O Brasileirão chegou ao fim, e com ele a nossa famosa liga do Cartola FC.
Os 3 primeiros colocados não garantem vaga na Libertadores. E sim prêmios muito melhores:
O primeiro colocado leva um kit com 4 long neck e a gloriosa camisa 1983.
O segundo colocado: duas 600 ml ou 3 long neck.
O terceiro: uma 600 ml ou duas long neck.
E os 3 primeiros da Liga Boteco do Ilgo foram:
1 – ARB FBPA, do cartola Alisson
2 – Equipe Cooler, do cartola Pedro Trindade
3 – Rafael N-M-T, do cartola R.M.S
Parabéns a todos os participantes!
Aos ganhadores, aguardo contato por e-mail: ilgowink@gmail.com
NOS ACRÉSCIMOS
Não foi desta vez que o meu time no Cartola, o ToutPuissant Alfredo, levantou a tão almejada taça de campeão. Ficamos na quadragésima segunda posição, de um total de 78 participantes.
Que o empate – derrota – no Gre-Nal foi por demais frustrante e revoltante, não há dúvida. Pelo resultado em si, absolutamente inaceitável diante das circunstâncias extremamente favoráveis, como pela consequência, que é a perda da vaga direta na Libertadores e, diante disso, antecipação do início da temporada para um confronto decisivo.
O empate escancarou mais uma vez a confusão metal que acomete o treinador Luxemburgo em decisões e, principalmente, a falta de qualidade da equipe.
Se o Grêmio tivesse vencido, seria ótimo, mas a vitória acabaria encobrindo as deficiências do time, mesmo que parcialmente.
O lateral Pará poderia deixar o campo considerado por muitos solução para a lateral-direita. Confesso que começava a ficar impressionado com o crescimento de Pará. Ele não é mau jogador, mas o clássico deixou mais do que evidente que Pará pode ser no máximo o segundo reserva da lateral-direita.
No Gre-Nal, Pará cansou de receber bolas livre pela direita. Não conseguiu fazer uma jogada sequer, e sempre que tentava o drible o fazia em diagonal para o meio, pra alegria dos marcadores vermelhos.
A dupla de área saiu-se bem. Mas é fundamental a contração de um grande zagueiro, um jogador com liderança e imposição, que não permita que um D’Alessandro tenha faniquitos perto da área.
Na esquerda, o melhor a fazer é valorizar o Anderson Pico para fazer algum dinheiro e com ele contratar um lateral-esquerdo mais estável e confiável. Júlio César parece que tem um problema mais sério de lesão e Fábio Aurélio…
o meio de campo é um problemaço. Fernando deve sair e Souza dificilmente será contratado. Se um dos dois ficar, melhor. Se os dois saírem a situação complica bastante. O tempo para contratações é escasso e a concorrência acirrada.
Nas meias, Elano e Zé Roberto precisam ficar. Zé Roberto tem sido muito assediado. O sinal amarelo está aceso.
Na frente, Marcelo Moreno e Kleber. São necessários mais dois atacantes de nível similar, de preferência mais jovens.
André Lima e Leandro seriam reservas dos reservas. Leandro até poderia ser emprestado para o Náutico, Bahia, Figueirense…
O que me parece muito claro é que o Grêmio que começará a temporada já com uma decisão será bastante diferente desse que empatou domingo.
Se nada de anormal acontecer, os lesionados se recuperarem e os bons não forem embora, a mudança da fotografia será pequena. Vejamos:
Agora, pelo jeito, será difícil manter os melhores. E aí será preciso agir rapidamente para reforçar o time sob pena de começar o ano de maneira desastrosa.
DUNGA
Dunga estaria pedindo um salário de técnico de ponta. Coisa de 600 mil reais por mês pra cima. Ora, Dunga não passa de uma aposta. Uma aposta com razoável chance de dar certo.
Ah, mas treinou a seleção brasileira, vão lembrar seus fãs da imprensa e fora dela.
E até foi bem, só perdeu no essencial.
Dunga tem o direito de pedir o que quiser, mas ele não pode ser considerado um treinador de ponta.
