve ser chamado para a seleção principal é Luan, que anda arrebentando nas Olimpíadas do Rio.

Aí fica difícil pensar em título.

PEDRO ROCHA

Ninguém jogou mal no time gremista. Ninguém. Todos tiveram atuação no mínimo acima da média.

Maicon e Jailson foram ‘apenas’ espetaculares. Na frente, Pedro Rocha, que vinha de atuações ruins, desabrochou. Fez um golaço, ganhou confiança e agora só tende a evoluir. Éverton voltou muito bem, inclusive com um gol.

Dos trio ofensivo, o que menos me agradou foi Miller Bolanos, que também deixou sua marca, o que pode contribuir para que melhore seu desempenho. 

 

Crise colorada e os bombeiros da mídia

É comovente o esforço do lado vermelho da crônica esportiva AM (Abaixo do Mampituba) para amenizar os efeitos da crise instalada no clube já faz algum tempo e que não parece com jeito de ceder.

Tem um colunista, entusiasmado com o mutirão liderado por FC, que decretou: o Inter não cai mais.

É o tipo de afirmação perigosa, como aquela Taison x Messi.

São os bombeiros tentando apagar o fogo.

A volta de Celso ‘fecha casinha’ Roth deixou muita gente entusiasmada. Tem gente que critica, mas que no fundo, nem tão no fundo assim, adora uma retranca. Faz parte da cultura do nosso futebol.

A cultura dos três zagueiros, dos três volantes, do bico pro alto, da ligação direta, do calção embarrado e do sangue escorrendo na testa.

A cultura do centroavante durão, grande e espadaúdo, que não distingue uma bola de uma moranga. Ah, a cultura do volantão, o cabeça-de-área.

Eu já fui assim, mas fui me reciclando.

Celso Roth é um remanescente dessa época não tão distante. Talvez por considerar que o futebol não mudou dos anos 90 até hoje é que ele não tenha conseguido sucesso nos últimos anos. Desde o fiasco com o Mazembe que Roth vive uma espécie de inferno astral, mas um inferno sempre muito bem remunerado. Sorte dele.

Voltando à crise colorada.

A Justiça determinou que o presidente não antecipe receitas de um período que ultrapasse o da sua gestão, que termina em dezembro.

Ele havia sentado em cima da reforma do estatuto, aprovada faz algum tempo, mas agora ele, o estatuto está valendo.

Crise pouca é bobagem.

Confira: http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/inter-justica-proibe-piffero-de-antecipar-receitas-do-clube-174059.html

DUELO DE IDEIAS

Eu abri esse boteco para expor minhas ideias sobre futebol, focando principalmente no Grêmio.

Uma espécie de terapia para alguém que ficou tantos anos trabalhando na crônica esportiva, onde eu, por dever de ofício, não poderia fazer o que faço aqui: escrever sem preocupação de manter a isenção clubística, a imparcialidade.

Aqui, eu sou um gremista escrevendo apenas quando quero, quando tenho vontade.

Então, esse boteco é um refúgio. É minha trincheira, compartilhada por muita gente.

A maioria não conheço pessoalmente, mas que já considero pessoas amigas.

Eu nem sempre concordo com o que leio. Sei que muitas vezes os botequeiros não concordam comigo.

Eles também muitas vezes não concordam entre si.

Aí, surge o saudável duelo de ideias.

Por vezes, os ânimos ficam mais exaltados e aparecem algumas ofensas, agressões verbais que em nada contribuem.

O agravante é que esse clima mais tenso acontece entre gremistas.

Todos querem o melhor para o clube, mas cada um a seu jeito.

Espero que os debates continuem, acirrados ou não, mas sempre com educação e respeito.

É o que desejo, é o que espero.  

 

Roger, Roth e a grama do vizinho

Aqueles radical e ferozmente insatisfeitos com Roger deveriam olhar pra grama do vizinho, que um dia foi muito verde e tenra e hoje virou um terreno lamacento.

Caiu o ídolo Falcão de uma forma humilhante. Mais uma vez dirigentes do Inter tratam um ídolo de uma forma cruel.

