Grandes debates na aldeia

É forte a pressão para Éverton ceder seu lugar ao equatoriano Miller Bolanos. Existe quase unanimidade nesse sentido.

Douglas poderia repetir He Man, o legítimo, não aquele que andou pelo Beira-Rio a troco de milhões de reais: eu tenho a força.

É, na verdade, uma força que está se exaurindo. O tempo é implacável. Ninguém fica imune aos efeitos devastadores do tempo. Nem os jogadores mais habilidosos.

Curioso, os mesmos que agora dizem que foi bom D’Alessandro ter saído porque nos últimos tempos tirava a velocidade do time e inibia os mais novatos, de ritmo acelerado, omitem que Douglas faz o mesmo no Grêmio atual. Quando ele sai, o time voa. 

Se dependesse de mim, Éverton seria mantido. Sairia o Douglas, de relevantes serviços prestados. Poderia até ser condecorado com algo como uma Medalha do Mérito Gremista.

Mas tem outra discussão na aldeia: Bolanos deve começar o jogo?

Não há consenso, pelo contrário. Os argumentos tanto para um lado como para outro são respeitáveis. Eu mesmo não tenho muita convicção sobre minha posição a respeito.

Se fosse para o equatoriano – antes, quero confessar que não sei da real capacidade desse jogador e me baseio nos elogios a ele dirigidos – entrar no lugar de Douglas, seria a favor de que começasse o jogo. Isso partindo do pressuposto de que ele está bem para sair jogando.

Agora, até os quero-queros que ainda resistem no Olímpico sabem que Douglas começa o jogo. É mais ou menos como Douglas e mais dez.

Então, como não considero justo sacar Éverton, talvez o melhor atacante do time nesta temporada, prefiro que Miller Bolaños comece no banco de reservas. Até porque tenho lido e ouvido opiniões altamente suspeitas defendendo que o equatoriano comece. Cada vez que esse pessoal de posiciona de um lado, eu fico preocupado, e acabo me inclinando para o lado oposto.

Em resumo: prefiro Bolaños como alternativa para o segundo tempo.

Mas vou apoiar qualquer decisão que Roger venha a tomar.

O que importa é o Grêmio vencer, não ver a minha opinião vencedora.

 

er que não sei exages 

Acertos superam erros e Grêmio vence na Arena

Mais uma vez o Grêmio foi superior quase todo o tempo, e mais uma vez penou, e por detalhe não saiu de campo com um resultado negativo diante do Glória, que acabou de trocar de técnico por fazer má campanha no Gauchão.

É incrível a facilidade com que o time leva gols. Neste domingo, começou com uma entrega de Maicon, que jogou a bola nos pés de Éder, que respondeu com um morteiro indefensável. O segundo gol do Glória começou com uma roubada de bola (com falta!) de Lincoln, que recém havia entrado. No cruzamento para a área, Fred fez ‘golpe de vista’ e Marcelo Oliveira chegou atrasado. Foi um espectador privilegiado do gol de Vinicius.

Mais uma vez o Grêmio criou chances de gol em número suficiente para vencer com folga. Mas continua levando gols por desatenção, falha técnica, e falha coletiva.

A grande verdade é que o técnico Roger Machado não está conseguindo reestruturar o sistema defensivo, que perdeu qualidade individual, é certo, o que ajuda a explicar a peneira em que se transformou.

Não fosse o ‘frangueiro’ Marcelo Grohe, que fez duas grandes defesas quando o Glória empatou, a poucos minutos do final, talvez o time não tivesse força nem controle emocional para fazer os dois gols no ocaso do jogo.

Saindo da defesa instável e inconfiável, vamos ao sistema ofensivo, que só não vai melhor porque perde muitos gols.

O goleiro Rafael fez pelo menos cinco grandes defesas. A bola encontrou o poste em duas oportunidades.

 

O primeiro gol do Grêmio, o de empate, foi de Giuliano, que melhorou um pouco em relação a si mesmo. Ele recebeu um passe precioso de Éverton – um dos melhores do time -, dominou, driblou o goleiro e mandou para a rede com categoria.