Hoje, ouvi o Leonardo Meneghetti, meu ex-colega no CP e hoje homem poderoso da Band, defendendo o salário de 600 mil para o Dunga, já que não é possível contratar Luxemburgo, Abel, Muricy ou Felipão.
Quer dizer, nivelou Dunga a quatro técnicos renomados, com vasta experiência e muitos títulos.
Dunga, por enquanto, é um Osmar Loss com mais sorte como treinador, já que começou pelo topo.
Revivi neste domingo um pouco do martírio que foi a maior parte da década de 70.
Peguei sol na cara durante mais de três horas, como acontecia naquela época em que eu cursava jornalismo mas não pensava em trabalhar como repórter esportivo. Com duas diferenças: estava no setor das cadeiras centrais e não na arquibancadas; e desta vez coloquei protetor solar no rosto, que não existia naqueles anos.
No mais, foi tudo muito parecido. Calor insuportável, a longa e torturante espera pelo início do jogo.
Mal podia imaginar que a tarde ficaria ainda pior. Eu costumo repetir uma frase de minha autoria: “Dê graças a Deus que a situação está ruim, porque ela pode piorar”.
E piorou. Agora, além do calor, o sol na cara, a dificuldade para ver o jogo e identificar os jogadores naquela distância – sou um cara acostumado com a TV -, havia o futebol do Grêmio. Tão ruim que se nivelou ao do Inter.
Retrocedo algumas horas: ao meio-dia, participei de um programa na Rádio Guaíba. Foi no Barranco, com direito a petiscos e água e refri. Ao meu lado, o vitorioso Rafael Bandeira dos Santos.
Quando o Ernani Campello pediu que eu falasse sobre minha expectativa em relação ao Gre-Nal eu resumi: “Só espero que o Luxemburgo não volte a me decepcionar numa decisão, porque em todas este ano ele cometeu equívocos que custaram caro ao Grêmio. Espero que ele faça a coisa certa e não invente”.
Penso que não preciso comentar muito a respeito da participação de Luxemburgo no jogo. De um modo geral, ele foi bem, mas cometeu, a meu ver, um erro grosseiro – e de novo em decisão.
Elano é um jogador consagrado como um meia que articula, que marca – e até já jogou de volantes -, que volta para compor o sistema defensivo, que se aproxima ao ataque com facilidade vindo de trás, e tudo o que vocês já conhecem, que o mundo conhece, e que o próprio Luxemburgo conhece.
Por isso, é inaceitável que Elano tenha jogado tão adiantado, esperando a bola de costas na maioria das vezes, uma bola que seria melhor trabalhada se ele, Elano, estivesse em sua posição habitual.
O Grêmio perdeu um grande articulador, um homem decisivo, um craque, e ganhou um atacante meia-boca, talvez até pior que o Leandro, ou do mesmo nível.
Então, o que se viu foi um primeiro tempo angustiante para o torcedor, principalmente para aqueles milhares que, como eu, enfrentavam o sol na cara e sensação térmica superior a 40 graus.
No segundo tempo, o Grêmio foi agraciado com a expulsão de Muriel, após uma conclusão de Elano. O goleiro colorado interceptou a bola, que em direção à goleira, fora da área. Isso aos 3 minutos.
Senti um alívio naquele momento, já que o jogo estava mesmo enroscado. ‘Agora vai’, pensei.
Não adiantou muita coisa, mas ao menos o Inter já não me assustava. Dez minutos, Damião foi expulso por agredir Saimon com uma cotovelada.
Como disse o RW, o da corneta, Damião já é o jogador mais violento da dupla Gre-Nal neste ano. Lembrem-se daquele lance antológico em Santa Cruz do Sul.
Bem, agora é só sair pro abraço. Que nada. O Inter se fechou, armou uma muralha na grande área. Elano, que deveria ser recuado para articular com qualidade e meter a bola naqueles espaços diminutos, continuou esperando passes do genial Léo Gago, ou do Souza ou do Fernando. Quando entrou Marquinhos o Grêmio começou a achar espaços e criou duas ou três situações, uma delas com uma bela defesa de Renan.
