Grêmio brilha em meio à neblina

A derrota do Inter por 3 a 2 diante do Figueirense, à tarde, melhorou o estado de espírito dos torcedores do Grêmio e deve ter proporcionado mais tranquilidade aos jogadores para o clássico contra o Cruzeiro, disputado sob forte neblina.

O fato é que o Grêmio venceu por 2 a 0 – e poderia ser por vantagem maior – com muita autoridade. O goleiro Marcelo Grohe foi pouco exigido e, mesmo com as lesões de Wallace Reis, Geromel e Maicon, o time se manteve superior em campo. 

É claro que o Cruzeiro ameaçou, principalmente quando o time perdeu os jogadores citados. Houve até um pênalti marcado por um bandeirinha – tipo de coisa que só costuma acontecer com o Grêmio – no segundo tempo. O chute saiu desviado. Se acontecesse o gol naquele momento o jogo poderia ficar complicado, ainda mais que Roger Machado ficou impossibilitado de fazer substituições táticas e técnicas.

Douglas, por exemplo, teve de permanecer em campo até o final. E até que ele foi bem. Marcou um gol de cabeça no rebote do goleiro Fábio. Aliás, se é o Marcelo Grohe que defende dessa forma, para a frente e não para os lados, estaria sendo xingado até a quinta geração.

O que eu não gostei do Douglas é que ele insiste em bater falta mesmo com Luan em campo. Aos 31 do segundo tempo, falta frontal, perto da área, perfeita para Luan. Douglas se intrometeu e chutou na arquibancada. Depois, colocou a mão na coxa esquerda fazendo um jeito para disfarçar a péssima cobrança.

O importante é que o Grêmio venceu e segue vitorioso na Arena, sem gol sofrido. É a melhor campanha em casa no Brasileirão. Onde estão aqueles que diziam que a Arena não faria a diferença? 

LUAN

Luan mais uma vez fez a diferença. Foi o protagonista das principais jogadas, chamou o jogo para si, foi para cima dos adversários, apanhou e se levantou. Fez um gol de cabeça na posição de centroavante aipim, desmontando a tese de alguns sobre os atacantes de movimentação. Nesse lance, Luan armou a jogada, Éverton cruzou na medida e Luan apareceu para concluir.

Depois, Douglas ampliou após chute de Luan e defesa de Fábio. O goleiro ainda fez uma defesa sensacional num arremate de Giuliano, o ‘operário’ mais talentoso que vi atuar recentemente.

Luan ainda acertou uma bola em curva na trave direita.

Já visualizo Luan brilhandol em algum grande clube europeu, talvez o Barcelona.

Mas antes ele precisa trabalhar muito para dar um título nacional ao Grêmio.

 

Surge o favorito?

O Inter faz uma campanha admirável no Brasileiro. Surpreendente até para o mais fanático dos colorados.

Não se pode ignorar, contudo, a tabela de jogos que caiu sob medida – como de fosse uma encomenda – para dar confiança e encorpar a equipe.

Mais surpreendente do que a liderança isolada do campeonato, no qual o Inter vive 37 anos de seca, é a reação que percebo entre os vermelhos. Nada de euforia!

– Depois do jogo de ontem (vitória de 2 a 0 sobre o misto do Atlético) estou começando a levar fé – confidenciou-me um colega colorado, que tinha três aninhos de idade em 1979.

Uma trajetória como essa em outros tempos levaria os colorados ao delírio. As redes sociais estariam entupidas de manifestações ufanistas.

Com raras exceções, há muita discrição. A impressão que dá é que o pessoal não leva muita fé no time, em especial no treinador.

Seguidamente leio e ouço comentários críticos à atuação do time, mesmo em caso de vitórias.

Imaginei que os colorados, em especial aos da mídia, fossem se esbaldar com a vantagem do time no Brasileiro.

Mas não, o pessoal anda discreto, comedido, contido.

Percebo, inclusive, um certo constrangimento.

O técnico tão criticado, por seu trabalho de campo e suas entrevistas, está respondendo seus detratores com vitórias.

E como se sabe o que vale no futebol é o resultado.

Tudo mais é tese e especulação.

A realidade, hoje, é que o Inter de Argel começa a despontar como favorito ao título.

 

Os 15 anos 

 

Hoje, em vez de sair por aí cantando o hino vermelho, um grupo de colorados divulgou um vídeo debochado sobre os 15 anos do Grêmio sem um grande título.

