Misto do Inter dá vexame e reservas do Grêmio conquistam a Recopa gaúcha

Enquanto o Grêmio abriu o domingo com uma goleada por 3 a 0 sobre o Santa Cruz e conquistou a Recopa gaúcha, o Inter protagonizou um vexame que em outros tempos derrubaria pelo menos o treinador e o responsável por sua contratação.

O time colorado, com quatro ou cinco titulares, levou 5 a 1 do Fortaleza, mergulhando de novo numa crise existencial: de onde eu vim, para onde vou, quem sou eu.

Os colorados estão atordoados. Os que atuam na mídia, então, não sabem o que dizer. Inflaram demais a bola do treinador. Eles enchiam a boca para dizer MIGUEL ANGEL RAMIREZ, hoje apenas Ramirez. Em breve, Ramirito.

Uma imprensa livre, isenta, crítica, sem preocupação em agradar a esse ou aquele, faz muita falta. A mídia gaúcha vermelha, parte dela, exagerou no puxa-saquismo explícito. Elogios exagerados por qualquer motivo. Depois de algum fracasso, em vez de uma reflexão, mais otimismo desenfreado.

‘Agora vai’, é o mantra desse pessoal.

Parte do que acontece no Inter é responsabilidade da imprensa com viés vermelho. Peguem a ZH deste domingo. Tem ali uma reportagem de página inteira com um guri sendo apontado como sucessor de Dourado, talvez um novo Falcão. Eu nem sabia da existência desse jovem, que até pode ser promissor, mas esse tipo de ufanismo midiático é prejudicial para as partes envolvidas.

Assim como afirmar, reafirmar e insistir que determinado treinador vai implantar o modo europeu de jogar futebol. Aí só pode dar nisso: fracasso sobre fracasso.

RECOPA

O Santa Cruz bem que tentou, mas acabou caindo na Arena. Levou 3 a 0 de um time reserva do Grêmio. Mais uma vez com muitos jovens formados na base, mesclando com alguns veteranos.

O time que jogou:

Adriel; Victor Ferraz, Paulo Miranda, Emanuel e Guilherme Guedes; Fernando Henrique e Victor Bobsin; Guilherme Azevedo (Léo Chú, 31’/2ºT), Éverton (Jean Pyerre, 31’/2ºT) e Léo Pereira (Jhonata Robert, 21’/2ºT); Diego Churín (Ricardinho, 21’/2ºT).
Técnico: Pedro Sotero (analista de desempenho).

Vamos ao que interessa. Quem são os mais promissores a partir do jogo deste domingo pela manhã?

O goleiro Adriel foi pouco exigido, mas tem muito futuro. Fez bem o Grêmio em deixar Paulo Victor fora.

Samuel, zagueiro de boa imposição. Merece receber novas oportunidades.

Guilherme Guedes enfim reapareceu. Foi bem, cruzamentos calibrados e precisos. Potencial para assumir de titular em seguida, talvez agora mesmo.

Fernando Henrique e Bobsin. Gostei muito dessa dupla. Bobsin deu assistência para um dos gols, marcou, apareceu para o jogo. FH mostrou que pode ser volante e até articulador. Baita potencial a desenvolver. Nada que o Departamento de Lapidação Renato Portaluppi não resolva, mesmo que sob nova direção.

Do meio para frente não gostei de ninguém nesse jogo. Não que alguém tenha ido mal, mas era de se esperar um pouco mais devido à fragilidade do adversário. Os gols foram marcados por três guris que disputam espaço no grupo principal: Gui Azevedo, Léo Pereira e Jhonata Robert (este me parece o mais talentoso com a bola nos pés).

Todos devem continuar sendo lapidados por alguém competente, que conheça o ofício de atacante.

RENATO E A SELEÇÃO

Caiu o presidente da CBF. Motivo: assédio sexual. Dá de tudo na CBF.

A notícia é que Tite cairia. Renato assumiria.

Se eu fosse o Renato, recusaria um eventual convite.

Tem muita politicalha em torno da seleção. Qualquer treinador que assumir agora vai se dar mal.

Tenho dito.