O nome da vez é Celso Roth. No sábado de manhã o blog cornetadorw deu a notícia em primeira mão: Falcão cai depois do jogo contra o Fluminense com qualquer resultado.

Prevejo dias com mais chuvas e trovoadas no Beira-Rio. Voltam velhas figuras com suas velhas práticas. Tudo pode acontecer. Até dar certo, o que eu duvido.

Mas voltando aos que gostariam de ver Roger longe da Arena.

Estou entre a maioria que vê alguns erros no trabalho do treinador. E, assim como muitos, vejo também inúmeros acertos. Somando e diminuindo, estou satisfeito com o que Roger anda fazendo, ainda mais considerando as limitações que lhe são impostas em função das dificuldades do clube.

Aos mais desatentos informo que a atual diretoria está pagando neste ano quase 5 milhões de reais, dívida contraída em 2001, referentes a Astrada e Amato.

E ainda há outros esqueletos no armário a assombrar a vida dos gremistas. 

Diante das carências, Roger Machado fez e ainda faz um bom trabalho, respeitado em todo o país.  

Agora, ele tenta resolver os furos defensivos e a insuficiência ofensiva dos últimos jogos. 

Kannemann pode ser a solução para a lateral-esquerda. Roger já treina essa possbilidade.

Outra alternativa treinada é um esquema com três zagueiros.

Permanecem as dificuldades no ataque. Guilherme, que entrou bem no time, pode ser a solução, mas acho difícil. 

Pelo jeito, só uma eliminação prematura dos Jogos pode resolver a assustadora ineficiência ofensiva do time verificada contra América e Santa Cruz.

A volta de Luan à essa altura seria uma benção.

 

Grêmio volta a frustrar expectativas

Aquilo que todos já sabem ficou ainda mais evidente no empate com o Santa Cruz, na Arena: o Grêmio tem um bom time titular, organizado, competitivo. Mas não tem um grupo forte.

A qualidade que faltou contra o América Mineiro voltou a faltar contra o time pernambucano. 

Nos dois jogos, a defesa gremista esteve relativamente bem, mas acabou salva por seu goleiro. Já o ataque foi inofensivo. Os goleiros adversários não precisaram fazer nenhuma defesa importante. Foram meras intervenções.

O técnico Roger Machado tem sua cota de responsabilidade. Ele simplesmente não sabe o que fazer sem Luan, Wallace e Éverton, que vinha num crescendo. Sem contar Giuliano, que teria sido muito útil nesses dois jogos.

Mas qualquer análise passa também pelo material humano. 

Vou simplificar: os dois laterais que jogaram contra o Santa Cruz são insuficientes para um time que almeja título nacional. Um deles ainda é possível suportar, mas os dois juntos não há time que aguente.

Na frente, Pedro Rocha está mostrando que não tem suporte emocional – nem técnico – para substituir Éverton. Por enquanto, não passa de uma promessa. Não que Éverton seja incontestável, mas diante do que há no grupo ele faz muita falta. 

Douglas é aquela coisa gelatinosa. Enquanto ele estiver no grupo irá jogar, não tenho dúvida.

Até porque eventuais substitutos, como Lincoln, não conseguem dar boa resposta. Será que é só por falta de continuidade? Só saberemos quando Douglas não estiver mais no clube.

Outra coisa: ficou claro nos dois jogos que Luan faz muita falta. Sem ele, o time ficou inofensivo.

Miller Bolanos é diferenciado, mas precisa de boa companhia e de um esquema que explore melhor suas virtudes, como o passe rápido, os deslocamentos. Bolanos não é de reter a bola, ao contrário. Até o momento, na minha opinião, não justificou o investimento.

O fato é que o Grêmio está vacilando na competição. Clubes que estavam mais atrás avançaram e encostaram em Palmeiras, Corinthians e Grêmio, os três patinando.

Hoje, a rigor, são sete clubes em condições de realmente ambicionar o título.

A continuar assim, estamos diante do Brasileirão mais disputado de sua curta história. 

Cabe ao Grêmio manter-se no pelotão da frente e reforçar-se, para chegar na reta final ainda em condições de ser campeão. 

Felizmente, o jogo contra o Botafogo foi transferido.  

