Roth não pode ficar no Gre-Nal

Celso Roth reuniu a imprensa e declarou que comandaria o time no Gre-Nal, cumpriria seu contrato até 31 de dezembro e que não ficaria no clube em 2012. Simples, objetivo e direto.

Foi no final da tarde. Faltou o foguetório da torcida gremista. Mas faltou algo mais importante: a palavra de um dirigente confirmando esse absurdo de manter um técnico demissionário no comando do time num jogo em que o Inter pode conquistar vaga à Libertadores.

Alguém mais desatento pode achar que é pouco uma vaga na Libertadores. É um prêmio consolação para qualquer clube grande, que busca sempre o título. Mas é um prêmio que pode levar a algo grandioso: o título da Libertadores e, depois, o mundial de clubes.

Esse é um processo que deve ser abortado agora, já. O mal se corta pela raiz. É o caso. O Grêmio deve ficar completamente mobilizado para o Gre-Nal, a começar por sua diretoria.

Sinceramente, espero que o sr Paulo Odone esqueça um pouco a Arena e a Assembleia Legislativa e anuncie que funcionário demissionário vai pra casa aguardar o final do contrato e o pagamento.

Quem vai treinar o time no clássico é o menos importante, mas deve ser alguém inteiramente comprometido com os interesses do clube. Por que não o Roger, o grande campeão, um vitorioso? Tenho certeza de que os jogadores vão jogar a alma para vencer e colaborar com colega que inicia uma nova trajetória profissional.

Agora, paranóico assumido, desconfio que haja alguma jogada sinistra por trás desse anúncio do Roth, que se escalou para comandar o time domingo mesmo estando de saída.

Vamos supor que o Grêmio, com Roth na casamata, vença o Gre-Nal. Será que uma vitória no clássico, Beira-Rio pintado de vermelho, com o Inter perdendo vaga na Libertadores, não pode mudar tudo?

Será mais fácil confirmar o preferido da direção para 2012. Ou não?

Será que estou delirando?

Já vi tanta coisa no futebol que não duvido de mais nada.

Agora, se o Grêmio anunciar um novo treinador nas próximas horas apaguem tudo o que escrevi, menos uma coisa:

Foi bom demais ouvir o Roth dizer que não fica. Mesmo sabendo que um dia ele volta.

Roth: EU ganho, ELES perdem

O treinador Celso Roth é o escorpião da fábula: é da sua natureza complicar o que parece fácil, tumultuar o que está tranquilo e sempre, sempre, jogar a culpa sobre os jogadores. O verbo que ele conjuga é “EU venço, ELES perdem”.

Assim, ELE afastou o time da zona de rebaixamento. Depois, ELES, os jogadores, ‘desaprenderam’ tudo que o ‘mestre’ ensinou e por isso estão jogando essa bolinha que levou o time perder para o Ceará e a empatar com o Atlético Goianiense, dentro de casa.

Se ELES tivessem feito tudo o que o ‘mestre’ orientou, as vitórias viriam ao natural. É esse o recado que Roth passou na entrevista de hoje após os 2 a 2. Mas, esperto, ele lá pelas tantas disse que assume a responsabilidade. Pura falsidade. Assume nada.

Lá no fundo do vestiário, os jogadores ouvem, trocam ideias, e talvez se perguntem: é esse o comandante que queremos?

Apesar de tudo, Roth vai acumular funções: assume de blogueiro no grupo RBS – tentativa de melhorar sua imagem perante os gremistas – e deve mesmo continuar como treinador, talvez até independente do resultado do Gre-Nal.

Hoje, o diretor remunerado Paulo Pelaipe disse que a decisão está tomada, mas que será anunciada apenas depois do clássico.

Se a decisão está tomada, será essa anunciada pelo empresário Jorge Machado durante a semana? Machado informou que seu protegido, Celso Roth, vai continuar no Olímpico em 2012.

Vamos saber, então, quem manda no Grêmio: se é Machado ou se é a dupla Odone/Pelaipe.

O bom senso, para quem viu a reação da torcida antes, durante e depois do jogo, indica que o mais adequado é agradecer Roth por ter mantido o clube na primeira divisão e rescindir o contrato, prometendo acompanhar seus posts no blog.