O goleiro é o mordomo do futebol

Nas novelas policiais, tipo as de Agatha Cristie (quem ainda não leu que vá ler, vale a pena), normalmente o culpado é o mordomo. Já no futebol, a partir da visão dos torcedores, a culpa é sempre do goleiro.

Não importa se o centroavante como Ricardinho, perca gol com a goleira vazia. Poderia citar uma penca de atacantes que já perderam ‘gols feitos’, mas fico nesse exemplo mais recente, e por se tratar de um jovem muito promissor.

Com ele, se terá toda a paciência. Já com o goleiro a tolerância é mínima. Basta um erro, que nem precisa ser um frango, para que seja fuzilado.

Vejam o caso, também recente, do goleiro Brenno. Outro jovem de futuro esplendoroso – se não for destruído no meio do caminho pelos ‘especialistas’ de arquibancada e de sofá.

Ele andou cometendo um erro infantil, fácil de ser corrigido, mas foi o que bastou para que alguns apressadinhos colocassem dúvidas sobre suas qualidades.

Brenno tem, sem dúvida, muito futuro. Um futuro que para Paulo Victor já chegou e que rapidamente se torna passado. PV está marcado na paleta. Goleiro é assim: faz dez defesas e leva um gol por ter ‘braço de motorista de kombi’, ou outra maldade do tipo. Já para o centroavante a vida é mais tranquila.

E olha que não lembro de algum erro grosseiro que Paulo Victor tenha cometido para justificar tanta raiva, tanto rancor. Sei que cobram dele o fato de não pegar pênalti. Cobrança raramente destinada a um jogador de linha.

Na verdade PVe chegou ao Grêmio já marcado por sua trajetória instável no Flamengo. Eu mesmo questionei sua contratação. Mas ele veio. E aí passei a torcer por ele.

Não sou como determinados torcedores que secam e fazem campanha nas redes sociais contra este ou aquele jogador, prejudicando o profissional e, principalmente, a equipe.

Apesar de ter feito algumas grandes atuações, outras nem tanto, como a maioria dos goleiros, PV hoje é tipo o mordomo. Ele nem precisa jogar para ser culpado.

Bastou PV ser cogitado para o lugar de Brenno contra o Brasiliente (aliás, importante vitória por 2 a 0, encaminhando bem a classificação na Copa do Brasil) que desabaram sobre ele ataques selvagens, a maioria de gente raivosa, contra sua possível escalação.

Quando PV foi confirmado desabou o mundo, com raios e trovões. Imaginem a cabeça do atleta diante desses ataques, que são suicidas, porque podem prejudicar não apenas o profissional como o próprio time.

Durante o jogo e também no final, PV continuou sendo atacado. É sério. Façam uma busca nos grupos de whatts, nos tuiteres. E isso que PV não comprometeu, não sofreu gol e ajudou na vitória.

Mesmo assim, continuou com os dedos acusatórios apontados para si. Afinal, com qualquer resultado, o goleiro é o mordomo permanente dessa novela.

É bom que o jovem Brenno não esqueça disso.

Copa América, TV Globo e a lição do ‘dr. Brizola’

Existem alguns assuntos que não me atraem, como a Copa América, a Copa do Mundo e jogos de futebol feminino, entre outros.

Mas decidi meter meu bedelho na possível realização da Copa América no Brasil.

Antes de qualquer coisa, declaro que há muitos anos, desde meus tempos de repórter no Correio do Povo, que sou contra esse torneio que sai do nada para lugar algum.

Houve um tempo em que a Copa América tinha alguma relevância, mas hoje não representa mais nada. Serve para federações e confederações, como a impoluta Conmebol, faturarem algum.

Então, sou contra a CA com ou sem pandemia. Mais ainda com essa pandemia em andamento.

Penso que quem mais tem a perder com esse torneio insosso é o presidente Jair Bolsonaro. Se ocorrer um incremento de casos da covid-19 durante e após os jogos, vai sobrar pra ele.

Desconfio até que jogaram uma casca de banana pra ele escorregar. Desconfio.

Até acho que nada vai acontecer de mais grave. Até porque as equipes têm protocolos rígidos de segurança. Mas é um risco desnecessário nesses tempos bicudos. Espero que o presidente reconsidere e faça como os argentinos que abriram mão de sediar os jogos.