Uma brincadeira saudável, sem problemas. 

Uma brincadeira que só foi ratifica a grandeza do Grêmio. Mostra o quanto o Grêmio é grande, porque ninguém mexe com os pequenos.

Já passou o tempo de um clube tão grande, tão superior, ficar sem um grande título.

Os gremistas começam agora a ter uma ideia de como foi sofrido para os colorados sobreviverem 23 anos na expectativa de conquistar um título mundial.

Foi um longo período de inveja, rancor e frustração. O Grêmio no topo do mundo.

Eu sei que doeu muito porque convivi com os colorados durante esses anos todos.

É o futebol, a paixão que ele provoca.

Uma paixão que faz o torcedor, marmanjo, perder a cabeça e trajar um vestido de debutante só pra gozar com os gremistas.

Decididamente, não há o que o futebol não consiga fazer com as pessoas.

Defesa volta a falhar e Grêmio perde 2 pontos

O Grêmio saiu de casa para trazer quatro pontos em seis contra Fluminense e Chapecoense.

Voltou com apenas dois. A meta não foi atingida.

É assim que um time deixa de ser postulante ao título do Brasileiro e passa a lutar por uma vaga na próxima Libertadores. 

É cedo para afirmações como essa, mas o histórico do campeonato leva a esse tipo de conclusão.

O Grêmio terá de correr atrás para recuperar esses dois pontos que ficaram em Chapecó.

Pelo que aconteceu no jogo, era para voltar com vitória.

No final, para quem perdia nos minutos derradeiros, o empate acabou sendo bom, mas só porque um ponto é sempre melhor que zero ponto.

A defesa que era o ponto alto no início voltou a ser uma peneira, uma porteira aberta para quem quiser entrar.

O Grêmio saiu na frente com o gol de Geromel a 3 minutos. O time em vez de ir para cima jogou como se o gol achado pudesse se repetir sem maiores esforços no gramado irregular do Indio Condá.

Veio o pênalti. Edilson foi driblado com facilidade assustadora, como se fosse um aipim encravado. E não foi a primeira vez, revelando que ele é muito eficiente no apoio, mas facilmente driblável. Jailson, que acabou se firmando, cometeu o pênalti.

Aos 41, Jailson recebeu de Douglas invadiu o área e fuzilou o goleiro. Golaço.

O Grêmio foi incompetente para garantir a vantagem. Logo em seguida Thiego, ex-zagueiro do Grêmio, empatou, cabeceando sem marcação e sem saltar. Nâo deu chance para Grohe.

Quase no final, Thiego voltou a marcar de cabeça. Nesse lance o goleiro gremista poderia ter saído da goleira. Falhou Grohe, assim como todo o sistema defensivo.

Quando o jogo se encaminhava para uma derrota, Giuliano desviou de cabeça um cruzamento de Negueba, que havia substituído Éverton, de má atuação. Foi a única coisa de positiva que Negueba fez.

Difícil entender por que o técnico Roger Machado não colocou Lincoln ou Tontini, que estão na fila e mais habituados ao modo de jogar do time.

Provado está que jogador vindo de fora sempre tem prioridade, mesmo sendo, digamos, mediano como Negueba.

Agora, fica a obrigação de vencer o Cruzeiro, domingo, na Arena.

O jogo será às 19h.

Vocês não esperavam que o Grêmio fosse jogar um clássico em sua casa num domingo, às quatro da tarde, esperavam?

Vexame da seleção ajuda o Grêmio

Houve um tempo em que eu me interessava e até torcia pela Seleção Brasileira. Pelé ainda jogava.

Depois, fui me desapegando.

Cheguei ao ponto de ligar a TV domingo de noite e desprezar o jogo contra o Peru.

Lá pelas tantas, decidi dar uma espiada. Queria ver se Wallace estava jogando e queria também conferir o Guerrero, que estaria nos planos do Grêmio.

Mudei de canal quando vi um peruano ser calçado dentro da área a uns quatro metros do juiz.

Pensei: sempre a arbitragem ajudando a seleção. Sempre. Desisti de ver o jogo.

Adotei, faz tempo, uma regra: procuro ficar longe de qualquer coisa que me irrite. Reconheço, não é fácil.

Na metade do segundo tempo voltei para jogo, imaginando que Wallace tivesse entrado no meio campo faceiro do Dunga.