Aí, o sr Saimon voltou a mostrar que tem um probleminha de descontrole emocional. Agrediu o técnico Osmar Loss, que deu uma de varzeano ao chutar a bola pra longe. Deu um tumulto, troca de tapas e pontapés. Era tudo o que o Inter precisava naquele momento em que o Grêmio iniciava uma pressão. Saimon e Loss foram expulsos.
Depois, o episódio do foguete, que aparentemente saiu das sociais. Lamentável. O torcedor que fez isso deve ser identificado e banido do clube.
Então, tínhamos ali o Grêmio ajudando o Inter em sua missão de estragar a festa de despedida do Olímpico e, de quebra, impedir a vaga direta à Libertadores.
Para coroar o festival de aberrações que foi o segundo tempo, o juiz Heber Roberto Lopes, decidiu terminar o jogo antes de completar os minutos de acréscimo que ele havia definido. Enfiou a bola debaixo do braço e foi pra casa.
Está aí um sujeito que faria um favor ao futebol brasileiro se largasse a arbitragem.
Ato mais patético do que esse só mesmo esse dos jogadores colorados correndo alegres em direção ao recanto colorado no estádio, como se tivessem vencido o jogo, ou porque realmente acreditaram que havia estragado a festa.
Tiraram um pouco do brilho, mas às custas de atitudes anti-desportivas que na realidade só maculam a história desse grande clube.
No final, 0 a 0, um resultado frustrante, mas que não impediu a festa maravilhosa da torcida nas cadeiras e nas arquibancadas, com uma grande avalanche de paixão e de amor ao Olímpico Monumental.
Ah, a vaga direta nas Libertadores escapou, mas, como cantava a torcida gremista provocando os colorados que deixavam o estádio escoltados pela BM:
– Li-ber-ta-do-res, Li-ber-ta-do-res.
Será com o Luxemburgo, tudo bem. Nada é perfeito. Mas quem sabe com o presidente multicampeão ao lado, de conselheiro e consultor, ele volte a ser o Luxemburgo vitorioso de outros tempos?
Por via das dúvidas, só vou ao estádio agora se ficar no sombra. O sofrimento sempre é menor.
O Olímpico me lembra um domingo de sol na cara no tempo em que não havia a arquibancada superior, e ninguém falava em protetor solar.
Corriam os anos 70, quer dizer, se arrastavam. A cada ano, mais um título colorado, mais uma frustração. Mais uma dor no peito, como uma medalha com a agulha rasgando a carne.
Sou um sobrevivente dos anos de chumbo. Sobrevivi ao massacre colorado, que empilhou títulos regionais e conquistou três brasileiros, e ainda saí ileso dos efeitos maléficos do sol em excesso.
Quando comecei a viver o Olímpico, vindo de Lajeado – eu e o meu amigo Ricardo Marmitt -, eram anos terríveis. Era o tempo de Loivo, o “Coração de Leão’, como narrava Milton Jung ao microfone então imbatível da rádio Guaíba.
Admito que raras são as imagens que preservo daquele tempo de dinheiro curto como a esperança de um título naquele tempo de dominação vermelha.
Uma delas é quase um pesadelo: Loivo, aguerrido como sempre, rouba uma bola na linha do meio de campo e corre rumo à área, pela esquerda, em diagonal. É perseguido por zagueiros furiosos.
O goleiro sai até o risco da grande área. Era o momento colocar o pé embaixo da bola e buscar o gol por cobertura. Loivo chutou no corpo do goleiro. No corpo de goleiro!
Não me lembro quem era o adversário, menos ainda o resultado. Só não esqueço a minha irritação com esse lance. Xinguei Loivo e suas futuras gerações, sobrando até para o Milton Jung, com quem tive a honra de trabalhar alguns anos depois.
Comecei a descobrir ali, naquele dia distante do início da década de 70, que eu, um guri pacato vindo do Interior, que me associara ao Grêmio mais pelas piscinas do que pelo futebol, tinha um lado animal que até então desconhecia.
