Fiz o título acima – antes do jogo – pensando no tanto que já sofri enfrentando o Atlético PR, projetando uma atuação ruim e com derrota. Nem empate passava pela minha cabeça de tão traumatizado que sou com esse time. Muito menos a vitória.
Então veio a surpresa: o Grêmio com apenas 4 ou 5 titulares não se intimidou, e desde os primeiros movimentos mostrou que faria um enfrentamento altivo, digno e destemido. E isso que não contou com Suàrez, Bitello e Kannemann.
Por falar em Kannemann, penso que ele já pode ir providenciando na aposentadoria no ano que vem. O Grêmio encontrou um zagueiro de alto nível, capaz de substituir os dois zagueiraços que já inscreveram seus nomes na história do clube.
Sugiro uma estátua com os dois juntos.
Bruno Alves é o presente e também o futuro. Aí, eu leio a cotação da ZH, coisa que não costumo fazer porque acho que é tudo uma bobagem sem lógica. Mas, curioso, fui espiar. Olhem o que saiu:
‘Bruno Alves, deu segurança para a linha de defesa. Faz uma temporada de afirmação’. Bem, isso é verdade, mas o jogador descrito dessa forma tão elogiosa foi ‘premiado’ com a nota 6,5.
Só por curiosidade, mais uma cotação:
‘Adriel – Quando foi exigido, correspondeu. Uma boa defesa no segundo tempo e sem culpa no gol de Vitor Roque. Nota 6,5‘. Tão de brincadeira. Não teve culpa no gol, correspondeu quando exigido e fez uma boa defesa. Quer dizer, não cometeu erros e levou uma nota tão degradante…
Por uma questão de justiça: desde que me conheço por gente essas cotações são polêmicas. No Correio do Povo, eu costumava dar notas mais elevadas em geral. Daria nota 8 ou 9 para o Bruno e 8 para o goleiro reserva que hoje busca recuperar o espaço perdido. Não vai ser fácil.
Voltando ao jogo: realmente Bitello e Suàrez não fizeram falta. Os reservas, alguns jovens outros cascudos, deram conta do recado. Não sei se os titulares fariam melhor. Até acho que sim, mas tirando o ‘achismo’, o que interessa é que o Grêmio conseguiu somar 3 pontos fora de casa e contra esse adversário peçonhento, que só me traz más lembranças.
A continuar assim com os reservas correspondendo, o Grêmio tem condições de buscar algo mais que uma quinta ou sexta vaga no Brasileiro.
Sobre o jogo: parabéns ao Renato por insistir com o terceiro zagueiro: tem um bando de hienas (não sei o coletivo de hienas) de olho para qualquer vacilo com essa experiência, essa tentativa de Renato de encontrar e consolidar outro esquema de jogo.
O aluno rebelde não reza pela cartilha dos doutos que vivem com prancheta e livros debaixo do braço.
O que o pessoal não sabe é que Renato Portaluppi, o melhor técnico brasileiro em atividade no país, já busca uma maneira de encaixar Geromel, que está voltando.
Gostei de todo o time, com as exceções de sempre.
Hoje o Grêmio tem os seguintes titulares, alguns com reservas também de bom nível:
Gabriel Grando, Bruno Alves, Kannemann, Villasanti (que espetáculo de doação e aguerrimento), Bitello e Suarez.
Os estrangeiros que chegaram este ano ainda precisam jogar mais. Confio que eles possam dar ao time mais qualidade no meio. Mas ainda não me convenceram.
Os laterais também precisam jogar mais. Gosto do João Pedro, meu favorito para a lateral-direita, e do Reinaldo, com restrições.
Mas se segurem: vem aí o Cuiabano, que hoje deixou seu cartão de apresentação.
Um registro: os gols da vitória foram de Cuiabano, que tem um baita potencial, e do Bruno Uvini.
O time está encorpando, o grupo está encorpando. Isso é bom demais.
Com um grupo coeso e com opções de qualidade é mais fácil superar desafios.