Montillo e Mancini unidos contra o Grêmio

O argentino Montillo fez sua melhor partida no campeonato justamente contra o Grêmio. O técnico Mancini teve uma de suas vitórias mais expressivas justamente contra o Grêmio, 3 a 0 para o Fortaleza.

Pois os dois estão juntos para enfrentar o freguês, digo o Grêmio, neste domingo, 18h, no Olímpico. Faço questão de registrar o horário porque é jogo para gremista ir ao estádio e não acomodado no sofá, diante da TV, comendo pipoca.

Contra o Grêmio, Montillo estraçalhou. O Grêmio jogou até melhor que o Cruzeiro lá em Sete Lagoas, mas perdeu por 2 a 0? E por que? Por causa do Montillo, que marcou dois belos gols em duas chances que teve. E também por causa do próprio Grêmio, que já naquela época tinha um ataque detefon, tonteia mas não mata.

Então, todo cuidado com Montillo é pouco.

O Cruzeiro vem com uma gurizada. Mancini quer um time com mais vontade, por isso aposta em dois ou três novatos.

E tem o Mancini, que volta a ficar frente a frente com Paulo Pelaipe, seu algoz por ocasião da meteórica passagem do técnico pelo Olímpico. Bah, tem cada história sobre esse assunto…

Até hoje não entendi (ou entendi, nem sei) por que o Grêmio pagou multa rescisória para que Mancini fosse liberado por seu clube. Mancini estava longe de ser um treinador consagrado, era um iniciante na verdade. São coisas dos bastidores, deixa pra lá. O fato é que Mancini parece que se transforma num Mourinho quando enfrenta o Grêmio.

O Cruzeiro consegue fazer campanha pior que a do Grêmio. São dois grandes clubes que ainda não acertaram o pé na competição. Por jogar em casa, o Grêmio é favorito, mas não apostaria um centavo na vitória. No Cartola, coloquei apenas um gremista no meu time, o Júlio César. Nem um cruzeirense também.

Agora, vejo que o Grêmio se prepara bem para o jogo. Celso Roth insistiu muito nos treinos com bola pelo alto nas cobranças de escanteio e faltas nas intermediária. Um dos pontos fracos do Cruzeiro, na minha opinião, é o goleiro Fábio. Ele é um bom goleiro, embora tenha o apelido de mãos de alface. O problema do Fábio é que ele sai mal do gol, muito mal. Parece assustado quando a bola é alçada, talvez porque tenha sofrido uma contusão séria tempos atrás num lance desse tipo. O fato é que Roth acerta ao apostar na força aérea para somar três pontos.

Em relação ao time, Roth segue congestionando o meio de campo, deixando André Lima isolado na frente. O goleiro Victor saiu em defesa do atacante nesta semana ao dizer que ele, André Lima, está no sacrifício, seria um boi de piranha no esquema. Até aí tudo bem, mas seria melhor um atacante com mais capacidade técnica para prender a bola e tabelas com os meias que vêm de trás.

Acho que Roth deveria tentar o Brandão ou o Miralles nessa função, sacando o André Lima.

Melhor ainda seria começar com Miralles no lugar do Marquinhos, ou do Escudero. Em princípio, manteria Escudero, que é mais participativo e tem mais velocidade, além de ser mais ousado.

INTER

Se o Grêmio tem um jogo difícil, imprevisível, com o Inter acontece o mesmo, ou até pior. Antônio Lopes está conseguindo ajustar o Atlético Paranaense, que em casa é sempre um adversário complicado, perigoso. Além do mais, o Inter vai desfalcado de alguns titulares. Não de D’Alessandro, que ‘curou-se’ de maneira formidável da lesão que o afastou do jogo pela seleção argentina. Ah, os avanços da medicina fazem milagres…

MAZEMBEDAY

Botequeiros, participem da promoção MazembeDay. Contem onde vcs estavam e o que faziam no glorioso dia 14 de dezembro de 2010. Em breve vou lançar um site para colocar as histórias maravilhosas que estou recebendo. Pode ser um texto simples, sem muito cuidado estético. De preferência com uma foto com a camisa do Grêmio ou do Mazembe. Não se esqueçam, o primeiro aniversário de Mazembe 2 a 0 no Inter está logo ali. Não podemos deixar essa data cair tão rapidamente no esquecimento, podemos?