O time foi para o intervalo com um empate constrangedor. E assustador. Afinal, era o Glória.

Logo na largada Geromel empatou, após receber uma bola desviada de cabeça por Marcelo Oliveira (vejam só!) e cruzamento de escanteio de Douglas (finalmente).

Depois, só deu Grêmio. Seus atacantes abusaram de perder gol, por preciosismo ou imperícia mesmo. Quem não faz leva, pensei com meus botões.

O que parecia impossível aconteceu. O Glória empatou e só não virou porque Grohe (repito) apareceu para salvar.

Roger, meio que no desespero, arriscou com dois centroavantes. O técnico que se consagrou nacionalmente por jogar com atacantes de movimentação apelou para Bobô e Henrique Almeida, que substituíram Éverton e Maicon. Era tudo ou nada.

Quando as coisas se encaminhavam para o ‘nada’, o empate inglório (desculpe o trocadilho infame), eis que Henrique Almeida acerta um torpedo de fora da área, semelhante ao primeiro gol do adversário (treinado pelo meu amigo Rodrigo Bandeira).

No final, como presente aos arremessadores de pipoca, Luan, de boa atuação, marcou o quarto gol.

As nuvens escuras que pairavam sobre a Arena se dissiparam instantaneamente.

Mas ainda não foi possível observar as estrelas.

Fica a esperança de que Roger acerte a mão. Estruture melhor a defesa e ajuste a pontaria dos atacantes.

Quarta-feira o jogo é decisivo. Uma vitória sobre a LDU é mais que um dever, é uma obrigação.

O TIME

Ninguém espere que Lincoln comece no lugar de Douglas. 

Douglas é cláusula pétrea. Não importa que torne o time previsível, lento e até irritante.

É titular.

Então, é por ele que iremos torcer contra a LDU.

Contra o Glória até que ele foi bem, mas era o Glória.

O time pelo jeito está escalado. É o que começou o jogo.

Não gosto de W. Oliveira, não gosto de Fred e estou preocupado com Marcelo Oliveira.

É muita gente inconfiável no mesmo time, no mesmo setor.

Mas é o que a casa oferece.

Ainda assim dá pra ganhar. Basta a torcida pegar junto e os jogadores se superarem. 

 

 

 

As pipocas do desencanto e da frustração

Um pequeno grupo de torcedores decidiu ir ao CT da Arena protestar contra o desempenho do time, cobrando mais garra, mais futebol, mais isso e mais aquilo.

Foi uma ação com nível de agressividade baixo. Entre mortos e feridos salvaram-se todos.

Tem coisa muito mais violenta acontecendo na cidade o tempo todo e em todos os lugares, inclusive os mais movimentados como a Cidade Baixa, palco de um tiroteio no final da madrugada desta sexta-feira.

A munição dos revoltados não poderia ser mais meiga e inofensiva: pipocas. Quem sabe uma homenagem ao colunista aquele sempre referido pelo cornetadorw?

O alvo era o grupo todo, inclusive o técnico Roger, mas sobrou mais para Luan. Tivesse ingressado no CT com os vidros abertos Luan teria garantido um lanche à base de pipocas. Pena o desperdício.

Pena também que essa mobilização toda não tenha sido destinada aos verdadeiros responsáveis pelo desencanto e frustração que tomaram conta da torcida gremista.

É impossível deixar de reconhecer o esforço, o empenho da direção em formar um time competitivo. Mas só esforço e empenho muitas vezes são insuficientes para conquistar títulos. Até agora os jogadores contratados não deram resposta realmente positiva.

O Grêmio tentou de todas as formas contratar um líder para dentro de campo. Um cara que levante o moral do grupo nos piores momentos, que mostre indignação e conduza os companheiros a uma reação. Que não se conforme com a derrota, que busque a vitória até o último minuto, a última gota de suor ou sangue.

O Grêmio tentou Henrique, um nome forte, com características necessária para ser a liderança do time. Não conseguiu. 