Foi esse mesmo animal que escapuliu quase num final de Gre-Nal, Olímpico lotado, o sol fritando os miolos. Quarenta e poucos do segundo tempo, O a O, a bola é lançada na área gremista e ele – vocês sabem a quem me refiro – salta mais alto que todo mundo e cabeceia para a rede. Gol. Gol de Escurinho, claro.
Não lembro quem era o goleiro, quem eram os zagueiros, só me lembro que um torcedor colorado se ergueu à minha frente, uns quatro lances de arquibancada na geral, e vibrou. Foi uma vibração contida, que ele em seguida tentou disfarçar. Mas era tarde.
Meu radinho de pilha, que naquele tempo custava caro, já estava voando na direção dele, que logo foi cercado por meia dúzia de gremistas e levou uns cascudos pra aprender a se comportar no meio da sofrida torcida adversária.
Perdi o jogo, perdi o radinho.
Mas nem tudo era só sofrimento. Em 1977, quando eu ainda cursava jornalismo na Ufrgs, a série de títulos que o Inter empilhava chegou ao fim. E o fim começou com Oberdan desembarcando e afirmando, sereno e ameaçador, que a partir daquele momento ninguém mais faria gols de cabeça no Grêmio. “Quem manda na área sou eu”, repetiu.
O Inter, com seus dois títulos nacionais, finalmente foi batido. Iúra, que está na minha seleção de todos os tempos, lançou André Catimba pela meia esquerda. Gol. Foi minha primeira grande emoção no futebol.
O próprio Olímpico parecia vibrar ao ritmo de sua torcida, como se torcida e estádio fossem um só.
Por pouco não invadi o campo antes do final como fizeram centenas de gremistas tão ou mais sofridos que eu.
Aquele 25 de setembro marcou a minha primeira grande alegria no Olímpico Monumental.
Depois, vieram outras, como as vitórias que levaram o time a conquistar o Brasileiro de 1981 contra o São Paulo – que tinha a metade da seleção brasileira – em pleno Morumbi, golaço do grande Baltazar. Comando do estrategista Ênio Andrade.
Nesse período eu já trabalhava como repórter esportivo na Folha da Tarde, onde ingressei no final de 1978, quando me desliguei do quadro social do Grêmio.
Carrego comigo a convicção de que contribuí para essa conquista memorável que abriu o caminho do mundo para o Grêmio. Mostrei um loirinho endiabrado do time junior ao distraído técnico Orlando Fantoni, o ‘titio Fantoni’, que gostou da dica e investiu no ponta Odair.
Ao lado de outros setoristas gremistas da época fiz campanha para que a gurizada da base jogasse em lugar dos ‘estrangeiros’ Uchoa e Dirceu, por exemplo. Com isso, apareceram Paulo Roberto, Casemiro, Paulo César e outros.
Em 1983, o ano mais glorioso do Grêmio: Libertadores e Mundial de Clubes. Eu estava sendo ressarcido com juros e correção monetária de todo o sofrimento da década de 70.
Enfim, o Olímpico faz parte da minha história, da minha vida. Ali vivi momentos de alegria e de tristeza; de realizações e frustrações. Situações que se intercalam como acontece na própria vida de cada um.
Hoje, quando olho para esse gigante de concreto fico com dificuldade para entender como algo tão majestoso, tão… olímpico, precisa desaparecer.
Um dia, naquele lugar, serão erguidos prédios muito altos, tão altos que darão a impressão de que tocam as nuvens, mas eu tenho a sensação de que nunca os verei realmente.
Acredito mesmo que, até o último dos meus dias, sempre que eu passar pela ‘rótula do Papa’ ainda estarei enxergando, com absoluta nitidez, tendo ao fundo o azul das manhãs mais radiantes, o velho Olímpico Monumental, companheiro e testemunha de algumas das mais fortes emoções que senti ao longo da vida.
Empunhando uma resolução editada em outubro – sim, há pouco mais de um mês – a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros decidiram colocar água no chopp do Grêmio, e justamente na semana Gre-Nal.