O caso D'Ale e a omissão da imprensa

A ausência de Mário Fernandes da seleção brasileira gerou quase uma comoção, foi pauta de muitos programas de rádio e de TV, destaque em sites e jornais. Tudo bem. Não se pode brigar com a notícia. Não é todo dia que um jogador rejeita chance na seleção, ainda mais nesses dias em que vestir a amarelinha significa valorização imediata nesse mercado milionário do futebol, mesmo que o jogador convocado não jogue lá grande coisa e está ali apenas porque tem padrinho forte, se é que me entendem. Não é o caso de Mário Fernandes, que joga muita bola, tanta, que nem precisa da seleção.

Se MF mereceu tanto holofote, por que D’Alessandro foi agraciado apenas com uma lâmpada de 40 watts?

Sei que são casos diferentes, mas não se pode ignorar que D’Alessandro não se apresentou para defender a seleção argentina porque supostamente apresentava uma lesão muscular, uma contratura, segundo foi publicado e transmitido à imprensa.

Viu-se hoje de manhã que a lesão não tinha a menor gravidade. Se é que havia lesão. O meia treinou lépido e faceiro, correu como uma criança que acabou de receber um brinquedo novo. São inegáveis os avanços da medicina. Mas se um jogador não pode atuar na quarta-feira à noite, como é que pode treinar, e com bola, na manhã seguinte. Qual o tratamento milagroso aplicado? Deve ser algo revolucionário.

Diante da reação, amena, de alguns setores da mídia, hoje no final da tarde um integrante do departamento médico fez questão de anunciar que, apesar de ter treinado normalmente, D’Alessandro não está confirmado para jogar no final de semana. Eles viram que ficou demais.

A mim parece muito claro que o Inter convenceu D’Ale a ficar por aqui, preservando-o para disputar o jogo contra o Atlético-PR. A imprensa argentina já flagrou isso e está criticando a atitude do jogador.

D’Alessandro, assim como MF, tem todo o direito de recusar uma convocação. Riquelme fez isso recentemente. Agora, por que não assumir publicamente que prefere trabalhar pelo clube que lhe paga seus salários e que está precisando dele nesse momento decisivo do campeonato? Afinal, o Inter já foi penalizado pela convocação também de Bolatti e Guinazu.

Um é pouco, dois é bom, três é demais. Não condeno o Inter, nem o jogador. Condeno a falta de transparência.

Critico, também, o pouco caso que a imprensa fez até agora desse episódio. O assunto merecia ser melhor explorado.

MazembeDay: o livro

Apesar de tudo, os gremistas não perdem o bom humor. É o que demonstra o excelente retorno que estamos recebendo em relação à promoção MazembeDay.

São dezenas de relatos de gremistas contando, de modo informal e descontraído, tudo o que viveram naqueles 90 minutos memoráveis de Mazembe 2 x 0 Inter.

Participe também. Conte onde vc estava e o que fazia enquanto o Inter protagonizava esse vexame histórico.

A sua história – não importa o número de linhas – pode fazer parte de um livro para eternizar o dia 14 de dezembro de 2010.

Agora, um alerta: as mensagens emitidas pelo gmail ou pelo Hotmail não estão chegando, conforme informações que recebemos.

Portanto, solicitamos que as histórias sejam enviadas novamente, agora para o email: ilgowink@gmail.com.

Não esqueçam de colocar nome completo, cidade e contatos.

Participe, não podemos deixar o MazembeDay cair no esquecimento.

CORTÊS E GUINAZU

O melhor que eu vi dessa seleção do Mano Menezes foi o lateral do Botafogo. Cortês, 24 anos, foi o destaque. É claro que Neymar jogou muita bola, mas é isso que se espera desse guri ultra talentoso e já consagrado, já milionário.