Quer dizer, a direção e a comissão técnica avaliaram bem. Mas o fato é que Henrique não veio, e o time precisa de uma voz forte dentro de campo. Mas ela não existe. Por isso, muitas vezes, o time fica apático, e passa essa impressão de desinteresse e conformismo diante do resultado adverso.

É por isso que esse grupo de gremistas, em torno de 50 almas sofridas, esteve na Arena cobrando raça, esforço, dedicação.

Tudo o que sobrou na derrota contra o São Paulo, em Rio Grande.

Mas que faltou contra o Toluca e que não pode se repetir contra a LDU.

Agora, tanto num jogo como no outro, ficou de novo muito claro que o time do Grêmio, neste momento, é tecnicamente insuficiente para satisfazer plenamente o torcedor.

A torcida já se tocou disso. Quer o time jogando na superação para compensar outras dificuldades, algumas pontuais e por demais conhecidas.

Agora, qualquer chance de título passa por Luan. É bom que o torcedor não se esqueça disso.

DA SÉRIE SE ARREPENDIMENTO MATASSE

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/02/momento-zini-de-justo-guerra.html

Dupla Grenal frustra torcedores na rodada

O São Paulo fez três gols no time misto do Grêmio. Até aí nada de anormal, porque o sistema defensivo armado por Roger já mostrou que tem vocação para peneira, jogando com titulares ou com reservas.

O problema dos 3 a 2 sofridos, de virada, em Rio Grande, foi a forma como os gols aconteceram. Houve falha gremista, sim, mas sobrou sorte para o esforçado time do São Paulo.

O Grêmio largou na frente, até porque era superior. Deu gosto de ver o time jogando com vontade, disputando cada bola com vontade, com garra. Era um time veloz, saindo rapidamente da defesa para o ataque. Luan mostrou que está vivo. Não foi o jogador sonolento de jogos recentes. Gostei do Lincoln, do Éverton, do Kaio. Gostei no primeiro tempo e continuo gostando do que vi nesses jovens mesmo depois da derrota.

Fred fez 1 a 0. Recebeu bola recuada por Geromel em meio à confusão na área e mandou para a rede.

O São Paulo empatou logo depois num lance também de tumulto na área. Grohe deixou a bola escapar, acossado por adversários que desde os minutos iniciais iram sempre em seu corpo. A bola respingou, o garoto Kaio afastou de cabeça, mas nos pés de Thiago Correa: 1 a 1. Resultado injusto para o Grêmio naquele momento.

No segundo tempo, e faço questão de enfatizar, boa jogada da gurizada pela esquerda, Kaio apareceu de trás em velocidade e, mostrando calma e visão de jogo, cruzou pelo alto para Luan fazer 2 a 1. Até ali, 4 minutos do segundo tempo, o time misto jogava uma partida de bom nível, e merecia a vantagem.

O SP, empurrado pela torcida e estimulado pela arbitragem conivente com as pancadas que Luan e Lincoln sofreram, equilibrou o jogo.

Até que aos 30 minutos, de gol olímpico, o SP empatou. Um jogador do Grêmio falhou ao tentar interceptar a bola que veio a meia altura, e com isso prejudicou quem estava junto à primeira trave e também o goleiro Grohe. Um lance absolutamente fortuito.

Dois minutos depois, com o Aldo Dapuzzo transformado num caldeirão pela torcida local, o gol da vitória. Um chute de fora da área, a bola desviou no meio do caminho, mas ainda assim Grohe conseguiu evitar o gol, afastando a bola do jeito que foi possível, quase de dentro da goleira. A bola caiu nos pés de Alex Goiano, que não perdoou e saiu pra galera.

O São Paulo estava batendo o misto gremista, que ainda tentou reagir. Mas teve Edinho, um guerreiro, expulso depois de sofrer uma entrada dura pelas costas, igual as que Lincoln e Luan receberam algumas vezes no jogo sem punição aos agressores. Edinho foi fazer justiça e acabou expulso.

