Grêmio: situação infla a oposição

Até como projeto de continuar no poder a atual gestão do Grêmio se mostrou incompetente.

A Copa do Brasil sem equipes de maior envergadura, com exceção de dois ou três clubes de primeira grandeza na disputa, era a competição para ser vencida.

Seria o título que asfaltaria o caminho rumo à reeleição de Paulo Odone ou de alguém que tivesse o seu apoio.

Para atingir esse objetivo seria preciso qualificar um pouco mais o time. É impossível ser campeão de uma Copa do Brasil com Marco Antônio de ‘articulador’? Não, claro que não.

Equipes de menos porte já foram campeãs com jogadores medianos e treinadores iniciantes.

O Grêmio tinha treinador e uma equipe boa, ao nível do Palmeiras, por exemplo, que agora decide o título.

Mas na hora do confronto com uma equipe de porte similar, mas mais organizada e sem peso-morto para carregar, o Grêmio esmoreceu. Afinal, vencer com Marco Antônio, Léo Galo e um Pará improvisado, é mais difícil.

Por soberba ou equívoco grosseiro de avaliação, a direção apostou suas fichas numa equipe que tinha como seu ponto mais vulnerável e ineficiente o setor de armação de jogadas.

O técnico Luxemburgo arrumou o sistema defensivo, mas não conseguiu tornar mais eficiente a armação e, por consequência, o ataque. Resultado: caiu diante do Palmeiras com sua equipe apenas razoável.

O primeiro semestre terminou então com dois insucessos, para não dizer fracassos.

É o fermento que faz crescer o bolo oposicionista. Não adianta tapar o sol com a peneira: uma oposição só cresce se a situação fracassa.

É por isso que o PT passou a vida toda detonando bons projetos de seus adversários para depois executá-los, com alguma maquiagem para disfarçar. Num clube de futebol a oposição não faz isso, claro, mas tira proveito dos erros de quem está no comando.

Tivesse a atual administração gremista alcançado sucesso no primeiro semestre, a oposição estaria encolhida.

Não que os oposicionistas estivessem torcendo contra o time nos jogos contra o Palmeiras, mas a eliminação da Copa do Brasil inflou o projeto de retomada do poder.

Conselheiros que até pouto tempo mantinham silêncio, passaram a falar, participar de programas de rádio e TV, criticando, apontando falhas, como se elas próprias no passado não tivessem também fracassado.

Mas faz parte do jogo, é assim mesmo. Quem está fora sempre tem todas as soluções.

Infelizmente, nos últimos dez ou doze anos, os mestres foram se revelando incompetentes quando passaram da oposição para o poder.

Em resposta ao crescimento da oposição, que acena com o nome do multicampeão Fábio Koff na eleição, a direção gremista anuncia interesse em grandes nomes. Quer dizer, não anuncia, apenas deixa vazar estrategicamente.

Os reforços que deveriam estar no Olímpico para disputar a Copa do Brasil, ao que tudo indica virão agora.

Talvez seja tarde, porque não é amontoando estrelas que se faz uma constelação vencedora.

E a eleição é logo ali.

Tudo indica que o grande, e único, trunfo da situação será a Arena.

Acredito, porém, que a Arena, mesmo com toda a sua grandeza, não será suficiente para evitar que a atual gestão acabe desmoronando, como em breve acontecerá com o Olímpico, porque não teve capacidade de erguer alicerces sólidos o suficiente para manter de pé o seu projeto de poder.

Miralles e as compras do Inter

O Grêmio está naquela fase em que tudo ou quase tudo dá errado.

É como o sujeito tão sem sorte que compra um circo e o anão cresce, e o leão come o domador.

Alguém já tinha visto um atacante argentino desanimado, indiferente? Eu não, pelo menos até conhecer o Miralles.

Ele caiu em desgraça também com o Luxemburgo. E isso que o Luxemburgo é paciente, tanto que tem conversado muito com o Leandro, tenta recuperar o Anderson Pico, algo que o Roth, só pra citar um que não conseguiu motivar o Miralles, dificilmente faz.

Miralles durante os jogos até que se empenha, é vísível, mas ainda longe de um Herrera, um Maxi Lopez ou um Loco Abreu. O problema dele é nos treinos, onde se mostra apático e desinteressado.

Antes eu acreditava que era mais por causa do Roth, que é turrão e parece não ter a menor paciência com jogadores que não lutam por seu espaço no time.

Agora eu vejo que o problema é o próprio Miralles. Uma pena. Ele não é um Kleber, por exemplo, mas tem qualidade para compor o grupo principal e, se conseguisse ter sequência, quem sabe até de afirmar-se definitivamente como titular.

Na verdade, eu não sei qual o verdadeiro potencial de Miralles. Talvez ele mesmo não saiba, porque não permite a si mesmo crescer profissionalmente.

Eu tenho certeza de uma coisa: se ele realmente é assim, negligente nos treinos, tem mais é que ir em frente.

Que vá procurar sua turma.

FORLAN

Enquanto isso, o Inter segue em ritmo de compras, mas sem conseguir fechar negócio.

Os nomes são reluzentes: Juan, Nilmar e Forlan. É um projeto ambicioso. E caro.