Já Cortês é um jogador buscando seu espaço. Destaque do Nova Iguaçú no campeonato carioca, foi contratado pelo Botafogo em abri. Poucos meses depois veste a camisa da seleção, e, mais do que isso, honra a camisa que já foi vestida por um Nilton Santos, por um Everaldo.

Quer dizer, Cortês é um jogador que surge para o futebol, na realidade, aos 24 anos, idade em que Neymar já estará enfarado dos holofotes.

Graças a ele, que fez a jogada do segundo gol, que por momentos torci pela seleção nessa vitória por 2 a 0 sobre os argentinos.

Outro jogador que chamou minha atenção foi Guinazu. No ocaso da carreira, quando já não é unanimidade nem no Inter, Guinazu veste a camisa da seleção do seu país. Imagino o que ele pode ter sentido. Guinazu honrou a camisa argentina. Foi valente, eficiente na marcação, incansável.

Cortês, um iniciante; Guinazu, um veterano: os jogadores que me motivaram a ver esse joguinho até o fim.

Mário Fernandes, o enigma

Por que Mário Fernandes rejeitou a Seleção Brasileira? São muitas as hipóteses, muitas as especulações. De repente, o que apareceu de gente metida a psicóloga, psicanalista e psiquiatra não é brincadeira. Eu mesmo entrei nessa.

Hoje, o jogador dará entrevista. Estará constrangido, é claro, mas vai falar. Talvez não fale a verdade. E ficará sempre uma dúvida sobre o seu comportamento, e isso vale também para aquele sumiço logo que ele chegou ao Grêmio, ainda um jovem desconhecido.

De uma coisa não há dúvida: Mário Fernandes sabe como chamar a atenção, dentro e, mais ainda, fora de campo. Ah, e também está mostrando que não gosta de ser tratado como mercadoria.

Vou registrar aqui algumas hipóteses:

1. Ele dormiu fora de casa, com a namorada. Entre deixar a cama aconchegante às 5 da madrugada, na hora que os sabiás começam a infernizar a vida com sua cantoria desafinada, e pegar um avião pra cruzar o país, ele optou pelos braços da amada. Alguém o condena? ‘A vida é longa, tenho muito tempo pela frente, não faltarão novas oportunidades’, deve ter pensado o guri.

2. Na passagem anterior pela seleção ele pode ter sofrido assédio de um empresário, com promessas de titularidade na seleção, ou algo perto disso, desde que deixasse Jorge Machado, o empresário que o trouxe para o Olímpico. MF teria de trocar de empresário para se dar bem. Nós sabemos que existem muitas histórias com essa estrutura central. Não sei se é o caso. Mário Fernandes, contudo, já mostrou que é um rapaz de caráter, que, ao contrário da maioria dos boleiros, pensa e, principalmente, se posiciona (para o bem ou para o mal), mas se posiciona. E quem vive o ambiente do futebol sabe que o jogador aprende desde cedo a ser um cordeirinho. Os rebeldes só são preservados se são muito talentosos, é o caso de MF. Essa hipótese talvez explique por que o Grêmio no mesmo dia renovou seu contrato até 2015. Por que fazer isso com um jogador que comete um ato que muito consideram ‘de maluquinho’?

3.  MF deu entrevistas manifestando sua alegria em ser convocado, mesmo que para ficar esfregando o traseiro no banco de reservas num amistoso entre duas seleções improvisadas às pressas. Ele pode ter falado da boca pra fora. MF já mostrou que é um bom sujeito, amigo de seus amigos. Pelo menos é o que dizem. Será que ele não ficou incomodado pelo Victor? Mano Menezes sacaneou o Victor na seleção. De primeira opção ao Júlio César, passou à reserva do Jeferson, que, aliás, falhou feio na última rodada, mas ninguém fala. Pois eu não duvido que esse fato pesou na decisão do MF. Mas, como as outras opções, é apenas uma hipótese. Se isso contribuiu, talvez a gente nunca saiba. Mas se foi em solidariedade ao Victor, mais o MF cresce no meu conceito.