Alguém pode dizer que faltou maturidade ao time jovem escalado por Roger. Pode ser, mas quero frisar que maturidade sem vibração e sem empolgação, como aconteceu no México, também não adianta.

Percebo que inúmeros gremistas atribuem grande parte da derrota ao goleiro Grohe. A meu ver, ele falhou no primeiro gol, e só.

No mais, é muita injustiça que estão cometendo com esse grande goleiro.

Sobre os centroavantes. Gostei mais do Henrique Almeida. Penso que Roger deveria ter insistido mais com esse atacante, que jogou ansioso demais, preocupado em fazer um gol, mas lutou, participou. Bobô entrou e nada acrescentou. Henrique é um centroavante com mais movimentação pelos lados, mas sempre presente na área. 

INTER

Já o Inter sofreu apagão. Faltou luz no estádio e futebol ao time de Argel. Pode ser o efeito Mick Jagger, pode ser.

O fato é que o Inter do ‘esquadrão classe A’ caiu em casa diante do lanterna Veranópolis.

No Gauchão, Grêmio e Inter estão bastante parecidos. 

A diferença maior é que o Inter ainda não viajou ao interior.

Enquanto isso, o Juventude faz campanha admirável. Candidato ao título.

Estranha campanha em favor de Bobô e Douglas

É impressionante a campanha para tornar Bobô titular do Grêmio, acabando com o esquema sem centroavante de carteirinha, o aipim.

Tem gente que se deu ao trabalho de contar os minutos de participação do atacante com a camisa do Grêmio. O resultado, segundo esse levantamento que eu não conferi, mostra que Bobô fez 8 gols em 15 jogos.

Nada mau para quem não ganha continuidade e na maioria das vezes entrou no decorrer de alguns jogos.

A questão não são os gols, mas o futebol que ele apresentou. Nada que autorize alguém a afirmar que Henrique Almeida é muito inferior a Bobô, como ouvi após o jogo contra o Novo Hamburgo.

Bobô até pode ser o goleador que o Grêmio precisa, mas até agora sua maior participação foi como o instrumento que afetou o esquema até então vitorioso montado por Roger, com Luan de falso camisa 9, com Éverton ou Pedro Rocha pelo lado esquerdo e Giuliano pela direita.

Coincidência ou não, desde então o time não foi mais o mesmo.

Outra campanha em curso é para manter Douglas como titular. Entre os defensores de Douglas estão alguns que defenderam a saída do ídolo colorado D’Alessandro, que já não teria mais preparo para aguentar uma partida inteira, estaria decadente, etc.

Douglas é um jogador de técnica apurada, um meia raro no futebol, talvez até porque o futebol atual prescinda do articulador que se movimenta em espaço reduzido, não combate, e mal e mal cerca o adversário que está com a bola. 

Os que defendem Douglas acreditam que ele merece continuar no time quando Bolaños puder jogar. Sairia, então, Éverton, que tem sido o atacante mais regular e efetivo do Grêmio neste início de temporada.

Não, Éverton merece ficar. Quem deve sair é Douglas, o que contribuirá para tornar o time mais ágil e objetivo no ataque.

Desconfie daqueles que querem a permanência de Douglas. 

TIME MISTO

Marcelo Grohe; Wesley, Pedro Geromel, Fred e Marcelo Hermes; Edinho, Kaio, Luan, Lincoln e Everton; Bobô. 

Este deve ser o time que enfrenta o São Paulo, em Rio Grande, nesta quarta-feira.

Gostei da escalação e da ideia de poupar Douglas. Mais uma chance para Lincoln.

Só não gostei, e não consigo entender, por que Geromel não é poupado.

O gramado do SP é ruim, as chances de lesão não são pequenas.

Geromel, o melhor do time no momento, deveria ficar de fora dessa encrenca.  

ARGEL

Mesmo sob críticas da imprensa e desconfiança de sua própria torcida, o técnico Argel vai arrumando a casa.