As duas instituições, ambas de alto nível de respeitabilidade, não poderiam anunciar em hora mais inoportuna essa decisão de impedir a manutenção do espaço destinado aos avalanchistas.
Querem obrigar o Grêmio a colocar cadeiras na área da avalanche, que para quem não sabe é aquele movimento que faz um grupo de torcedores a cada gol tricolor.
Para quem não sabe ou se faz de desentendido, a avalanche já é uma marca registrada do Grêmio em território nacional. Uma ação invejada por uns e outros, alguns mais distantes e, principalmente, alguns próximos.
‘Isso é coisa de colorado’, ouvi de um gremista ao telefone logo que surgiu a notícia da iniciativa de BM e do Corpo de Bombeiros. Minutos depois já circulava na internet uma foto do comandante da BM fardado de colorado.
É claro que ele não agiu assim por ser colorado. Afinal, ocupa um cargo importante e não pode basear decisões sobre segurança pública em função de cor clubística. Se não me engano, foi o mesmo oficial que liberou o Beira-Rio em escombros para receber público. Mas é só uma coincidência, claro. Se ele não visse condições, com certeza teria interditado o estádio do seu clube. Com certeza.
Particularmente, acho a tal avalanche uma temeridade. E confesso que fiquei surpreso quando soube que haveria um espaço destinado a ela na Arena. Mas pelo que sei até hoje não aconteceu acidente durante essa manifestação de torcedores.
O que causa estranheza é que as duas entidades não tenham questionado o clube e a OAS há mais tempo sobre esse setor sem cadeiras. E que tenham agido somente agora, a duas semanas da inauguração da Arena, e a poucos dias do último jogo do Olímpico.
A BM e o CB estão contribuindo para esquentar ainda mais o clima na semana Gre-Nal.
O fato é que mais de 90% dos estádios de futebol da Europa seriam interditados pela BM e pelo nosso Corpo de Bombeiros com base na resolução recém editada e que não se resume à questão de acomodação de torcedores.
Agora, a mesma Justiça que liberou o Beira-Rio em obras para jogos de futebol vai dar ganho de causa ao Grêmio. Ou não?
Outra coisa: espero que a BM e o CB atuem com igual rigor em relação a inúmeros prédios públicos de alta circulação de pessoas e que não oferecem a mínima segurança.
Espero, também, que igual determinação ocorra para proteger os cidadãos nas ruas.
A comunidade agradece.
MONTILLO
Seria um grande reforço. O negócio envolve Marcelo Moreno. Troco agora.
ARBITRAGEM
Heber é complicado. Dá medo, mas medo pros dois lados. Ainda assim, prefiro ele a um árbitro gaúcho.
Recebo do gremistão Henrique Caravantes o material abaixo. É um projeto muito interessante em homenagem ao Olímpico Monumental. Confiram:
Desde sua fundação o Estádio Olímpico, que passou a ser conhecido como Monumental após reforma na década de 1980, tem sido a casa do Grêmio Foot-ball Portoalegrense. E isso irá acabar.
Em 2012 chega ao fim uma Era de Ouro, uma Era Dourada na história do Grêmio. O bairro Azenha perderá o convívio semanal com maior torcida do Rio Grande do Sul. E, por consequência, mudará a rotina de uma cidade inteira em dias de jogos do Imortal.
Prevendo a dolorosa, mas necessária e bem-vinda, mudança de endereço, um grupo de torcedores gremistas criou o site Vista Monumental (link) para que outros torcedores pudessem enviar fotos, vídeos e histórias de sua vida no Estádio Olímpico Monumental,
“Será muito triste deixar o Olímpico. Tenho certeza que a mudança para a Arena será um grande alto na qualidade da Instituição, mas vou ao Olímpico desde os meus 7 anos, por isso, me mareja os olhos imaginar que terei filhos e que eles nunca conhecerão o estádio que me formou torcedor, me formou gremista.” – comenta Henrique Caravantes, coordenador do Projeto Vista Monumental.