4. MF recusou a seleção premeditadamente. Quer mostrar ao Brasil e ao mundo que é um jogador de futebol profissional que não está nem aí pra seleção, ao menos para jogos amistosos da seleção. Quer mostrar aos seus colegas que é possível ser feliz e enriquecer sem vestir a amarelinha, dedicando tempo integral ao clube que paga seus salários (generosos). MF sinaliza que futebol para ele pode ser algo prazeiroso, lúdico, o que pode ser alcançado eliminando alguns compromissos, como esse de ‘obrigatoriamente’ defender a seleção feita pelo técnico de plantão e que nem sempre é uma legítima representante do futebol do país. MF pode estar sendo um pioneiro, mostrando aos colegas uma nova possibilidade, um novo caminho. Não duvido que apareçam seguidores em breve. Ah, Mano deu a entender que MF queimou seu filme na seleção. Eu já acho que quem está queimando seu filme na seleção é ele, Mano Menezes.

5. Por fim, uma singela possibilidade; MF, que é baladeiro, segundo me informam, exagerou na bebida (seria uísque, sua preferida), e dormiu demais. Depois, ficou constrangido de chegar atrasado, depois de todo mundo. Então, fez o que fez.

6. Todas acima.

7. Nenhuma dessas.

São essas as alternativas. Façam sua escolhas, e acrescentem mais alguma se for o caso. De minha parte, gostei que MF deu uma banana pra seleção. Ao contrário do que andam escrevendo por aí, ele agora mesmo que vai atrair clubes europeus, que já cansaram de ceder jogadores para os jogos caça-níqueis da seleção. Assim, nada melhor do que contratar um jogador que não faz questão de vestir a amarelinha. Além disso, é bom para o time do Grêmio, e para a torcida gremista. E isso é o que importa.

O importante é pontuar, mas…

Esta aí uma rodada que deixa gremistas e colorados na sua, sem ligar para o resultado do outro. O Grêmio venceu o Avaí, o Inter venceu o Atlético Mineiro. A dupla bateu dois pobres diabos que se arrastam no campeonato, dois condenados ao rebaixamento, esperando apenas a guilhotina desabar sobre seus pescoços.

O que importa, porém, é que ambos somaram três pontos, o que deve ser saudado com entusiasmo.

Um olhar um pouco mais apurado sobre os jogos vai apontar que Grêmio e Inter continuam instáveis, inconfiáveis.

O Inter precisou da ajuda da arbitragem. Normalmente as arbitragens são contra os gaúchos, mas não é o caso agora. Fabrício estava em posição de impedimento quando a bola foi desviada pela zaga. O auxiliar marcou. O juiz deu gol. Os dois conversaram, o juiz confirmou o gol.

Quando um time namora a segundona, tudo dá errado. Sei disso por experiência própria. Mas coitado do Atlético. É um dos clubes mais endividados do país, e agora segue rumo à segunda divisão.

O Inter sentiu a falta de Damião. Com ele a vitória seria mais tranqüila. Jô é bom jogador, mas perdeu chances que Damião não desperdiçaria.

Enquanto isso, o Grêmio segue com seu futebol tão objetivo quanto discurso do José Dirceu explicando o mensalão, pura enrolação.

Confesso que não gostei quando vi que Roth decidiu manter o mesmo time que vinha jogando. Ele acenou com mudanças (Miralles e Brandão no ataque), mas recuou. Ou não recuou, estava apenas despistando. Na verdade, acho que ele pipocou.

Aliás, escrevi no comentário anterior que se ele não pipocasse pra André Lima, começaria o jogo com Brandão, que me parece ter melhor afinidade com a bola. Mas é só uma impressão. Gostaria de ver esse centroavante em dois ou três jogos seguidos como titular. O mesmo em relação a Miralles.

Os gols do Grêmio foram fortuitos. O primeiro começou com bola roubada por Marquinhos. Mário Fernandes pegou a defesa desarrumada, invadiu a área e chutou com o pé esquerdo para fazer o gol. Teve muita sorte, porque o chute foi fraco e o goleiro quase pegou. Ao lado do Mário, Douglas estava completamente livre. Imaginem se não sai o gol…

Aos 30 segundos do segundo tempo Douglas empatou, após pegar um rebote da defesa do Avaí, que é muito fraca. Era um lance de Escudero, que jogou melhor do que contra o Vasco.

