De tanto ler e ouvir gremistas disparando contra a escalação dos ‘cascudos’ em detrimento da gurizada da base, fui apurar como seria o time se o Vagner Mancini atendesse o clamor da torcida.
Primeiro, quero frisar que sou absolutamente a favor do aproveitamento dos jovens realmente talentosos, mas não sou contra os veteranos igualmente talentosos. A mescla, se sabe, é a melhor receita.
Agora, o que fazer quando os jovens entram no time e não dão a resposta esperada? Primeiro, insistir um pouco, pelo menos o suficiente para firmar-se convicção sobre seu aproveitamento. Depois, se for o caso, emprestá-lo. Vale ressaltar que a maioria dos que são emprestados acabam não ficando no clube.
Na gestão atual há forte preocupação em lançar jovens da base, até porque dali é que saem os jogadores que podem render bom dinheiro ao clube, como todos nós sabemos, além de títulos, conforme aconteceu recentemente com o tricolor.
Jean Pyerre é um que não se firmou, e não se diga que ele não teve oportunidade. Lembro que os ensandecidos das redes sociais atacavam Renato por não escalar o jovem. “Renato só escala os bruxos”, diziam os apressados em julgar e condenar o treinador mais vitorioso do clube os anos 90. Até o pai do JP se sentiu à vontade para atacar REnato.
Depois, aproveitado pore Renato, JP estourou. Ganhou as manchetes. Foi no Bem, Amigos, da Globo, e recebeu um artigo apaixonado do mestre Tostão, entre outros elogios Brasil a fora.
O Grêmio teria recusado uma proposta maravilhosa do Palmeiras, que teria oferecido quatro jogadores por JP. O Grêmio recusou, a torcida atacou a oferta, “onde já se viu?” Eu mesmo fui contrário. Afinal, estava ali uma pedra preciosa de imenso futuro.
Pois é, deu no que deu. Hoje, a maioria muda de assunto para não ter de admitir que Renato sempre teve razão. Ele não estava protegendo algum bruxo do meio de campo.
JP é um entre tantos jovens que surgiram e mostraram com o tempo que foram como foguete molhado, nunca estoura.
Poderia citar um time inteiro de promessas, do goleiro ao ponta-esquerda, hoje chamado de atacante pelo lado.
Mas vamos ao time que a torcida, ou a parcela mais ativa dela nas redes sociais, defende para concluir o fiasco no Brasileirão. Acredite, tem gremista querendo a dispensa de meia dúzia de cascudos e a ascensão imediata dos ‘guris’ que estão no grupo, e que entram de vez em quando.
Bem, o time com base nos jovens que estavam à disposição contra Atlético e Inter, e sem a maioria dos cascudos, seria mais ou menos esse:
Brenno (Chapecó); Vanderson, Rodrigues, Ruan e Guilherme Guedes; Darlan (Sarará), Fernando Henrique (Bobsin) e Jean Pyerre; Jonatan Robert (Pedro Lucas), Elias e Ferreirinha (Léo Pereira).
Esse seria um time com os formados na base. Seria um time radical, mas há quem o defenda. Fico imaginando esse time no Grenal passado. Não, não quero imaginar.
Mas é claro que mesmo os mais radicais defensores da juvenilização da equipe iria escalar alguns decanos. Por exemplo, a dupla de área. No meio de campo, pelo que leio nos grupos de whatts, Thiago Silva e Lucas Silva seriam detonados pela maioria.
Douglas Costa, desconfio, também teria lugar. O centroavante Borja, que está se revelando um perdedor de gol, disputaria posição o jovem Elias. Campaz disputaria uma vaga no meio, assim como Villasanti.
Acho que deixei algum nome de fora, mas já dá para ter uma ideia de como seria o time tendo como base a gurizada.
Podem não acreditar, mas tem gente nas redes sociais defendendo um time parecido ainda neste Brasileiro.
Desnecessário dizer que esse pessoal colocaria no primeiro avião, ou ônibus, os cascudos Diego Souza, Éverton e Saulo, entre outros.
Anotem os nomes desses jovens da base para conferir, depois de alguns meses no Gauchão e na série B (ou na A), quais deles vão continuar vestindo a camisa tricolor. Aposto que a maioria não será aprovada. Estatística, não opinião.