Foi um domingo péssimo para nossos representantes na série A do Campeonato Brasileiro de Futebol.
A principal conclusão, depois da derrota do Inter por 1 a 0 em pleno Beira-Rio e a do Grêmio, em Recife, por inaceitáveis 4 a 2, é de que mais uma vez Grêmio e Inter vão passar em branco pelo Brasileirão na era dos pontos corridos.
O Inter, então, vai para 38 anos sem vencer o Brasileiro, e olha que a cada início de ano o presidente da vez gasta o que não tem para buscar o título.
A torcida colorada se deu conta disso, ontem, quando o líder Palmeiras somou mais três pontos e deixou o Inter plantado a 12 pontos de distância. O Inter hoje é décimo colocado.
O torcedor não suportou deparar com a dura realidade: o Inter está fora da disputa pelo título.
Protestou com veemência. Sobrou palavrão para os principais dirigentes. Os jogadores foram chamados de mercenários. Teve até torcedor ferido no confronto com o pelotão de choque. Foi como nos tempos do portão 8.
Crise é isso. (Espero que Marcelo Hermes e Bolanos fiquem em segundo plano nesta segunda-feira.)
Sobrou para o técnico Falcão, que pega o clube nessa turbulência, e tudo indica que é outro que não resistirá muito tempo.
Já o técnico Roger ainda navega em águas tranquilas, mas já faz algum tempo enfrenta umas marolas.
A fama de demorar para substituir está consolidada, e é motivo de muitas críticas.
A insistência em manter o veterano Douglas se arrrastando até o final, ou perto disso como foi em Recife, causa muita revolta. Muita revolta.
Assim como certamente ouve os jogadores mais experientes nas internas do clube, Roger deveria prestar um pouco mais de atenção naqueles que de uma hora para outra podem perder a paciência, e a tolerância, e partir para atos extremos, assim como fizeram centenas de colorados neste domingo.
Penso que o torcedor merece mais respeito, merece ser ouvido. Cabe aos dirigentes e funcionários do futebol prestarem um pouco de atenção na voz daqueles que mantêm esse circo milionário.
É preciso ter sensibilidade e humildade para depurar o que é dito e escrito nas redes sociais ou no grito dos estádios.
É, na realidade, inaceitável que clubes grandes, com folhas de pagamento milionárias, acumulem tantos anos sem um título sequer no Brasileirão dos pontos corridos.
O Inter, gostem ou não, está fora da disputa. Disputa no máximo vaga para a Libertadores de 2017, e olhe lá.
Já o Grêmio, apesar de outra decepção, ainda está na briga.
Não é fácil, ainda mais que dois de seus principais jogadores, Wallace e Luan, ficarão alguns jogos fora.
Mas Roger Machado conta hoje com um grupo de boa qualidade, de um modo geral.
Apesar da campanha excepcional, o Palmeiras está longe de ser imbatível – o próprio Grêmio só perdeu para ele por causa das famigeradas bolas aéreas, essas que estão fazendo a alegria de adversários como Chapecoense e Sport Recife.
Ou Roger corrige esse problema – entre outros – ou será sua vez de sentir o calor de um ‘portão 8’.
O JOGO
O Grêmio começou melhor. Poderia ter feito pelo menos um gol até os 20 minutos, quando o Sport equilibrou. Luan foi uma decepção. Perdeu um gol logo de saída, acertando a trave.
Luan parecia estar com o pensamento nas Olimpíadas.
Pior que ele foi Giuliano, isso para citar os jogadores que são referência técnica. Seu único lance bom no jogo foi o passe para Luan perder o gol citado acima.
Outro que não foi bem, sem inspiração e ainda menos transpiração, foi Douglas.
Difícil entender por que motivo ele ficou tanto tempo em campo.
Coisas de Roger Machado.
Mas pior de tudo foi a zaga, que levou dois gols de bola aérea.
Destaque para Geromel, que voltou marcando dois gols.
Outro destaque: Diego Souza.
Um dia vou entender por que o Grêmio nunca mais tentou trazê-lo de volta.
Entraria muito bem no lugar de Giuliano, e sairia mais em conta.