Gol de Lincoln leva ao empate com sabor de goleada

Quando tudo parecia perdido eis que apareceu o pé salvador de Lincoln.

Lincoln é esse guri de 17 anos, que segundo alguns não ‘está pronto’, não tem ‘estofo’, que nove entre dez gremistas queria ver de titular desse time instável armado por Roger Machado.

Pois Lincoln entrou apenas na metade do segundo tempo quando Douglas e Giuliano se arrastavam já fazia muito. Roger, como sempre, demorou para substituir. Lincoln, que sequer ficou no banco contra o San Lorenzo, na Arena, teve enfim sua chance num time confuso, desorganizado, que corria atrás do empate que parecia algo absolutamente impossível.

Até que Maicon lançou uma bola para a área, Éverton (o melhor do time depois de Super Grohe e Super Geromel) cruzou, Lincoln apareceu para mandar para a rede, um duro golpe no time argentino que foi superior e merecia até golear o Grêmio.

Mas o futebol é assim. Nem sempre vencem aqueles que foram melhor.

O San Lorenzo já poderia ter ampliado no primeiro tempo. Marcelo Grohe fez dois grandes milagres, além de outras intervenções importantes.

Mas tudo depois de o Grêmio levar o gol aos 3 minutos, num pênalti imbecil cometido por Marcelo Oliveira, que faz uma temporada deplorável.

O Grêmio reagiu, ameaçou o empate, mas ficou nisso. No terço final do primeiro tempo só deu San Lorenzo.

O time do Papa deparou então com São Grohe. Que no segundo tempo também fez defesas importantes.

Quando se esperava que Roger alterasse o time no intervalo colocando Lincoln e Pedro Rocha no lugar de Douglas (não acerta nem lançamentos nem cobranças de falta e escanteio) e de Giuliano, que anda correndo muito e jogando pouco, eis que ele mantém a escalação.

Mudança só bem depois. Mas até aí Roger foi mal. Não era para entrar Bobô, porque o Grêmio não sabe jogar com centroavante, mas sim Pedro Rocha. Melhor seria Henrique Almeida, mas este nem no banco ficou.

Felizmente, entrou Lincoln, que correu muito, teve alguns bons lances, e estava na área no momento exato, no lugar preciso, para fazer o gol de empate que mantém o Grêmio com chance de classificação na Libertadores.

Mas fica o recado dos deuses do futebol, que nem sempre vão estar disponíveis para ajudar o Grêmio.

Roger precisa rever imediatamente seus conceitos. 

Roger: na dificuldade a oportunidade

É certo que Giuliano não vem rendendo o que pode. Mesmo assim, joga com dedicação, empenho e taticamente dá uma resposta que pelo jeito satisfaz o técnico Roger Machado.

Ocorre que Giuliano sentiu o tal ‘desconforto’ muscular, não treinou mas integra a delegação.

É nas dificuldades que muitas vezes surgem as melhores soluções, as oportunidades.

 

Espero que Roger veja que está em suas mãos dar uma cara nova ao time, surpreendendo o San Lorenzo, que sabe como o Grêmio joga de cor e salteado.

A presença de Lincoln no lugar de um Giuliano aquém de suas condições ideais se impõe.

Acredito que não foi por acaso que Lincoln jogou boa parte da partida contra o Cruzeiro pelo setor direito. Acredito firmemente que o guri poderá dar ao time outras possibilidades, outras alternativas.

Conservador com ares de modernista, Roger tem a chance de ser um pouco mais ousado, mais criativo, rompendo as amarras que costumam prender os treinadores a um grupo de jogadores mais tarimbados, que normalmente comandam o vestiário.

Uma conversa mole para não arriscar a ‘perder o vestiário’ ao investir mais nos jovens talentosos, atrevidos e nada acomodados.

Se Giuliano melhorar e Roger quiser seguir com ele de titular, outra opção é sacar Douglas, que não está bem e que perde, entre outras coisas, no importante e decisivo quesito ‘bola parada’ para esse diamante precioso que o Grêmio possui.

Roger tem em suas mãos e oportunidade de alavancar o time rumo à classificação e até muito mais além.