Há algo de estranho no ar. Uma jogada que não consigo entender.

Bem, a Copa América por enquanto está confirmada, quer eu queira ou não. Quer a Globo queira ou não.

Vai sair no SBT, o que deixa mordido o pessoal da decadente emissora.

Com a Globo e seus novos simpatizantes e parceiros de ‘interésses’ apontando contra a CA no país, lembro-me do grande Brizola, que costumava dizer quando em dúvida sobre qual caminho tomar (tem vídeo na internet sobre isso):

-Se a Globo vai para um lado, eu vou para o lado oposto.

Pois é, eu que sou contra a CA no Brasil ou seja onde for, estou pensando seriamente em seguir o ensinamento do ‘dr. Brizola’.

Mas continuo pensando que o presidente Bolsonaro não deveria apoiar esse torneio que nada soma e só penaliza ainda mais os clubes, em especial os grandes, como o Grêmio, que sempre cedem jogadores à seleção.

A PALAVRA FINAL

Copa América sai ou não sai?

Só aguardando a manifestação do STF…

COPA DO BRASIL

Desfalcado, o Grêmio pega o Brasiliense, 16h30, na Arena.

O time no total tem 13 desfalques pelos mais diversos motivos. São seis jogadores com covid (Rodrigues, Rafinha, Pedro Lucas, Luís Fernando, Ferreira e Diego Souza), mais três jogadores convocados para seleções (Brenno, Matheus Henrique e Pinares), três atletas no departamento médico (Elias e Alisson), além de Darlan e Maicon, que estão fora por motivo ainda não divulgado.

Espero que o técnico não coloque de novo Thiago Santos e Lucas Silva para começar o jogo. Se fizer isso irá concorrer ao Troféu Celso Roth, que acabei de instituir.

Com base na nominata divulgada, o provável time gremista deve ter: Gabriel Chapecó; Vanderson, Pedro Geromel, Kannemann e Cortez (Diogo Barbosa); Thiago Santos, Lucas Silva e Jean Pyerre; Léo Pereira (Guilherme Azevedo), Ricardinho e Léo Chú.

Grêmio com todo jeito de freguês de caderno do Ceará

Então o Grêmio precisa jogar com seu time titular para vencer os reservas, ou misto frio, do poderoso Ceará, que entra ano, sai ano, dá uma chapuletada no Tricolor? O time vinha tão mal que seu técnico, Guto, estava ameaçado de demissão. Aí, apareceu o Grêmio, que pelo jeito virou freguês dos cearenses.

O Ceará venceu por 3 a 2, com um gol polêmico nos acréscimos, numa vacilada do goleiro Brenno, que optou por reclamar do bandeirinha com a bola ainda em jogo. Acabou levando o gol que deu 3 pontos ao adversário, deixando o Grêmio com zero. Deixou para trás três pontos que poderão fazer falta no final da competição. Filme semelhante ao do ano passado, quando ficou ficou no 1 a 1 na segunda rodada.

A diferença entre os dois jogos é que em 2020, em meio à pandemia, o Grêmio jogou com um time reserva por opção de sua comissão técnica. Agora, a causa foi, segundo o clube, porque há jogadores que pegaram a covid 19, entre eles dois que representam, juntos, 50% do time. Diego Souza e Ferreira.

Não há dúvida que se tivesse jogado com força máxima o Grêmio teria batido o misto frio ou reserva do adversário. E até poderia ter colhido um resultado melhor com seu mistão não fosse esse gol bobo no final, quando estava 2 a 2, e também por outro fator: o técnico Tiago Nunes escalou um meio de campo pesado, sem criatividade, na esperança de conter o ‘forte’ time reserva do Ceará.

Pois não adiantou escalar Lucas Silva e Tiago Santos, dois marcadores, com MH mais adiantado. O time ficou vulnerável defensivamente e sem força na frente. Quem mais trabalhou foi o goleiro gremista. Não fosse ele, o resultado poderia ser ainda maior a favor do Ceará.