Ouvi o Casagrande dizendo que a seleção estava bem. Não, o time estava mal, muito mal. 

O Peru estava engrossando (não consegui evitar essa). 

Falando sério, fiquei impressionado com o toque de bola dos peruanos, toques curtos, alternando com bola longa, muita vibração em cada disputa.

É claro que eu torcia pelo Peru. Faz tempo, muito tempo, que torço contra a seleção.

Descobri recentemente que aumentou muito o contingente de secadores desse grupamento de profissionais muito ricos que jogam pela seleção sem nenhuma empolgação. Sem comprometimento, com raras exceções.

Quando o Peru fez o gol, vibrei. Depois, fiquei torcendo para que a imagem do gol não fosse repetida pela TV, porque nitidamente o juiz esperava por isso para confirmar ou não o gol.

Demorou tanto a imagem aparecer que o juiz acabou confirmando mesmo o gol. Segundos depois, apareceu o lance em que o atacante peruano usa o braço direito para marcar.

A seleção do Dunga, que já deveria ter perdido para o Equador na estreia (gol anulado de Bolaños coadjuvado pelo goleiro Alison), acabou conhecendo a dor de um erro clamoroso de arbitragem.

Foi só então, ouvindo o Galvão Bueno, é que me toquei que a seleção estava eliminada.

Pensei na hora: Wallace e Grohe voltam antes do tempo.

Não tenho dúvida que por trás desse vexame está toda uma energia negativa da torcida gremista sobre Dunga e sua seleção.

Ele provocou demais os deuses do futebol identificados com o tricolor.

Bem, tudo indica que Dunga não continua no comando.

O ideal é que com ele caísse toda a alta cúpula da CBF. Mas aí já é querer demais.

 

 

 

Misto do Grêmio penalizado pela arbitragem

O misto – faço questão de enfatizar isso porque muita gente parece esquecida – do Grêmio conseguiu um bom resultado sábado à noite, no RJ, ao empatar por 1 a 1 com o Fluminense, que, como todos sabem, é sempre um candidato em potencial ao título.

Mesmo que tivesse jogado com força máxima, empatar com o Fluminense fora de casa não seria um mau resultado. Estaria dentro das estimativas e projeções.

Agora, quando o empate se dá em função de uma arbitragem sórdida e ainda com o time desfalcado de quatro dos seus principais jogadores – Marcelo Grohe, Wallace, Luan e Bolaños -, é quase um resultado a ser comemorado. 

O que eu recolho de mais positivo desse jogo em Volta Redonda é que o Grêmio deixou muito claro que bateria o time carioca se tivesse completo, ou não tão desfalcado. E isso sim deve ser festejado.

O Grêmio tem um time capaz de brigar pelo título, porque mesmo prejudicado por erros humanos do árbitro André de Freitas Castro – por momentos desconfiei que ele fosse do quadro de árbitros da federação gaúcha – resistiu à pressão e garantiu o empate.

Vejo que muita gente questiona e critica o técnico Roger Machado por ter se encolhido pelo fato de estar com um jogador a menos. Ora, se ele não troca atacantes por jogadores mais defensivos e toma gol, seria crucificado por ter mantido o time aberto. Como ele optou, e fez bem, por se fechar e assegurar um ponto, leva pau por conformar-se com o ‘pontinho fora’. 

Quem acompanha o trabalho de Roger sabe que ele gosta de ver o time dele no campo do adversário. E até já foi chamado de ofensivista e, mais grave, de técnico faceiro, que deveria rechear o meio de volantes. Ocorre por vezes o time não consegue atacar, especialmente quando tem um jogador a menos diante de um Fluminense que vai incomodar muita gente.

ARBITRAGEM

O ‘homem de preto’ começou a mostrar armas ao não marcar o pênalti cometido por Henrique. Até os ‘isentos’ comentaristas de arbitragem da aldeia reconheceram a infração. 

Depois, a expulsão de Ramiro. É como disse o Maicon, que está se revelando uma liderança em campo, se o juiz expulsar atleta a cada xingamento não fica ninguém pra apagar a luz.

Pelo que foi colocado na súmula, Ramiro exagerou na dose de ofensas, deixando o time com um a menos por um bom tempo.

Sua expulsão, justa ou não, prejudicou demais esse Grêmio desfalcado e sem substitutos de maior qualidade, confirmando a necessidade de reforçar o grupo para realmente ter condições de almejar o título, sonho de todos os gremistas.