INTER

Já o Inter segue sem vencer. Foi  batido pelo Cruzeiro, 4 a 2, e domingo enfrenta o Fluminense.

Tenho a impressão que Falcão, que não tem culpa do que está acontecendo, não resiste.

Há forte campanha para que um técnico de outro temperamento assuma e implante um esquema mais cauteloso, mais preocupado em não levar gol.

Celso Roth está na área. 

Os dois Douglas e a praga do ‘pontinho fora’

Todos sabem – alguns fingem não saber por interesses diversos – que o Campeonato Brasileiro é um perde/ganha que não respeita nada nem ninguém.

Mesmo assim, demonstram surpresa quando um time da ponta de cima perde ou empata com outro da ponta de baixo.

Na última rodada, por exemplo, o Grêmio ficou apenas no empate com o lanterna América-MG. Um resultado inaceitável ainda mais acompanhado de uma atuação próxima da leniência. Mas um resultado que não poderia causar tantas reações raivosas, a maior parte delas provocadas por 15 anos de seca, o que sempre gera uma expectativa tipo ‘agora vai’ com proporcional frustração e revolta.

Tudo muito natural. Ninguém gosta de perder e/ou ver seus sonhos frustrados. Na mesma rodada, o time que liderava foi batido por um adversário que vive beliscando a zona do rebaixamento, o Botafogo. Pelo que soube não houve reação tão forte entre os palmeirenses.

Então, as vitórias e as derrotas surpreendentes fazem parte do circo do brasileirão, uma competição repleta de armadilhas e caminhos tortuosos que podem levar ao título ou ao rebaixamento. 

DOUGLAS

No caso do Grêmio, o que interessa agora é descobrir o que acontece com o time nos jogos fora de casa. Todos nós temos nossas explicações, nossas teses.

Vou começar pelo Douglas. O Douglas que joga na Arena, sob o olhar atento e fiscalizador da torcida que nos momentos de raiva o chama de ‘barriga de cadela’, é um. Fora de casa, é outro. Se o Douglas mantivesse o mesmo padrão em casa como fora, as coisas poderiam ser diferentes.

Contra o São Paulo, vi o Douglas combatendo na linha da grande área defensiva. Depois, saindo rumo ao ataque.

Esse Douglas tão interessado só aparece nos jogos na Arena e nos confrontos contra equipes de maior parte. Lembram aquela atuação contra o Atlético Mineiro coroada com um gol antológico de Dougla?

Pois esse Douglas não apareceu contra o América. Estejam certos, ele volta contra o Santa Cruz. Na Arena. 

Estou convencido de que o desempenho de Douglas reflete em todo o time.

Até o goleiro Marcelo Grohe fica contaminado, demonstrando satisfação com o empate fora e fazendo uma cera que contrastou com a vontade do restante do time, mesmo desfalcado de Edilson nos minutos finais.

PONTINHO FORA

Deveria ser baixado um decreto no Grêmio contra frases do tipo:

“Vamos buscar três pontos em casa e beliscar alguma coisa fora”.

Não. Errado.

Isso funciona na cabeça do jogador, ou boa parte deles, como uma senha para jogar sem o mesmo empenho.

“Ah, ganhamos em casa, agora podemos jogar pelo empate que o pessoal vai ficar satisfeito”.

É a fórmula para não ser campeão.

Então, declarar que pontinho fora funciona como gol contra.

O resultado disso é limitar-se à luta por vaga na Libertadores.

Conforme tem destacado o blog cornetadorw, inclusive com dados de outros campeonatos brasileiros, só conquista o título o time que consegue acumular um número importante de vitórias fora de casa.

Vejam, três empates fora resultam no mesmo número de pontos de uma vitória.

O exemplo para mudar esse comportamento (estimulado pela maioria dos analistas esportivos e aceito por boa parte da torcida) deve partir da direção, do presidente do clube.

O Grêmio deve sempre entrar em campo fixado em jogar pela vitória, considerando o empate tão danoso quanto a derrota. Mesmo na casa do adversário.

É óbvio que determinados empates, pelas circunstâncias do jogo, mas só pelo andamento do jogo, podem ser até festejados.