Lembro que no ano passado o goleiro Fernando Prass foi o grande nome do jogo, protagonizando quatro ou cinco grandes defesas. Agora inverteu: foi o goleiro tricolor quem fez defesas importantes, e ainda assim não faltam uns ‘boi-corneta’ para criticar Brenno.

Aliás, Brenno e Ruan foram alvo de críticas de gremistas nas redes sociais. O zagueiro, que falhou feio no segundo gol, desculpou-se em seu twitter, admitindo que não foi bem, mas que não é ‘podre’, como disseram alguns gremistas (?). A namorada de Brenno também foi às redes sociais para criticar os gremistas mais raivosos e menos tolerantes.

Por fim, o melhor do jogo: o gol de Vanderson; Um lance sensacional, que certamente será muito exibido nos programas esportivos. Vanderson em breve, se continuar assim, estará na seleção brasileira. Nâo tenho a menor dúvida.

Os guris de 40 anos atrás e ‘us guri’ de hoje: o Grêmio no rumo certo

Este 27 de maio é um dia especial pra mim e para todos aqueles que defendem mais investimento na formação dos jovens atletas das categorias de base, com mais atenção, dedicação e transparência.

Sei que muita gente pensa assim. Então, estamos todos satisfeitos. O Grêmio terá um time só de ‘pratas da casa’, como se dizia antigamente, no jogo desta noite contra o Le Equidad, no Equador, pela Copa Sul-Americana. São 15 guris disputando um jogo oficial, em outro país.

Esta notícia me fez recuar no tempo. No dia 27 de abril de 1981 eu escrevi a reportagem que ilustra este artigo, ou o que resta dela. Confesso que nem lembrava desse texto publicado na Folha da Tarde.

Só o reencontrei porque procurava material para compor o novo banner do blog, que remete para a minha trajetória de 32 anos de jornalismo.

Ao lado de outros setoristas gremistas, fizemos uma campanha sutil para o aproveitamento da gurizada que estava despontando no time de juniores (19 e 20 anos).

Nosso movimento reivindicava a titularidade de Paulo Roberto na lateral-direira; Casemiro na lateral-esquerda; Newmar na zaga; China, de volante; e Odair no ataque.

Poucos dias depois dessa reportagem, que estava oculta no emaranhado da minha já frágil memória, o Grêmio conquistaria no Morumbi lotado, o título de Campeão Brasileiro, intitulado Copa Ouro pela CBF (será que vale como título nacional, hein seus vermelhos despeitados).

‘Us guri’ de 40 anos atrás abriram caminho para um outro patamar, que ficou ratificado e consolidado dois anos depois com o Mundial de Clubes.

Hoje, com o aproveitamento cada vez maior e melhor dos guris da base, com a lapidação adequada dos jovens mais talentosos, lançados no momento certo, sem açodamento, o Grêmio é um exemplo na descoberta e formação de jogadores.

Diante disso, não posso deixar de lembrar meu esforço para que a base fosse melhor aproveitada, ocupando lugares de jogadores médios ou decadentes. Isso ainda acontece, mas não como era naqueles anos.

CEM POR CENTO BASE

O grupo que viajou é o seguinte:

Goleiros: Gabriel Chapecó e Felipe

Zagueiros: Heitor e Manu (Emanuel)

Laterais: Mateus Sarará e Varela (volantes improvisados nas laterais)

Volantes: Fernando Henrique e Bobsin.

 Meias: Pedro Lucas, Rildo e Bitelo

Atacantes: Guilherme Azevedo, Elias, Vini Paulista e Thayllon

Grêmio confirma sua superioridade e conquista o tetra gaúcho

Sem brilho, mas com obstinação em cada disputa de bola, o Grêmio conquistou neste domingo, na Arena, o tetracampeonato gaúcho, ao empatar o Grenal por 1 a 1 depois de ter vencido o primeiro no Beira-Rio, por 2 a 1.

A meta de chegar ao oitavo jogo com vitória desde que assumiu só não foi atingida por imperícia dos atacantes. Ferreira, autor do gol gremista no final do primeiro tempo, poderia ter feito pelo menos mais dois. Mas o ‘gol mais feito’ foi de Ricardinho, que bateu de canela com a goleira vazia, após grande jogada de Pepê nos minutos finais.