Depois disso, em vez de apertar e aproveitar que o Avaí foi pra cima, o Grêmio exagerou de novo na troca de passes, foi lento e, pior, preciocista em vários lances que poderia resultar no terceiro gol.

O Avaí descontou e por pouco não empatou.

Time ruinzinho é assim: basta ter uma vantagenzinha que já fica se achando o Barcelona. Se o Avaí fosse um pouco melhor, teria evitado a vitória gremista.

O importante é que o Grêmio está cada vez mais distante do grupo de baixo na tabela e mais próximo de confirmar presença na sul-americana de 2012. E já está de bom tamanho.

MAZEMBE DAY

Não sei se vocês notaram, mas no alto da página tem um banner sobre o inesquecível 14 de dezembro de 2010. A ideia é que cada gremista conte onde estava e o que estava fazendo nesse dia histórico, principalmente na hora do jogo em que o Mazembe bateu o Inter por 2 a 0.

Não importa quantas linhas, o que interessa é que cada gremista escreva porque não podemos deixar esse fiasco colorado cair no esquecimento.

Quem sabe a sua história não entra num livro?

As verdades 'definitivas' do futebol

As verdades do futebol nunca são definitivas. Nem esta frase resiste muito tempo.

Há uma semana, o Grêmio despontava como um candidato ao entrar no grupo da Libertadores. Não faltou até quem sonhasse com o título.

Hoje, depois de duas surras aplicadas por clubes cariocas, já tem gente de joelhos rezando e fazendo promessas para o time reagir e mandar pra longe a ameaça de rebaixamento.

No lado do Inter a situação não assusta, mas o torcedor colorado já sabe que terá de ficar mais um ano na fila por um título do Brasileirão. Antes dos dois empates seguidos, o pessoal estava faceiro. Agora, com a lesão de Damião, o futuro é sombrio. Até a vaga pra Libertadores ficou distante.

Mas tudo o que estou escrevendo agora pode ser usado contra mim se os dois times vencerem dois ou três jogos seguidos. É difícil, mas não impossível.

Na semana passada, escrevi que o Grêmio poderia deixar de ser coadjuvante para se tornar protagonista no Brasileiro. Hoje eu sei que o máximo de protagonismo que esse time montado pelos dirigentes do futebol tricolor, com respaldo de seu presidente, pode ter é na ponta de baixo da tabela.

A única esperança que vejo agora é Brandão entrar e mostrar que é muito melhor que André Lima, e que Miralles mostre de uma vez o futebol que justifique sua contratação por três anos.

Se esses dois, que ainda não jogaram uma partida inteira, mostrarem serviço, o Grêmio contará, então, com o ataque que não tem desde a saída de Jonas.

O Grêmio tem o segundo pior ataque do campeonato. Quem me lê sabe que cheguei a ser cansativo ao repetir, desde fevereiro, que o problema do time era basicamente a má qualidade de seus atacantes.

Lembro que na época critiquei muito o atual goleador do Brasileirão, hoje convocado pra seleção.

Se alguém se der ao trabalho de pesquisar, verá que Borges cometeu alguns jogos terríveis. Perdeu gols que ele dificilmente perde. Olhando para o passado recente desse jogador no Olímpico, e comparando com o que ele vem fazendo pelo Santos, mais fica reforçada minha impressão de que ele fez de tudo para ir embora, até jogar mal de propósito, cobrar pênalti como quem bate tiro de meta e dar cotovelada absolutamente inaceitável, provocando sua expulsão.

É a impressão que tenho e que vou guardar até o fim dos meus dias.

Esta, sim, é uma frase que eu considero definitiva.

Grêmio perde por falta de ataque

A pobreza ofensiva do Grêmio é a maior responsável por essa derrota ridícula para o Botafogo. O time carioca estava pedindo para perder, e perder de goleada. Durante a maior parte do tempo o Grêmio teve o controle do jogo, dominou o meio de campo e chegou com facilidade na frente.