Então, não dá pra jogar toda a culpa na arbitragem. Ramiro tem sua parcela de responsabilidade e isso não pode ignorado pelos homens do futebol tricolor. Até para evitar que fato como esse se repita.

Expulsão por cochichar no ouvido do juiz é o fim da picada! 

Por fim, esse juiz, que se revelou também incompetente, precisa levar uma geladeira, porque sua atuação realmente levanta suspeitas.  

HERMES

O ‘alemão’, como é chamado por Roger, está se afirmando como titular da lateral-esquerda. Ainda é muito instável, irregular, mas já mostrou que merece ser mantido titular, mesmo com a volta de Marcelo Oliveira.

Sábado, marcou um belo gol, revelando habilidade ao dar uma cavadinha – que muito centroavante perto de nós não sabe fazer – e encobrir o excelente goleiro do Flu.

Pensamento mágico e contratações polêmicas

O pensamento mágico anda de mãos dadas com os dirigentes da dupla Gre-Nal. E seus treinadores.

Não vejo mal algum em acreditar na magia e nos mistérios da vida, em duendes, nos deuses do futebol, etc. Faz parte.

O problema é quando a racionalidade, a pesquisa, o planejamento, a lógica e o estudo são colocados em segundo plano, em detrimento de devaneios, delírios e, claro, do pensamento mágico.

Por exemplo, acreditar que Negueba, jogador de biografia discreta e raros gols assinalados, possa ser um reforço, é quase como crer na inocência do ex-presidente Lula.

Negueba é uma aposta, mas uma aposta com chances pequenas de dar certo. 

Vale o mesmo para Leandro Almeida, zagueiro que o Inter está contratando do Palmeiras. Ariel é outro que entra nesse pacote.

Nessas ocasiões sempre tem quem lembre de Jardel, Paulo Nunes e outros que chegaram desacreditados e acabaram fazendo carreira, conquistando títulos.

Poucos destacam que esses nomes são, na realidade, as exceções.

Sei que os cofres estão raspados. Mas isso não justifica.

Ao contrário. É mais um motivo para fazer aquilo que está caindo de maduro: investir na prata da casa.

Tem uma lição básica, que muitas vezes é pisoteada: jogador para compor grupo a gente encontra na base. Jogadores medianos servem mesmo é para truncar os jovens formados no clube.

O Grêmio tem hoje esperando uma oportunidade – colocar Batista aos 43 do segundo tempo contra a Ponte Preta não é exatamente uma oportunidade – uma série de jovens promissores: Iago, Tontini, Kaio, Jailson, entre outros.

Dificilmente algum deles terá tão cedo a sequência de jogos que Negueba irá receber assim que pisar no CT tricolor.

Se dessem uma chance (real) para Tontini, por exemplo. Não, isso não passa pela cabeça dos dirigentes aqui no Sul.

O negócio deles é buscar fora o que já tem em casa.

Aproveitar de fato a gurizada somente na hora do desespero, quando os titulares estão fora por lesão, seleção brasileira, cartões, caxumba, etc

É o que acontece agora. São vários desfalques para o jogo contra o Fluminense. Será que o técnico Roger conhece o verdadeiro potencial da gurizada para ali encontrar substitutos confiáveis? 

Com certeza teria mais firmeza nas escolhas se tivesse testado melhor esses jogadores. A não ser que para ele bastem os treinos. Mas jogo é jogo, treino é treino.

Assim, na hora do aperto, por falta de amostragens mais seguras dos jovens, o recurso é apelar para os mesmos que faz tempo nada resolvem.

CÁSSIO

Quem me acompanha sabe que há muito tempo venho dizendo que Cássio é o melhor goleiro no país.

É Cássio e os outros. Grohe é um baita goleiro, mas Cássio é superior.

O Grêmio estaria tentando contratar Cássio, em situação de litígio no Corinthians.

Para isso, precisa negociar Grohe. Não tem como ficar com os dois. 

Mas há informações de que Marcelo Grohe está sendo negociado, abrindo caminho para a volta de Cássio.

Se isso acontecer espero que Dunga – ele ainda estiver na seleção – não o convoque.

 

Golaço de Luan: prêmio pela insistência do time

Vitória por 1 a 0, com gol nos acréscimos, é quase uma goleada.

Foi um jogo sofrido, com a Ponte Preta se defendendo de qualquer jeito e explorando contra-ataque também de qualquer jeito.

