O 23 e as coincidências da vida

As coincidências aguçam a minha curiosidade. Elas sempre têm um sentido, um significado. Por isso, sempre que me deparo com uma coincidência – e elas nos acompanham ao longo da existência e talvez até fora dela, em outro plano – procuro estudá-la. Não acredito em coincidência sem algum sentido. Sempre há um significado. Nem sempre o descobrimos. Outras vezes ele é muito claro. Não descarto, porém, que existam coincidências que são… coincidências.

Quem frequenta o botecodoilgo (alerto de novo que é virtual), sabe que no sábado retrasado eu mudei de residência. Creio que foi a minha 23ª (!!!!) mudança. Ainda estou ajeitando as coisas. Tenho apego as coisas antigas, dificuldade para me livrar delas, não adianta. Sempre acho que um dias elas irão servir para alguma coisa.

Bem, o casal que me vendeu a casa comprou um apartamento na rua onde eu estava morando, e praticamente em frente, com o número invertido, 218 para 281. As duas partes só ficaram sabendo disso depois. Baita coincidência.

O que isso significa? Nada. Ou será que tem algum significado oculto?

Mas não termina aí: contratei um empreiteiro para fazer umas reformas (casa meio antiga). Quase caí de costas quando o empreiteiro me contou, impressionado e emocionado com a coincidência, que ele próprio havia construído a casa há uns 20 anos.

Terá tudo isso algum sentido? Não sei. Pode ser mesmo uma coincidência sem nada nas entrelinhas.

Algo muito diferente do caso da camisa número 23 entregue pelo Grêmio ao técnico Luxemburgo, que tinha ao seu lado no momento de receber o mimo o presidente do Grêmio, um sorridente Paulo Odone, do PPS, partido que por coincidência (???) tem o número 23.

Luxemburgo disse que 23 é seu número de sorte. Que ele havia pedido o número 33, mas este pertence a Edilson; aí sugeriu o 23, embora este seja do Bruno Colaço. Mesmo assim, ele não sugeriu outro.

História mal contada.

Não parece haver dúvida de que estamos diante de uma ‘coincidência’ com um significado muito escancarado. Se foi mesmo algo planejado, foi uma bobagem sem tamanho, porque serviu apenas para reforçar o sentimento de uso político do clube.

Uma pisada de bola que não combina com o histórico do experiente presidente tricolor.  Parece mais coisa de assessor puxa-saco. Mas…

Por via das dúvidas vou jogar no bicho, no grupo da cabra (ou do veado), que engloba os números 21, 22, 23 e 24.

E o favoritismo era de araque

Uma vitória no Beira-Rio, diante de colorados convencidos que veriam um massacre do Barcelinter sobre um Grêmio frágil e inseguro, cai tão bem quanto a bendita chuva que alagou parte do Estado e afastou o calor sufocante. É coisa pra lavar a alma e fazer renascer a esperança de que, como repetia o grande Baltazar, ‘Deus está reservando algo melhor para mim’. No caso, para nós gremistas angustiados e aflitos.

Antes do jogo escrevi que o Grêmio poderia ganhar. Parti de duas premissas: o time teria três volantes e jogaria finalmente com onze jogadores, já que Marco Antônio e Léo Gago estariam fora, segundo as especulações.

Pois com os três volantes o time realmente ficou mais encorpado, mesmo com Léo Gago sendo um deles. Devo admitir que Léo jogou bem, nada de excepcional, mas dessa vez marcou, roubou bolas e foi ao ataque. Talvez não precise ser mandado embora.

O quarto homem do meio campo seria o Marquinhos. Mas foi Marco Antônio, uma nulidade ambulante até este jogo. Ele foi mais participativo, apareceu mais e meteu aquela bola para o Kleber fazer o gol da vitória. Antes de voltar para a Portuguesa merece novas chances, ainda mais que depois do jogo ele disse que ‘o ano agora está começando’, mostrando que está mordido e que pode jogar muito mais. Gosto disso.

Acreditava que o Grêmio poderia vencer também por outros motivos: Kleber e Marcelo Moreno enlouqueceriam Moledo e Índio. Kleber cavou os cartões amarelos dos dois, que comeram o pão que o diabo amassou diante da dupla gremista.