O Grêmio foi como as ondas do mar, que avançam com força, levando tudo pela frente, para acabar minguando na areia. O Grêmio murchou quando chegou na grande área do Botafogo.

André Lima, que cresceu um pouco com a entrada de Júlio César, voltou à sua cruel realidade de centroavante limitado, cuja maior virtude parece ser como zagueiro nas cobranças de escanteio na área gremista. André Lima sem dois laterais (ele deve sentir uma bruta saudade do Jonas) que metam bola na área a todo instante é uma calamidade como centroavante. Brandão, com menos tempo de jogo, já fez mais do que ele.

Se Roth não pipocar, Brandão começa o próximo jogo.

Agora, no tópico anterior, eu destaquei a falta que Júlio César faria. Esse rapaz, o Bruno Colaço, é um jogador limitado. Ele até marca bem, é esforçado, mas ofensivamente ele é fraco. O Grêmio sentiu muito a falta de Júlio César.

E também a de Mário Fernandes (a seleção brasileira comprovadamente faz mal para alguns jogadores). Mário em nenhum momento tentou a jogada individual quando nas proximidades da área, e essa é uma forte característica sua. Foi burocrático, indiferente. Não ousou.

Outro que jogou como se fosse um escriturário foi o Escudero. Normalmente, ele pega a bola e parte pra cima. Em meia dúzia de vezes ele chegou a dois metros da área e em vez de tentar o drible até pra cavar um pênalti ou uma falta optou para abrir a jogada para Colaço. Quer dizer, Escudero se escondeu, não teve coragem para arriscar.

Roth errou ao mante-lo em campo, preferindo sacar Maquinhos.

Um dos raros lances de ousadia e criatividade foi protagonizado por Douglas, no final do primeiro tempo, quando ele pegou a bola em frente a grande área, tocou na frente e foi derrubado. Lance pra cartão amarelo que o juiz manteve no bolso. Douglas foi o que mais ousou, mais arriscou. Mas ele sozinho não ganha jogo.

Celso Roth fez a sua parte. O Grêmio teve o jogo sob controle. A marcação foi boa, Victor quase não trabalhou. O time chegou com facilidade na frente. Mais do que isso um técnico não pode fazer. Por exemplo, tem como André Lima ser mais do que é? Colaço jogar mais do que joga? Escudero ser mais objetivo e preciso nos passes?

Perder faz parte, mas perder com gol de Loco Abreu?

Por fim, repito o que escrevi durante o jogo no twitter: o ataque (ou a falta dele) já derrubou Renato, derrubou Julinho e agora pode derrubar até o Celso Roth.

Só não derruba o responsável maior por tudo isso.

Inter só empata e ainda perde Damião

Pior que o empate contra o Figueirense por 1 a 1, foi a lesão de de Leandro Damião.

Com Damião, o Inter ainda teria chance de recuperação, buscar os dois pontos perdidos em Santa Catarina contra um time modesto.

Sem Damião, o Inter cai na vala comum dos times que buscam vaga na Sul-Americana de 2012. Sem Damião, ingressar no seleto grupo que irá disputar a Libertadores na próxima temporada é apenas um sonho, um delírio.

O Inter sem Damião não é melhor que o Grêmio. Já escrevi inúmeras vezes, desde fevereiro, que Damião fazia a diferença entre as duas equipes.

Enquanto o Grêmio não tinha e continua sem ter um goleador, o Inter contava com o melhor deles, um atacante raro, valioso. Um camisa 9 completo, com luz própria, capaz de decidir os jogos mais complicados. Um jogador, que além de tudo, nunca se lesionava, apesar das chuteiras ferozes dos zagueiros rivais.

Pois agora Damião está fora. Vai deixar o Inter órfão de seu talento por uns quatro jogos ou cinco jogos. O Inter vai depender de Jô, que não é mau atacante, mas é apenas o Jô, longe de ser um Damião.

Assim, tudo se encaminha para que Grêmio e Inter se encontrem na Sul-Americana. Na melhor das hipóteses.

É isso. É o que resta para nós torcedores de Grêmio ou Inter.

