Meus dois times do Interior, Avenida e Lajeadense, mostraram que com a gente o furo é mais embaixo.
Nasci em Santa Cruz na era do gelo e me criei em Lajeado, entre dinossauros, conforme espalham meus detratores. Portanto, sou Avenida e Lajeadense, antigo Esportivo, conforme lembrou muito bem nos comentários do tópico anterior o meu amigo Ricardo Marmitt.
O Avenida meteu três gols no time B colorado, e só não fez mais porque o juiz (Jean Pierre precisa ir a um oftalmo urgentemente) não viu um dos pênaltis mais escandalosos da história do Gauchão, um puxão de camisa do Bolivar que até o pipoqueiro que estava fora do portentoso estádio dos Eucaliptos gritou.
Já o Lajeadense atropelou o Grêmio no Olímpico. O juiz Márcio Chagas deu uma mãozinha, sem querer, claro, ao Lajeadense, ao não marcar pênalti sobre Mário Fernandes. Depois, quando o Grêmio já perdia por 2 a 0, expulsou o Bruninho, um atacante driblador, que caiu na área. Até não sei se não foi pênalti.
Foi uma frustração enorme para os quase 20 mil gremistas que trocaram o barzinho de sábado à noite por 90 minutos de irritação. E no seco. Sem aquela cervejinha que a noite abafada pedia.
Quem me lê sabe que eu tenho restrições ao time que está sendo montado. É preciso contratar urgentemente um zagueiro experiente, um líder para esse time manso como ovelha criada no pátio de casa. Claro, estou me referindo ao Lugano, que ainda tem boas chances de vir. Não duvido até que chegue antes do Giuliano (dirigentes gremistas estão negociando ou tirando férias na Europa?).
E o meio de campo? O coração do time precisa de mais força na marcação, criatividade e velocidade. Com os jogadores que possui acho difícil chegar lá.
Léo Gago foi contratado para garantir a titularidade de Fábio Rochemback. Sábado, ele me lembrou o Torino, um meia dos famigerados anos 70 do Grêmio, um período que até hoje me causa pesadelos. O Torino pegava a bola e pimba! na arquibancada. De vez em quando acertava uma bola em gol. Eu, na geral do Olímpico, ao lado do Ricardo, xingava até a quinta geração dele, que até era bom jogador, mas tinha esse defeito. Igual ao Léo Gago.
Faltam dois meias que se complementem. Douglas, Marco Antônio e Marquinhos se sobrepõem. Até o Escudero ou o Lúcio cairiam melhor. Aliás, o Lúcio, porque marca e sai pro ataque com rapidez, merece nova oportunidade.
O ataque, com Kleber e Marcelo Moreno, promete.
Mas a promessa precisa ser cumprida dentro de campo, não no papel.
D’ALESSANDRO
Dias atrás eu escrevi que desconfiava que D’Ale poderia ficar no Beira-Rio. Continuo pensando assim. O presidente colorado vai fazer de tudo e mais um pouco para segurar seu melhor jogador. Se ele pudesse, venderia a rodoviária, com todos os ônibus, para segurar o argentino. É uma questão de amor próprio. Ele sabe que a maior da torcida não acredita nele. Além disso, Luigi, como aconteceu e acontece com dirigentes que sucederam Fábio Koff no Grêmio, quer mostrar que pode ser melhor e maior que o guru colorado, ou Deus, conforme diz o Siegman: Fernando Carvalho.
GIULIANO
Quando um clube manda três dirigentes para atravessar o Atlântico para fazer negócio é porque o negócio já ficou praticamente definido
antes, por telefone, email, fax. Se é pra fazer proposta cara a cara, iniciar uma negociação, basta um dirigente. Havia mesmo necessidade de uma comitiva para ouvir um NÃO?
Ou foi por turismo mesmo?