Via também em Élton uma avenida a ser explorada, e isso aconteceu. Dorival demorou a sacar o guri. Além do mais, o Inter sem Guinazu parece que perde sua personalidade vencedora. Frisei que Sandro Silva e Bolatti não estavam à altura de Tinga e Guina. E que isso também pesaria a favor do Grêmio.

Se Oscar não jogasse, destaquei, o Grêmio teria suas chances redobradas. Oscar jogou, ou melhor, entrou em campo. No final, perdeu um gol daqueles imperdíveis.

Minutos antes, Victor protagonizou o grande lance do jogo. Defendeu uma conclusão à queima-roupa de Damião e ainda teve reflexo para uma segunda e salvadora intervenção.

Aquele que ousar escrever qualquer coisa contra Victor aqui neste espaço vai tomar cerveja morna no boteco até que o Grêmio volte a ser campeão do mundo.

Pois esse lance mágico do melhor goleiro em atividade no Brasil mexeu com Oscar. Ele tremeu diante da imponência do melhor goleiro em atividade no Brasil. E chutou para fora como uma criança que acabou de urinar nas calças.

Por fim, um elogio ao Souza. Quando todos questionavam sua contratação, eu escrevi que era um grande reforço, que eu lembrava dele no mundial sub-20 ao lado do Ganso e do Giuliano.

Para concluir, o gol do Inter começou numa falha do grande Fernando. Mas o guri não se assustou. Foi outra figura importante, assim como o veterano Gilberto Silva.

O Grêmio ganhou o jogo a partir do meio de campo. O grande erro de Caio Jr foi não definir de uma vez um trio de volantes.

No final, o chororô do D’Alessandro, que não jogou absolutamente nada e foi para cima da arbitragem, querendo justificar a derrota perante seus fãs, num jogo em que o Grêmio foi superior a maior parte do tempo.

Méritos do interino Roger.

Gre-Nal: favoritismo de araque?

Negar que o Inter entra como favorito é quase uma insanidade.

O problema é que o time titular do Grêmio era favorito no Gre-Nal contra os reservas do Inter, mas ficou no empate dentro do Olímpico.

Então, o favoritismo é apenas um indicativo. Um indicativo que pode ser revertido em questão de minutos.

Eu também acho que o Inter é favorito, mas só um pouco favorito. Se vencer, será por diferença mínima, a não ser que outros fatores, como arbitragem, furacão ou nevasca interfiram.

Analiso as prováveis escalações e confesso que estou mais otimista: começo a acreditar com muita força no surgimento de uma zebra no Beira-Rio.

Elton na lateral direita é uma avenida de quatro vias a ser explorada. Sandro Silva não faz uma perna de Guinazu e Bolatti não tem a vibração do Tinga.

Se Oscar não jogar, então, penso que deixa de existir o tal favoritismo. Porque aí o Inter terá apenas D’Alessandro de titular no setor, e um argentino só não faz verão. Aliás, para anular o D’Ale eu traria um volante do Mazembe.

Outra coisa: Moledo e o vovô Índio vão padecer diante de Marcelo Moreno e Kleber. Ainda mais que Guinazu não está ali para espantar.

Agora, o mais importante: o Grêmio, ao contrário do Gre-Nal anterior, terá onze jogadores em campo. Começar sem Marco Antônio e sem Léo Gago, como se especula, é um avanço, uma evolução. Curioso que Caio Jr não tenha percebido que esses dois nada acrescentam ao time.

Roger definiu, portanto, que o Grêmio vai começar com onze jogadores. O primeiro passo foi dado. O segundo foi reforçar o meio de campo. Vão jogar três volantes. Jogadores que marcam e também saem para o jogo.

O ponto mais vulnerável do time ficou encorpado, robusto. Ainda falta um articulador de qualidade, mas quem sabe Marquinhos não faz o seu melhor jogo com a camisa do Grêmio?

Ah, e tem o Viçosa no banco, o atacante Gre-Nal.

Não sei se fiquei insano, mas já acho que o Grêmio é capaz de vencer, ou ao menos empatar.