 

Basta abrir a cabeça.

Lincoln brilha para Roger ver e reconsiderar

Lincoln escancarou até para quem não quer ver que merece ser titular do Grêmio. Sai Douglas, entra Lincoln.

É claro que isso não vai acontecer na terça, contra o San Lorenzo. Pelo menos não desde o início. Não espero tanto de Roger.

Ele, como todos os outros técnicos, é um conservador. Fala bem, tem ideias alentadoras, mas na prática é um conservador. Se abraça nos medalhões e com eles é capaz de morrer. Ele tem emprego garantido.

Até aí tudo bem. O problema é que ele ‘morrendo’ leva junto milhões de torcedores.

Por isso, nós reivindicamos que ele abra a cabeça para novas possibilidades.

Tudo bem, comece com Douglas e tudo mais. Mas não demore muito a colocar Lincoln em campo. 

Não que o guri, pedra preciosa em processo de lapidação, seja um salvador da pátria. Não, ele não é.

Nem Messi resolveria a enrascada de jogar com laterais insuficientes, zaga inconfiável, etc. Nem Messi.

Mas no jogo contra o Cruzeiro, o time B do Grêmio jogou como se titular fosse. Ou até melhor na comparação com as últimas atuações.

Saiu perdendo com um gol de cabeça. Sai a zaga titular, entra a reserva, e a bola aérea segue sendo um pesadelo.

Mas a gurizada estava em campo. E guri louco pra mostrar serviço, sabe como é, vai pra cima sem medo de ser feliz. Sem essa de toquezinho pra lá e pra cá.

Marcelo Hermes meteu uma bola preciosa para Pedro Rocha (esquecido ultimamente por Roger, outro erro entre tantos), que bateu o goleiro.

O segundo gol foi de Bobô, de cabeça, claro. Cobrança de falta de Lincoln, o melhor campo. 

No segundo tempo, o terceiro gol. Lincoln sofreu pênalti após lançamento milimétrico de Kaio, que foi bem como lateral-direito.

Que cobrança do Lincoln!

Então, ficamos assim: Kaio e Hermes titulares contra o San Lorenzo. Lincoln no lugar de Douglas ou de Giuliano.

Mas não depende de mim. Depende do Roger, que é bem pago para escalar o time de modo a tentar vencer o San Lorenzo.

O empate é quase uma garantia de eliminação prematura da Libertadores.

ARBITRAGEM

O Grêmio reclamou da arbitragem. No primeiro tempo, pênalti em Bobô, que até foi relativamente bem. O juiz nada marcou. O comentarista Batista (devidamente ‘homenageado’ pela torcida tricolor), pra manter a rotina, não viu infração.

Depois, um escândalo. Kaio levou dois tapas no rosto, não tapas fortes como a violenta e covarde cotovelada de William em Bolanos.

Mas foram dois tapas. De quebra, Kaio foi gratificado com um cartão amarelo, assim como seu agressor. Kaio nada fez a não ser sofrer os tapas sem reagir.

Portanto, justa a reclamação gremista, diferente do que analisou o comentarista Maurício Saraiva.

Por que não me surpreendo?

Três times lutam por uma vaga no ‘grupo da morte’

Depois da ressaca de duas frustrações seguidas:

1. Saúdo escalação de reservas contra o NH, amanhã, em NH, 18h30. Preserva titulares para o jogo que realmente interessa, contra o San Lorenzo. A lamentar apenas que raciocínio semelhante não tenha prevalecido para o Gre-Nal. Escalasse o time reserva, ou misto, e ainda corria o risco de vencer o clássico. Se perdesse, bem, teria sido o time reserva. Mas já passou.

Futebol é dinâmico. O importante é retirar dos fatos passados algo instrutivo para que erros iguais não sejam cometidos.

Saúdo esse time que está sendo anunciado:

Bruno Grassi; Kaio, Rafael Thyere, Bressan e Marcelo Hermes; Jaílson, Ramiro, Pedro Rocha, Lincoln e Fernandinho; Bobô.

É a oportunidade de conferir se Kaio pode ser o lateral-direito, porque os atuais são fracos.

