Plantadores de ‘aipim’ sofrem duro golpe

Aqueles que insistem – acredito que muito mais por birra do que por convicção – em querer Bobô como titular tiveram um duro golpe neste domingo.

Não tenho a pretensão de que eles tenham aprendido a lição, porque para esse pessoal o Centroavante Aipim está na gênese do futebol.

São analistas/torcedores -tão em extinção quanto o CA, o tal Centroavante Aipim –  que encontram dificuldade para reconhecer que é possível jogar bem, vencer e ser campeão sem um atacante centralizado.

Na rodada anterior, foi Luan quem mostrou que não é preciso ficar na área esperando cruzamentos para fazer gols, com o acréscimo de participação efetiva na armação de jogadas e ‘metidinhas’ para os companheiros.

Neste domingo, quem iluminou o setor ofensivo do Grêmio na vitória por 2 a 0 sobre o Coritiba foi outro atacante de movimentação, que joga tanto pela direita como pela esquerda e, quando necessário, aparece como um típico centroavante.

Trata-se de Éverton, um jogador ainda em fase de afirmação. Éverton, jogando mais pelo setor direito, apareceu duas vezes com perigo pelo meio, numa delas, a segunda, mandou para a rede ao antecipar-se ao zagueiro após cruzamento precioso de Marcelo Hermes (outro que precisa de sequência), em jogada iniciada por Giuliano.

No segundo tempo, quando o Grêmio realmente acertou e se impôs depois de um primeiro tempo preocupante, Éverton fez a grande jogada da partida, ao arrancar em velocidade pela direita, do campo defensivo – coisa que CA algum consegue fazer -, até ser derrubado na área, num pênalti bem assinalado pelo juiz, e convertido pelo goleador Luan.

Roger Machado voltou ao esquema que deu certo no ano passado com as lesões de Bobô e Henrique Almeira.

Resta saber se Roger irá manter a estrutura atual, ou terá outra recaída.

REFORÇOS

Roger arrumou a cozinha. São quatro jogos sem levar gol, e mais, praticamente sem dar chances de gol aos adversários. A defesa que vazou tanto na Libertadores parece ajustada.

Agora, precisa ser reforçada porque o campeonato é longo. Talvez a contratação de Wallace resolva o problema na zaga.

Edilson voltou bem, mas não confio nele – respeito opiniões contrárias. Na esquerda, os dois jogadores da posição são inconfiáveis, embora Hermes tenha feito boa partida, demonstrando mais segurança e confiança em si mesmo.

Penso que falta um volante do nível dos dois titulares. Edinho é no máximo um quebra-galho.

Fora isso, Roger deveria dar mais oportunidades aos jovens da base.

CLASSIFICAÇÃO

O campeonato é longo. É cedo para se emocionar com a liderança. O importante é ficar no topo da tabela.

Hoje, o Grêmio é líder isolado pelos critérios. Em pontos, iguala-se ao Inter do tão contestado – pelos colorados – técnico Argel.

Vamos ver como a imprensa gaudéria vai abordar essa história da classificação. 

 

Grêmio é vice com show de Luan em Minas

O título do meu último comentário foi ‘Roger reencontra seu esquema vitorioso’. Fazia referência à substituição de Bobô no intervalo do jogo contra o Flamengo por Éverton, um atacante de velocidade e movimentação.

Escrevi, ainda, que continuava acreditando no Roger Machado dos 5 a 0 no Gre-Nal e da campanha exitosa no Brasileirão/2015.

Contra o Atlético, Roger não começou o jogo com Éverton (podia ser Lincoln ou Pedro Rocha), optando por outro centroavante, o Henrique Almeida. Mas o noticiário apontava que Bobô seria escalado, até que apareceu uma providencial lesão muscular. 

Duvido dessa lesão, que pode ter sido ‘estratégica’. Quero crer que Roger queria mesmo alguém com mais movimentação na frente. Então, começou com Henrique Almeida, não com Éverton/Pedro Rocha. Ficou no meio do caminho.