Não fosse a dupla Damião/Dagoberto eu diria que esse favoritismo do Inter é de araque.

Luxa, porque as pessoas podem mudar

Agora é oficial: o site do Grêmio acabou de publicar que Vanderlei Luxemburgo está contratado.

Vou torcer por ele, porque o seu sucesso será o sucesso do Grêmio.

Assim como torci por Julinho Camargo, Celso Roth e Caio Jr, sem acreditar que fossem dar certo, agora vou torcer por Luxemburgo.

Meu primeiro pensamento foi de que ele irá fracassar, como tem fracassado já alguns anos, mas começo a acreditar que Luxemburgo pode dar certo neste último ano do Olímpico, neste ano da Arena, conforme o site do clube não nos deixa esquecer um instante sequer.

Se os opostos se atraem, os iguais se completam.

Luxemburgo, com toda a sua trajetória controvertida, marcada por inúmeros títulos e e incontáveis situações nebulosas que evito enumerar até por não conhecer todas, tem tudo para se sentir em casa.

Formará com a direção do Grêmio um conjunto encorpado e harmônico, não tenho dúvida. Essa afinidade, essa sintonia, é o primeiro passo para uma caminhada firme e exitosa. Vejo o Grêmio, agora, como um bloco homogêneo, o que não percebia com outros treinadores.

Só falta a torcida engajar-se e acreditar que Vanderlei Luxemburgo pode voltar a ser o técnico vitorioso de outros tempos e, principalmente, a poucos meses de tornar-se um sessentão, mostrar que pode ser também um cidadão acima de qualquer suspeita, sepultando um passado recheado de histórias grotestas, com algumas passagens dignas de figurar numa folha corrida.

Sinceramente, eu acredito que as pessoas podem mudar, assim como não vejo como separar o cidadão, o profissional, do seu caráter. Acho engraçado quando algumas pessoas dizem: “Luxemburgo tem um caráter complicado, mas é bom treinador”. Quando se contrata um profissional, vem junto o cidadão, com todas as suas qualidades e seus defeitos.

Há poucos dias, Luxemburgo bateu de frente com o representante mais famoso da família Assis Moreira. Ele perdeu o emprego no Flamengo – de onde é fácil sair para treinar a Seleção -, mas resguardou sua dignidade profissional.

Luxemburgo dificilmente um dia irá recuperar o meu respeito – não que isso lhe faça falta -, mas já conta com a minha esperança em sua volta por cima como treinador e como pessoa, e com a minha torcida.

Uma coisa é não gostar da contratação, outra é deixar de torcer pelo Grêmio por causa do Luxemburgo.

Ameaça de dilúvio sobre o Olímpico

Os raios e trovões que antecipam o temporal que deve cair sobre Porto Alegre ainda hoje para aliviar o calor e amenizar a seca não são nada diante do dilúvio que ameaça desabar sobre o Olímpico.

A cogitação de demitir Caio Jr, que tem administrado a escassez a exemplo do que aconteceu com Renato há exatamente um ano, é inaceitável. Caio estaria armando o time de uma maneira que desagrada os cartolas, provando que quem o contratou o fez sem critério, sem estudo, sem ponderação. Coisa que dirigente de verdade não faz, mas cartola sim.

A maioria dos cartolas é boa de discurso, tem o tom certo para cada palavra e um gestual típico das raposas políticas. Suas decisões são de sopetão, emocionais, sanguineas.

No futebol hoje não há mais espaço para improvisos, a não ser dentro de campo.

Caio deve ter um tempo maior e jogadores melhores. Escrevi o mesmo sobre Renato no ano passado. Aliás, é interessante como alguns jornalistas esportivos colorados gostam de taxar Renato de incompetente -li no twitter há pouco essa bobagem-, ignorando maldosamente que ele foi vice-campeão da América com o Fluminense fez uma campanha excepcional no Grêmio. Os colorados têm raiva de Renato. Não perdoam o que ele fez com a camisa tricolor. Curioso, alguns gremistas também desprezam Renato.