Para completar, o Grêmio atacando de qualquer jeito. Na maioria das vezes abusando do toque-toque improdutivo. Depois, mesmo com um jogador a mais, abusando da bola erguida para a área de qualquer. O antigo ‘chuveirinho’ ressurgiu das trevas. Ou do desespero. 

Lembrei-me do velho Olímpico, lá pelos anos 70/80, quando a bola rifada para a área da intermediária, pegando a defesa rival de frente, em posição de superioridade perante o ataque.

Tanto o toque-toque como o ‘chuveirinho’ são irritantes, especialmente quando se abusa desse tipo de jogada.

E não é que na tarde iluminada, com o sol já se pondo sobre o Guaíba, um lançamento despretensioso, aquele ao qual o jogador recorre quando já não sabe o que fazer para penetrar na área, resultou no gol da vitória? O gol que anulou teses e opiniões ditas definitivas sobre este ou aquele atleta, e até, claro, sobre o treinador Roger Machado.

Maicon lançou para a área, o zagueiro afastou e Luan pegou o rebote, ajeitou e chutou forte no ângulo superior direito. Sem chance para o goleiro. Um golaço do craque do time.

Um golaço de Luan, que mesmo com dor na sola do pé pediu para jogar, contrariando o departamento médico.

INSISTÊNCIA

O principal é que o Grêmio, sem ter feito uma boa partida, mas também longe de ser ruim, é que o os jogadores nunca se entregaram.

O time venceu pela indignação diante de um empate que não refletia o que acontecia em campo. Venceu pela garra e pela insistência. 

Contra o Palmeiras, na derrota por 4 a 3, o time já havia mostrado a mesma determinação, a mesma entrega.

Com certeza, é reflexo de um trabalho que está sendo feito pelos novos gestores do futebol tricolor.

A vontade de vencer, até para compensar a derrota na semana, era tanta que alguns jogadores abusaram das entradas viris, como Luan e principalmente Lincoln, que conseguiu ser expulso com poucos minutos em campo.

Seria interessante uma análise do comando a esse respeito.

Daqui a pouco não vai faltar gente, em especial aqui na aldeia, para rotular o Grêmio de time violento.

ESTREIA

Gostei muito de Wallace. Mostrou segurança, firmeza, domínio do setor. Jogador experiente, que joga sério. Posso estar enganado, mas o Grêmio encontrou um bom companheiro para Geromel, que se sentiu tão seguro que foi várias vezes ao ataque.

COTAÇÃO

Em relação aos demais jogadores:

Bruno Grassi: quase não foi exigido.

Edilson: uma recaída

Geromel: um gigante

Hermes: esforçado apenas

Ramiro: não comprometeu, mas o time perde sem Wallace

Maicon: outra atuação muito boa. Parece estar incorporando a alma tricolor.

Giuliano: muita movimentação, muita vontade e poucos acertos ofensivos

Luan: alguns bons lances, outros nem tanto. Poderia ter sido expulso. Mas o gol apaga tudo de negativo.

Douglas: uma metidinha para Éverton e só. Que eu me lembre.

Éverton: precisa urgente colocar o pé na forma. 

SELEÇÃO

Falha de Alisson teve repercussão mundial. Só não foi maior porque o juiz, seguindo seu bandeirinha, anulou o gol. Mas a bola estava em cima da risca da linha de fundo quando Miller Bolanos chutou rasante, sem maior pretensão. Alisson acabou mandando a bola para a rede.

O lance lembrou muito esse:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/06/internacional-0x1-gremio-brasileiro-1987.html

Erros coletivos causaram a derrota em SP

Fazer terra arrasada da derrota por 4 a 3 diante do Palmeiras, em SP, é uma demasia. É coisa de quem espera demais de um time mediano, do nível de todos os demais candidatos a título do Brasileirão.

Esse time que fracassou na Libertadores, no Gauchão e na Liga estava fazendo demais, acima do que previam os mais otimistas. 

Dói mais quando a realidade despeja um balde de gelo sobre a empolgação.

Se não houvesse uma CBF no meio do caminho, com seu preposto Dunga para tornar a caminhada ainda mais espinhenta, até seria possível projetar uma disputa pelo título.

Hoje, o grupo do Grêmio é modesto, mal dá para formar um time competitivo. Um time que perde força e se fragiliza quando cede jogadores para a seleção passear nos Estados Unidos.