É a oportunidade para conferir se Thyere tem bola para jogar ao lado de Geromel.

É a oportunidade para ver esse Jaílson, que dizem ser muito bom.

Claro, é a oportunidade para rever Pedro Rocha e, principalmente, Lincoln, o esquecido por Roger Machado.

Por fim, algo indigesto: Fernandinho e Bobô. Fernandinho já deu o que tinha que dar. Só Roger mesmo acredita que ele pode entrar e mudar o panorama de um jogo.

Já o Bobô é uma alternativa interessante, desde que Roger consiga fazer o time mandar bolas para a área com alguma qualidade, nada chutões e chuveirinhos, o que me parece quase impossível pelo que já vimos.

Enfim , olho nesse jogo.

2. Confessem, ninguém apostava um centavo no Toluca. Eu pelo menos não apostava. Quando o Grêmio perdeu no México parecia o fim do mundo. Onde já se viu perder do Toluca? Continuo achando o Toluca um time médio, mas ainda assim, pelo jeito, superior aos demais. Ou do mesmo nível, só que com mais sorte nas conclusões.

O Grêmio levou 2 a 0, e teve um jogador a mais durante boa parte do jogo. Nada que não possa ser revertido aqui, na Arena, desde que não haja um Grenal na véspera para a direção determinar força máxima de novo e assim correr o risco de perder outro titular importante. Imaginem, perder o Geromel, o maior jogador do time no momento.

O Toluca chegou aos 7 pontos. Bateu a LDU fora no duelo das alturas.

O time mexicano está classificado. Resta saber se em primeiro ou segundo lugar. Sobra uma vaga para Grêmio, San Lorenzo e LDU.

Não arrisco nenhum palpite. Mas acho que o Grêmio tem time para vencer o San Lorenzo em Buenos Aires.

Desde que Roger Machado saiba escalar o time, montar o banco de reservas com sabedoria e fazer as substituições corretas.

Simples.

Roger substitui mal e Grêmio só empata

Sempre que um treinador coloca dois centroavantes para reverter um resultado que está negativo é porque já não sabe o que fazer.

O técnico Roger Machado, na ânsia de buscar a vitória na parte final do segundo tempo, sacou Luan (este porque sentia dor muscular, o que afetou seu rendimento), Giuliano e Douglas. Nada menos do que o trio técnico e cerebral do time.

Em troca, entraram Bobô, Fernandinho e Henrique Almeida. Três atacantes órfãos de municiadores. Não ficou ninguém para articular nos minutos finais, quando o time argentino tomou conta do jogo, mas com pouca eficiência em termos de conclusão.

Erro de Roger Machado. Não é a primeira vez, aliás, que ele mostra dificuldade para fazer as substituições adequadas na hora adequada.

O raciocínio de Roger foi simplista demais. Quero ganhar, então empilho atacantes. Ora, não é por aí.

Ninguém tira de Roger o mérito de ter armado um belo time no Brasileirão.

Mas o futebol não vive do passado.

Roger tem crédito, mas um crédito que vai se esvaindo rapidamente com essa insistência de manter Douglas como pedra fundamental e ter Fernandinho como uma das principais alternativas mesmo sabendo que ele não resolveu nenhum jogo nos últimos tempos.

Difícil de entender também por que Lincoln é sempre esquecido, e contra o San Lorenzo sequer ficou no banco. A continuar assim Roger pode ficar marcado como o treinador que foi eliminado da Libertadores tendo um jovem talentoso como Lincoln preterido por experientes decadentes.

Talvez Roger veja em Lincoln um jogador mediano, sem condições de substituir Douglas. É um direito seu. O tempo dirá se ele está certo.

Agora, apesar de tudo, da frustração de empatar em casa com um time que nem é lá essas coisas, um time que em determinado momento do segundo tempo parecia morto, entendo que o Grêmio até mereceu vencer.

Ouvi um comentarista afirmar que o melhor do jogo para o Grêmio foi o empate, sugerindo que o San Lorenzo mereceu vencer.