Eu acredito que vai prevalecer a opinião de Machado, que, afinal de contas, ajudou a contratar Kleber e, por certo, dará outras contribuições.

Ou seja, aparentemente a direção depende de Jorge Machado.

Então, se isso for verdade, para demitir Roth, é preciso que as partes (empresário e direção) entrem em acordo. É claro que uma vitória no Gre-Nal vai facilitar as coisas e todos ficarão felizes. Menos os torcedores.

A DUPLA E O FLAMENGO

No ano passado (correção: ano retrasado), o Inter ficou nas mãos do Grêmio. Precisava que o Grêmio vencesse o Flamengo, no Rio, na última rodada. Resultados combinados poderiam dar o título brasileiro ao Inter. O Grêmio perdeu, como se previa.

Agora, dois anos depois, o Inter dependia apenas de si, não para ser campeão, mas para ficar com uma vaga na Libertadores. Para isso, precisava fazer aquilo que cobrou do Grêmio em 2011: vencer o Flamengo. Perdeu.

Então, tudo igual. É óbvio que o Inter jogou a toda máquina, enquanto o Grêmio jogou ‘descompromissado’, e por pouco o Flamengo não deixou escapar a vitória.

Agora de novo. O Flamengo jogou mal, foi dominado pelo Inter, que teve inúmeras chances de gol. O goleiro Felipe, que começou vacilante, tornou-se um gigante.

Ronaldinho fez a alegria dos gremistas, que há poucos dias o execraram e hoje deram uma trégua ao ódio abissal.

O Flamengo achou um gol. Moledo falhou de modo grosseiro, a bola sobrou para Ronaldinho, que jogava uma partida patética. Na área, na frente do goleiro, Ronaldinho sabe o que fazer, e fez.

Com a derrota, o Inter precisa vencer o Grêmio. Beira-Rio lotado. Todo vermelho. Dá Inter, fácil.

ADILSON

Não vi o jogo do Grêmio, mas soube que Roth sacou Marquinhos, que era o melhor do time e até foi eleito o melhor no final, e colocou Adilson. Roth queria segurar a vantagem por 2 a 1 sobre o poderoso time goiano, dentro de casa, diante da torcida.

Veio o castigo na falha de Victor. É o tipo de falha bem-vinda neste momento, porque ajuda a castigar um técnico que gosta de complicar quando é tão fácil simplificar.

Independente disso, Victor está precisando parar, dar um tempo, a ruindade do time, em especial da zaga, é contagiante.

Ah, Roth deve estar deprimido: Adilson levou o terceiro cartão e por isso não poderá jogar o Gre-Nal.

SALA DE REDAÇÃO

Roth virou blogueiro da RBS. Quem sabe a empresa não o contrata também para o Sala de Redação?

Mas com regime de dedicação exclusiva.

MAZEMBE DAY

Participe do blog Mazembe Day. Escreva sua história sobre o dia 14 de dezembro de 2011.

Ah, a reserva logo suas Mazembier e Kidiaba para comemorar o grande dia.

O casamento e as bananas

A frase do empresário Jorge Machado é um soco no peito, ou, pior, um joelhaço nas partes baixas.

“O casamento entre Grêmio e Roth deve continuar”, diz Machado, o homem por trás das principais, talvez todas, as principais ações do futebol gremista já há algum tempo.

O Grêmio parece refém de Machado. Nada contra o Machado, um empresário de prestígio, sério, astuto. Não fosse Machado, seria outro.

Há muito tempo, e cada vez mais, os clubes dependem desses intermediários. Já era assim antes da famigerada Lei Pelé. Só piorou.

Já profetizei que vai chegar o dia que os empresários mais fortes, aqueles que conseguem colocar pelo menos dois ou mais jogadores nos principais clubes, um dia conseguirão manipular resultados. Se é que já não o fazem…

Mas o que me incomoda agora é o que contém a frase de Machado, que fica ecoando como uma ameaça.

Quando Roth começou a tirar o time do atoleiro, cheguei a chamá-lo de professor. Professor Roth. Ele conseguiu colocar ordem no galinheiro. Mas aos poucos, conforme previam seus críticos mais duros e não tão flexíveis como eu, o time foi desandando. Hoje, o aproveitamento de Roth é de 45 por cento.