Os deuses do futebol, no entanto, decidiram dar uma ajuda ao noviço treinador. Henrique Almeida se lesionou ainda no primeiro tempo e aí sim jogou o time do ano passado. Aquele que tinha Luan mais próximo da área, um ‘falso centroavante’.

Nada de Bobô ou Henrique Almeida: Luan.

O grande nome da vitória maiúscula sobre o Atlético Mineiro (o terceiro time potencialmente candidato ao título que o Grêmio enfrenta em sequência) foi Luan, contestado por alguns, louvado por uns poucos, mas o jogador que é, sem dúvida, a maior referência técnica do time desde o ano passado.

Era um time desfalcado de nove titulares, mas ainda assim um adversário de respeito. O Atlético tem talvez o melhor grupo da competição, e segue se reforçando, ainda mais agora com o vitorioso Marcelo Oliveira no comando.

O JOGO

O primeiro gol gremista foi uma pintura. Henrique Almeida deu um toquezinho genial para Marcelo Oliveira (sim, o Marcelo Oliveira tão odiado por uns), que vinha de trás, desviar com habilidade do goleiro Victor.

Até ali o jogo estava indefinido, embora o Grêmio já tivesse uma bola na trave (nas traves), num lance de Luan.

O Grêmio ampliou através de Luan, após lançamento de outro ‘cristo’, o Maicon, que roubou a bola do adversário. Nos acréscimos, Luan fez 3 a 0.

Ainda no primeiro tempo, até aos 36 minutos, o time perdeu três jogadores por lesão, HM, Fred e Marcelo Oliveira.

No segundo tempo, o Atlético tentou reagir, mas encontrou o Grêmio bem posicionado. Geromel um gigante na área. Edilson muito bem.

Nos contra-ataques, o Grêmio foi criando mais situações para ampliar, mas abusou demais, foi pouco objetivo.

Com a vitória, o time de Roger Machado assume o segundo lugar pelo critério de desempate.

Aproveitamento de 77,8%.

Quem armou uma tabela para prejudicar o Grêmio se deu mal, porque os resultados positivos contra três grandes clubes logo na largada aumentam a confiança do time e dão tranquilidade para Roger Machado seguir seu trabalho.

INTER

Na segunda-feira, o jornal ZH deu em manchete que o Grêmio havia conseguido uma vitória ‘magrinha’, ou algo assim, com o 1 a 0 sobre o Flamengo, desconsiderando o fato de que o Grêmio teve inúmeras chances para ampliar.

Curioso para ver qual a manchete que será aplicada para definir o mesmo placar do Inter sobre o Sport Recife, clube sem um décimo da tradição e da relevância do Flamengo no futebol brasileiro.

O fato é que hoje Grêmio e Inter estão igualados na tabela.

A diferença é que o Grêmio teve dois jogos fora de casa e contra adversários de maior porte.

Roger reencontra seu esquema vitorioso

O Grêmio do segundo tempo contra o Flamengo tem todas as condições de fazer campanha e ainda brigar pelo título do Brasileirão.

Ainda á preciso melhorar alguma coisa, mas qual time na competição que não precisa melhorar? Não existe nenhum favorito.

Em duas rodadas não aparece nenhuma equipe com duas vitórias. É um indicativo de que não há bicho-papão no campeonato.

Então, o Grêmio está naquele bolo dos que vão disputar ponto atrás de ponto para chegar na reta final com habilitação para o título.

Se estou parecendo exagerado é porque quero fazer um contraponto aos torcedores pessimistas e aos terroristas vermelhos que questionam Roger e duvidam da capacidade do grupo tricolor, como se houvesse grupo superior nas imediações ou até mesmo Acima do Mampituba.

O Grêmio enfrentou os dois clubes de maior torcida. Somou quatro pontos em seis.

A defesa, peneira na Libertadores se transformou numa muralha. É a única que não sofreu gol. Incrível!