Aos poucos, seus críticos mais ferozes vão mudando de posição devagarinho.

Imagine o que eles dirão se por um acaso Argel ganhe o Gre-Nal, por exemplo.

Então, é melhor recolher a artilharia. Pelo menos por enquanto.

 

 

‘Aipim’ faz gol salvador no ocaso de Douglas

O fim do horário de verão pode estar marcando também o fim do atacante ‘pelos lados’, ‘flutuante’, e a volta do atacante mais fixo e centralizado, mais conhecido como centroavante ‘aipim’.

Sei de muita gente que vai vibrar com isso. Não é o meu caso. Por mim, pode jogar até um zagueiro na frente, desde que faça gols decisivos e em profusão.

Bobô marcou um gol salvador substituindo um congênere, Henrique Almeida. Isso bastou para ser considerado por muitos um dos destaques do Grêmio na vitória sobre o Novo Hamburgo.

Aliás, o melhor da tarde foram os três pontos obtidos. O resultado de 1 a 0 foi minguado e não corresponde ao que o time produziu. O fato é que o resultado contribui para pacificar ânimos e tranquilizar o vestiário gremista.

O técnico Roger Machado enfrenta seu primeiro momento de contestação e crítica. Ainda poucas e contidas, mas que neste domingo poderiam ter subido de tom caso não viesse o gol salvador.

A substituição de Douglas por Fernandinho aos 18 minutos do segundo tempo causou murmúrios reprovadores. A torcida, o vendedor de churrasquinho e o pipoqueiro fora da Arena esperavam Lincoln.

A sorte de Roger foi que três minutos depois Luan cobrou falta da intermediária, na área central do campo, e Bobô, que minutos antes havia substituído o discreto Henrique Almeida, mandou para a rede de cabeça.

Um tipo de gol raro nesse Grêmio que desaproveita 99,9% das cobranças de bola parada, tanto escanteio como faltas.

E por que dessa vez marcou? Ora, o cobrador oficial, Douglas, estava fora. Se estivesse em campo a cobrança seria dele. E, talvez, quase certo, o gol não acontecesse.

Henrique Almeida deve estar lamentando até agora ter saído antes de Douglas.

Bem, o gol abriu a retranca do NH – não entendo por que trocar o azul pelo vermelho nada a ver do seu uniforme -, e isso abriu espaços para jogadas mais verticais, em velocidade.

É injusto atribuir apenas à ausência de Douglas essa mudança de característica do time.

O NH deu espaços e o Grêmio conseguiu chegar com perigo algumas vezes. Numa delas, Éverton invadiu a área pela direita, recebendo passe de Bobô, e o goleiro defendeu. Outra boa chance foi com o volante Kaio, que apareceu de surpresa. Mais uma vez o goleiro salvou.

O fim do horário de verão pode marcar o término do esquema que empolgou o país no ano passado com a escalação de um camisa 9 e também o ocaso do ciclo Douglas, que a cada jogo escancara que sua presença como titular é injustificável.

Acredito que Roger esteja esperando Bolaños para fazer a mudança que os fatos exigem: a saída de Douglas do time.

COTAÇÃO

Qualquer avaliação de jogador fica prejudicada pela qualidade do adversário. Os alvos principais, Wallace Moreira, Fred e Marcelo Oliveira, foram favorecidos pelo pouco poder de fogo do adversário.

Mesmo assim, Grohe fez uma grande defesa. Depois, destaque para Éverton.

Luan, estrela do time, mais uma vez esteve apagado. Não esquecendo que foi ele quem cobrou a falta do gol que vale três pontos no Gauchão.  

 

Grêmio decepciona e assusta torcida

Nos últimos dias preguei o otimismo, a tolerância e a esperança. Defendi o time não por suas qualidades nem por seus defeitos, mas por ser o time que a diretoria conseguiu montar. Sabia de suas limitações, mas larguei de mão a crítica e a corneta em prol do nosso objetivo maior.