O Grêmio teve duas bolas na trave e alguns lances de muito perigo na área do rival. O San Lorenzo chegou a pressionar, mas sem dar muito trabalho para Roger.  E essa pressão aconteceu por culpa de Roger, que perdeu o meio-campo.

Roger inventou o esquema ‘ressuscita morto’.

Nem tudo está perdido. Complicou a classificação, mas ela ainda é possível. Se tiver o time completo e descansado o Grêmio pode vencer fora.

Para isso, é preciso que a direção não repita o erro de escalar força máxima como fez contra o Inter sabendo que haveria um jogo fundamental pela Libertadores três dias depois.

Sei que a ideia era vencer o Grenal, mas a que custo? A paixão superou a razão.

Essa decisão custou a perda de Bolaños e hoje se viu também a de Luan, que se arrastou em campo até sair mais cedo.

Sobre o time, Geromel de novo o grande destaque, inclusive em função do chute na trave. Joga muito. Já tem gente pedindo sua convocação pra seleção. Coisa de colorado querendo desfalcar ainda mais o time, que não terá tão cedo Miller Bolaños, vítima de agressão no clássico.

No final, ouvi vaias. Mau sinal.

 

 

 

Grêmio mobilizado para jogar por Bolaños

Se alguém espera um Grêmio abatido, desconfiado de seu potencial, depois de tudo que aconteceu domingo, que vá mudando de ideia.

O Grêmio que enfrenta o San Lorenzo nesta quarta-feira, na Arena, é um Grêmio mordido.

Os jogadores vão jogar pelo companheiro abatido covardemente por um ‘colega de profissão’, que está longe de ser um santo, diferente do que ele (o agressor) alega, e que segue impune. Irá a julgamento, é certo, mas nada que uma cesta básica não resolva…

Afinal, é impressionante a mobilização de jornalistas da aldeia na defesa ou na minimização da cotovelada, que para uns virou um braço erguido que por infortúnio encontrou o rosto do adversário.

Foi um ‘acidente’, sentenciou um veterano comentarista, talvez esquecido do significado do vocábulo, e que hoje pede mais ‘sensatez’ naquilo que ele define como ‘falta’, não agressão.

Sempre é bom lembrar aos desmemoriados que a Fifa estabelece que lance como esse é de expulsão na hora, cartão vermelho direto. Determina a Fifa que braço erguido acima da linha do pescoço é falta para expulsão. O árbitro da federação noveletense nada marcou. Não deve ter visto, claro. Depois tem gente que ainda critica o Grêmio por pedir árbitro de fora do RS para os clássicos…  

Enfim, tudo o que aconteceu no jogo, com seus desdobramentos, vai influenciar no desempenho do time. E tudo indica que para o bem.

Ontem, jogadores foram ao hospital prestar solidariedade a Miller Bolaños, que veio para o país do futebol pensando que só jogaria futebol, nunca lhe passou pela cabeça disputar o UFC.

O equatoriano ficou emocionado.

Com duas fraturas na mandíbula (cirurgia será nesta quarta), Bolaños se comunicou com os parceiros por sinais.

Bolaños em sua primeira noite no hospital recusou-se a vestir pijama.

Fez questão de dormir com a camisa do Grêmio.

É por esse jogador valente, que jogou quase um tempo inteiro com o rosto inchado e dolorido, que o time vai jogar.

ROGER

O técnico gremista deve começar o jogo com Éverton. Mas Henrique Almeida tem chance.

A lateral-direita é um problema. Wesley é interessado e combativo, mas não me parece pronto para ser titular.

O volante Kaio andou treinando por ali, ontem. Ramiro está pronto pra voltar.

Penso que um dos dois será o escolhido. Eu apostaria em Kaio.

É um jogador que se projeta bem ao ataque, e com qualidade. Não sei se cruza bem.

É importante que o Grêmio tenha dois laterais que marquem e ataquem.

PIADAS DO DIA

Duas afirmações proferidas por colorados, e não é brincadeira:

1. Bolaños pode ter ossos mais frágeis que o normal;

2 . as fraturas ocorreram com o choque do rosto na grama (esta partiu de dirigente colorado).