Sinal de que Roger Machado trabalhou muito bem ali, o que significa dizer que merece crédito, que aqueles que o querem longe da Arena talvez estejam sendo exagerados por conta de anos e anos de frustrações acumuladas.

Para mim, Roger ainda é o técnico dos 5 a 0. O técnico que arrumou o time herdado de Felipão.

Mas, por ser um técnico em formação, Roger acabou cometendo erros.

Talvez por ouvir e levar em alta conta conselhos de pessoas que ainda não saíram da década de 90, pessoas que ainda sonham com Arce cruzando e Jardel cabeceando.

Pessoas que defendem o típico centroavante, mesmo que esse centroavante seja um jogador muito limitado como é Bobô. O grande centroavante sempre terá um esquema voltado para si.

Não existe chance de armar um esquema para Bobô. 

O jogo contra o Flamengo foi emblemático. O intervalo um divisor de águas.

A troca de Bobô por Éverton elevou o time que estava em campo a um patamar superior.

O time do segundo tempo é o time que muitos torcedores querem. Foram criadas inúmeras situações de gol.

É o time que defendi no comentário na véspera do jogo. Um time sem Douglas e sem Bobô.

O próprio gol é um sinal de a mudança deve ser mantida. Quem bateu o escanteio para Fred marcar foi Éverton. Nem Douglas, nem Luan, os cobradores de sempre.

Veio um cobrador novo e deu-se o milagre: um gol de cabeça em escanteio.

Coincidência ou não, quando Roger não resistiu e mandou Douglas para o campo, o Grêmio decaiu. O Flamengo cresceu nos minutos finais e por pouco não empatou.

O grande goleiro Marcelo Grohe cometeu uma falha bisonha. Mas nada que ofusque sua biografia. Aliás, Grohe quase não trabalhou. Fez uma defesa muito difícil e só.

Foi uma vitória mais do que justa. Li e ouvi comentários de gente querendo diminuir a importância da atuação e do resultado.

Vitória ‘magrinha’, dizia uma manchete. Lamentável.

O fato é que o time ganha moral para enfrentar outra pedreira: o Atlético Mineiro, na quinta-feira.

Não terá Bolaños. Pedro Rocha deve ser o substituto.

Bobô pode ficar no banco como alternativa de jogo.

EDILSON

Fez um estreia auspiciosa. O primeiro tempo foi muito bom. Seu grande lance foi uma metida para Giuliano, que se atrapalhou na jogada.

No segundo tempo, foi mais discreto, até porque o Flamengo começou a jogar mais pelo seu lado.

Foi driblado por Alan Patrick (que jogou muito bem ) no lance em que Grohe quase fez gol contra.

Nota 7.

ARGEL

Grande vitória do Inter sobre o São Paulo. Aqueles que diziam que Argel havia armado o esquema chama-derrota fizeram um recuo estratégico.

Argel conhece o grupo que tem, diferente de muitos analistas esportivos.

O Inter humilde resistiu à pressão do adversário e aproveitou as duas chances de gol que teve nos 90 minutos.

Em caso de derrota, Argel estaria hoje ouvindo poucas e boas.

De retranqueiro e covarde para baixo.

 

 

 

Roger e os outros culpados

Por mais que a gente goste de apontar um culpado e transformá-lo numa Geni, jogando-lhe todas as pedras como cantava meu ex-ídolo Chico Buarque, essa instabilidade inquietante do Grêmio deve ser atribuída a muita gente.

Nem todos estão dentro de campo ou em suas imediações. Fora isso, há atenuantes como a falta de dinheiro para buscar no mercado jogadores com melhor qualidade. Edilson, por exemplo, veio por uma questão de custo/benefício, conforme ouvi do sr Alberto Guerra.

Até aí tudo bem, o problema é que o passado nos ensina que não adianta empilhar jogadores razoáveis, porque a resposta deles nunca será aceitável e aí se busca outro e mais outro. Tem sido assim especialmente na lateral-direita tricolor. 