Não foi o caso do jogo contra o América Mineiro.

Inter joga como time de série B. Grêmio só empata

O que se viu no Beira-Rio neste domingo foi o duelo entre um time candidato ao rebaixamento e outro postulante ao título.

O futebol que o Inter jogou foi de time fraco da segunda divisão. Teve sorte de não ser goleado pelo Corinthians.

A herança deixada por Argel é uma carga pesada demais para Falcão carregar.

O pouco de organização que o time possuía virou pó. Antes havia o chutão tão questionado pelos colorados de todas as instâncias – querem ver o Inter jogando como o Grêmio, de futebol bonito e eficiente. Hoje, não há chutão nem toque de bola, apenas confusão tática.

Quem caiu duas vezes, como o Grêmio, na primeira repetindo o refrão de que não havia risco de rebaixamento até a derrota derradeira diante do Botafogo, no Rio, identifica os sinais de queda.

A possibilidade de cair só não é mais concreta porque há pelo menos uns seis clubes com equipe pior. O problema é que nenhuma delas – com exceção do Cruzeiro – tem atrás de si uma torcida ambiciosa, que se torna agressiva como se viu mais uma vez após a derrota por 1 a 0, o que torna o ambiente tenso, afetando diretamente os jogadores. 

Torcedores reagiram com violência, depredando o patrimônio do próprio clube e gritando ‘fora Píffero’ entre outros. Falcão, como chegou faz pouco, foi poupado ao menos dessa vez.

Como se sabe, o Inter já escapou duas vezes de cair, em ambas as situações de maneira nebulosa, em especial a conhecida como o ‘caso Payssandu’, em 2002.

O caminho que leva à segundona começa por não reconhecer que o risco existe.

A torcida pelo jeito já se deu conta e quer providências urgentes.

Se o Inter cair leva junto a mais forte gozação dos colorados sobre os gremistas.

GRÊMIO DECEPCIONA AO SÓ EMPATAR COM O LANTERNA

Grêmio parece sofrer da (SAM) Síndrome do Adversário Menor. Enfrentou o lanterna do Brasileirão e não conseguiu se impor, e isso que vinha de uma vitória alentadora, que deixou nove entre dez gremistas – o um que falta nessa conta é de secadores – sonhando com o título.

O sonho persiste, mas entremeado de monstros assustadores como esse tal do América Mineiro do técnico ‘estudioso’ e do atacante que mudou de nome, o Vitinho, que agora é chamado de… não importa.

Não tem como não vencer o América. O consolo é que também o Palmeiras se deu mal com um time da ponta de baixo, e caiu aos pés do Botafogo.

Como se não bastasse foi duro aguentar Marcelo Grohe fazendo cera nos minutos finais. O time estava com um a menos – Edilson foi expulso após uma entrada temerária e desnecessária -, mas nem isso justifica o que Grohe fez.

Está certo, ele evitou o pior com duas grandes defesas. Mas precisava fazer cera?

E mais, a reposição de bola com os pés é ridícula. Numa delas, o Maicon reclamou. Em outra, ele que notoriamente chuta mal saiu da área para bater uma falta a poucos minutos do final. E o time deixou… A bola saiu pela lateral, claro.

Em termos ofensivos, só se salvou Miller Bolanos, que sentiu a falta de parceria qualificada, mas por pouco não fez um gol.

Enfim, um empate frustrante em que ficou evidente a falta de reposição qualificada na frente.

Mas o que importa, no final das contas, é que o Grêmio segue entre os líderes e na briga pelo título.

Desafio de Falcão: jogar como o Grêmio

O Inter quer ser o Grêmio. Quer dizer, o torcedor colorado quer seu time jogando como o Grêmio.

Argel caiu porque perdeu demais, além da conta, e também porque não conseguiu fazer seu time jogar como o Grêmio. 

Enquanto o time ainda ganhava, Argel era tolerado, aceito com relutância, com resistência pela maioria colorada, inclusive e principalmente os da mídia.

Foi assim no Brasileirão/2015, na conquista do Gauchão e, mais recentemente, nas primeiras rodadas do Brasileirão/2016.

Argel, na realidade, não resistiu à comparação com Roger Machado.