Decididamente, não é um aproveitamento que dê sustenção à permanência de qualquer treinador, mesmo considerando que o grupo do Grêmio não é dos melhores, tem certos vícios, jogadores que acham que são tão bons que podem jogar quando querem – e quase nunca querem.

Renato Portaluppi, com um time semelhante, para não dizer pior (quando apertava ele apelava para Clementino e Clementino resolvia), fez muito mais. Então, não há por que duvidar que  um outro treinador conseguisse melhores resultados.

Mas a direção parece mesmo inclinada a continuar com Roth. O Inter não manteve Roth depois do fiasco naquele que ficou conhecido como o Mazembe Day (ainda dá tempo de escrever a sua história sobre esse momento maravilhoso para uns e terrível para outros). Por que o Grêmio não pode fazer o mesmo?

Roth exerce fascínio nos dirigentes da dupla Gre-Nal. Em quase todos. Uns se envergonham de admitir em voz alta, mas deixar escapar murmúrios de admiração por Roth.

Assim, depois da frase do Machado, Celso Roth não continua no Olímpico se não quiser.

Ou se perder o Gre-Nal de forma humilhante.

Se bem que quem sobreviveu à humilhação imposta pelo modesto time do Congo supera qualquer coisa.

Bem, conforme escrevi anteriormente, ao continuar com Roth o Grêmio sabe que está contratando pelo menos dois treinadores.

O segundo assume ali por abril ou maio.

BANANAS

O Inter enfrenta o Flamengo em crise, é o que a imprensa gaúcha faz questão de manchetear. O Botafogo também estava em crise, e continua.

Na reta final, o Inter deu liga. Nem tanto o time em si, mas deu liga com os astros, os deuses do futebol. Por isso, se encaminha para garantir uma vaga na Libertadores.

Só quem pode impedir isso é Ronaldinho Gaúcho. As voltas que o mundo dá. O odiado RG, agora supostamente flagrado descascando banana na internet, terá neste domingo a torcida dos gremistas. Não de todos, mas de boa parte.

Depois, se vencer, só o Grêmio poderá impedir sua classificação. No Beira-Rio lotado, colorido de vermelho.

O Grêmio já faz duas ou três rodadas joga por banana, o que pode ocorrer de novo no Gre-Nal, dependendo dos resultados da rodada deste final de semana.

É isso, o Grêmio virou mesmo um pequeno coadjuvante de uma competição em que deveria ser protagonista.

Gladiador e He-Man no ataque?

A contratação de Kleber, se não foi apenas por inspiração dos marqueteiros do Grêmio, sinaliza que a direção quer montar um time realmente muito forte para a temporada 2012, o ano da Arena e o ano-chave para o presidente Paulo Odone, que decide sua sorte como dirigente do clube. Ou se consagra, ou se despede melancolicamente como dirigente de futebol.

Numa conversa que tive recentemente com o Paulo Pelaipe, que, queiram ou não, conseguiu arrumar a casa e manter o time na primeira divisão, já que realmente havia risco de descenso, ele me disse que iria montar um ‘bom’ time para 2012. Eu retruquei:

– Bom não adianta, tem que ser um time muuuito bom, porque já são dez anos sem título importante. Time bom não resolve.

Ele consertou rapidamente:

– Sim, muito bom, um time muito bom.

O time ‘muito bom’ está começando com Kleber. Tenho minhas restrições a esse jogador. Acho que cria caso demais e me parece que não vem com muita boa vontade, preferia mesmo é ficar em São Paulo. Mas se trata de um dos melhores atacantes em atividade no país, sem dúvida. E ainda por cima é o Gladiador.

A questão agora é saber quem mais vem. Para companheiro de ataque do Kleber eu gostaria de ver o Ricardo Oliveira, que hoje joga no Al-Jazeera.

Agora uma informação: Ricardo Oliveira, o centroavante que Fernando Carvalho sempre tentou contratar, está na lista do Pelaipe. O jogador quer voltar e facilita seu retorno. Os árabes estão dispostos a negociar. Probleminha: ele já está com 30 anos.

Como segunda opção, e mais fácil: Rafael Moura. Ele nasceu em 1983 (1983, a Cerveja Campeã). Fico imaginando ele e Kleber no enfrentamento com os zagueiros.

Gladiador e He-Man. Ninguém segura esse ataque.