É difícil que consiga os três, mas ao menos está tentando, até como medida preventiva diante da venda de Leandro Damião.

Damião está vendido, ou ao menos o negócio está engatilhado. O Inter compra antes de anunciar a venda para neutralizar a reação da torcida e também pra não inflacionar os preços dos jogadores que pretende.

A direção colorada espertamente diz que só contrata Forlan, o melhor jogador do mundial de 2010, se não tiver que ressarcir a Inter de Milão.

Ora, se a Inter vai liberar assim, no amor, um jogador que lhe custou 5 milhões de euros.

Um dirigente colorado está viajando para a a Itália. É claro que irá negociar o que será pago a Inter, mas a direção informa que é só para acompanhar de perto o desligamento de Forlan.

Não há dúvida que o Inter vai pagar, e pagar caro. Sem contar o salário mensal, que será muito superior ao pago para estrelas como Dalessandro, Oscar e Damião.

Então, para acalmar esse trio, a direção vai alegar que essa gorda remuneração inclui salário e um valor para compensar o que Forlan estaria abrindo mão de receber da Inter e/ou o que ele deveria pagar para sair que o Inter tenha que pagar por sua liberação.

Em resumo, o Inter quer dar a entender que o dinheiro que ele teria de pagar para a Inter vai, em parte, para Forlan, compondo a sua remuneração.

Mas eu não tenho dúvida que o Inter vai pagar a Inter e ainda bancar uma grana alta pelo uruguaio.

Se confirmar, será uma contratação estrondosa, que lembra a do Ancheta. O zagueiro uruguaio recém havia sido eleito o melhor zagueiro da Copa de 70 e foi contratado pelo Grêmio.

Em resposta, o Inter trouxe Figueroa, que não tinha o mesmo cartaz, mas que se deu melhor aqui.

DISPUTA

Ouvi entrevista do Baidek, empresário que negocia Forlan. Ao ser questionado sobre se o Grêmio estava na jogada, ele vacilou um segundo, disse que era gremista, admitiu que há outros clubes, mas evitou citar nomes.

Fiquei convencido que o Grêmio também quer Forlan. Se o Inter não quer pagar, tenho certeza que o Grêmio paga.

Outro uruguaio, Lugano, dificilmente virá. O River Plate tentou contratá-lo há uma semana. Lugano respondeu que está bem no PSG e que não quer deixar Paris.

Aqui entre nós: eu também não deixaria Paris.

LIBERTADORES

Estou torcendo pelo Tite. Ele é um técnico que por mim teria permanecido de 2001 até hoje no Olímpico. Sempre defendi sua contratação a cada técnico demitido. Quem me acompanha há mais tempo sabe disso.

Outro motivo para torcer pelo Corinthians é o fato de todos os colorados, principalmente os da imprensa esportiva, estão torcendo pelo Boca. Tudo por causa de 2005.

E depois eles vêm falar que a torcida do Grêmio deveria esquecer Ronaldinho.

Rancor por rancor…

Agenda positiva e as orações

Nos meus tempos derradeiros no Correio do Povo convivi com um repórter, setorista do Grêmio, que abusava de trazer notícias negativas do clube. Ele sempre destacava o lado negativo das coisas, e parecia feliz com isso.

Eu e o Paulo Moura, querido colega que nos deixou há um ano, e igualmente gremista, embora nunca admitisse, apelidamos o repórter de Agenda Negativa. Era brincadeira, e um exagero de nossa parte, mas a gente se divertia com aquela situação.

Percebi que nos últimos tempos tenho sido igual a esse repórter, conduzido pelos fatos, é verdade, mas refleti intensamente -por 5 segundos- e decidi elaborar uma agenda positiva.

Eu pensava em escrever sobre as categorias de base depois da surra levada ontem no Olímpico pelos juniores, 5 a 2, na decisão do Gauchão. Mas aí voltaria a cair no buraco escuro do negativismo.

Antes de começar a agenda positiva, não resisto e lembro que em 2009 o sr André Krieger, que hoje critica a atual direção como se tivesse um passado de vitórias, buscou o referido técnico para disputar a Libertadores, esperou por ele 40 dias com a competição em andamento, e ainda deu-lhe as chaves da base gremista para fazer um planejamento verticalizado, de longo prazo. Durou poucas semanas esse idílio. Felizmente. Graças a Deus. Aleluia.

Vejo o Grêmio bem estruturado como equipe. Contra o Atlético, o time foi superior a maior parte do tempo. Teve volume de jogo, consistência, equilíbrio entre os setores. Nos 15 ou 20 minutos iniciais cheguei a ficar com pena do Atlético, que não conseguia respirar. ‘Que time ruim esse do Atlético’, pensei.

Depois, o Atlético começou a reagir, e aí acabou aparecendo o desentrosamento do sistema defensivo. Era a primeira vez que os quatro jogavam juntos. Como agravante, Anderson Pico, que voltava depois de longa ausência, com a ansiedade e insegurança características de quem tenta retoma a carreira.

Dentro da agenda positiva, posso avaliar que a lesão de FAurélio – ah, o rapaz teve onze lesões em seus seis anos de Liverpool, o que descarta a possibilidade ter ocorrido uma fatalidade, era previsível nova lesão – tenha sido para o Grêmio reencontrar o Pico, que tanto entusiasmou em seu início. Quem sabe? Agenda positiva, amigos.