BOTAFOGO

Quem tem medo de Loco Abreu? Quem tem medo de Herrera? Eu.

Quando se chega a esse estágio de temer um jogo contra essa dupla é porque a coisa está feia. Antes do jogo contra o Vasco, eu enfrentaria o Botafogo no Olímpico com um jogador a menos, e ainda teria certeza da vitória.

Depois dos 4 a 0 desmoralizadores, porém, tudo me parece assustador.

Um resultado negativo logo mais e estaremos de novo nos defrontando com o fantasma do rebaixamento.

Júlio César, grande trunfo na reação gremista, está fora. Perda irreparável. Bruno Colaço é um jovem esforçado, mas limitado ofensivamente.

Na frente, um vazio, um saco sem fundo.

André Lima, se receber a bola em condições, até faz os seus gols, mas sem Júlio César fica ainda mais difícil.

Aliás, andré Lima é um fenômeno: é considerado muito bom pelo alto, seria a sua maior virtude.

Mas alguém lembra quando ele fez seu último gol de cabeça?

Bem, o que importa é que o Grêmio precisa vencer, e vencer jogando bem.

1983: tipo belga e novo visual

Atordoado com essa crise que atinge o Grêmio há vários anos chego a ter vontade de refugiar-me num lugar sem internet, sem jornais, sem rádio ou TV.

Enfim, nada de informações sobre futebol, Lulla, corrupção, mensalão, Detran, impunidade, pagode, RG Traíra, etc.

Depois de muito matutar, concluí que o melhor mesmo é ficar por aqui e encarar a realidade, por mais dura e cruel que possa ser, com o Damião empilhando gols e o Grêmio em sua via crucis que parece infinita.

Mas entre os meus pensamentos de sumir do mapa por uns tempos, imaginei como seria a vida num convento, num mosteiro.

A imagem de um mosteiro  me levou aos monges trapistas. Que, por sua vez, me remeteram aos mosteiros belgas que produzem cerveja, uma cerveja especial, cor de cobre, com um aroma e um sabor capazes de amenizar os efeitos de qualquer goleada que o Grêmio possa sofrer (desde que não seja em Gre-Nal) e suportar discurso e entrevistas do Lulla.

Hoje, são quase 180 mosteiros trapistas pelo mundo. Mas apenas sete deles continuam fazendo cerveja, coisa de séculos. Desses, seis são belgas.

Vai daí que decidi fazer uma cerveja belga, bem ao estilo das cervejas feitas pelos monges da ordem trapista.

É uma cerveja tipo belga, de alta fermentação, elaborada com maltes belgas e lúpulos selecionados.

Apresento, então, a Belgian Ale, que reforça a linha de cervejas 1983, agora com novo visual. O rótulo é criação do publicitário Adriano Snel, que, obviamente, é gremista.

Ah, a cerveja ficou tão boa que até já abandonei a ideia de virar um eremita ou um monge trapista.

Vou ficar por aqui esperando o Grêmio dar a volta por cima ou o mundo terminar. O que vier primeiro.

A corneta da minha rua

Se o Grêmio afundou em São Januário e fez a alegria dos colorados; o Inter repôs um sorriso (um tanto constrangido, é verdade) no rosto dos gremistas ao, mais uma vez, não se impor dentro de sua própria casa.

Tem uma corneta na minha rua. Ela estava silenciosa desde ontem. Permaneceu assim todo o primeiro tempo do jogo no Beira-Rio, mas logo no início do segundo tempo a corneta renasceu. Um barulho ensurdecedor – o seu dono mora ao lado da minha casa – para comemorar o gol de empate, marcado pelo ótimo zagueiro Émerson, que marca bem e seguidamente está fazendo seus gols.

O Inter teve bola na trave e pênalti perdido, chutado por Kléber. Alguém consegue explicar por que Damião não é escalado para bater pênaltis?

O time do Dorival Jr perdeu grande chance de entrar no G-5, mas desconfio que cedo ou tarde isso irá acontecer. Sobre o título nacional, não tenho dúvida de que o clube segue na fila.

E lá se vão 32 anos…