Trazer de volta jogador insuficiente tem um preço. Vejam o quanto custou caro a volta de Bressan. 

Tudo isso quando há na base um guri, o Raul, de inúmeras convocações para a seleção brasileira sub isso, sub aquilo. Será Raul um jogador de empresário influente na CBF, que joga tão pouco que não merece uma chance sequer em treino no grupo principal? Será? Não acredito.

Então, quando a gente vê, há culpados em tudo que é lado.

De quem seria a culpa pelo fato de o Grêmio ter desandado, por exemplo. Onde está aquele Grêmio de boa parte do Brasileirão passado, aquele Grêmio que deslumbrou o país, inclusive colorados, e alçou o noviço Roger Machado ao grupo dos melhores treinadores?

É possível pulverizar responsabilidades. Mas eu me detenho nos nomes mais visíveis. Não são os únicos, mas talvez sejam os principais.

Primeiro, Roger Machado; segundo, Bobô; terceiro, quem o contratou.

O Grêmio desandou, ou melhor, deixou de empolgar, quando Roger começou a escalar Bobô.

Aí bagunçou a casa, da cozinha à sala, passando pelo banheiro.

Roger cedeu à pressão dos defensores do aipim enfiado na área. Não sou contra aipim, ainda mais frito, mas precisa de ser boa qualidade. 

Não me parece ser o caso de Bobô, um jogador mediano conforme prova seu currículo de escassos gols.

Com a chegada de Bobô, Roger se perdeu. O ataque de movimentação intensa, velocidade e com Luan chegando de trás e sempre mais próximo da área, se perdeu.

Está até hoje perdido. Roger não o encontra mais, e insiste na ideia do centroavante.

O ataque tão efetivo antes já não marca há três jogos.

A insistência com Douglas e o quase ‘abandono’ de Lincoln’ também contribuem para a queda de rendimento.

Aqueles que defendiam apaixonadamente Douglas ‘Metidinha’ durante a Libertadores, agora nem questionam o fato de ele ter ficado no banco na estreia do time no Brasileirão. Estão aí, assoviando com as mãos nos bolsos,olhar de paisagem, como se não fosse com eles.

Esses todos que defenderam Douglas também são culpados pela derrocada em três competições seguidas. 

E aqueles, então, que acreditaram que Fred poderia substituir Erazo, o que dizer eles?

Há muitos culpados, mas o importante agora é tirar ensinamentos do que aconteceu e buscar uma retomada do caminho das vitórias.

Minha esperança é que Roger aproveite mais os guris da base, em especial Lincoln.

Mas tem outros, como o Tontini, que foi abandonado como uma cueca velha.

 

Outra coisa: Roger poderia pensar num esquema alternativo.

 

O esquema dele já mostrou ser bom, mas não ganhou nada até agora, além de elogios que hoje são cada vez mais raros.

Eu pensaria num esquema alternativo: o clássico 4-4-2, usado por grandes equipes do mundo.

Na frente, dois atacantes de movimentação.

Aipim só como aperitivo, digo, só para entrar no final, ali pelos 44 minutos…

Coloradismo ‘entorno’ da Arena

A notícia do dia é que o sr Raul Pont será candidato a prefeito de Porto Alegre.

Acho que é por isso que voltou a circular no twitter esse texto que ‘cometi’ no dia 31 de janeiro de 2012. Nem me lembrava mais.

Recebi uma retuitada com esse conteúdo. Acho que vale a pena mostrar para os novos botequeiros.  

Segue conforme foi publicado:

 

‘O deputado Raul Pont está vociferando contra a aplicação de dinheiro público nas obras, indispensáveis, no entorno da Arena.

Está no seu direito. Só tenho lá minhas desconfianças se ele o faz por ser um político realmente preocupado com o dinheiro público ou por puro coloradismo.