Então, com Anderson Pico se firmando, teremos um lateral-esquerdo.

Na direita, a coisa também está feia. Edílson vai parar por um tempo, dificilmente escapa de punição severa. Com isso, abre caminho para Tony mostrar o futebol que o destacou no glorioso – aqui estou eu ironizando, esquecendo que esta é uma agenda positiva, por isso retiro o glorioso – Juventus de SP.

Tony – esse nome me lembra um mágico conhecido em Porto Alegre, que animava festas infantis e que chegou a ter um programa de TV. Tony me lembra também o ator Toni Ramos. Não gosto desse nome em jogador de futebol. Ele poderia ser chamado de Tony Everton, que é seu nome verdadeiro. Acho que daria mais certo. Tem mais peso, mais densidade. Fica a sugestão.

Assim, Tony e Pico confirmando, teremos dois bons laterais. E lembrar que no início do ano havia Mário Fernandes e Júlio Cesar… Já estou escorregando para o negativismo de novo…

A zaga central seria um problema, mas estou com uma agenda positiva. Portanto, vamos louvar a experiência de Gilberto Silva, e esquecer o Lugano ou algo parecido. Se Werley parar de se lesionar, a coisa fica bem encaminhada. Um jovem e um veterano na zaga. Repitam comigo: tem que dar certo, tem que dar certo.

É a força do pensamento positivo, a mentalização positiva dá resultados. Sigam repetindo ‘tem que dar certo’ mil vezes. Repitam o mantra pelo menos uma vez por dia. O ideal é ao acordar, acompanhada um ‘pai nosso’, e antes de dormir. Se der, durante o trabalho também é bom, mas em voz baixa para que ninguém pense que vc enlouqueceu.

O meio-campo melhorou com a entrada de Zé Roberto. Fernando e Souza completam o setor. Vamos rezar também para que Mano Menezes não convoque o Fernando, ignorando a força que setores da imprensa fazem para que ele seja chamado e desfalque o Grêmio, o que seria uma calamidade.

Agora, é preciso mentalizar e orar para que Pelaipe traga um meia de muuuuita qualidade para jogar ao lado do Zé Roberto.

Não sendo possível, esperar que Facundo convença seu clube ucraniano a deixar que ele fique mais um tempo no Grêmio.

Dentro da minha agenda positiva, ainda acredito no Rondinelly. Ele é um guri e sempre entra meio afoito nos jogos, ansioso pra mostrar serviço, e aí se complica. Se ele tiver metade da atenção que teve MA, poderá dar certo. Ao menos saberemos se ele é ou não jogador para clube grande. O MA a gente já sabe que não é.

Aliás, na minha agenda positivo reservo um recanto especial e muito afetuoso ao MA e Marquinhos. Quero que os dois seja felizes, mas fora do Olímpico. O Avaí, soube agora, procura investidores para repatriar o Marquinhos.

Já lancei no meu twitter a campanha ‘Adeus Marquinhos’, que consiste em doações de gremistas para ajudar o Avaí. Vou sortear uma caixa de Mazembier, e com o dinheiro ajudar a bancar a saída do Marquinhos, a quem eu quero muito bem, tanto que vibrei com a sua contratação tempos atrás. Grande mancada a minha!

O MA, depois daquele golaço que fez em Fortaleza, tem tudo para arrumar um time à sua altura.

Léo Gago é outro que nunca me agradou. Mas reconheço que ele fez um bom primeiro tempo contra o Atlético, em termos de marcação, fechamento de espaço, e até pareceu mais tranquilo com Zé Roberto. Mas é um reserva, não passa disso. Então, ele pode ficar, mas um retorno ao Avaí não pode ser descartado.

Ah, está na hora de Luxemburgo buscar gente na base, principalmente o Misael.

Na frente, vejo que o Grêmio está bem servido. Marcelo Moreno tem sido uma negação, ao menos para mim, que gostaria de vê-lo jogando como nos tempos de Cruzeiro.

Dentro da agenda positiva, não há dúvida de que a qualquer momento, e que seja logo esse momento, ele voltará a jogar bem, com velocidade, arranque, força e talento.

Kleber praticamente retomou seu ritmo normal. Só não entendo por que Miralles ficou fora do banco no jogo contra o Atlético. Ele seria mais útil que o André Lima.

Ainda na agenda positiva: acredito no Leandro. Acho que esse guri poderia fazer a função que Taison fazia no Inter. Ele também é velocista e driblador, mas sempre em velocidade, nunca o drible curto. Luxemburgo poderia insistir um pouco com ele como meia que se junta aos atacantes partindo de trás com a bola.

Mas isso se não vier alguém como um Diego Souza, por exemplo.

Não sei por quanto tempo vou manter a agenda positiva. Vai depender do próximo jogo.

Agora, tempo do mantra: “Tem que dar certo, tem que dar certo, tem que dar certo…”.

Grêmio perde e expõe carências

Suportar o Ronaldinho rindo ao sair de campo e depois, covarde, já fora do alcance da visão da torcida, disparar uma sequência de palavrões que representam bem o nível de seu caráter e de sua formação, é difícil. É doloroso, é revoltante, mas passa em algumas horas ou alguns dias.