Na verdade, o atacante do Fluminense é o segundo nome depois de Vágner Love. Mas, se vier Love (que eu gostaria de ver distante, embora seja ótimo jogador), ainda assim Rafael Moura pode ser contratado. Afinal, o ano é longo.

No meio de campo existe a possibilidade concreta de Ibson, um jogador que arruma o meio de campo e o time. É um organizador. Marca, articula e ataca. Ibson é outro sonho de consumo de Fernando Carvalho.

Agora, estou na torcida pela queda do Cruzeiro. Assim, vai sobrar Montillo, que não fica no clube para disputar a segundona. Ele tem contrato até 2015.

Agora, quem está muito próximo é o Carlos Eduardo, que voltará para ocupar o lugar de Escudero. Enfim, qualidade, velocidade e lucidez.    

Por falar em sonho, Lugano. Este é o zagueiro dos sonhos de todos os gremistas, e de muitas outras torcidas. Ele está no PSG. Tem um empresário trabalhando nisso, e não é o Jorge Machado.

Mas e dinheiro para tudo isso? Desconfio que aquele aditivo para as obras da Arena trazia embutido uma verba polpuda só para contratar jogadores. Seria um desvio de rubrica. Mas é só uma desconfiança.

Fora algo assim – um investidor não colocaria dinheiro em jogadores na faixa dos 30 anos -, não vejo como contratar grandes jogadores.

E o treinador?

Já escrevi sobre isso. Mas desconfio que se Roth vencer o Gre-Nal, ele fica.

Dilema: torcer para o Grêmio ou para o Inter?

O técnico que vem de Caxias

No desespero, a gente recorre ao pensamento mágico. Algo abstrato que indica caminho, aponta soluções, sem base científica.

O interessante é que as vezes dá certo. Não tenho exemplos de sucesso do tal pensamento mágico neste momento. Prefiro dedicar meu tempo a descrever rapidamente o que me ocorreu.

O último técnico realmente vitorioso no Grêmio foi Tite. Alguém pode lembrar o Mano Menezes, tudo bem. Ele entra em segundo lugar. Para mim o cara é o Tite, que armou o melhor time do Grêmio nos últimos dez anos. E sem grandes estrelas.

Mas o Mano também serve ao pensamento mágico que invadiu minha mente muito louca.

Tite e Mano vieram de Caxias do Sul. Os dois saíram de um clube menor e venceram no futebol. Quem abriu-lhes as portas para o sucesso profissional foi o Grêmio.

Mas tem mais: Felipão também teve sua primeira grande oportunidade no Grêmio.

Três dos melhores técnicos de futebol da atualidade tiveram seu batismo no Olímpico. Os três vieram da Serra gaúcha. Poderia citar ainda o Celso Roth, que queiram ou não é um profissional bem-sucedido. E tem ainda Valdir Espinosa e Ênio Andrade, que vieram para o Grêmio depois de trabalharem no Esportivo, de Bento. Mais uma vez a Serra gaúcha.

Então, meio que delirando, mas racionalizando em cima do ‘pensamento mágico’ de que técnico que vem de Caxias tem boas chances de dar certo, mas sempre passando antes pelo Grêmio, sugiro que a direção gremista comece a pensar em Antônio Picoli.

Não, ainda não enlouqueci, ao menos completamente. O que sei sobre o Picoli? Sei que é campeão da Copa Laci Ughini com o Juventude. Sei que está começando na profissão. Sei que foi um zagueiro voluntarioso, um líder em campo. Um bom zagueiro, talvez melhor do que foi Felipão.

O que eu sugiro é que a direção busque informações sobre esse técnico. Verifique se ele está preparado para enfrentar um vestiário como o do Grêmio. Depois, se não tiver nada melhor à disposição (as opções existentes não me entusiasmam), quem sabe não é o momento de apostar de novo num técnico da Serra, um gringo?

Sei que contra o meu ‘pensamento mágico’ há pelo menos um exemplo negativo: Plein, que também veio de Caxias.

O que eu não gostaria é de começar o ano com um desses nomes que têm como maior ‘mérito’ o fato de serem representados por determinado empresário, no caso o Jorge Machado. Nada contra o Jorge Machado, que faz o trabalho dele.