Ele já andou retrucando (em resposta ao conselheiro Giuliano Vieceli, que enviou sólidos argumentos contra a posição do deputado petista igualmente publicada no blog de Hiltor Mombach, no CP), que a segunda hipótese é risível, cheia de preconceito e fanatismo.

Não foi por preconceito e algum tipo de fanatismo que a Ford foi embora do Rio Grande do Sul?

Sempre respeitei o Sr. Pont. Raramente concordei com suas idéias no campo da política, mas as respeitei porque via nele um homem honesto, com sólidos princípios éticos. Um homem digno, enfim.

Mas tudo mudou com o episódio do Mensalão, aquele dos 40 ladrões conforme denúncia da Procuradoria Geral da República. Entre eles, homens do alto escalão petista. Gente que era a esperança de milhões de brasileiro.

Peixes graúdos nas malhas da corrupção.

Naquele momento, esperei que os petistas que eu respeitava fossem seguir os passos de Heloísa Helena e Luciana Genro, que tiveram a coragem de abandonar o aconchego do ninho do partido mais poderoso do país pela aventura de criar um novo partido. Luciana, se tivesse imitado Maria do Rosário, talvez hoje fosse ministra.

Sinceramente, mas sinceramente mesmo, eu não tive dúvidas de que a essas jovens idealistas, defensoras ardorosas da doutrina do antigo PT, logo se juntaria o Sr. Raul Pont. Não esperava isso do Olívio, da Maria do Rosário, do Tarso, do Paim.

Mas o Pont, sim. Ele levantaria a bandeira da ética às alturas em meio ao mar de lama de atingia o partido que cresceu combatendo a corrupção e os corruptos.

O Sr Pont oPTou. Foi só mais uma decepção na vida, nem foi das grandes. Pior foi ser goleado pelo Boca Jrs tempos atrás, ou cair pra segundona duas vezes.

O deputado, ao posicionar-se contra dinheiro público investido na Arena, afirma: “O dinheiro público, do Orçamento Público, sempre escasso diante de tantas prioridades deve ser gasto com muito zelo”.

Eu não me lembro de ele ter dito algo sequer parecido quando o governador do seu partido criou 975 contratos emergenciais no ano passado, causando uma repercussão financeira, em 2012, de uns R$ 33 milhões, mais uns R$34 milhões em 2013. Sem falar nas centenas de CCs.

Faltam, pelo que soube, R$ 30 milhões para concluir a obra de ‘mobilidade urbana’ na área da Arena.

Se depender do deputado Raul Pont, a obra não sai. Por preocupação com o dinheiro público ou por coloradismo?

Eu não tenho dúvida. Tenho a coragem de assumir meu ‘preconceito’ e meu ‘fanatismo’.

E ponto.’

Empate digno diante do atual campeão brasileiro

Empatar com o Corinthians, principalmente fora de casa, não pode ser considerado um mau resultado.

Atual campeão brasileiro, sob o comando do melhor treinador do país, o Corinthians era o favorito diante de um Grêmio com nova direção – e velhas ideias a julgar pela contratação de Edilson -, um técnico severamente questionado e um time que precisa de reforços.

O Grêmio superou as expectativas. Pelo menos as minhas. Roger manteve as características naturalmente ofensivas do time e posicionou melhor seus jogadores de defesa, tanto que o Corinthians, com maior volume de jogo no campo de ataque, poucas chances de gol conseguiu criar. O goleiro Marcelo Grohe foi exigido poucas vezes, e quando isso aconteceu mostrou muita firmeza.

No primeiro tempo, o Grêmio esteve mais próximo de marcar um gol. Foi com Bobô, que recebeu uma bola enfiada por Bolaños e não teve qualidade técnica para marcar, chutando no corpo do goleiro.

As duas equipes tiveram outras conclusões, mas nenhuma em situação tão cristalina.