PRA QUEM NÃO LEU AINDA

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/03/juca-kfouri-e-o-chegar-junto.html

Agressão covarde e criminosa fica impune

Minha intenção era simplesmente colocar a imagem da agressão covarde e criminosa do lateral William em Miller Bolaños. Uma imagem vale por mil palavras, mas estou com um problema no boteco. Então, me obrigo a escrever, mesmo irritado e revoltado.

Agressão covarde porque numa disputa de bola ninguém espera que o adversário não irá entrar com má intenção. Se souber da intenção dolosa, o jogador se prepara.

Bolanõs foi de boa fé no lance, até porque era uma jogada sem maior relevância. Então, William foi covarde e traiçoeiro. E saiu de campo impune.

Entrou com maldade no lance. Surpreendeu o rival ao acertar-lhe uma cotovelada na face, que ficou praticamente destruída.

Um lance como esse pode invalidar um jogador para o futebol e até para a vida (caso Régis x Darzone). Se a cotovelada fosse alguns centímetros acima o dano seria ainda maior.

O intrigante é que o juiz Daronco nada tenha visto. Talvez estive ocupado em analisar a barba do Douglas (tem uma história aí que ele criticou a barba do meia tricolor em determinado momento do jogo).

Daronco não é o primeiro a não ver golpes mortais para cima de jogadores gremistas em grenais.

Tem um lance emblemático. Mário Fernandes sofreu uma voadora do zagueiro Jackson a poucos metros do sr Leandro Vuaden. Mário Fernandes vivia a sua melhor fase no Grêmio. Ficou pelo menos três meses sem jogar porque teve a clavícula fraturada.

Então, quando o Grêmio pede árbitros de fora é porque tem seus motivos, aos quais acrescenta-se esse, abominável, deplorável, e, como disse o presidente Romildo Bolzan, criminoso.

A lamentar a declaração desse jogador colorado de que basta olhar sua trajetória (aqui entre nós, modestíssima tecnicamente) no futebol para ver que ele jamais cometeria uma entrada maldosa.

Nesses tempos de internet e redes sociais é um perigo fazer esse tipo de informação. Já estão surgindo outros exemplos do quanto esse jogador comete entradas, digamos, desastradas como essa sobre Bolaños, que chegou aqui acreditando que praticaria futebol, não luta-livre.

UM RISCO EVITÁVEL

Na Arena, de onde eu estava, não deu pra ver o lance que reduz drasticamente as chances de título gremista na Libertadores. Estava sem rádio. O 3G não funcionava. Soube desse ato criminoso quando entrei no carro e liguei o rádio.

Fiquei tão revoltado que pensei mesmo em apenas colocar a imagem da prova do crime, da intenção dolosa.

Quem viu o lance não tem nenhuma dúvida de que foi uma agressão sobre Bolaños.

A lamentar, ainda, que a direção gremista não tenha considerado o alto risco de escalar jogadores diferenciados como Bolanos e Luan. Eu não tinha nenhuma dúvida de que eles seria alvo de entradas duras e até maldosas.

Infelizmente, o pior aconteceu. Nem no auge do meu pessimismo eu imaginaria algo tão violento.

O Grêmio agora está sem seu principal reforço para a Libertadores. Alto investimento. Perda técnica irreparável.

Escrevi ainda que outro jogador deveria ficar de fora, Geromel, mas por falta de um substituto minimamente à sua altura, seria necessário correr o risco. Não fosse ele, o Grêmio poderia ter perdido o clássico, porque ele tirou uma bola da risca, com Grohe já batido.

Por fim, disse que não acreditava em vitória porque confio em estatística e tendência. As duas apontavam, e seguem indicando, que vencer Gre-Nal com juiz gaúcho realmente é muito difícil. Questão de tendência e de estatística.

O JOGO

O Grêmio jogou melhor e merecia vencer. Teve mais posse de bola, iniciativa e chances de gol, como uma desperdiçada por Luan na risca de pequena área.

Penso que Roger errou ao não sacar Douglas no intervalo ou no começo do segundo tempo. Demorou e trocou errado. Em vez de Éverton deveria entrar Lincoln.

O melhor do jogo foi Luan. Cansou nos minutos finais e saiu.