Tampouco gostaria que o técnico fosse contratado a partir de alguma estratégia de marketing, que contribuiu para eleger Kleber como primeiro reforço para 2012. Kleber vem não apenas por suas qualidades (que nem são muitas), mas porque é conhecido como ‘Gladiador’, o que vem a calhar no ano da ‘Arena’. Dentro desse raciocínio, o técnico para o próximo ano pode ser Leão. Se tem gladiador, tem arena, deve ter leão. É claro que não pode ser por aí.

Se fosse, o ‘Gladiador’ adentraria a Arena (que lembra o Coliseu por estar em obras) numa biga romana. Ihhh, será que dei uma ideia para os marqueteiros do Olímpico?

O MAIS ODIADO – pelos colorados

Os nomes favoritos para treinar o Grêmio, dentro da ótica da direção, são Adilson, o ‘capitão América’, e Nelsinho Batista, que anda pelo Japão. Os dois têm em comum o Jorge Machado.

Adilson tem a seu favor a identificação com o clube. Mas não acho que seja um bom treinador.

Nelsinho é melhor que o Adilson, pelo menos na minha opinião. Além disso, é um técnico odiado por todos os colorados que conheço. Tudo porque certa vez, e faz muito tempo, ele abandonou o Inter depois de alguns dias de contrato, para treinar o Corinthians.

O que os colorados esquecem é que ele foi embora porque o Inter não teria cumprido alguns itens do contrato. O caso acabou na Justiça do Trabalho.

Nelsinho Batista, afinal, pode ser um bom nome.

O futebol e suas loucuras

O Inter mais uma vez cresce na reta de chegada. Os analistas (colorados, falsos isentos e gremistas) vão repetir o lero-lero que tenho ouvido já faz algumas semanas. ‘Se’ o Inter não tivesse perdido aquele jogo em casa, ‘se’ isso ou aquilo. Como se todos os outros times do Brasileirão não tivessem sofridos revezes absurdos, surpreendentes.

Quem ouve ou lê esse discurso borolento pode imaginar que o único a desperdiçar chances de ouro para subir na tabela foi o Inter. E isso todos nós sabemos que não é verdade. Dos times da ponta de cima aos times da ponta de baixo não tem um sequer que em algum momento tenha deixado escapulir oportunidades imperdíveis de somar pontos.

Mas aqui na terrinha, umbigo no mundo, parece que só o Inter é que deixou passar o cavalo encilhado.

O fato é que agora o Inter tem boas condições de figurar entre os clubes classificados para disputar a Libertadores de 2012.

A vitória sobre o Botafogo coloca o Inter no G-5, uma posição que poderia ser do Grêmio não fosse a incompetência que começa na sala da presidência e descamba até o vestiário. Mas é uma posição que poderia ser também de outros times, como o São Paulo e o Flamengo. São equipes do mesmo nível.

O Grêmio caiu para o 11º lugar. Há tempos escrevi que terminaria o campeonato por ali. Faz tempo também que profetizei que o Botafogo, então ambicionando até a liderança, não ficaria entre os cinco, e isso está se confirmando agora. Sigo projetando que o São Paulo vai chegar, sobrando o Figueirense, que é um intruso no G-5, embora até mereça uma vaga pela bela campanha que faz tendo o time modesto que tem. Os salários de Gabriel, Rodolfo e Gilberto Silva acho que pagam toda a folha do time catarinense.

A campanha do Grêmio é mais ou menos condizente com o grupo que tem. Poderia ficar ali pelo oitavo ou nono lugar, poderia. Mas seria o seu limite. Com o time que tem e com o treinador que tem, esse seria o limite, o teto. É claro que com mais sorte até poderia beliscar uma vaga na Libertadores, porque os outros times também não são lá essas coisas, com exceção de Corinthians, Vasco e Fluminense, estes um pouco acima dos demais. Sem contar o Santos, que, completo, é o melhor.

Bem, sábado o Grêmio mostrou que sempre é possível piorar. Perdeu para o Ceará por 3 a 1 dentro de casa. Não esqueço que Renato Portaluppi foi demitido depois de um empate com o Avaí no Olímpico. E Roth é mantido.

Por que não afastar Roth e começar a planejar 2012 já com outro treinador? Por que?

Só pode ter uma explicação: Roth é o preferido da direção. Roth pode perder para o Ceará, e pode perder também para o Atlético Goianiense domingo. Se ganhar o Gre-Nal na última rodada terá salvo seu pescoço. Acho que a direção aposta nisso, uma vitória no Gre-Nal, para manter Roth.