No segundo tempo, o jogo seguiu equilibrado. O Grêmio continuou com uma postura digna, firme na marcação (Maicon e Wallace foram muito bem). Na área, a dupla de zagueiros esteve segura na maioria das jogadas, inclusive nas bolas pelo alto. Os dois laterais foram regulares, com Ramiro superior a Marcelo Oliveira.

Os problemas maiores apareceram na frente. Luan, como principal articulador – função que dividiu com Giuliano e Bolaños – não conseguiu dar andamento às jogadas, muitas vezes por prender demais a bola. Seus dois companheiros também ficaram devendo, apesar do esforço de ambos.

Bolaños também teve uma chance para definir quando recebeu lançamento de Maicon, invadiu a área e demorou para chutar, esperando, talvez, que o zagueiro que vinha por trás cometesse o pênalti. Acabou desarmado. Giuliano é outro que poderia ter marcado, mas vacilou quando Fágner escorregou e o deixou livre para avançar e concluir. Giuliano se atrapalhou com a bola como se fosse um juvenil assustado.

Quase no final do jogo, o Grêmio voltou a ter grande de chance, de novo com Bobô, que chutou desviado, rente à trave. Está cada vez mais claro que é o Grêmio pode ter um centroavante do tipo ‘aipim’, mas que seja um aipim de melhor qualidade.

Talvez seja o caso de dar uma sequência para Henrique Almeida se a ideia é manter um atacante de área. De minha parte, prefiro jogadores com mais movimentação na frente, abrindo espaço para os meios virem de trás. Para isso, Roger precisa ignorar seus conselheiros e retomar o esquema vencedor do Brasileirão do ano passado antes da fase ‘aipiniana’.

O jogo se encaminhava para um final tranquilo, um empatezinho sem maiores sobressaltos, quando Roger inventou Edinho no lugar de um atacante, Bolaños.

Queria garantir o resultado, mas o fez da pior maneira: chamou o adversário para a sua área.

Foram minutos de pavor na área gremista.

Ao abdicar da vitória, Roger quase levou o Grêmio a estrear com derrota com essa alteração causada pelo medo.

Fora isso, foi uma boa estreia diante do quadro atual.

UM OUTRO EMPATE

No Beira-Rio, o atual campeão gaúcho também empatou.

Há empate e empates. Ficar no 0 a 0 em casa, com apoio da torcida, contra uma equipe modesta, que tem como maior objetivo apenas permanecer na primeira divisão, é quase uma derrota.

A fórmula de empatar fora e vencer em casa não foi seguida pelo Inter.

No final, vaias da torcida ao time e ao treinador Argel, que vem recebendo elogios da crítica em função do título regional.

Mal o árbitro apitou encerrando o jogo, já retomaram os ataques a Argel e ao hexa campeão gaúcho.

 

 

 

Edilson, neste momento, soa como provocação

A decisão de Alberto Guerra & Equipe de contratar logo de saída um jogador de trajetória irregular, de passagem, digamos, apenas razoável pelo próprio Grêmio de 2010 a 2012, não é exatamente o que o torcedor esperava após três fracassos em menos de cinco meses.

É uma iniciativa comparável a do presidente Michel Temer, que mal assumiu e já saiu fornecendo munição aos adversários ao extinguir o Ministério da Cultura, de orçamento historicamente risível.

São duas ações que soam como provocação. Medidas que poderiam ser tomadas ali adiante.

No caso do Grêmio, contratar Edilson somente depois de anunciar um reforço que realmente acrescente qualidade ao time.

Mas nunca, nunca mesmo, fazendo um contrato de três anos com um jogador que em julho completa 30 anos.

E eu que pensei, por algum momento, que o exemplo de Kleber ‘gladiador’ ficaria para a posteridade, para que nunca mais fossem feito contratos longevos com jogador em torno dos 30 anos em idade.

O empresário/procurador do atleta deve ter exigido isso. Guerra & Equipe poderiam ter recusado para o bem do clube. Afinal, Edilson está longe de ser algo próximo de uma unanimidade.