Pior é constatar que o Grêmio continua com dificuldade ofensiva. E isso promete cruzar a temporada. Do meio para a frente, jogou com sua força máxima dentro daquilo que Luxemburgo dispõe. O time teve volume de jogo, dominou a maior parte do tempo, mas faltou aquele jogador com drible e criatividade para quebrar a previsibilidade das jogadas.

No intervalo, Luxemburgo colocou Rondinelly e sacou Gago. Muito bem. Perfeito. Só que o guri não deu uma boa resposta. Dou o desconto de ser novato, entrar com ansiedade, vontade de decidir. Mas o fato é que ele não acrescentou grande coisa.

Achei precipitada a troca de Edilson por Toni. Só piorou o lado direito. Toni precisa entrar aos poucos na equipe, não durante um jogo encrencado. Talvez Edilson tenha sentido lesão.

Gosto da formação com três volantes e um meia flutuando, organizando e criando jogadas.

Gosto de Fernando e Souza. Tolero o Léo Galo por falta de outro, já que Misael parece estar fora dos planos.

Zé Roberto fez uma boa estreia. Mostrou como deve jogar um armador, um articulador. É claro que sentiu a falta de entrosamento, e parece ter cansado no final, o que é mais do que natural.

Dentro da política de afastar os insuficientes  – MA ficou no lugar que lhe cabe -, talvez fosse o caso de colocar Zé Roberto no lugar de Gago, fechando o lado esquerdo, e articulando por ali. E aí começar com Rondinelly, enquanto não chega alguém mais experiente para essa função. Pena que o Facundo Bertoglio foi embora.

Na frente, apenas o Kleber criou. Fez algumas boas jogadas. Marcelo Moreno foi decepcionante, se escondeu atrás dos zagueiros. Perdeu todas para o Rafael Marques, humilhante.

Agora, a defesa. É preciso considerar que ela foi bastante alterada. O Atlético se aproveitou disso e também do fato de que o Grêmio, no segundo tempo, se jogou todo para o ataque, criando espaços atrás.

E aí apareceu Marcelo Grohe, incorporando o espírito de Victor. Grohe fez algumas defesas que só mesmo Victor faria. Em seu primeiro teste, mostrou personalidade e muita, muita qualidade. Não é fácil substituir um goleiro como Victor e logo de cara pegar um Ronaldinho pela frente no Olímpico quase lotado.

Se continuar assim, logo esquecerei o Victor. Por enquanto, sigo na minha viuvez.

Sobre o Anderson Pico: gostei. É lógico que precisa jogar mais para ser titular. É preciso descontar o longo tempo em que ficou fora, a luta pela recuperação, a falta de ritmo e de entrosamento. A vontade de acertar, de dar uma boa resposta. A expulsão dele foi injusta, um absurdo tão grande que chego a desconfiar que o Atlético Mineiro não tem dinheiro apenas para reforçar o time.

Ficou claro, também, que o Grêmio desde que perdeu Mário Fernandes e Júlio César ficou sem qualidade nas laterais. E isso comprometeu o Gauchão e a Copa do Brasil. Com eles, até com MA o título da Copa do brasil seria possível.

Por fim, diferente de outras vezes, estou confiante nas possibilidades de uma boa campanha no Brasileirão. É possível conquistar uma vaga para a Libertadores. Título nem com banda de música. A não ser que seja contratado um meia muito bom e, se der, um zagueiraço.

Ah, como Fábio Aurélio se lesionou sem sequer estrear, é preciso contratar um lateral. Não sei se é possível confiar no Pico.

INTER

Se o Grêmio sofreu no Olímpico, a ponto de Marcelo Grohe deixar o campo como o melhor do jogo, o Inter sofreu na Bahia. O time de Falcão mereceu vencer, mas o empate não chega a ser injusto.

Agora, ficou claro que o tão festejado time colorado não está com esse poder todo.

Já ouvi alguns colorados culpando o Dorival Jr de novo. Eles não conseguem aceitar que o time talvez não seja tão bom assim.

A zaga colorada vazou e o ataque não funcionou. O Jajá, que enganou muita gente por sua arrancada, mostrou que é jogador para entrar nos 15 minutos finais para agitar.

O gol do Inter foi de Índio. O Fabrício cruzou, Índio dominou a um metro da pequena área, se atrapalhou com a bola, mas ainda conseguiu concluir. A zaga do Bahia ficou olhando. Fiquei com pena do Falcão.

Victor fora: Grêmio se fragiliza

A informação é de que Victor foi vendido para o Atlético Mineiro. São 8 milhões de reais e o passe do zagueiro Werley, diz o Luiz Carlos Reche, na Guaíba.

Sei que muita gente vai vibrar. E não apenas torcedores do Inter. Será que estou ouvindo foguetes ao longe?

Gremistas de boa cepa também vão festejar.

Todas as suas teses a respeito de Marcelo Grohe merecer a titularidade da camisa que já foi de Lara, honrada pelo estupendo Alberto, dignificada por Leão, Danrlei e Mazaropi, e por Victor, o Magnífico, poderão agora ser confirmadas.