Mas e se perder, ou empatar, e isso significar a classificação colorada para a Libertadores, como é que fica?

Aí não haverá direção, por mais prepotente e surda ao clamor da torcida, que mantenha Roth no Grêmio.

O negócio, então, será torcer pelo Inter para Roth cair, e de quebra Dorival Jr continuar no Inter?

O futebol tem dessas loucuras.

Por exemplo, agora mesmo os gremistas poderão torcer por Ronaldinho contra o Inter. Uma vitória do Flamengo vai obrigar o Inter a vencer o Grêmio para garantir vaga na Libertadores.

E aí nós vamos saber com que intensidade a torcida gremista não quer a permanência de Roth.

MAZEMBE DAY

Mande sua história sobre o dia em que o Mazembe acabou com o sonho do bi colorado.

Ainda dá tempo de seu relato (com sua foto) fazer parte do livro Mazembe Day – 14 de dezembro.

Não se esqueçam do longo tempo que os colorados tripudiaram quando o Grêmio perdeu a final para o Ajax.

Mande seu relato para ilgowink@gmail.com

Roth e os azulejos do Olímpico

Larguei o Campeonato Brasileiro há mais ou menos um mês, quando vi que o Grêmio ficaria ali circulando o décimo lugar como mosca varejeira sobre um monte de m.

Eu sou do tempo em que o bom era brigar pelo título, não por vaga aqui ou acolá. Prêmio de consolação não me atrai.

Por isso, só penso em 2012. Tenho esperança que o próximo ano tenha 12 meses para o Grêmio.

Então, dou minha modesta contribuição para o Grêmio volte a ser grande já na próxima temporada e inaugure a Arena com um time capaz de conquistar o Brasileirão.

Para isso, é fundamental escolher bem o treinador. É difícil, uma missão complicada. São poucos os nomes que me agradam, e decididamente não há unanimidade.

Nem Felipão.

Felipão já ganhou tanto dinheiro, está com a vida mansa, o burro na sombra, que parece enfastiado, cansado da rotina do futebol, principalmente em lidar com determinado tipo de jogador, e, claro, com a imprensa.

Mesmo assim seria o meu nome preferido. O problema é que agora tem Kleber no Olímpico. E não sei se Felipão trabalharia com Paulo Odone, rival (desafeto?) de Fábio Koff, o homem que abriu caminho para o sucesso do técnico. Portanto, Felipão está fora.

Idem o Tite, nome que sugiro há anos aqui. Tite está longe de ser unanimidade, embora tenha sido o técnico que armou o melhor Grêmio dos últimos dez anos, pelo menos.

Futebol é assim, se juntar cinco torcedores em torno de uma mesa não se chegará a um consenso sobre coisa alguma. Façam o teste!

Como os meus dois treinadores preferidos estão descartados, resta um monte de entregador de camiseta.

Antes deles, Celso Roth.

Quem contrata Celso Roth em começo de temporada sabe que está contratando pelo menos dois técnicos.

Até os velhos azulejos do Olímpico – aqueles que levam o nome de gremistas que ajudaram a erguer o estádio deveriam decorar algum setor da Arena e não destruídos – sabem que Roth deve ser descartado assim que terminar o campeonato, ou agora mesmo para não perder mais tempo.

Se o Grêmio for mal no Gauchão, Roth não resiste. Ele é quase uma unanimidade negativa perante a torcida gremista (ecolorada). É bom treinador, dos melhores, mas tem o dom de armar arapucas e situações difíceis e controvertidas para si mesmo.

Portanto, começar o ano com Celso Roth é um risco até maior que ter Kleber e Vágner Love no mesmo vestiário.

O desafio é encontrar um treinador que melhor (não tem muitos, não) e mais carismático que Celso Roth. O primeiro nome que me surge: Renato Portaluppi, mas este não volta tão cedo.

Tenho medo que me venham com Adilson ou Cuca. Desconfio que Adilson está na lista, talvez seja o primeiro da lista. ‘Capitão América’, vencedor como atleta, ano de Arena. Hummm!

Já ouvi murmúrios em torno do nome de Dunga. Toc-toc-toc. Bem, volantes aos montes já existem no Olímpico.