Não foram poucas as vezes em que Argel, nas entrevistas, mostrou um certo despeito por, mesmo vencendo, não ter o reconhecimento da mídia, nem local, e muito menos nacional, onde seu rival, Roger, segue reverenciado.

Inveja que ele mal conseguia conter. 

Argel seria o italiano Salieri, músico competente assim como é competente Argel, mas sem o brilho do alvo de sua inveja, Mozart.

O grande compositor austríaco seria Roger, reconhecido, festejado, admirado.

Mozart é lembrando por sua obra magnífica. Salieri, coitado, por sua inveja de Mozart, embora, dizem os entendidos, tenha feito boas composições.

Salieri, no futebol, seria a cotovelada, o chutão pra frente, a entrevista confusa. Mozart, a elegância e o futebol com toque de bola, a entrevista com frases bem formuladas e didáticas, encantando a todos. Inclusive muitos colorados.

Não é por outra coisa que o Inter foi buscar Falcão, um técnico de linguagem educada, postura elegante e adepto de um futebol bola no chão, ao estilo do praticado pelo Grêmio de Roger.

O desafio de Falcão é, primeiro, retomar o caminho das vitórias e afastar o fantasma da segundona, que anda atormentando os cronistas esportivos vermelhos, seguidamente mandando sinais de alerta para o Beira-Rio;

e, segundo, fazer isso jogando como o Grêmio.

Se Roger é Mozart; Falcão terá de ser nada mais nada menos do que um Beethoven.

Só assim ele poderá fazer seu time jogar da forma como joga – e encanta – o Grêmio.

 

O dia em que aplaudi Negueba

Eram 44 minutos do segundo tempo. Negueba saía de campo. Quando dei por mim estava aplaudindo entusiasticamente o jogador que quase me fez desistir de ir ao jogo contra o São Paulo. Temia pelo pior sem Wallace, Luan e Giuliano. E com Negueba como ‘reforço’. 

O preconceito é um dos maiores males da humanidade, eu sei. O preconceito está presente também no futebol, está em toda parte. 

Tenho de superar esse preconceito em relação ao Negueba. Foi pensando nisso que decidi ir à Arena.

Quem sabe Negueba não encaixa e o Grêmio faz um bom jogo e ganha do São Paulo?

No futebol, é comum ocorrer que jogadores desacreditados acabem luzindo, nem que seja apenas por um jogo.

Pois Negueba brilhou. Jogou demais, principalmente para mim que dele nada esperava além de correria de peladeiro.

Negueba marcou, recuou, atacou, chutou a gol, trocou passes com precisão. Enfim, e aí o maior dos elogios que posso fazer a ele neste momento: ninguém sentiu falta de Giuliano. E, pelo jeito, nem há de sentir, porque Negueba tem tudo para se tornar peça importante no esquema armado pelo técnico Roger Machado, que acreditou e investiu nesse jogador.

Méritos de Roger, e também da nova diretoria de futebol, que acertou em trazer Edilson (outro que critiquei) e agora Negueba. Neste domingo, ele jogou tanto ou mais que Giuliano, por um preço muito inferior.

DOUGLAS

Foi mesmo um domingo diferente. Até Douglas em aplaudi. Ele jogou muita bola. Dessa vez Roger o sacou do time na hora exata, logo após o meia errar um passe de forma bisonha para alguém tão talentoso.

Douglas foi demais. Várias vezes apareceu no setor defensivo tricolor, inclusive na área.

Mas continuo defendendo um meia que jogue nessa posição e que tenha uma jogada individual mais forte e vertical. Isso não impede que eu seja justo e o elogie quando for merecido.

GEROMEL

Agora, ninguém foi melhor no Grêmio que o Gerome. A presença do zagueiro Wallace parece que deixou Geromel mais tranquilo, mais seguro. Wallace é um baita zagueiro.

O problema é que o técnico Tite estava na Arena.

Se depender da atuação contra o SP, Geromel será convocado por Tite. E isso seria péssimo.

O MELHOR

O melhor em campo foi o goleiro Denis. Ele fez defesas espetaculares. Marcelo Grohe foi um mero espectador, o que prova a imensa superioridade do Grêmio no jogo.