Por mim, aceitaria uma derrota no Grenal desde que Bolaños não estivesse agora com a mandíbula fraturada e o rosto disforme.

GAUCHÃO

Ah, a partir de agora eu faria do Gauchão questão de honra. Prioridade máxima. 

Sobre a Libertadores, que o time jogue pelo companheiro vitimado e se supere.

RW

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/03/os-fraturados-e-os-agressores-sem.html

 

 

Grêmio quer impedir o hexa do rival

O técnico Roger deixou claro no alentaço deste sábado na Arena – mais de três mil gremistas entusiasmados incentivando os jogadores – que irá com força máxima contra o Inter.

Prova que o Grêmio quer impedir o hexa do rival.

Por um lado, acho bom mesmo acabar com a série de títulos do clube preferido do presidente da Federação Gaúcha de Futebol, que na terça-feira jantou no apartamento do técnico do seu time, Argel. Coisas que só acontecem Abaixo do Mampituba. Repercussão zero na grande mídia. Por que essa reunião festiva com Argel numa semana Grenal?

Pior que isso só se Lula se reunisse com algum ministro do STF às vésperas de alguma decisão importante no Supremo envolvendo alguma falcatrua. 

Mas voltando ao jogo deste domingo. Penso que o Grêmio não deveria expor todo o time titular. O mais sensato seria poupar uns dois ou três jogadores, deixando-os no banco de reservas para uma eventualidade.

Minha prioridade é a Libertadores. Mas não descarto o Gauchão. Só não jogaria todas as fichas no regional. O Grêmio pensa diferente. Acredito que a maior parte da torcida concorda com a decisão tomada.

Eu deixaria no banco o Luan, que é figura imprescindível. Se ele sofrer alguma lesão, o que não é difícil porque ele não foge do pau, a perda para enfrentar o San Lorenzo será grande. Outro que eu pouparia: Miller ‘Killer’. O Geromel eu não pouparia porque o time perderia muito defensivamente. 

Para esses dois jogadores o Grêmio conta com boas alternativas. É evidente que o time perderia em qualidade.

O comando gremista decidiu correr o risco.

Para o presidente Romildo e seus companheiros o título regional parece ser questão de honra, até como resposta ao presidente da FGF.

Por esse aspecto entendo a decisão tomada. 

O Grêmio quer dar um basta nessa história, atropelando o rival, Noveletto e a arbitragem gaúcha – nos últimos três anos o Grêmio não venceu Grenal com arbitragem da FGF: 

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/03/a-perversa-estatistica10-grenais-sem.html

Bem, eu estarei na Arena, mas confesso que não acredito na vitória gremista, até em função dessa estatística espantosa.

 

 

Grêmio goleia LDU e afasta desconfianças

O ideal do futebol é criar situações de gol – mandando a bola para a rede ao menos uma vez – e impedir que o adversário faça o mesmo.

O Grêmio que bateu o bom time da LDU atingiu esse objetivo. Foi a melhor atuação do Grêmio nos últimos meses.

Os primeiros quinze ou vinte minutos foram terríveis para os equatorianos. Marcação forte sob pressão no campo do adversários, passes rápidos e verticais com a bola nos pés, todos os setores articulando juntos, formando um bloco monolítico.

Não sei se o Grêmio irá repetir essa atuação inicial, mas se o fizer estará no caminho certo para conquistar o tri da América.

Há muito chão ainda a percorrer. 

O Grêmio tem problemas, como todos os outros participantes, mas pelo que se viu ontem na Arena o técnico Roger sabe o que fazer para ajustar o time de maneira adequada, mesmo que uma ou outra peça esteja abaixo do nível desejado.

Muitas equipes campeãs também conviveram com jogadores apenas medianos, o que não impediu a conquista de títulos.

É como disse Roger após os 4 a 0 sobre a LDU: os jogadores precisam pegar confiança, e quando isso acontece o todo cresce.

Ontem, o Grêmio foi um todo unido, com um jogador ajudando o outro, com humildade, raça, vibração. Um Grêmio solidário.