Hoje, depois da paulada de ontem no México, o otimismo fugiu pra debaixo do tapete. A tolerância está moribunda. Só restou mesmo, forte e compreensiva, a esperança. 

Tenho esperança que a derrota por 2 a 0 logo na largada da Libertadores – diante de uma equipe que jogou quase uma hora com dez – tenha ocorrido principalmente por causa da altitude.

Que a altitude ajude a explicar a placidez dos jogadores como ruminantes rumo ao matadouro. A falta de indignação depois de levar o primeiro gol de um time que tinha um jogador a menos foi algo irritante, para abalar qualquer esperança de uma reação imediata.

Minha convicção de que o time tem condições de brigar pelo título ficou abalada. 

Se Bolaños tiver toda essa capacidade técnica que lhe é atribuída as chances aumentam.

O problema é o fardo que o atacante terá de carregar: dois laterais inconfiáveis, uma zaga capenga pela falta de um companheiro para Geromel, e um meia que se arrasta esperando dar uma metida a qualquer momento. Aliás, coube a Douglas criar a melhor situação do Grêmio – a tal uma bola só -, quando ele deixou Éverton na cara do goleiro, em condições de escolher o canto. Mas Éverton é o Éverton, e isso significa acabamento imprevisível.

Mas Éverton, assim como Douglas, foi dos poucos que não sucumbiram plenamente. Foram participativos e interessados.

Tenho dificuldade de dizer o mesmo de Luan, que pareceu cansado, enfarado, triste. Sim, Luan parecia triste, contrariado com alguma coisa, ou até com ele mesmo.

Pior ainda foi Giuliano, que parecia um fantasma em campo. Giuliano foi completamente apático.

Diferente de Edinho, um leão no jogo, inclusive dando umas chegadas mais fortes. Edinho se mostrou inconformado com a pobreza, a indigência do futebol gremista.

Maicon é outro que deu o máximo. Tentou organizar o time, foi presente na marcação e tentou criar jogadas no meio.

O fato é que de um modo geral todos estiveram abaixo do futebol que já mostraram.

E quando o time todo não vai bem – tenho isso como regra – a responsabilidade é do treinador. Unicamente do treinador.

Por isso, torço que a principal razão do fracasso diante do mediano Toluca tenha sido mesmo a altitude, diminuindo o percentual de culpa de Roger e seus comandados.

Caso contrário, o que aconteceu no México irá repetir-se.

 

 

Libertadores: união total pelo Grêmio

Chegou o dia do começo da caminhada pelo TRI DA AMÉRICA.

Precisamos de união total, com muita energia positiva para contrapor aos fluidos negativos que serão emanados por ‘eles’, o que é natural, e faz parte do nosso universo Grenal.

O que não dá pra aguentar é secação interna em nome de vaidades, rancores, egos, invejas e politicagem.

Então, vamos para o jogo, vamos brigar pelos três pontos. Se der empate, tudo bem, mas o time precisa jogar pela vitória. 

Segue abaixo texto publicado pelo grande gremista e companheiro do Movimento Grêmio Multicampeão, Evandro Krebs, em Zero Hora desta quarta-feira:

 

COM O GRÊMIO ONDE E COMO O GRÊMIO ESTIVER

É sob um clima de preocupação e alguma desconfiança que o Grêmio estreia nesta quarta-feira na Libertadores/2016, no México. Muito distante de nós, torcedores, que se pudéssemos até a pé nós iríamos para ajudar nosso time a vencer o Toluca.

O resultado negativo contra o São José nos deixou um tanto abalados, desconfiados, mas nós, gremistas, nunca nos vergamos. Estaremos com nossos jogadores e com o técnico Roger Machado em cada lance, em cada disputa de bola, em cada conclusão a gol.

Já estamos recuperados e confiantes na vitória. Temos time para começar conquistando três pontos. Este é o melhor time que foi possível construir diante da situação financeira crítica do clube, fato que muitos relevam na hora da raiva e de manifestar sua revolta no campo ou nas redes sociais, sentimentos legítimos, mas que não podem ganhar maior amplitude.