A direção tem muito trabalho pela frente. Precisa qualificar o time.

Já no primeiro jogo sem Marcelo Grohe a defesa menos vazada, com zero gol em quatro jogos, escancarou as deficiências conhecidas anteriormente.

Bruno Grassi levou quatro gols. Tenho dúvidas se Grohe evitaria os gols, talvez o segundo, onde me parece ter ocorrido uma falha técnica de Grassi. Ele, acredito, poderia ter dado um passo para trás para só então tomar impulso e afastar a bola que o encobria. 

Mas a falta de Grohe se deu principalmente pelo entrosamento com os companheiros. É muito importante o goleiro estar alinhado especialmente com seus zagueiros. E isso estava acontecendo. A zaga vinha bem.

Nesses quatro jogos ninguém ergueu a voz para criticar Bressan, que estava dando conta do recado.

Com os quatro gols sofridos, sobrou para Bressan. Vi erro de posicionamento e descuido coletivo nos gols de cabeça.

Vi erro no primeiro gol do Palmeiras, numa bola metida por Dudu, que depois daria outras duas metidas preciosas, contra nenhuma de Douglas, figura apagada no jogo.

Ali me pareceu que Bressan foi desatento e lento, mas velocidade nunca foi seu forte. 

No segundo gol, baixou um capeta verde que levou a bola para a rede tricolor. Gol de Roger Guedes, um guri de Ibirubá, que ganhou uma disputa com Wallace, frouxo no lance.

A entrada do inquieto Guedes, que tem apenas 19 anos, no lugar do aipim Alexsandro, melhorou muito o Palmeiras. Outro jogador que chamou minha atenção foi Moisés, um volante que faz área a área.

O terceiro gol foi de Vitor Hugo, notório cabeceador na área alheia. Um perigo. Pois ele cabeceou sozinho metendo-se entre Bressan e Geromel. Aí houve falha de Luan que estava ao lado do zagueiro na risca da grande área e não o acompanhou. Colocar Luan para marcar o melhor cabeceador do Palmeiras é um desatino.

No quarto gol, a bola voou sobre a área, dois metros acima de Bressan, e alcançou Thiago Santos, que escapou de Marcelo Hermes para cabecear.

Como se percebe, muita gente cometeu erros. Alguns começaram bem antes de o jogo começar.

EDILSON

Grande partida do Edilson. Eu critiquei muito sua contratação. Ele fez a belíssima jogada para o segundo gol de Giuliano. Depois, marcou um gol em jogada individual, cheia de iniciativa e indignação. Gostei, apesar de alguns descuidos defensivos, mas nada significativo.

Só espero que ele não tenha uma recaída.

PONTE PRETA

Só existe uma maneira de exorcisar essa derrota em SP.

É vencer a Ponte Preta neste domingo, 16h, e continuar somando pontos rodada após a rodada para ver no que dá.

Para isso, é importante que a torcida siga acreditando e não se encolha.

É isso que ‘eles’ querem.

 

 

 

 

 

Dunga enfraquece o Grêmio na luta pelo título

Não tem ninguém neste país com mais poder que o técnico da seleção brasileira. Ele faz e desfaz, convoca e desconvoca.

Nada mais autoritário, prepotente.

Se o técnico da seleção quiser ele convoca um reserva desconhecido, com fez o atual ao chamar, no ano passado, o jovem Géferson, que chama mais a atenção apenas por ter seu nome iniciado com G, não com J, como seria de se esperar.

Géferson é jogador do Inter, clube do coração do treinador. Sua convocação foi festejada no BRio. Afinal, era um patrimônio do clube que poderia resultar em muito dinheiro ao clube pelo simples fato de vestir a amarelinha.

Naquele momento Dunga estava dando, mesmo sem ter essa intenção, um presente ao Inter. 

Agora, o técnico da seleção, do alto de seu poder inabalável e critérios questionáveis, dá outro presente ao seu ex-clube. Enfraquece o maior rival na corrida pelo título do brasileirão ao convocar dois expoentes do time tricolor, titulares absolutos. Primeiro, Marcelo Grohe; agora, Wallace.

Se por um lado os dois se valorizam no caso de algum negócio, por outro, o que é mais importante no momento, a equipe fica fragilizada na competição.

DESMANCHE

Dunga está fazendo um desmanche do sistema defensivo gremista, o único não vazado em quatro rodadas.