O Atlético deu um jeito de esquentar ainda mais o Gre-Nal. Virou o jogo contra o Botafogo em pleno Engenhão e transferiu a decisão pelo vice-campeonato e pela vaga direta à Libertadores para a rodada final.
Mesmo que o time mineiro tivesse perdido, o que daria a vaga ao Grêmio independente do resultado de domingo que vem, o Gre-Nal continuaria sendo importante para o momento e, principalmente, para a história.
O último Gre-Nal do Olímpico precisa ser vencido pelo Grêmio. É quase uma obrigação. Em termos de Brasileirão, talvez uma derrota garanta o segundo lugar, mas, na realidade, isso é o que menos interessa.
É importante entrar direto na Libertadores sem passar por dois jogos decisivos poucos dias depois da pré-temporada. Dá mais tranquilidade. Mas não é essencial.
Conheço muita gente que gostaria de ficar com essa vaga da pré-Libertadores da qual o Grêmio tenta escapar.
O Grêmio, de uma forma ou de outra, está na Libertadores de 2013, e isso é o que realmente importa.
O compromisso do Grêmio agora é com a história. Deixar o Olímpico Monumental com vitória é mesmo quase uma obrigação. Pra não dizer uma obrigação, uma questão de honra.
Esse time do Grêmio, com Luxemburgo no comando, tem um peso enorme sobre os ombros. Não adianta o treinador dizer que será uma semana normal. Que não será uma semana normal.
De hoje até a hora do jogo, Luxemburgo vai perceber que, por mais que se esforce, os dias que teremos pela frente não serão qualquer coisa, menos dias normais.
Para os gremistas começou uma contagem regressiva marcada pela emoção.
Para os colorados, resta o medo de levar uma goleada em função do futebol que o time vem jogando, mas existe, ainda mais forte, a esperança – e a esperança é o que move os torcedores nas horas, nos meses e nos anos ruins – de terminar o ano vencendo essa Copa do Mundo em que será transformado, gradativamente, o último Gre-Nal do Olímpico.
Decididamente, uma semana de decisão de ‘Copa do Mundo’ está longe de ser normal.
Só espero que Luxemburgo não prepare seu time para disputar um jogo normal.
Será um erro monumental, maior que o Olímpico.
A PENÚLTIMA RODADA
O Grêmio fez a sua parte com a eficiência que tem caracterizado sua participação no Brasileiro. Tinha pela frente um adversário de segunda divisão e o venceu. Mesmo fora de casa, venceu até com facilidade. Fez 3 a 0 no primeiro tempo, com Elano e Zé Roberto dando show, e no segundo administrou. Levou dois gols e antes que o Figueira se assanhasse demais Elano deixou Leandro livre na grande área.
O guri bateu forte, um golaço. Fiquei feliz que Leandro tenha feito essa belo gol, um gol importante àquela altura. Torço pelos oriundos da base. Ele nunca será titular do Grêmio, mas pode ser um jogador importante, como foi neste domingo.
Já o Inter completou quatro derrotas seguidas. Imaginava-se que o time renderia mais sem Fernandão no comando.
O time jogou mal de novo, mereceu a derrota.
A torcida vaiou. Eram uns cinco mil torcedores.
Está aí um aspecto positivo da reforma do estádio. De outra forma, seriam 30 ou 40 mil vaiando.
E aí a história seria muito diferente.
Agora, um alerta: é difícil um time grande completar quatro jogos oficiais com derrota. O que dirá cinco.
São cada vez mais fortes os indícios de que Paulo Paixão irá trocar o Grêmio pelo Inter.
Paixão é o Celso Roth da preparação física. Sai do Grêmio para o Inter, e vice-versa. Com uma diferença: ele é um vitorioso. Por onde passa, coloca faixas.
Sei que muita gente imagina que é mais uma manobra da imprensa para criar tensão no Olímpico e favorecer o Inter.
Mas não é nada disso.
O que existe é um fato concreto: o contrato de Paixão termina dia 31 de janeiro de 2013.
Outro fato: ele não foi procurado para renovar.