O Inter pode comemorar o fato de ter escapado de goleada. Empatou com um gol de cabeça de Dourado, num raro lance de perigo na área gremista. Diferente do goleiro rival, Brenno praticamente não foi exigido, mas mostrando-se seguro em várias intervenções.

Foi um clássico tenso. De um lado o time superior, favorito; de outro, um time que jogava pela sua honra, abalada nos últimos anos, especialmente em função de uma série de Grenais.

O juiz Leandro Vuaden teve trabalho para conter a violência crescente. Aos 37 do primeiro tempo, ele expulsou YUri Alberto e Rafinha, que a meu ver mereciam apenas cartão amarelo. Vuaden estava sinalizando que não seria tolerante com o antijogo, que não interessava ao time melhor preparado, o Grêmio, claro.

Tecnicamente, o primeiro tempo foi horrível, talvez o pior do Grêmio desde a posse de TN. Espero que os chutões do goleiro Brenno para o ataque, passando sobre o meio de campo, não sejam marca registrada do novo técnico. O Grêmio abusou desse recurso. Nem oito nem oitenta.

Ferreira foi o melhor em campo, apesar dos gols perdidos e de um certo egoísmo em algumas jogadas.

Sobre Rafinha: repito o que já disse, ele não está mostrando nada de especial. É toque para o lado e para trás, nenhum lance de super. Vanderson que entrou na lateral com a saída do titular, mostrou mais qualidades.

Pepê, que entrou nos minutos finais, não chegou a fazer a diferença, mas fez duas ou três boas jogadas. No final, ainda no gramado, em meio à comemoração, ele chorou, emocionado. Foi sua despedida do clube.

Patrão dos Pampas

O tetracampeonato se repete após 33 anos, quando o Tricolor do fim da década de 80 chegou a seis títulos regionais seguidos. O Grêmio não vê uma derrota para o maior rival desde 2014. De lá para cá, são 18 jogos, com 11 empates e sete vitórias do Patrão dos Pampas.

TN se encaminha para subir ao panteão dos técnicos gremistas

Com oito vitórias em oito jogos, Tiago Nunes leva jeito de quem vai fazer história no Grêmio. Não me lembro de algum treinador em time de ponta ter feito uma sequência como esta.

Uma série de vitórias que pode ter continuidade no Grenal de domingo, na Arena, e ainda avançar um pouco mais considerando-se os adversários que o time terá pela frente.

Pela ordem, segundo informação do sempre atento Copião: Equidad, Ceará e Brasiliense. Fecham doze. Já imaginaram? Recorde mundial, imagino.

O adversário de número 13 nessa série é o Flamengo, e aí o furo é mais embaixo, mesmo que o jogo seja na Arena. Mas, com o moral do grupo elevado, é possível bater também o time mais forte do futebol brasileiro. Mais que o Palmeiras, sim, é o que penso. Mas é taco a taco.

Bem, tudo isso para dizer que Tiago Nunes, que desembarcou aqui sob desconfiança de boa parte dos gremistas – inclusive a minha -, se encaminha para assumir um lugar no panteão dos grandes treinadores do Grêmio na era moderna (dos famigerados anos 70 até hoje).

Admito que posso estar exagerando, mas se eu errar não vou fazer como esse pessoal das redes sociais, que se esconde e ignora seus erros de avaliação, e ainda sai assoviando na maior cara de pau.

Por que esse otimismo, essa convicção? É que além dos resultados mais do que convincentes, independente dos adversários, gosto da postura serena e firme do TN, do tom equilibrado de suas entrevistas.

Estou gostando também, e principalmente, da maneira como ele vem armando o time, mantendo a base, a estrutura deixada por Renato, com um toque seu, mas sem invenção. Ele também não se mostra deslumbrado, repetindo sempre que possível que o time nada ganhou até agora.

Sim, ele tem plena consciência de que há um longo caminho a percorrer, e que a caminhada recém começou.

Como se sabe, numa competição o que realmente importa é como se chega, não como se inicia.