Não podemos nunca esquecer que esse time que vai enfrentar o Toluca é o NOSSO time. Tudo o mais não importa agora. Os questionamentos a uma eventual falta de qualidade em determinadas posições são absolutamente dispensáveis e, mais do que isso, completamente inúteis. Os jogadores estão aí e é com eles que o Grêmio vai brigar pelo Tricampeonato da América.

Todos nós sabemos que a equipe possui alguns problemas técnicos, individuais e coletivos, o que acontece, aliás, na imensa maioria dos clubes, com exceção dos Barcelonas da vida. O importante é que o Grêmio, o NOSSO Grêmio, está na Libertadores da América, uma posição almejada por muitos e alcançada por uns poucos. Pensem nisso.

Quem não quiser ajudar, que não atrapalhe! A hora é de união de forças, de energia, não de contestação ao que está consumado. Para torcer contra já tem bastante gente nas imediações…

Um olhar mais atento pelo retrovisor da história indica que muitos times campeões eram contestados no início de suas caminhadas rumo ao título. Superaram os obstáculos, inclusive os colocados por torcedores menos tolerantes, e hoje são, justamente, festejados, e até mitificados. É curioso constatar que jogadores então criticados, definidos como toscos e insuficientes, passaram a ser quase endeusados após um grande título obtido.

Enfim, temos um time para torcer na Libertadores – o que é para poucos – e uma direção séria, que está enfrentando inúmeras dificuldades, mas que ainda assim consegue nos oferecer a esperança da retomada dos grandes títulos.

Como a maior parte da torcida, reconheço as dificuldades e o grande desafio, mas acredito no trabalho que está sendo desenvolvido e não tenho dúvida de que Roger e seus comandados saberão honrar e dignificar esse manto sagrado, a gloriosa camisa azul, branca e preta.

 

Roger não deve ouvir torcida nem vozes do passado

O melhor que o técnico Roger deve fazer para armar o time que estreia na Libertadores é seguir suas convicções. Se for para errar, erre pela sua cabeça. Afinal, mais cedo ou mais tarde, a cabeça dele é que irá rolar.

Se Roger ainda tivesse ao seu lado um dirigente com experiência e conhecimento de futebol, poderia ali encontrar um conselheiro confiável. É bom, em qualquer atividade ou situação, ter alguém próximo para trocar uma ideias, confidências, etc. Mas não pode ser qualquer um.

Não pode, por exemplo, ser alguém distante que pegue o telefone para sugerir este ou aquele esquema, este ou aquele jogador, acreditando ter alguma influência sobre o técnico. As vozes do passado no passado devem ficar.

Vale o mesmo para a torcida. É interessante que o técnico ouça e leia o que dizem os torcedores. Mas não pode guiar-se por eles. Caso contrário, terá apenas uns três ou quatro jogadores para escalar, se tanto.

Basta acompanhar as redes sociais – este boteco tem um pouco de tudo o que é dito por aí – para verificar que assim como tem gente que quer o Marcelo Oliveira longe, há outros que o consideram importante para o time. Eu me incluo no segundo grupo.

Os que não gostam de M. Oliveira têm discordância sobre quem entraria para enfrentar o Toluca. Dá de tudo. Existe até quem sugira o Fred, sem mesmo conhecer o Fred direito; outros, apontam Hermes, que até é bom jogador, mas que já mostrou dificuldade no apoio, e o time de Roger precisa de laterais que se apresentem na frente. MO já fez ótimas partidas. Contra o Zequinha, como quase todo o time, ele foi mal, o que reforçou a corneta da intolerância.

A lista de jogadores muito questionados segue com o pobre Wallace Oliveira, que recém começa a se adaptar, e com Kadu, este já recebido com justificada suspeição em relação ao seu potencial.

Até Luan tem seus corneteiros, que silenciam quando ele faz belas partidas, e que ressurgem com a maior cara-de-pau quando sua atuação não é suficiente para impedir uma derrota.

Sobra também para Marcelo Grohe, Wallace, Maicon, Éverton. Enfim, todos.