Douglas é um exemplo. Parecia um guri. Sim, Douglas ajudou a marcar, recuou quando preciso, e ainda articulou e apareceu na frente para atormentar o goleiro na saída de bola.

Eu tenho minhas teses, mas não as sobreponho aos fatos. Douglas fez uma bela partida. Se jogar sempre assim merece continuar no time. Só faço uma ressalva: ele não tem condições de ficar até o fim. Douglas cansou. Lincoln poderia ter entrado nos minutos derradeiros.

Outros jogadores que estiveram em alto nível: Geromel (não acreditei quando me contaram que teve gente ‘especializada’ afirmando que ele jogou mal) foi o destaque da defesa. Pena que tenha levado um cartão amarelo bobo.

Fred mostrou uma segurança até agora não vista. Foi firme, tranquilo. 

Os dois laterais melhoraram, mas ainda estão devendo.

Edinho e Maicon foram heróicos, incansáveis. Edinho lembrou Dinho: bateu com categoria.

Maicon fez um golaço, aparecendo na área na hora certa para receber a bola encostada por Luan e fazer 1 a 0.

Luan foi o maior expoente técnico em campo. Deu assistência para dois gols.

Giuliano correu muito, mas sem o brilho de vários jogos do Brasileirão passado.

Henrique Almeida e Éverton entraram iluminados. Cada um marcou um gol, e bonitos gols. Bobô perdeu espaço para Henrique, sem dúvida.

O ESTREANTE

Por fim, o estreante Miller Bolaños. Na véspera, eu encontrei um dirigente do Grêmio que assiste aos treinos. Ele resumiu: é um jogador que tem facilidade para fazer gols, é vocacionado para fazer gols.

Bingo!, como diria o Lênio, colaborador do cornetadorw. Miller joga fácil, simplifica, é inteligente, se posiciona com sabedoria. Teve duas chances de gol, marcou um. Nada mal para alguém desentrosado, e que ainda não está em sua melhor forma. Só achei que ele foi muito econômico nos dribles. Tem horas que os dribles são necessários para abrir uma retranca. Baita contratação.

Resta torcer, agora, para que Roger não se deixe influenciar pelos defensores do centroavante aipim e pelo futebol de ‘uma bola só’ e mantenha esse formato que ele mesmo lançou com sucesso no Brasileirão passado, até desviar de rumo.

Domingo, Gre-Nal: defendo que o Grêmio vá com todos os titulares que tenham plenas condições de jogo.  

FRASE DO ANO

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/03/no-ano-passado-era-viuva-de-leandrao.html

Todos juntos pelo Tri da América

  Esta é uma noite em que o GRÊMIO deve pairar acima de todas essas questões que fazem o cotidiano do torcedor, como quem deve começar o jogo, quem entra e quem sai, este é melhor do que aquele, atacante fixo ou falso centroavante, etc.

  Enfim, chegou o momento de silenciar as cornetas, de aparar arestas causadas por discussões mais acaloradas e desapegar-se da vaidade de acreditar que estamos sempre certos e os outros errados. 

  Nesta quarta, quando a bola começar a rolar na nossa Arena, a gente vai dar-se conta de quanto foram insuficientes todos esses debates, as ideias superficiais como se fossem verdades irrefutáveis. Os ataques desferidos, os golpes verbais sofridos. Verdades ‘definitivas’ que muitas vezes desmoronam quando a bola mergulha na rede e a vitória nos abraça, nos acolhe, e nos faz felizes.

  Chegou a hora de nos tornarmos uno, indivisíveis, sem dúvidas, sem medos. Chegou a hora de deixar fluir exatamente o que somos: gremistas. E ser gremista é um dom, uma dádiva. É sempre acreditar que nada é impossível para quem torce pelo GRÊMIO. Pouco importa os reveses, que doeram, mas nos deixaram mais fortes, mais unidos.

  Hoje, é noite de estarmos todos juntos, unidos, apoiando o Grêmio com a intensidade e o entusiasmo fanático que forjaram a mística do velho casarão, o Olímpico. Mística que há de ser incorporada pela nossa Arena e por nossos atletas, fazendo vergar todos os adversários. A começar pela LDU.

Juntos pelo Tri da América!