O resultado é um bombardeio nas redes sociais.

Um bombardeio que se tornará um inferno – imagino, diante do grau de irritação e revolta do torcedor – se o time não sair com um resultado satisfatório do jogo contra o Corinthians, neste domingo.

De minha parte, acredito numa boa atuação do Grêmio, apesar dos problemas defensivos.

Até porque o Corinthians segue vivendo um problema de desmanche. 

WALLACE

Enquanto isso, a torcida do Flamengo comemora efusivamente a possível saída de Wallace, zagueiro que estaria vindo para o Grêmio.

Há vários casos de jogadores que não deram certo num clube e acertaram em outro.

Lembro Jardel, Rodolpho, Célio Silva…

Porém, contudo, todavia, há um número muito mais expressivo de jogadores ruins num clube que continuaram ruins em outro clube.

Torcendo para que Wallace esteja no primeiro grupo, porque parece que ele vem mesmo.

 

Grêmio: um difícil recomeço

Ganhando ou perdendo, é sempre preciso seguir em frente, recomeçar, mesmo no auge da euforia pela vitória ou ainda desanimado com o fracasso recente.

É como aquelas manhãs em que é preciso encontrar muita força para sair da cama, seja pela ressaca das comemorações, seja por mais uma decepção.

Por mais que a gente apanhe, é preciso levantar, sacudir a poeira, e seguir acreditando que os bons tempos hão de voltar, e isso pode acontecer em seguida, na próxima competição, por mais que os fatos apontem o contrário. Futebol é assim, imprevisível dentro de sua previsibilidade.

Todos nós sabíamos que o time do Grêmio com uma defesa de segunda divisão acabaria afundando mais uma vez. Que com Douglas uma grande conquista seria quase impossível. Tudo previsível. Mas ainda assim acreditamos. E mais uma vez estamos aqui lambendo as feridas, buscando culpados, e nos preparando para começar de novo.

Encontrei um gremista daqueles antigos, como eu, sobrevivente dos anos 70. Ele me olhou fixamente e confessou:

– Brochei total, estou me sentindo um zumbi.

– Haja Bardhal -, retruquei.

Rimos. Rir numa hora dessa?

– Não acredito no Alberto Guerra -, cortou ele. Se bem que pior que o Rui não vai ser, não pode ser -, acrescentou, esperando talvez uma palavra de conforto, de esperança.

Pensei com meus botões: sempre pode ser pior. Mas não falei, com medo de que ele se jogasse na frente do primeiro ônibus no corredor da Protásio.

Antes de nos despedirmos, provoquei: o Guerra gosta do Portaluppi.

Ele soltou um ‘putaquepariu’, se afastou depressa, agitado. Acho que nem ouviu o que gritei, ainda bem:

– Pelo menos ele não fica abatido no banco de reservas vendo seu time se desmanchar em campo.

ROGER

Roger Machado está sendo contestado. Seu comportamento depressivo no jogo em Rosário pegou mal, muito mal. Quando mais o time precisava, ele recolheu-se, afundou na casamata.

Desconfio que ele passou um recado ao torcedor: é o máximo que eu posso fazer com esse time que foi entregue, não é culpa minha.

Por mais precário que seja o time do meio para trás, Roger tinha a obrigação de armar um sistema defensivo mais eficiente. Se os zagueiros são fracos e os laterais insuficientes, cabe ao treinador buscar soluções. Nunca aparentar desânimo e conformidade na casamata.

Como cobrar indignação do time se o comandante já entregou os pontos?

Roger está sendo avaliado.

De minha parte, acho que ele deve ser mantido. O Roger ainda pode encontrar dentro de si o técnico motivado, ousado e criativo que encantou a todos no Brasileirão passado.

Hoje, o que hoje criticamos em Roger – seu jeito tranquilo demais por vezes e seu discurso recheado de frases e expressões extraídas de livros técnicos –  era elogiado por todos.