Sou mais, então, o Jorginho, que faz milagre no Figueirense, tem prestígio, história vitoriosa. Um cara capaz de comandar um time com estrelas.

É, não é fácil encontrar um treinador. Mas afastar dispensar Roth e agradecer-lhe por ter evitado a queda pra segundona, é um bom começo.

Um começo promissor.

Grêmio segue caindo e o Inter respira

O campeonato inteiro eu esperei por um gol de Adilson, um golzinho só, mas aquele golzinho que sai na hora que o time mais precisa.

Pois o gol de Adilson aconteceu nesta quarta-feira, quando o Grêmio já não tem mais nada pra fazer no campeonato.

O guarda da minha rua é um gremista doente. Ele sempre acredita que o Grêmio vai ser campeão. No Intervalo, ele estava enlouquecido. O Grêmio vencia o Fluminense por 2 a 1. “Agora que não precisa mais ganhar eles estão ganhando, e isso só serve pra ajudar o Inter”, reclamou ele, indignado, pela primeira vez jogando a toalha.

Não falei mais com ele depois. Mas ele não deve ter entendido como o time com um dos piores ataques conseguiu fazer quatro gols fora de casa, ainda mais contra o Fluminense. E só não ganhou porque o juiz deu uma mãozinha para o time do Abelão, que segue vivo na disputa por vaga na Libertadores. Um dos poucos rivais do Inter que sairam bem da rodada. Jogaço: 5 a 4.

O Inter venceu com muita dificuldade, mas venceu. Bateu o Bahia por 1 a 0, gol de barriga, de peito, sei lá, mas gol. O que vale são os três pontos.

Que o diga o Corinthians, que venceu o Ceará também por 1 a 0 e terminou isolado na liderança com dois pontos a mais que o Vasco, que só empatou com o Palmeiras.

Assim, o treinador que venho sugerindo há anos que o Grêmio contrate se encaminha para festejar o título nacional. Tite está chegando lá. Merece.

Sei que ele está nos planos do Inter para 2012.

SAIDEIRA

O Grêmio parece que está contratando o zagueiro Bottinelli, do San Lorenzo. Ele tem 27 anos. O Grêmio precisa pagar 1,2 milhão de euros ao Sampdoria, por conta de uma dívida do clube argentino. Há uma informação de que o San Lorenzo quer 800 mil euros para liberar o jogador. Por outro lado, dizem que ele terá passe livre já agora em dezembro. Portanto, é só esperar.

Agora, nada sei sobre esse zagueiro. Nem sei se ele é melhor que o Rafael Marques, que fez mais um golzinho com a camisa gremista.

Kleber desdenha o Grêmio e ataca Felipão

Sou contra a vinda de Kleber. Sei que minha posição não vai alterar o rumo da negociação.

Eu, se fosse dirigente, jamais contrataria alguém que não tivesse vontade de jogar no meu clube. É claro que essa vontade precisa ser compensada com muita grana, que alguém precisa comprar o leite das crianças.

E o Kleber, como já declarou, pensa muito nos filhos que o querem por perto e por isso estariam sendo contrários a sua saída de São Paulo. Assim, com bem menos que oferece o Grêmio, um clube milionário que paga quase meio milhão de reais para um lateral reserva, Kleber aceita ficar na capital paulista. Ou arredores.

Em último caso, se não tiver nada melhor, ele até topa jogar no Grêmio. Assim como se fosse um favor.

Kleber é um bom atacante, um dos melhores em atividade no futebol brasileiro. Mas, como escreveu Tostão, está longe de valer o que o Grêmio lhe oferece, algumas migalhas acima de 500 mil reais por mês. E de atacante Tostão entende, com a vantagem de ter acompanhado Kleber de perto em Belo Horizonte.

Então, só pelo fato de ficar ‘se fazendo’ para jogar aqui, sou contra a contratação de Kleber. A questão financeira também me perturba, mas quem paga mais de 300 mil reais por um zagueiro reserva, Rodolfo, tem mais é que pagar mais de 500 mil reais ao Kleber.