Eu, na verdade, não teria contratado Caio Jr. Ainda não fez nada que justificasse começar uma temporada no Grêmio.

Assim como jamais contrataria o sr. Luxemburgo, o ‘dilúvio’ referido no primeiro parágrafo. Não vou me estender sobre esse treinador, que teve seu momento no futebol. Mas, conhecendo os cartolas, não duvido que ele seja anunciado após o Gre-Nal.

Para não jogar o novo técnico na fogueira do Gre-Nal, tudo indica que o auxiliar Roger comande o time interinamente. Depois, imagino que o capitão América, Adilson, seja contratado.

Adilson rodou muito, mas parece não ter evoluído. Tem acumulado campanhas ruins. Não acredito que dê certo.

Melhor queimar etapas e trazer logo ele, o eterno e sempre de prontidão, Celso Roth.

Não é o que eu quero, mas é o que eu prevejo.

O Grêmio e as escolas de samba

Pior que o futebol do Grêmio contra o São José só mesmo desfile das escolas de samba de Porto Alegre durante um temporal.

As fantasias desmancham, os carros alegóricos trancam e se desfiguram, os passistas não sabem se sambam ou se nadam e a bateria atravessa.

A diferença é que esse pessoal enfrenta o infortúnio com brio, garra, raça e coragem. Não faltam nobreza e altivez.

Tudo o que o Grêmio sempre esteve e abandonou em algum ponto do caminho ao fundo do poço.

Perder para o São José é quase uma calamidade. Perder praticamente sem exigir maior esforço do goleiro rival é uma calamidade.

O time projetado para começar a temporada é uma caricatura. Será mesmo que a dupla Paulo Odone/Paulo Pelaipe acreditava que as contratações iniciais seriam suficientes?

O Grêmio perdeu por 2 a 1. Considero o resultado justo. Vi um pênalti em Kleber no meio do segundo tempo, quando ele foi puxado por trás. Foi um lance confuso. Desculpo o juiz  Pierre. Até porque como exigir muito de um juiz que estava dando cartão amarelo para Gilberto Silva quando a falta havia sido cometida pelo estreante Souza, que alertou o Pierre para o engano ridículo, já que o lance foi claro.

Além do mais, Pierre é o mesmo que não deu aquele pênalti clamoroso do Bolívar no jogo contra o meu Avenida.

Hoje, teve ainda o gol anulado do André Lima, mas aí o erro foi do auxiliar.

Independente disso, o Grêmio não mereceu resultado melhor. Paralelamente, os reservas do Inter venciam o Pelotas.

Tempos atrás escrevi, e repeti, que o Grêmio tinha seis titulares. Os outros cinco não passavam de reservas de um time realmente competitivo e que busca voos mais elevados.

No Passo d’Areia, o time teve apenas dois titulares: Victor e Kleber. Os outros quatro titulares não jogaram: Fernando, Mário Fernandes, Júlio César e Marcelo Moreno.

Os melhores do time nessa tarde quente e sufocante, a partir do sistema defensivo: Gabriel, Souza e Leandro. Gabriel apoiou, fez boas jogadas. Souza entrou e mostrou que tem condições de ser o sétimo titular como segundo volante. Leandro entrou muito bem, provando que é um diamante a ser lapidado com carinho e cuidado.

Leandro fez mais em 45 minutos que o Kleber em 90. Kleber não tem conseguido vitórias pessoais. Parece que não consegue driblar nem um poste. É claro que se trata de um grande atacante, mas por enquanto seu futebol é modesto. É evidente que faltam meias de qualidade, mas faltam também para o Leandro, que ainda assim teve alguns lances de ousadia e brilho.

Esse Marco Antônio parece um zumbi em campo. Ele some do jogo, não desarma, não cria. Enfim, uma decepção. Acho que logo logo estará de volta à Portuguesa, onde ele é adorado.

A esperança agora é que os novos reforços tenham mais samba no pé. Caso contrário, o futebol gremista continuará sendo muito parecido com o desfile de uma escola de samba gaúcha durante uma chuvarada.