Argel, com seu jeito rude e simples, sofreu com a comparação.

Mas penso que Roger pode render mais com dirigentes que possam lhe dar respaldo maior e, principalmente, tenha capacidade de encontrar jogadores à altura da grandeza do Grêmio.

Se Roger fracassar, penso que Marcelo Oliveira deveria ser contratado.

Ou, mais adiante em caso de desespero, naquela hora em que Jesus está chamando, Renato Portaluppi.

CONSELHEIRO

Grato a todos que manifestaram apoio à minha caminhada para ser conselheiro do Grêmio.

Não são muitos, mas são valiosos, porque demonstram confiança em mim. E isso é muito gratificante. 

Nem sei como agradecer.

BOTECO NO CARTOLA 2016

O Boteco do Ilgo está de novo no Cartola FC.

Mais uma vez teremos premiação aos dois primeiros colocados.

Em princípio, para o primeiro colocado, será um kit das minhas cervejas e uma camiseta da cerveja campeã, a 1983.

O vice vai ganhar algo parecido. A comissão organizadora ainda não decidiu.

Quem ainda não visitou o site do Cartola, informo que houve mudanças em relação ao ano anterior.

A inscrição é fácil.

Basta acessar o site e fazer inscrição na liga ‘boteco do ilgo’. Ou clique direto no link: https://cartolafc.globo.com/#/liga/boteco-do-ilgo

O prazo para ingressar em nossa liga termina antes de começar a primeira rodada.

Bom jogo a todos, e que vença o melhor.

CONSELHEIRO

Pessoal, andei relutando sobre essa história de ser conselheiro do Grêmio. 

 

Depois de mais esse fracasso no campo, decidi que posso dar uma contribuição para ajudar o Grêmio a ser aquele Grêmio vitorioso, determinado, indignado, que nunca se entregava.

Aquele Grêmio que nos últimos tempos perdeu muito de sua identidade. 

Tenho muito a contribuir. São pelo menos uns 30 anos de jornalismo esportivo, acompanhando os bons e maus momentos do nosso tricolor.

Aqueles que acham que eu posso mesmo ser útil atuando nas entranhas do nosso clube peço que mandem email informando seu número de associado, nome completo e endereço.

Meu email: ilgowink@gmail.com

Grato a todos!

 

Grêmio: varredura inevitável

Faz tempo que a gente sabe das precariedades do time gremista.

Da defesa, salvam-se Geromel – o melhor jogador do time ultimamente – e Marcelo Grohe, mas este já não é unanimidade.

Os laterais e o quart0-zagueiro são insuficientes, para dizer o mínimo sem ser ofensivo aos profissionais que não têm culpa de estarem no time errado na hora errada.

Explico: são jogadores que deveriam estar num Goiás da vida, disputando uma série B do Brasileiro.

NUNCA uma Libertadores da América.

Procurei ser otimista, baseando-me no fato de que no futebol, como na vida, milagres acontecem.

O milagre não aconteceu e a imortalidade virou pó.

O Grêmio levou 3 a 0 do Rosário Central, um Coritiba com grife.

O primeiro gol, de saída, mostrou a vulnerabilidade defensiva do time armado por Roger Machado.

O segundo gol foi resultado de um pênalti infantil cometido por Marcelo Ermes (imitando o titular nesse aspecto).

O terceiro gol saiu de um escanteio – sim, para ver gol de escanteio em jogos do Grêmio só mesmo os do adversário, de todos os níveis. O que chamou muito minha atenção nesse gol foi que Fred, em vez de disputar a bola, se encolheu no lance com medo de uma trombada.

Torcia e até acreditava na superação para vencer e seguir na Libertadores.

Mas se tivesse de ser eliminado, que fosse com humilhação, nunca com heroísmo.

Uma eliminação heroica levaria a continuidade do que está instalado no futebol.

Com os 3 a 0, com direito a olé, penso que a varredura é inevitável. 

E urgente!