Eu até entendo os gremistas que queriam ver o Victor pelas costas: é muita mágoa acumulada, muitas frustrações, e tudo isso estoura sempre nos mais antigos do time. Ah’, trata-se de um perdedor’, diziam os mais inconformados. Ignoravam que, no caso, o time realmente não colaborava. Pelo contrário.

Sobre perdedor, eu me lembro do Clemer. Ele carregava esse estigma. Foi campeão do mundo.

É uma pena, é uma lástima. Estou desconsolado. Agora que começa a ser formado um time digno, à altura do Grêmio e de sua torcida, vai embora um dos maiores destaques do time nos últimos anos.

Um goleiro de seleção brasileira. Ele e Fernando são os melhores jogadores desse time. Além de grande goleiro, um sujeito de caráter, digno, altivo.

O Grêmio começa a crescer, começa a se fortalecer, vem um …   – o adjetivo fica por conta de cada um – e põe tudo a perder.

Acabo de sepultar meu sonho de título brasileiro.

GALVÃO

Sei que tem gente no clube que não gosta do Victor. Esse pessoal venceu. É gente igual aquela que um dia, depois de um Gre-Nal em que Fabiano fez o gol e deu o título ao Inter, sentenciou:

– Mauro Galvão é um cavalo cansado. O grande Galvão havia sido batido na velocidade por Fabiano.

Galvão foi vendido para o Vasco, onde ganhou tudo e mais um pouco.

Esses doutos do futebol que afundam o Grêmio a cada ano continuam, infelizmente, dando as cartas.

ATENÇÃO, ATENÇÃO

Tem um negocinho lá no alto, à direita. Quem quiser pode se cadastrar.

Os cadastrados terão direito a lugar especial aqui no boteco.

Zé Roberto e as interdições

Dia ensolarado, temperatura agradável e eu aqui me recuperando de uma tortura a que fui submetido pelo meu dentista.

Pensei em recorrer aos Direitos Humanos. Ele tirou lascas da gengiva e escavou o dente com  fúria usando uma mini retroscavadeira e uma mini furadeira.

Então, entre um e outro comprimido, eis que uma notícia me alegra: Zé Roberto treinou e treinou muito bem. Não precisava, mas ainda por cima fez um golaço.

As informações são de que o toque de bola do time melhorou, ganhou qualidade. O goleiro Victor ficou impressionado: o Zé Roberto faz o futebol parecer muito fácil.

Mas o melhor de tudo: Marco Antônio, finalmente, foi para o lugar de onde nunca deveria ter saído, a reserva.

Só falta agora ele seguir o destino que lhe está traçado, assim como está acontecendo com o Marquinhos que volta ao Avaí: buscar um clube à altura do seu potencial, do tamanho do seu futebol.

Para melhorar ainda mais, a contratação de um meia para jogar ao lado Zé Roberto, que ocuparia a posição hoje aos (des) cuidados de Léo Gago. Aí, veria o Grêmio em condições de brigar pelo título nacional.

E se vier um zagueiraço, então, nem se fala. Mas acho que é exigir demais de uma direção que armou um time sem articulador para disputar a Copa do Brasil, competição que estava facilzinha de ser vencida.

Chance como essa nunca mais, porque ano que vem a CB terá também os times da Libertadores.

Então, que se arme uma equipe capaz realmente de brigar pelo título brasileiro. Não um time meia-boca como esse que se mostrou incapaz de derrotar um Palmeiras que pedia para perder.

Ainda sobre o treino: Fábio Aurélio foi bem na lateral-esquerda. Ouvi que fez jogadas com Léo Gago. Fico imaginando: ele entrega uma bola e corre para receber na frente. Quando vê tem uma melancia nos pés. Mesmo assim, a simples presença de F Aurélio é um alento.

Anderson Pico, portanto, vai continuar esperando a sua vez. Luxemburgo está dando atenção especial a esse jogador, que um dia cheguei a projetar que ele poderia ser um novo Roberto Carlos. Se ele resolver seus conflitos internos e decidir ser um profissional do futebol, pode chegar lá.

INTERDIÇÃO

Em 1987, a FGF interditou o Olímpico: Motivo: risco de desabamento.

Vejam, foi a federação, então presidida por Rubens Hofmeister. Fundamentou a decisão em laudos e depoimentos.

Quer dizer, não precisou Ministério Público ou Judiciário para agir.

Acima de tudo, a preocupação com o público. Com a vida das pessoas.

O Olímpico iria mesmo desabar (o clube retirou os ‘placares’ de concreto que existiam atrás das goleiras, local onde sacudia mais)?

Não sei, mas não se pode pagar para ver.

É uma questão de segurança, que deve prevalecer sobre paixões futebolísticas.

Sem necessidade de intervenção do judiciário.

Geraldão, Beira-Rio e as tatuagens

Semana sem futebol da dupla Gre-Nal é um problema para as editorias de esporte, leia-se futebol. É preciso muita criatividade para ocupar as páginas vazias.

Hoje, a Zero Hora, por exemplo, abriu duas páginas, abusou de fotos, para mostrar o troca-troca -no bom sentido- envolvendo jogadores de Grêmio e Inter.

Casemiro que foi para o Inter; Batista no Grêmio; Mauro Galvão e vários outros casos.

