Ainda vamos sangrar muito até que o presidente Romildo encare a realidade e tome as medidas necessárias para que o Grêmio se classifique para a série A ainda nesta temporada.
De empate em empate, vamos morrer na beira do mar, sempre acreditando que na próxima rodada o time deslancha.
No caso do Grêmio o 0 a 0 diante do Vasco da Gama, em São Januário, manteve a ilusão de que é possível confirmar a vaga acumulando empates intercalando com algumas (raras) vitórias e derrotas previsíveis.
O empate desta noite por um lado foi positivo, porque o time precisa somar pontos para chegar vivo nas últimas rodas e em condições de brigar pela quarta vaga;
por outro é danoso, porque permite que o presidente Romildo, bem ao seu estilo de empurrar com a barriga, postergue a adoção de medidas urgentes, como mudanças na comissão técnica, aquelas que venho defendendo aqui.
Aqueles que estão sendo questionados e citados como substituíveis já estão se defendendo, o que é natural, porque a pressão externa e interna é grande. O vice Dênis Abraão, talvez por falta de coisa melhor para dizer, destacou que o “hoje o Grêmio estreou na série B”.
Ora, não vi nada que justifique essa frase que tem por objetivo passar otimismo e confiança ao sofrido torcedor gremista, ao mesmo tempo em que garante mais alguns dias no comando do futebol.
Já o treinador Roger Machado não deixou por menos: “Talvez tenha sido nosso melhor jogo até o momento”. É outro que quer ganhar tempo, o que é legítimo, mas quem perde com isso é o clube, que precisa de um choque de gestão para buscar resultados compatíveis com a sua grandeza.
Sobre o jogo, de novo uma irritante insuficiência técnica nas conclusões e no acabamento de jogadas. Do meio para a frente quase ninguém se salva. Já o sistema defensivo está seguro, mas ainda assim por detalhe o Vasco não ganha o jogo na reta final. Aliás, o crescimento vascaíno a partir dos 40 minutos é efeito das substituições equivocadas do técnico, que tem errado nesse quesito.