Interessante texto do botequeiro (não troque sílabas, por favor) Alexandre Sanz.
Um texto para reflexão no carnaval!
“Amigos, atualmente os times brasileiros que irão disputar a Libertadores precisam se preocupar com duas coisas: a primeira, obviamente, é achar formas de ganhar esse título tão desejado; a segunda é procurar montar um time que seja capaz de não passar fiasco no Mundial de Clubes e, para isso acontecer, existem duas chances, a semifinal, Inter e Galo já protagonizaram, e a final Santos levou 4 ao natural do Barça, poderia ter sido mais, bem mais, digo isso porquê nos últimos anos temos percebido a constante criação de Supertimes na Europa, durante algum tempo tivemos 3 desses Supertimes, Barcelona, Real Madrid e Bayern, mesmo que ainda um pouco inconstantes esses times vêm cada vez mais se tornando mais e mais constantes em suas idéias de jogar futebol, este ano surge uma quarta força o Paris Saint Germain, que já abre 24 pontos em sua Liga Nacional a frente do segundo colocado, a Juventus de Turim e o Arsenal da Inglaterra começam a dar sinais de que estão pegando o trem da história e seus times passam a jogar um futebol baseado nas idéias de Supertime e por fim o anúncio da contratação de Pep Guardiola pelo Manchester City somada a informação de que terá em torno de 1 bilhão de Euros para formar seu time, veremos nas próximas temporadas o surgimento de mais um Supertime no futebol europeu, isso significa que cada vez menos teremos um “Chelsea, Liverpool ou Inter de Milão” nas finais de Mundial de Clubes, coloco entre aspas pois os mesmos podem se tornar os próximos Supertimes, aumentando a distância entre nós sulamericanos e eles europeus.
Interessante pensar em como e quando surgiu este conceito de Supertime, na minha opinião, baseado nas declarações, em várias entrevistas que tive a oportunidade de escutar, de Pep Guardiola este conceito foi montado durante muito tempo, através de experiências e estudo, mas o legal é que ele começou no início dos anos 80, entre 1980 e 1982, com a seleção brasileira, que foi um dos primeiros times na era pós Pelé, que colocou “os melhores” para jogar, independente de posições, foi um time que marcou pelo futebol arte, porém sem muitas responsabilidades e que atacava o adversário de forma direta através da qualidade técnica de seus jogadores, como foi um time que não venceu títulos, sempre houve críticas sobre se era a forma de se jogar mais efetiva, faltava algo que desse liga a este conceito de futebol, que hoje vemos como características nos melhores times do Mundo os “Supertimes” ou seja, jogadas que são trabalhadas em todos os quadrantes do campo, centro, esquerda, direita, dribles, tabelas, viradas de jogo e cruzamentos.
A partir daí os conceitos de futebol se transformam para o destaque na consistência defensiva, que se utiliza de alguns craques que decidam quando tenham a oportunidade, assim foi Argentina de Maradona, Alemanha de Mathäus, Brasil de Romário, França de Zidane, Brasil de Ronaldo e Rivaldo e Itália de Canavaro e Buffon.
Em 2008 a Espanha de Luís Aragonés, apresenta ao Mundo o Tic Tac, um futebol que principalmente objetiva o domínio completo da partida através da posse de bola, se utilizando de seus dois craques meio campistas, Iniesta e Xavi Hernandéz eles ganham a Eurocopa, e mostram que a consistência defensiva é a própria posse de bola, o conceito: “enquanto a bola estiver comigo não sofro gols”, apesar de revolucionário era um futebol cansativo de ver (imagine correr atrás), então Pep Guardiola acrescentou este estilo a máxima da seleção de 82 “jogam os melhores” ele teve sorte afinal tinha craques como Xavi, Iniesta, Alexis Sanchez, Fábregas e principalmente Messi, ou seja o tic tac foi a “liga” do conceito “seleção de 82”, fica claro, para mim, para muitos comentaristas do centro do país que o futebol do MUNDO INTEIRO, caminha para utilização desses dois conceitos e que os principais times europeus estão se preparando para se transformarem em Supertimes, o que será lindo de ver pois teremos jogos de altíssimo nível em breve, um nível maior que o que vemos atualmente.
No Brasil, ainda lambemos as feridas do 7 a 1, agora temos boas novas, existem dois treinadores aqui que se atentaram para as novidades européias são eles: Adenor Bacchi e Roger Machado, como o Tite teve seu time todo esgualepado, ficamos com Roger e seus conceitos para o desenvolvimento do Grêmio, que pode marcá-lo nos próximos anos e uma vindoura era de Títulos e Grandes times, talvez, se bem feita esta transição, disputando de forma digna embates contra os grandes europeus.
Muitos dirão, “sonha”, respondo “sim sonho”, os melhores jogadores do Mundo, Messi, Suarez, Douglas Costa, Neymar, Di Maria, Alexis Sanchez são sulamericanos, então é bem provável que desses nomes virão os protagonistas dos próximos Supertimes, Luan, Everton, Lincoln, Tontini, Wallce, Arthur, Balbino…o que não combina é jogar com jogadores como Douglas e Bobô, ai matamos um dos dois conceitos do “Supertime” que é “jogar com os melhores”.”