Foi citado também o Iúra, que por pouco não defendeu o Inter, vindo do Criciúma. Iúra pediu alto demais e o Inter não aceitou, que é o que ele, como autêntico gremista, queria mesmo.

Agora, o pessoal esqueceu de uma transferência importante: Geraldão.

Como vocês já perceberam, entro no embalo das redações e saio à cata de assuntos, pegando carona na matéria da ZH.

Geraldão era um centroavante tosco, tipo o André Lima, talvez até com menos técnica. Mas era forte, valente e encarava os zagueiros.

Ele jogou no Grêmio em 1981, uma passagem rápida. Eu era setorista do Grêmio na época. Lembro-me que não gostava dele justamente por suas limitações. Por isso, quando terminou seu empréstimo eu fiquei contente que foi devolvido ao Corinthians.

E não me preocupei quando o Inter o contratou para a temporada 1982. Até debochei dos colegas colorados da redação da Folha da Tarde, onde dei meus primeiros passos no jornalismo. Era o Fernando Goulart, o Luís Fernando Flores, o Luís Carlos Oliveira, o Sapinho, pai do narrador Daniel da Band, entre outros.

Não esqueço também uma conversa que tive à beira do campo com o Leão, que era o goleiro do Grêmio e que logo depois seria campeão brasileiro para ‘nossa alegriaaaaa’.

Era uma matéria especial, coisa de página inteira, talvez para uma dessas semanas sem jogos no meio, como agora.

Perguntei ao Leão qual o atacante que não gostava de enfrentar. Pensei em nomes como Sócrates, Serginho, Baltazar, Zico e outros nomes de alto nível. Fiquei surpreso com a resposta:

– Geraldão.

Ele percebeu o meu espanto.

– O Geraldão, porque é um jogador que você nunca consegue imaginar para onde ele vai chutar, não é como outros mais habilidosos. Então, você nunca sabe o rumo da bola, não tem como imaginar o canto e se posicionar.

As palavras de Leão se materializaram nos grenais decisivos do Gauchão de 1982. Geraldão, o André Lima ou Marcel da época, fez os cinco gols do Inter nos dois jogos, 3 a 1 e 2 a 0. Quatro gols de bola cruzada, a zaga vacilando e ele metendo o pé para vencer o aturdido goleiro gremistas. Um dos gols ele entrou livre e desviou de Leão, mostrando que não era um verdadeiro matador.

E eu, que havia debochado de sua contratação pelo Inter, fiquei ali com cara de bobo. Geraldão entrou para a história do clássico. Duvido que alguém repita essa façanha.

Desde então, tenho cuidado ao criticar um camisa 9 de carteirinha. Ele está sempre muito perto da goleira inimiga e, portanto, muito perto de marcar.

Geraldão é a prova, também, que um jogador pode fracassar num clube e se consagrar no outro, logo em seguida, e, no caso, na mesma cidade.

FREUD E AS TATUAGENS

Tudo isso para falar sobre essa obsessão da atual direção do Grêmio por ex-jogadores do Inter.

Paulo Odone é um especialista em tirar jogador do Inter. Ele foi um dos que participaram daquela bombástica transferência de Batista para o Grêmio. Era dirigente de futebol do Fábio Koff, então presidente. Obino também era do futebol.

Odone viveu de perto os grenais do Geraldão. Batista vestia a camisa tricolor. O Pelaipe também estava no Grêmio nesse período.

Hoje, os dois parece que estão sempre tentando trazer o Batista e se lamentando por terem perdido Geraldão. Freud explica.

Eles contrataram o Sorondo e se deram mal. Agora, querem o Sandro Silva, que a meu ver já está acertado com o Grêmio há algum tempo. O Brasileirão é longo e Sandro é um bom reforço, sem entrar nos valores envolvidos na transação.

Já o Rafael Sobis, que custaria uns 6 milhões de euros, considero um equívoco. Sobis não é o mesmo atacante de cinco atrás. Creio que o Grêmio está bem servido de atacantes. É claro que sempre é um acréscimo de qualidade.

No entanto, melhor seria investir num grande meia e também num zagueiro, ambos para chegar e jogar.

Alternativas existem. O que não pode é estabelecer como critério o fator de ter jogado no Inter.

Ainda mais se o jogador tiver uma tatuagem do emblema colorado, como dizem ser o caso de Sobis.

Já me disseram que é o Alex quem tem essa tatuagem.

Na verdade, duvido que um profissional do futebol tenha feito tamanha asneira.

RIVALIDADE

Pior que essa ideia fixa do Grêmio por ex-colorados, é o desespero da direção do Inter para impedir que as transferência aconteçam.

Foi assim no caso Giuliano, que o Inter abortou.

O mesmo fez o Grêmio quando o Inter tinha tudo certo com Felipão. Um pelotão de amigos gremistas do Felipão entrou em ação e conseguiu impedir o negócio. Felipão acabou no Palmeiras.

BEIRA-RIO E A BM

Li no Correio do Povo que a Brigada Militar deu um laudo válido até janeiro de 2013, aprovando o estádio colorado com ‘restrições’. Leiam a notícia publicada no CP de hoje, dia 26: “A Brigada Militar, em laudo válido até 13 de janeiro de 2013, aprova o estádio “com restrições”, que são justamente aquelas referentes à reforma. Os bombeiros vistoriaram o Beira-Rio no dia 12 de junho e o consideraram apto, mas também apontaram algumas observações. Em momento algum, porém, listaram problemas de falta de segurança”.