No momento, apenas Geromel é unanimidade. Este Roger pode escalar sem medo.

 

 

Jogo 100 na Arena: resultado inquietante

Se querem saber, vejo algo de muito positivo na derrota gremista em seu jogo 100 na Arena, diante de sua torcida e de uma dúzia de torcedores do bravo São José.

Eu já estava percebendo muita gente de salto alto em função de bons resultados e até boas atuações nesse campeonato que todos sabem – mas parecem esquecer às vezes – não passa de um engana-bobo.

Uma vitória sobre o modesto, mas bem organizado, Zequinha poderia inocular também nos jogadores o vírus do ‘já ganhou’ que é fácil verificar nas redes sociais.

Se o Grêmio tivesse perdido jogando mal, eu ficaria preocupado.

Mas o fato é que o Grêmio jogou relativamente bem, considerando que criou inúmeras chances de gol e só não saiu na frente no placar porque esbarrou no eficiente e sortudo Fábio.

É claro que preocupa o sistema defensivo. Marcelo Oliveira fez uma péssima partida, mas a gente sabe que ele joga muito mais. Agora, o que esperar mais de Kadu? No segundo gol, ele foi pior que o pior zagueiro da várzea de qualquer lugar ao empurrar a bola para a frente da área, onde apareceu Guilherme para agradecer e chutar sem qualquer chance de defesa do Grohe.

Aliás, o goleiro gremista fez duas grandes defesas em chutes de fora da área. Os corneteiros de plantão devem levar isso em conta antes de ofenderem meus ouvidos.

No mais, gostei de ver Pedro Rocha driblando e jogando com menos tensão. Éverton também teve ótimos momentos. Luan, igualmente.

O volante Kaio foi bem, e pode aos poucos afirmar-se. É esforçado e com ele não tem bola ruim.

O lateral-direito, o Wallace Oliveira, é mediano. Ainda há tempo de contratar outro. 

Henrique Almeida entrou no segundo tempo, mas pouco acrescentou, o que é até muito natural.

Douglas foi um jogador a menos. Lincoln entrou e deu uma melhorada no time, mas não o suficiente para ajudar a evitar a derrota por 2 a 0 a poucos dias da estreia na Libertadores.

Repito, o resultado é inquietante, perturbador, mas o Grêmio jogou mais que o Zequinha, a meu ver.

Por isso, acredito muito numa vitória no México. Agora, só não pode perder tantos gols e dar tanto espaço ao Toluca.

 

PRIMEIRO TEMPO (texto escrito no intervalo)

O Grêmio jogou todo o primeiro tempo passando a impressão de que seu gol não tardaria. Questão de ajuste da pontaria, com mais precisão e mais potência em uma ou outra situação.

Mas esse mesmo Grêmio deixou-me convencido que não sairia desse centésimo jogo na Arena sem levar pelo menos um gol. A vulnerabilidade do sistema defensivo – e aí incluo também a marcação no campo de defesa do adversário, na origem das jogadas – fez a alegria dos atacantes do Zequinha.

Se o Grêmio teve infelicidade nas finalizações – algumas daquelas que Deus castiga -, sobrou sorte e, claro, habilidade para Heliardo deslocar o goleiro Grohe, que anteriormente havia feito grande defesa. O lance começou num descuido de Luan, que teve a bola roubada por um adversário no campo de ataque.

Minutos antes, o Zequinha havia feito dois contra-ataques também com bolas perdidas na frente, ambas com origem em passes errados de Marcelo Oliveira, que hoje mereceu o rótulo de ‘avenida’, embora eu o considere um lateral superior. No Grêmio, sem substituto.

Prevejo para o segundo tempo um Grêmio mais firme na marcação, um Zequinha explorando contra-ataques, e uma virada tricolor, mais uma vez.

Agora, temo pela arbitragem de Leandro Vuaden.  Será insuportável para uns e outros o Grêmio fechar a rodada com 100% de aproveitamento.

Vamos ver.