Ainda é cedo para um julgamento definitivo, até porque as peças de que dispõe são modestas, mas Caio Jr. demonstra não estar preparado para comandar essa ‘escola’ na avenida que leva ao título do campeonato gaúcho e muito menos ao título da Copa do Brasil.

Bem, somente um milagre pode impedir que o Gre-Nal na quarta-feira não seja de cinzas para Caio Jr.

Barcelinter ou Interlona?

Ainda às voltas com a mudança, situação agravada com o início de uma reforma, começo a perceber devagarinho aonde eu fui parar. O vizinho da casa da frente e seus filhos, mais ou menos meia dúzia, são colorados. No prédio do lado direito, de quatro apartamentos, desconfio que são todos colorados. Ontem, contra o Cruzeiro, cheguei a imaginar que o Inter disputava o título da Libertadores tamanha a gritaria a cada gol ou ameaça de gol.

Lá pelas tantas, tirando as tralhas das caixas (o que eu tenho de coisa que eu não via há décadas é um absurdo. Até minha carteirinha de sócio do Grêmio dos anos 70 eu achei), em meio a algaravia (vou começar a fazer como alguns colunistas, que escrevem garimpando palavras pouco usuais no dicionário) oriunda dos meus ruidosos vizinhos, ouvi uma expressão que me deixou boquiaberto e, por segundos, paralisado, estanque.

– Esse time é o Barcelinter!

Será que ouvi direito? Barcelinter? Pensei com meus botões, sacudindo o pó de uma flâmula com os dizeres ‘Grêmio, Campeão Mundial de 1983’.

– Inter agora é o Barcelinter!, repetiu o tresloucado torcedor, provavelmente após alguma jogada maravilhosa contra o pobre Cruzeirinho (sacanagem essa de tirar os pontos) do meu amigo Ernani Campello.

Eu confesso que já havia detectado um excesso de entusiasmo por parte de alguns colorados amigos e parentes, principalmente depois do primeiro tempo do jogo contra o poderoso Once Caldas dentro do Beira-Rio. Eu disse ‘primeiro tempo’, não foi nem o jogo todo.

Minha tinha Loni saiu do Beira-Rio nas nuvens naquela noite. Telefonou para dizer que o Inter era uma academia de futebol, jogava por música. Ela e outros tantos colorados estão encantados. O mesmo deslumbramento percebo em setores da mídia. Daqui a pouco vão se derreter:

‘O Inter não joga, o Inter dá show.’

‘O Inter não deve cobrar ingresso, mas sim couvert artístico.’

Oscar, pelo que tenho lido e ouvido, está jogando muito. Ainda não ouvi alguém dizer que ele é o Messi do Inter, mas esse dia irá chegar, ah vai. Por muito menos, um colunista comparou Taison a Messi tempos atrás. O papel e o microfone aceitam tudo.

Bem, quando alguém gritar que Dorival Jr é o Guardiola brasileira eu fecho o boteco, suspendo a produção da imbatível 1983, e vou me dedicar ao cultivo de begônias, tulipas e orquídeas.

Inter agora é o Barcelinter, ou será Interlona?

O que não faz um campeonato gaúcho…

CALOR

No ano passado, ou foi no retrasado, já nem sei, o Sindicato dos jogadores de futebol do RS conseguiu impedir a realização de jogos em determinados horários em função do calor. Ganhou uma baita vitrine. Foi imitado até em outros Estados. Sábado, teremos jogos com temperatura beirando os 40 graus. E aí?

MICO

Qual o maior mico do ano na temporada de contratações. Eu imaginava que nada iria superar a viagem dos três patetas, digo, dos três dirigentes à Europa para contratar Giuliano. Mico porque quando o dirigente já negocia há algum tempo e depois cruza o Atlântico é para fechar negócio. Quando vão em três, então, é pra trazer nem que seja a força. Os três turistas, digo, três dirigentes, voltaram constrangidos, mas certamente prontos para outra. Afinal, quem banca é o clube.

