Se eu seguisse a linha catastrofista que li nas redes sociais antes e durante o jogo – até a virada por 2 a 1 porque depois tudo mudou – eu diria que o Grêmio estaria seguindo para a terceira divisão, conforme comentário de um gremista (?) num grupo de whats.
O primeiro tempo até que justifica tanto azedume, mas ainda assim é preciso ponderar que era um time B, sem entrosamento, e num campo completamente fora de condições. Que o diga o goleiro Brenno, que deu uma entregada feia ainda no primeiro tempo, e depois deu um chutão sem rumo. Perdeu pontos o Brenno na disputa com Grando.
O Grêmio, apesar das dificuldades, mereceu a vitória por 2 a 1 sobre um Aimoré que bateu e não foi punido com o rigor devido pela arbitragem.
Mas o que eu retiro do jogo é altamente positivo, ao menos para mim. Eu vejo cada jogo do Gauchão como um laboratório para experiências. Por exemplo, o técnico Mancini testou três zagueiros, o que eu questiono. Mas foi graças a essa mudança que o zagueiro Rodrigues apareceu, aos 42 minutos, como elemento surpresa para fazer o gol da vitória.
O gol merece ser destacado não apenas pelos três pontos e a liderança isolada do campeonato (o Inter empatou em casa com o NH), mas pela jogada em si, que começou com cruzamento do lateral Nicolas, e passou por Diego Souza.
Antes, no gol de empate, outro cruzamento primoroso de Nicolas, que colocou ‘com a mão’ na cabeça de Villasanti, depois de receber um passe digno de um Maicon, ou de um Douglas, feito pelo argentino Benitez, talvez o melhor em campo.
Reparem, citei dois jogadores que estão mostrando que podem ser o lateral-esquerdo tão esperado nos últimos anos e o meia articulador que tanta falta faz ao time. Se eles confirmarem, serão dois problemas a menos.
Claro que há outros, mas com o argentino e o paraguaio temos meio caminho andado para armar um time capaz de subir em 2023, e, de quebra, mais um título regional, para desespero dos colorados.