Até no gol gremista Denis brilhou, porque evitou o gol de Maicon (outro de grande atuação), mas acabou largando a bola nos pés do onipresente Douglas. 

MILLER

O gol partiu de um passe preciso do Miller Bolanos na tabela com Maicon. Jogada treinada, segundo Roger.

Fora isso, o equatoriano finalmente dirimiu qualquer dúvida. É um bom atacante. Acertou quase todos os passes e arrematou a gol, num dos chutes obrigou Denis a grande defesa. É jogador para ficar nas imediações da área.

Joga com inteligência e simplicidade.

No mais, foi uma das melhores atuações do Grêmio que eu vi nos últimos anos.

E com o Negueba em campo. Futebol, futebol…

INTER

O time colorado foi muito beneficiado pela arbitragem em Campinas. Nem Corinthians, nem Flamengo, conseguiram tantos benefícios de uma arbitragem.

É tema para reflexão.

A Ponte teve um gol anulado (a bola cruzou a linha da goleira uns 30 ou 40 centímetros) e depois dois pênaltis indiscutíveis.

A Ponte, independente disso, poderia ter goleado.

O Inter acabou arrancando um empate.

Ah, futebol, futebol…

 

Giuliano soube honrar o manto tricolor

A saída de Giuliano era uma imposição, não técnica, mas financeira.

O atual departamento de futebol está de parabéns. Primeiro, foi Edinho; agora, Giuliano. Os dois juntos somavam perto de R$ 1 milhão por mês – é o que dizem.

Então, nesse aspecto, não há o que lamentar, ainda mais nesses tempos de crise.

O único problema que percebo, assim de longe, é que o time perde qualidade no meio de campo.

Ao contrário do que muita gente diz, Giuliano era um jogador importante. Não o protagonista, mas o complemento de luxo.

Os negócios de ocasião são assim mesmo, de ocasião. O certo, dentro de um planejamento de reformular gradativamente o grupo trazendo os salários para um patamar mais realista, seria negociar Giuliano mais adiante. Depois da volta de Wallace e Luan, dois expoentes técnicos da equipe. Com eles, mais o Maicon, Giuliano compunha um meio-campo superior. Um meio-campo que jogava tanto que podia dar-se ao luxo de carregar nos ombros o veterano Douglas.  

Estou convencido de que Giuliano foi prejudicado por esse esquema armado para Douglas poder jogar e dar suas metidinhas, cada vez mais raras – diga-se. Douglas virou um carregador de piano de luxo. Um operário caro demais.

Por isso, foi negociado. E, claro, também para atender os interesses do investidor, o que é muito natural.

Diferente do que acontece por aí, os investidores do Grêmio não ficam com fatias generosas de promessas da base.

Bem, com Giuliano fora, resta saber quem joga. Eu penso que Jailson deva ser o primeiro a ser testado. Outro que pode aparecer por ali poderia ser o Tontini, que pouco vi jogar. Tem ainda o Negueba e o Pedro Rocha.

O que me parece claro é que se Jailson não corresponder em breve teremos manifestações nas redes sociais lamentando a saída de Giuliano.

Os mesmos que hoje soltam foguetes.

Independente de qualquer análise técnica, é importante destacar que Giuliano teve grandes atuações. Algumas empolgantes.

E o principal é que ele honrou o manto tricolor. Porque esforço e dedicação nunca lhe faltou.

Boa sorte ao Giuliano!

FELIPE GARCIA

Na segunda-feira, no programa Cadeira Cativa, canal 21 da Net, defendia a contratação de Felipe Garcia, um meia-atacante goleador, destaque do Brasil de Pelotas. Muita gente torceu o nariz (não o do Reche, mas o próprio). Hoje, há rumores de que o Grêmio está mesmo tentando esse jogador. É uma aposta de baixo custo que pode dar certo.

Quem trouxe Vitinho contrata Felipe Garcia de olhos fechados. Se bem que Vitinho é da gestão anterior no futebol tricolor.

RW E NICO LOPES

Saiba quem é de verdade o novo reforço colorado:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/07/noticias-do-andarilhonico-lopes.html