Eu só queria entender como é que um órgão de segurança dá um atestado com prazo tão longo para um estádio em obras e, portanto, em constante mutação. Quer dizer, um laudo como esse não poderia durar mais do que 15 dias, um mês.

Agora entendi por que o judiciário teve que entrar em campo.

Começar de novo

‘Começar de novo e contar comigo…’, cantava Ivan Lins no anos 70/80, quando a música brasileira ainda não havia sido tomada por esse inço de mau gosto que hoje viceja no país.

O futebol é isso, um eterno começar de novo. Termina um jogo, começa outro. Frustração num campeonato, esperança no próximo. E assim vamos seguindo no embalo desse futebol, que, a exemplo da música, também perdeu qualidade.

Sábado de manhã acordei pensando em assistir à estreia do Zé Roberto. Logo verifiquei que ele não havia sido inscrito. Desisti.

E mais, decidi que enquanto jogadores como Marco Antônio e Léo Gago forem titulares eu não vou mais ao Olímpico.

Cansei. Mais um primeiro semestre foi jogado no lixo.

Vamos para o segundo. Agora, com a equipe reforçada, qualificada, não o suficiente para chegar ao título, mas talvez sirva para garantir uma vaga na Libertadores de 2013, quando mais uma vez teremos uma direção que armará um time modesto como tem ocorrido nos últimos anos.

Por enquanto, o que há é o campeonato brasileiro. E nele o Grêmio vai bem.

Felizmente, a imensa maioria da torcida não é como eu e vai a campo independente de que irá vestir a camisa tricolor. São uns heróis e a esses torcedores rendo minhas sinceras homenagens e até gratidão.

Torcedores como o meu primo Milton, que saiu da sala de recuperação do São Lucas ao meio-dia, após uma cirurgia realizada no sábado, e às 16 horas estava no estádio.

São uns heróis.

No final de contas, quem foi ao Olímpico saiu festejando uma vitória importante sobre o Flamengo. Poucos ficaram empolgados com o futebol do time, mas o que importa mesmo é vencer, somar pontos, porque a competição é longa.

O primeiro tempo foi terrível. Poucos se salvaram.

Uma das raras boas jogadas resultou em gol. Souza tocou para Kleber, que encontrou Moreno. O atacante driblou o goleiro, demorou para concluir, mas acabou fazendo 1 a 0.

Foi uma jogada de tabela, de aproximação, coisa rara nesse time ultimamente.

No segundo tempo, Werley fez 2 a 0 logo aos 2 minutos, desviando de cabeça.

Acabei de citar quatro dos melhores jogadores em campo neste domingo. A eles acrescento ainda Fernando, cada vez melhor. E Victor, claro, o Magnífico, embora alguns gremistas o queiram longe. Perdoai-os Senhor…

Com os 2 a 0, o Flamengo se abriu mais. O Grêmio criou inúmeras situações de gols, nem sempre muito claras, mas ficou evidenciada a falta de qualidade na hora de concluir, inclusive de Kleber, que voltou a jogar bem.

Gostei de Toni, que entrou no intervalo. Está um pouco inseguro, mas mostrou que é atrevido e que vai para cima da marcação. Gostei também do Edilson pela esquerda, mostrando que também ali é superior ao Pará.

Rondinelly entrou e mais uma vez deu outra cara para o meio de campo. A gente vê que o guri entra ansioso demais para mostrar serviço, o que é natural. Um dia, talvez ainda neste ano, ele irá começar como titular no lugar de MA. E aí saberemos qual o verdadeiro potencial desse jogador, que, só pela amostragem, já se viu que é superior ao titular.

Copa do Brasil foi pro saco. Agora, é o Brasileirão.

‘Começar de novo…’

Zé Roberto e o Olímpico

Eu já estava pronto para ir ao Olímpico. Queria ver a estreia do Zé Roberto.

Mas ele não foi incluído no Bid.

Então, larguei. Sair de casa para ver o Marco Antônio, o Léo Gato e o Pará, fora outras feridas, é demais pra mim.

Sobrevivi ao holocausto dos anos 70, mas não resistiria a esse trio dos infernos.

Vou deixar pra rever o Olímpico mais adiante.

Por enquanto, me contento com a foto que o Ducker, grande gremista e ótimo fotógrafo, tirou do estádio. É sensacional. Confiram:

Monumental: http://www.flickr.com/photos/ducker/5328858994/

Quem tiver interesse, ele está ampliando a foto em até um metro de largura. Contato:

site@ducker.com.br

Aqui no boteco tem um link para o site dele.