Bem, o Inter não ficou atrás. O clube praticamente anunciou a contratação do Rafael Toloi. O zagueiro desembarcou em Porto Alegre, deu entrevistas e tudo mais. Só faltou vestir a camisa rubra. Sobraram elogios para Fernandão, que, graças à sua ligação com o Goiás, teria conseguir contratar um jovem e promissor zagueiro, inclusive vencendo a disputa com o Grêmio. Fernandão foi festejado. ‘Isso sim é que diretor de futebol remunerado”, ouvi dizer. O constrangimento mudou de lado: Toloi não vem mais.

Qual o maior mico? Acho que dá empate.

GRÊMIO

Não escrevi nada sobre o Grêmio porque estou ficando apavorado. Se Facundo e Souza não derem certo, adeus Copa do Brasil. Sem meio de campo não tem como conquistar algum título, nem mesmo o Gauchão.

Sobrevivente da mudança

As mudanças são sempre difíceis. Algumas são para melhor, outras para pior, e outras muito antes pelo contrário.

Neste sábado, estive envolvido com mais uma mudança de residência em minha vida. Já tive muitas. Meu pai, radialista no Interior, parecia um cigano. E eu um ciganinho.

Quando completei 18 anos, depois de escapar do quartel me mandei para Porto Alegre. Foi uma das tantas mudanças marcantes da minha vida. Esta foi especial. Era o corte do cordão umbilical. A partir dali, eu que me sentia adulto e independente, seria mais eu. Bobagem.

Depois, foram outras mudanças. E não apenas domiciliares, claro. Imagino que esta de sábado tenha sido a última. Quer dizer, a penúltima. A última mesmo, eu espero que demore muuuuito.

(Ainda quero ver o Grêmio tricampeão mundial e o Inter pelo menos bi da segundona.)

Assim, envolvido com mobília, caixas e mais caixas de roupas e bagulhos, livros, Cds, vinil, garrafas de cerveja 1983, Kidiaba, Mazembier e um monte de outras coisas, não tive tempo, nem vontade, de assistir ao jogo do Grêmio, sábado, menos ainda ao do Inter, domingo.

O resultado do Grêmio fiquei sabendo domingo no começo da tarde. Fiquei surpreso. Tinha certeza de que o time melhoraria com a entrada de um volante, Gilberto Silva, na posição de volante, e d0 fim da invenção de Marquinhos como segundo volante. Mudança que caía de maduro.

Vi os gols e confesso que vibrei com os gols dos zagueiros. Torço muito principalmente pelo Grolli, que veio do Interior como eu, que chegou aqui desacreditado, como eu, mas já com emprego garantido, ao contrário de mim naquele início dos anos 70.

Se não me engano Naldo pegou rebote de um cabeceio de Groli no primeiro gol. Depois, o catarina de Chapecó fez o dele, o segundo seguido. Soube que a zaga vazou no segundo tempo tempo.

Antes de condenar a zaga, eu, que me tornei um zagueiro de elevada técnica quando já não tinha fôlego para jogar na meia, acuso o meio de campo.

O Grêmio não vai a lugar algum com os meio-campistas de que dispõe. Repito: só tem um titular mesmo, o Fernando. O resto é banco de um time que realmente quer algo mais que brigar pelo Gauchão.

O meio é a alma, o coração que faz pulsar uma equipe de futebol. Sem um meio de campo forte e técnico, que se impõe, não há defesa nem ataque que resolvam.

Já o Inter, pelo que soube passeou no Centenário. O Inter é, hoje, a grande equipe do futebol gaúcho, sem dúvida. O Grêmio, por enquanto, não dá nem pra saída.

Assisti a uns lances selecionados pelos colorados da Globo mostrando o quanto apanha o ‘coitadinho’ do D’Alessandro.

Gostaria que eles tivesse exibido, também, o lance criminoso do zagueiro Jackson em Mário Fernandes no Gre-Nal.

Nenhuma das entradas ‘violentas’ no argentino enfezado se compara a trombada que Mário Fernandes sofreu e que tem como resultado seu afastamento do futebol por três meses.

Mudei só de casa. No mais, continuo o mesmo, agora, por causa do Grêmio, casa vez mais amargo.