Outro: o Inter quer um novo e grande preparador físico depois de ter perdido o excelente Fábio Marseredian (algo assim).
Dito isso, passo ao dado mais importante, fruto da minha intuição e experiência no ramo:
Paixão deve estar se sentindo incomodado no Grêmio.
Eu no lugar dele estaria louco para ir embora. Sei, tem o desafio da Libertadores.
Mas há um componente que pesa mais: Paixão divide função e responsabilidade na preparação física com o parceiro do técnico Luxemburgo, o Antônio Mello, outro profissional vencedor.
Ora, um profissional do porte de Paixão não se sujeita a uma situação como essa por muito tempo. Foi o que aconteceu com o Fábio no Inter, que ficou em segundo plano quando Dorival Jr foi contratado e trouxe seu fiel preparador físico, cujo nome nem lembro.
Outra coisa: alguém lembra de alguma vez o Paixão ter usado a expressão ‘pijama training’?
Será que ele concordou com essa estratégia de preparação física? Será que foi consultado? Nem discuto se é certa ou errada, mas um profissional do porte de Paixão não trabalha apenas pensando no dinheiro.
Ele quer satisfação pessoal, quer reconhecimento, quer ser importante dentro do seu grupo de trabalho. Quer ser um protagonista, não um coadjuvante.
Como Luxemburgo não vai abrir mão de seu preparador físico de todas as horas e de tantos anos, Paixão deve mesmo estar pensando em deixar o clube.
Talvez nem vá para o Inter, mas acho difícil que fique no Grêmio.
MANO
Mano caiu. Até que resistiu muito tempo.
Com isso, passou a ser a bola da vez para treinar o Inter. Desconfio que o pessoal do Inter tivesse alguma informação privilegiada ou que apenas estivesse ‘secando’ o Mano.
Claro, Dunga é o mais fácil. Mas se ele fosse o primeiro nome – e não era -, talvez até já estivesse de contrato assinado depois que Luxemburgo assinou com o Grêmio.
É possível que Dunga até seja anunciado hoje, é possível.
Mas pouco provável.
O Inter quer mesmo um treinador de ponta, não uma aposta.
Mano é o que resta no mercado. Mano, que é colorado e que já trabalhou na base do Inter.
Só não sei se ele também não tem um preparador físico para trazer a tira-colo.
Aí, sobra para o Paixão.
Se Mano for contratado, teremos aqui o duelo de dois treinadores que fracassaram na Seleção.
FELIPÃO
Felipão é o cara para assumir a Seleção. Este não fracassou com a amarelinha. Pelo contrário.
Falta pouco tempo para a Copa.
Não dá mais pra fazer experiências. É Felipão na cabeça, para desespero de uns e outros.
Que cessem todos os debates sobre se Luxemburgo ser ou não ser o técnico ideal para 2013!
Luxemburgo reuniu-se com Fábio Koff e finalmente acertou sua renovação de contrato.
Será mesmo por dois anos – o que considero um absurdo, mas o que se há de fazer? – com salário que ficaria entre 600 mil e 1 milhão de reais. Mais premiações milionárias para o caso de conquista da Libertadores e do Mundial, o que acho muito justo.
Luxemburgo já deixou com o presidente eleito uma lista preliminar de reforços.
Koff também confirmou hoje que Rui Costa será o diretor remunerado no lugar de Paulo Pelaipe.
Segunda-feira, Koff irá reunir-se com Paulo Odone.
Koff, que já convidou Antonini para continuar tocando a Arena, mostra a cada movimento que continua sendo um grande dirigente de futebol.
Cala a boca de seus críticos com ações firmes, serenas e sábias.
Enfim, depois de década e meia, o Grêmio tem de novo um PRESIDENTE.
E quem diz isso é alguém que preferia Felipão a Luxemburgo, mas que sempre salientou que acataria respeitosamente a decisão que um presidente campeão do mundo, bicampeão da Libertadores, um dos maiores vencedores do futebol brasileiro, fosse tomar.
Se Koff renovou com Luxemburgo é porque o acerto entre eles foi muito além de questões contratuais.