Panteão de treinadores

No meu panteão escalo, por ordem cronológica, os seguintes técnicos:

Telê Santana, Ênio Andrade, Valdir Espinosa, Felipão, Tite, Mano Menezes e ele, claro, Renato Portaluppi.

Grêmio ratifica sua superioridade em Grenais: 2 a 1

Apesar de alguns sustos no jogo, o Grêmio fez 2 a 1 e ratificou dentro de campo sua superioridade sobre o Inter, iniciada há quatro anos e agora mantida por Tiago Nunes, que está dando conta da enorme responsabilidade que é substituir uma estátua.

Além de uma série de resultados positivos (sete jogos, sete vitórias) o novo treinador gremista já pode colocar em seu currículo uma vitória no Grenal. Vencer o clássico é como a cereja no bolo do trabalho. Vencer Grenal dá ainda mais moral para Tiago seguir em frente, buscando o título da Sul-Americana e o do Gauchão, que muitos desprezam, mas que mantém seu valor no contexto regional.

Anos 70

Essa hegemonia tricolor me remete para os anos 70, quando quem mandava era o Inter. Chegava nos clássicos, o Grêmio, que vinha bem no regional (então muito mais valorizado que hoje), lutava muito e criava situações de gol, como aconteceu neste domingo no Beira-Rio, mas quem marcava era o Inter de Falcão, Batista, Valdomiro e, claro, Escurinho. Era um tormento ser gremista nessa década.

O fato é que o Inter naquela época era superior ao Grêmio, assim como o Grêmio tem sido superior ao Inter. O que é preciso para os colorados é ter humildade de reconhecer isso.

Humildade

Ao deixar o campo, o melhor jogador colorado, Edenilson, criticou a postura do time diante do maior volume do Grêmio no segundo tempo. “Faltou um pouco de inteligência de nossa parte”, declarou.

Daria para trocar ‘inteligência’ por humildade’. O treinador colorado acreditou que poderia vencer e abriu espaços para o GRêmio, que tem algumas individualidades que desequilibram, fazem a diferença.

Goleador do Brasil

Uma delas é Diego Souza, que na única chance que teve de cabecear mandou para a rede, aproveitando o cruzamento na medida de Lucas Silva, em sua melhor partida.

O gol de Diego Souza me fez lembrar um dos tantos gols de Escurinho, exímio cabeceador, que entrava no segundo tempo para deixar sua marca. Hoje, cada gol de Diego Souza ajuda a eliminar meus traumas daquele tempo.

O gol de Ricardinho, logo em sua primeiro lance na área, lavou minha alma e afastou meus fantasmas. A hegemonia gremista será mantida com esses jovens que estão sendo lançados gradativamente.

Sobre o jogo

O primeiro tempo foi muito parelho, muita pancada de ambos os lados. Poucas situações de gol. O lateral Moisés deu uma entrada violente em Luis Fernando, que foi obrigado a deixar o jogo. O agressor sequer recebeu cartão amarelo. Erro grave de Daronco.

O Inter largou na frente, em jogada de Edenilson, que Galhardo completou. No segundo tempo, Tiago liberou mais seus laterais, e o Grêmio foi tomando conta da partida. DS empatou aos 12 e Ricardinho, aos 42, no cruzamento perfeito de Léo Pereira, marcou um golaço de cabeça.

O Inter tentou o empate e só não atingiu seu objetivo porque Brenno salvou com pelo menos duas grandes defesas. Titularíssimo.

O time todo de um modo geral foi bem, o que tem acontecido com frequência.

Rafinha

O único jogador que a meu ver continua devendo é Rafinha. Sei que ele tem inúmeros troféus no futebol europeu, mas aqui ele está me decepcionando. Tem sido um jogador do tapinha pro lado ou para trás. Eventualmente um cruzamento, e aí se percebe que ele bate muito bem na bola. Ainda não o vi fazendo uma jogada individual, de drible. Enfim, um lateral eficiente, mas burocrático. Pelo que ganha e custou deveria jogar mais.

Supremacia

O Grêmio vive um período de domínio sobre o rival nos Grenais. Nos últimos 10 confrontos, são sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota, no dia 24 de janeiro, pelo segundo turno do Brasileirão. Jogo com arbitragem favorável ao Inter. Em jogos pelo Gauchão, o jejum colorado supera a barreira dos três anos: a última vez que o Colorado venceu o clássico foi em março de 2018.