Penso que a direção gremista deveria emitir uma nota oficial de repúdio ao treinador.

Afinal, ele desfalca o Grêmio de dois titulares fundamentais. Wallace e, principalmente, Grohe, vão ficar na reserva num torneio que sai do nada para lugar algum, um torneio que não se justifica nesses tempos de profissionalismo exacerbado no futebol, que movimenta em torno de R$ 500 bilhões por ano.

No caso de Wallace, a situação é ainda pior. Ele já está relacionado também para defender o Brasil nos jogos Olímpicos.

O Grêmio poderia fazer como fez o Barcelona, que fincou pé e só liberou Neymar para um dos torneios.

Bem, o estrago está feito. Outros clubes também perderam jogadores importantes. O Inter, mesmo com o título reluzente de campeão gaúcho, foi poupado dessa.

LEVANTE

Ah, se Dunga inventar de convocar Geromel e/ou Luan, penso que caberá um levante armado.

CÁSSIO

O goleiro do Corinthians visitou ontem a concentração do Grêmio. É goleiro formado no clube.

É o goleiro que eu convocaria para a seleção brasileira. E isso já faz tempo. É o melhor de todos.

Cássio está meio brigado com Tite.

Quem sabe o Grêmio não devolve Douglas, que era quarto reserva do Corinthians, e contrata Cássio?

Fica a ideia. 

Dunga desfalca a defesa ‘zero gol’ do Brasileirão

Marcelo Grohe foi o meu goleiro no Cartola nos quatro jogos do Brasileirão. Fora isso, é o goleiro da defesa ‘zero gol’ da competição, a defesa de melhor desempenho até agora no período dos pontos corridos.

A convocação do goleiro titular do Grêmio para esfregar o banco de reservas – ou simplesmente para torcer ao vivo – da seleção brasileira na Copa América, um torneio que deveria ser extinto para o bem dos clubes e de suas torcidas. 

A convocação de Grohe e a de outros jogadores causa desequilíbrio na competição.

Até agora o Grêmio era beneficiado pela caneta do técnico Dunga. Outros clubes, no entanto, foram sacrificados.

Já o Inter poderá seguir em frente sem sofrer essa sangria. É outro benefício ao Inter, que já conta com uma tabela de jogos muito favorável para quem busca armar e dar confiança ao time, além de acumular pontos para enfrentar tempos provavelmente mais difíceis, quando os clubes hoje penalizados terão de volta seus melhores atletas.

Imagino que Dunga não tenha feito essa convocação de propósito.

Mas alguém que quisesse prejudicar o atual líder do Brasileiro não faria melhor. Foi um corte com precisão cirúrgica.

Pior que isso só se Geromel fosse extirpado do time neste momento para defender a seleção do Dunga, como defendem muitas vozes de vários tons.

De minha parte, tenho sempre a esperança de que os jogadores do Grêmio sejam esquecidos pela CBF.

Além de desfalcar o time, essas convocações muitas vezes mexem com a cabeça do jogador. Alguns não conseguem mais se aprumar depois de vestirem a amarelinha.

O fato é que o Grêmio fica sem Grohe por sete jogos. Nesse período, Grohe basicamente ficará apenas treinando. Enquanto isso, o Grêmio precisando dele, a começar já por esse jogo de quinta-feira contra o Palmeiras.

Sei que muitos gremistas estão vibrando, curiosamente como toda a torcida colorada.

Os colorados porque percebem o maior rival mais fragilizado.

Já os gremistas que consideram Grohe, digamos, insuficiente para o Grêmio por ter ‘braços curtos’, por ‘sair mal do gol’, por ‘não saber jogar com os pés’, etc., podem respirar aliviados.

Grohe está fora. Não era isso que queriam? 

Chance para Bruno Grassi e Douglas. Se um deles for bem, ninguém sentirá falta de Grohe.

Nem eu.

Mas no momento estou lamentando muito a ausência desse goleiro que, como outros também erra, mas que sempre honra e dignifica a camisa tricolor.

CONSELHO DELIBERATIVO

Quem quiser apoiar minha candidatura ao CD do Grêmio ainda há tempo. Sei que perdi votos com os ‘carrascos’ do Grohe, mas é do jogo…

Então, quem acredita que eu possa dar alguma contribuição ao nosso clube é só mandar nome completo, matrícula de sócio com mais de dois anos de contribuição, telefone e cidade.