DUNGA
Agora, temos o seguinte quadro: um presidente que ainda não assumiu acertou a contratação de um treinador, enquanto outro presidente, em pleno exercício do poder, ainda titubeia, justificando as críticas que o apontam como um dirigente devagar quase parando.
É verdade que Giovani Luigi não tem muitas opções. Ele aparentemente esperava por uma definição do caso Luxemburgo.
Se isso é mesmo verdade, é possível que ainda hoje ele encaminhe a contratação que grande parte da mídia gaúcha defende: Dunga.
Luxemburgo desmentiu, via twitter, que estaria negociando com o Palmeiras. Havia fortes rumores nesse sentido. Inclusive, Pelaipe, seu novo melhor amigo, iria junto, repetindo a dobradinha Batman e Robin.
Os dois estão tão afinados que Pelaipe iria junto caso Luxemburgo acabe no Beira-Rio. Esse é outro boato que circula nessa época fértil para a boataria.
O que existe de concreto é que nem Grêmio nem Inter estão com treinadores contratados para 2013.
Fernandão foi demitido horas depois de ser confirmado até o fim do campeonato pelo presidente Luigi.
Quem conhece um pouco de futebol sabe que Fernandão era uma aposta, uma aposta que tinha tudo para dar errado. E deu.
Foi uma história que começou mal: o diretor remunerado assumindo o lugar do subalterno, o treinador.
Não adianta: esse tipo de coisa pega mal no vestiário. Parece puxada de tapete, trairagem.
Sem contar que Fernandão não tinha experiência nem para diretor de futebol – cargo que ele admitiu detestar -, e menos ainda para assumir um clube como o Inter, com um bando de medalhões vaidosos no vestiário.
Para piorar, ainda veio Forlán para ofuscar D’Alessandro, Dagoberto, Damião…
Se ainda Fernandão tivesse ao lado um dirigente experiente, mas havia Luciano Davi, que estreava na função.
Dois noviços num vestiário complicado.
Agora, o Inter procura um técnico. Está mais do que na cara que seu objetivo primeiro é Luxemburgo.
Há boatos, e eles seguem aí, de que o Inter teria feito proposta milionária para ter Luxemburgo. Sinceramente, não acredito nisso.
E duvido que Luxemburgo troque o Olímpico/Arena pelo Beira-Rio assim tão rápida e abruptamente.
Já começaria com um clima pesado.
Luxemburgo desmente, mas desconfio que ele irá assumir o Palmeiras. Com Pelaipe.
Se é verdade que o Grêmio concordou com as pedidas de Luxemburgo, atendendo plenamente o que o profissional exigiu, ele já deveria ter dado o ‘sim’.
Não tem outra coisa a fazer. É uma questão ética. Havia uma negociação, uma parte resistia, mas acabou indo ao encontro do que a outra parte queria. Ponto final.
Agora, duvido que a parte financeira seja essa que li hoje na mídia: em torno de 600 mil reais por mês e premiação milionária.
Ora, Luxemburgo é um profissional. Um sujeito experiente. Ele jamais faria uma proposta com salário ‘baixo’ projetando uma fortuna em caso de conquistar títulos.
Se Abel está renovando com o Fluminense por 1 milhão de reais, Luxemburgo não vai acertar por menos com nenhum clube.
Dizem que Luxemburgo gosta de um poquerzinho. Mas ele não seria maluco de projetar ganhos financeiros em cima da loteria que é um campeonato, um jogo de futebol, onde nem sempre vence o melhor time, e há fatores de toda a ordem influindo no resultado.
Temos, então, que a dupla busca treinador. A tendência é de que Grêmio e Luxemburgo se acertem.
Se eu fosse dirigente do Grêmio não ficaria com Luxemburgo. Contrataria Felipão.
Koff e Felipão: esta dobradinha tem tudo para dar certo. Sintonia fina.
Já o Inter, ao que tudo indica, vai ficar com Dunga. Outra aposta, mas uma aposta com mais condições de dar certo do que a anterior.