Palpiteiros

O que vão dizer em casa os jornalistas que apontaram o Inter como favorito? É assim que a credibilidade vai minguando.

Ferreira comanda a equipe na vitória sobre o Lanús

Nem nos meus sonhos mais delirantes eu imaginei que o Grêmio conseguiria revelar tão cedo um atacante tão decisivo quanto Éverton, o Cebolinha, que acabou de perder o campeonato português com o Benfica do festejado Jorge Jesus.

Nesta noite, na Arena, na vitória de 3 a 1 sobre o Lanus, ele fez dois gols e deu assistência para outro, o de Matheus Henrique, e já é o jogador mais importante do time. Já é, também, o melhor jogador da Sul-Americana.

Com a vitória, a quarta em quatro jogos, o Grêmio praticamente confirma sua classificação às oitavas. E o técnico Tiago Nunes vai sinalizando que a direção gremista acertou em cheio ao apostar em seu nome.

Ferreira, 23 anos, conseguiu em menos de um ano, depois de passar pelo Departamento de Lapidação, até pouco tempo comandado por Renato Portaluppi, mostrar que já está do tamanho de Éverton. E se encaminha para superá-lo.

Eu, que sugeri aqui neste espaço que Tite convocasse Éverton para a Copa do Mundo (ele optou por Taison, vejam só), como elemento surpresa na mesmice da seleção brasileira, sinto-me à vontade para indicar o nome de Ferreira para disputar a Copa América pelo Brasil.

Penso que Tite aprendeu a lição e irá convocar o jovem atacante tricolor, que revelou recentemente que se espelha em Cristiano Ronaldo, um exemplo de qualidade e dedicação profissional. Se for mesmo assim, não há limites para o crescimento de Ferreira.

Sobre o jogo desta noite, a lamentar a lesão de Thiago Santos, que saiu de campo mais cedo. Dificilmente irá enfrentar o Inter, domingo.

O time está bem ajustado, mas permanece a preocupação com a bola aérea, que entra muito fácil nas cobranças de escanteio e faltas próximas da área.

A bola aérea é o principal recurso dos times inferiores para superarem os melhores.

Douglas Costa e Grêmio entram em acordo

Já dou como concretizada a contratação de Douglas Costa. Seria muito amadorismo da direção reunir-se quase que publicamente (aliás, qual será o dirigente que vazou a reunião para a imprensa? Será o mesmo que vcs estão pensando?) com o jogador sem que a Juventus já não tivesse aceso o sinal verde para a transação.

Pelo que se se sabe Grêmio e Douglas Costa estão acertados. Espero que o clube tome uma precaução no contrato em relação aos problemas do atleta, que o impedem de ter uma continuidade razoável de atuações.

De que adianta ter um craque que pode deixar o time em momentos decisivos em função de lesões? Já temos a experiência de Maicon como exemplo. Defendo que haja uma cláusula no sentido de resguardar o clube.

Mas o principal, o que importa, é que o Grêmio está contratando um jogador em atividade no futebol europeu, um jogador diferenciado, que contribui só com sua presença para elevar o patamar do clube no futebol mundial.

Bem, dito isso, deixando os floreios de lado, a pergunta que não quer calar: onde jogará Douglas Costa nesse seu retorno ao lar?

Em princípio, estando tudo dentro da normalidade, ele só não joga de goleiro. No mais, pode escolher o lugar onde irá desenvolver seu brilhante futebol.

Exageros à parte, me parece óbvio que ele entra pela direita de ataque, na função de Alisson. Fico imaginando o ataque com Douglas Costa, Diego Souza e Ferreira. Já podemos jogar de igual para igual com o Flamengo, o time mais qualificado do país.

É possível que DC seja testado na função de Jean Pyerre. Mas não sei se é a dele.

Falta agora um lateral-esquerdo. Quem sabe o Kannemann por ali, já que Ruan entrou muito bem no time.

Enfim, ‘problemas’ que o técnico Tiago Nunes terá de resolver.