Biteco e Grolli salvam o time

Não gosto de ser repetitivo. Não abri esse boteco pra dizer as mesmas coisas. No jornal, era obrigado a escrever. Aqui, não. Escrevo a hora que eu quero, e já não preciso parecer isento, falar do Inter quando não tenho vontade, por exemplo. Sempre tive a pretensão de que o que eu escrevia poderia ajudar o Grêmio, mas ao mesmo tempo sempre tratei das coisas do Inter com respeito e isenção.

Essa introdução toda é para dizer que o Grêmio continua o mesmo. A diferença é que hoje achou um gol no último segundo twmpo. Gostei que foi o Grolli, torço por esses jogadores que saem do interior sem prestígio, quase desconhecidos. É como se torcesse por mim quando desembarquei na rodoviária de Porto Alegre vindo de Lajeado pelo Expresso Azul, lá no começo dos anos 70, pensando em fazer medicina.

Não sei mais o que escrever sobre o time do Grêmio que eu já não tenha escrito.

O Ypiranga morreu no segundo tempo. Ypiranga era o nome do meu time de botão naqueles tempos da juventude.

Vamos ao que interessa: nada está bem no time. Nada. Quando eu afirmo isso estou pensando em adversários mais fortes. Não no Ypiranga, que é forte candidato ao rebaixamento no Gauchão.

O centro do problema é o meio de campo. Não funciona. Marco Antônio é uma fraude. Como é que um sujeito que era estrela da Portuguesa não consegue jogar nem contra esse modesto time de Erechim? Será que a camisa do Grêmio pesa tanto assim?

Marquinhos de segundo volante. Contra um time fraco ele até quebra o galho. Não entendi sua substituição. Ele estava armando bem o jogo vindo de trás no segundo tempo, sem marcação. Aí, o Caio Jr. o substitui. Por que? Cansaço de novo? Bem, como efetivar um jogador se ele não é capaz de resistir 90 minutos? Acho que Caio Jr errou ao sacar o Marquinhos. Não que ele seja um grande jogador. Não é. Um time que ambiciona grandes títulos não pode ter Marquinhos e Marco Antônio como titulares. Pelo que estão demonstrando, não servem nem para disputar título do Gauchão.

Biteco entrou e deu alguma esperança. Quem o viu jogar na base sabe que ele bate muito bem na bola. Sorte que o Fernando o deixou cobrar a falta no finalzinho. O piá teve personalidade e assumiu a bronca. Meteu na área, Grolli mandou para a rede.

Biteco, pela qualidade e ousadia, e Grolli, pela garra e valentia, sinalizam nesta noite abafada, depois de outra atuação frustrante do time, que na ausência de grandes jogadores, a gurizada pode ser o caminho da salvação.

Mas é claro que eles precisam de um tempo, um tempo que na realidade não existe.

Não existe pra eles. Não existe, principalmente, para o Caio.

Olímpico Imortal

Está no ar o Olímpico Pra Sempre (WWW.olimpicoprasempre.com.br), um site que pretende ser um grande memorial virtual do torcedor sobre o nosso querido Estádio Olímpico.

A ideia é juntar, num único lugar, depoimentos e memórias de todos os gremistas, desde o torcedor que foi uma única vez ao Monumental até os ídolos da torcida, que viveram grande parte da sua vida nele. Futuramente, todo o material coletado deve ser condensado num documento único, provavelmente um livro digital, que será disponibilizado de forma gratuita para todos os torcedores. Mas pra que fique um material bem completo, é fundamental que todos participem.

Pra enviar sua colaboração é simples: basta enviar email para olimpicoprasempre@gmail.com, respondendo a seis simples perguntas:

Qual seu nome?

Qual o 1º jogo que assistiu no Olímpico?

Qual o jogo que mais te marcou nele?

Se pudesse ir num jogo novamente, qual seria?

Qual jogo que vc não foi, mas que gostaria de ter ido?

Do que mais vai sentir falta?

Também dá pra participar enviando, pro mesmo email, suas fotos e videos no Velho Casarão.

Outra forma de participar é usando o Instagram do seu iPhone. Basta publicar suas fotos com a hashtag #olimpicoprasempre.

Participe!

O Olímpico Pra Sempre é uma iniciativa da Casa do Imortal em parceria com o BloGrêmio.