Estou preocupado também com o caráter desse jogador. Ele está atacando Felipão de maneira baixa, indigna. Leiam esta frase que pinçei de um site agora à noite, na qual agride Felipão de forma gratuita, e, de certa forma, agride a torcida gremista, ou pelo menos a mim. Não idolatro o Felipão, nem ninguém, mas eu o considero um profissional honrado, honesto, e que não merece essa afronta:

– Ele é bom em fazer família. Fez a família Scolari na Seleção, em 2002, e no Palmeiras fez a Von Richthofen porque é um querendo acabar com o outro lá dentro – afirmou Kleber, lembrando do caso em que a estudante Suzane von Richthofen foi condenada a quase 40 anos de prisão por ter sido a mandante do assassinato de seus pais, em São Paulo, em 2002.

Pois é, esse é o jogador que a direção gremista considera um grande reforço, ignorando que o futebol cada vez mais se faz com jogadores de talento, sem dúvida, mas também com conduta irretocável dentro e fora de campo.

ENQUANTO ISSO…

… o meu atacante preferido segue fazendo sucesso. Hoje, marcou os dois gols da Seleção Brasileira, além de quase ter feito o terceiro após driblar

o goleiro e concluir para um zagueiro salvar de cima da risca. Jonas joga tudo o que Kleber pensa que joga, e só incomoda os adversários.

O Caso Kleber e o Mazembe Day

O Grêmio virou um caso. Já foi até caso de polícia, que não é bom lembrar, mas que é preciso não esquecer. Lembro que na época apelidei os colegas que cuidavam do caso na redação do Correio do Povo de ‘inspetor’ e ‘delegado’. Mas isso não vem ao caso.

Hoje, o que ocupa as manchetes é o Caso Kleber.

Assim, rapidinho, lembro do Caso Mário Fernandes, Caso Borges, Caso Jonas. Ah, o Caso Ronaldinho, Parte 2. É um caso atrás do outro.

Tudo é consequencia de outro caso, este um caso permanente, vitalício: o Caso Direção.

Mas o Caso Kleber está me irritando, me revoltando. O jogador vem a Porto Alegre de jatinho para fazer o quê? Discutir o contrato? Lógico que não. Veio para discutir a relação?

Kleber veio para definir detalhes e assinar contrato. E talvez fazer uma festinha numa casa noturna repleta de moçoilas desamparadas.

O Corinthians se atravessou, dizem. Mordeu a isca, assim como o Flamengo com Ronaldinho. O Grêmio, ao que tudo indica, mais uma vez é usado como chamariz para atrair o clube que verdadeiramente interessa ao jogador.

Talvez Kleber até realmente quisesse o Grêmio, mas duvido que fosse sua primeira opção. Aí, ele deu prazo de 72 horas para responder ao Grêmio, que fez uma proposta milionária, na verdade, quase indecente se for mesmo os 500 mil mensais que estão sendo divulgados.

A direção do Grêmio, então, aceita esperar pelo sr. Kleber. Fica configurado, assim, o Caso Kleber. Dizem que encerra-se neste sábado.

Outra obra do maior e o mais grave de todos os casos que assolam o Olímpico: o Caso Direção.

Confesso que tenho saudade do tempo em que a direção do Grêmio não se rebaixava, não se humilhava dessa forma.

Se trouxe o jogador até aqui, que feche o negócio de uma vez. Caso contrário, encerre o assunto.

O Grêmio só voltará a ser vencedor de novo quando tiver dirigentes mais firmes em suas ações e absolutamente intolerantes com a molecagem.

ATENÇÃO – MAZEMBE DAY

Com a veiculação por outros canais de comunicação do projeto Mazembe Day, tenho recebido dezenas de relatos de gremistas sobre o inesquecível 14 de dezembro de 2010. Aos poucos, o material está sendo publicado no blog Mazembe Day. Em breve, sai o livro.

Quero agradecer pelas manifestações de apoio que tenho recebido. Só lamento que alguns colorados levem tão a sério a brincadeira, esquecendo o que fizeram quando o Grêmio perdeu para o Ajax (o Inter chegou a fazer uma camisa igual a do Ajax. Aliás, estou atrás de uma peça para exibir aos mais jovens). As ofensas de baixo nível não cabem. Felizmente, a maioria dos colorados reagiu bem, alguns irritados, mas sempre elegantes.

Até porque ninguém está livre de um vexame no futebol.

Continuem mandando suas histórias, com fotos, para ilgowink@gmail.com.