CONSIDERAÇÕES NUM SÁBADO ENSOLARADO

– sou a favor da contratação de Sandro Silva;

– sou a favor de trazer um meia de qualidade, antes de gastar com Sobis;

– mas não sou contra a contratação de Sobis, quanto mais qualidade melhor;

– sou a favor de contratar um zagueiro, um zagueiraço urgente;

– sou a favor de continuar com o Facundo Bertoglio, meia atacante rápido e criativo, e de 21 anos;

– sou a favor de liberar Marquinhos e MA, e em segundo plano o Léo Gago, para que eles sejam felizes em outro lugar e não causem a nossa infelicidade;

– sou a favor de começar a colocar o Biteco no time;

– sou a favor de começar jogos com o Rondinelly até pra ver se precisa mesmo de outro meia;

– sou a favor de emprestar o Olímpico ao Inter, pra ver se a nossa inhaca passa pra eles.

Recordar é viver: fracasso anunciado

Os textos abaixo, publicados em março aqui no boteco, já antecipavam o que aconteceu. Fui rotulado de pessimista, amargo, etc, e respondi que depois não viessem chorar no meu ombro.

Há o tempo de criticar para corrigir o que está errado e o tempo de só de torcer, quando já não há mais chance de mudar para melhor.

Nos textos abaixo (que recolhi na corrida, ficando só no mês de março), há referências ao Facundo, que o Grêmio está rejeitando para contratar Sobis mais ou menos pelo mesmo preço (tenho minhas dúvidas se o clube de Facundo realmente não concordou com alongar o empréstimo e se tudo não é feito só para contratar o ex-colorado, hoje com 27 anos e com lesões seguidas).

Quer dizer, o time precisa de um meia para jogar ao lado do Zé Roberto, e eles buscam outro atacante. Se tivesse dinheiro sobrando tudo bem, mas não é o caso.

Bem, da série Recordar é Viver:

3 de março (antes do jogo contra o Cerâmica)

Enquanto isso, fico no aguardo do Alex. Só um jogador desse nível pode colocar o Grêmio como forte candidato ao título da Copa do Brasil. Se ele não vier, ou outro de igual envergadura, vamos ficar de novo no meio do caminho. E eu já estou cansado disso.

8 de março (depois da virada ‘heróica’, 3 a 2, sobre o River Plate)

Esse Marco Antônio é o meio-campo mais omisso que eu conheci em meus 30 anos de reportagem esportiva.Já o Léo Gago, repito, é um jogador indefinido, nem volante, nem meia.

Outra coisa, volto a repetir, o Gilberto Silva foi um grande volante. Não é mais. Improvisá-lo como zagueiro é uma crueldade. Melhor mantê-lo como volante, um líbero, num esquema com três volantes.

O meia argentino fez toda a jogada do gol de empate, um golaço do Kleber.

Depois, Facundo fez o gol da vitória após grande jogada de André Lima, restabelecendo a lógica do futebol.

Facundo, repito, é o nome da esperança. Mas ainda é pouco, muito pouco para tornar o Grêmio uma equipe em condições de disputar o título da Copa do Brasil.

11 de março

Para mim, que vê o Gauchão apenas como um laboratório para ajeitar a equipe para a Copa do Brasil, o Grêmio realmente competitivo e que dá esperança de título começa com Facundo Bertoglio.

Ele tem tudo para jogar com os três volantes, saindo o MA. Mas também pode jogar ao lado do centroavante, como foi aproveitado por Luxemburgo nessa partida. Agora, essa possibilidade só no caso de ser contratado um meia como o Alex, que chegue e já tome conta da posição.

Por enquanto, a conquista da Copa do Brasil passa por Facundo Bertoglio. O argentino torna o time mais criativo, mais criativo e ousado. Afasta aquela mesmice do toque para o lado que os adversários agradecem.

18 de março

Os dois (MA e Gago) jogam no setor mais vital de um time de futebol. Ambos são esforçados, dedicados, mas quando aumentar o nível de exigência a gente sabe que eles não irão dar conta do recado. Agora mesmo, contra esses times esforçados do Gauchão, eles não conseguem convencer. Ao menos a mim.

Eu sei que alguns vão dizer que sou muito duro, amargo, negativo, pessimista. E eu vou concordar. Sou mesmo. Não me iludo mais com uma ou outra atuação, até porque nunca deixo de avaliar contra quem esse ou aquele jogador foi bem.

Então, resumindo: o Grêmio com Marco Antônio e Léo Gago juntos no mesmo time, um de cada vez ainda é tolerável; e com apenas dois volantes  na marcação e combatendo forte, não vai longe na Copa do Brasil.

26 de março

Se com Kléber estava difícil, sem ele a Copa do Brasil ficou ainda mais distante. A direção precisa agilizar a busca por reforços. A situação ficou pior. O time cada vez mais depende do novato Fernando. Antes, dependia dele para proteger a zaga. Agora, depende dele também para fazer gols.

30 de março

Analisando friamente, a lesão do GS, que teria fraturado o nariz, pode abrir caminho para que Luxemburgo encontre um zagueiro realmente em condições de ser titular e corresponder quando o time tiver pela frente adversários mais poderosos, o que irá acontecer se o Grêmio superar o Ipatinga.

GS, pela sua experiência, quebra o galho no Gauchão, mas não acredito nele contra um Palmeiras, por exemplo.

Com ele, já acho que mesmo sem reforços, e se não machucar mais ninguém, o Grêmio até pode ficar entre os quatro primeiros da Copa do Brasil.Título não, porque aí Luxemburgo seria mais que um treinador, seria um milagreiro, um santo. E santo a gente sabe que ele não é.