Ferreirinha volta a desequilibrar e leva time à vitória

O Caxias tentou equilibrar o jogo na porrada. Luiz Fernando foi o primeiro a sentir a força de um pontapé e de um joelhaço pelas costas. Não adiantou, ninguém se intimidou. O Grêmio acabou impondo seu melhor futebol, vencendo o Caxias por 2 a 0.

Se houve alguém que se intimidou no jogo disputado na Arena foi o árbitro Jean Pierre, que pareceu temeroso de marcar com mais rigor algumas agressões do time caxiense. Por exemplo: o misto de voadora e pontapé do ex-goleiro do Grêmio, o Pitol, quando levou Matheus Henrique à nocaute no lance do primeiro gol tricolor, marcado pelo meia gremista.

O juiz sequer pediu o VAR. Eu fiquei assustado quando vi MH desfalecido. JP tinha a obrigação de pedir o VAR e tempo ele teve para isso, porque o meia gremista demorou a recuperar-se.

É sempre assim, ninguém dá muita bola para o Gauchão, principalmente quem o perde, mas quando chega na reta final juízes e jornalistas, que deveriam ser isentos começam a se fardar.

Soube que já tem gente pregando ao microfone que o Inter é favorito ao título. Mas da onde?

O Inter perdeu para o Juventude por 1 a 0, jogando um futebol lamentável. Depois, em sua casa, no sábado, goleou por 4 a 1, um resultado que ilude os incautos e os fanáticos vermelhos, porque o Juventude jogou melhor e merecia ao menos o empate.

Então, no comparativo, o Grêmio fez 6 pontos, o Inter 3 pontos, e jogando mal nos dois jogos. Já o Grêmio, tirando o problema da bola aérea, que voltou ‘voando’, precisa corrigir esse defeito, que é a grande arma colorada, como foi do Caxias nos dois jogos contra o tricolor.

Ainda sobre o jogo deste domingo. Ferreirinha foi o grande destaque, talvez sua melhor atuação. Dias atrás, escrevi que ele havia atingido a maioridade. Hoje, ele é um jogador que talvez nem fique muito tempo. Propostas devem pousar na mesa do presidente Romildo.

Espero que o o clube resista à tentação de colocar o lado financeiro acima do aspecto técnico, competitivo. Resta saber se o contrato com o jogador não tem alguma cláusula que o favoreça no caso de proposta que alcance determinado valor.

Em relação aos 2 a 0 sobre o Caxias – resultado que até saiu barato para os caxienses, entendo que o time todo jogou relativamente bem. Quem despontou mesmo foi Ferreirinha.

Leio e ouço que o Grêmio evoluiu sob o comando de Tiago Nunes. Concordo que melhorou a marcação com Thiago Santos, em especial na formação de hoje com MH e Darlan, autor de um gol, anulado, mas que mostrou que ele tem condições de entrar na área, assim como MH. Essa mobilidade dos meio-campistas pode fazer a diferença.

Mas o que faz mesmo a diferença é Ferreira, que repete a trajetória de Éverton e Pepê, responsáveis por grande parte dos gols marcados, seja diretamente como em assistências. Saíram os dois, mas a solução ofensiva continua a mesma, a individualidade dos atacantes dribladores e criativos do lado esquerdo.

Quer dizer, ‘tudo como dantes no quartel-general em Abrantes’.

O avanço do atacante sem pedigree

Pois não é que o atacante sem pedigree começa a revelar seu verdadeiro potencial. O jogador ‘trazido pelo Renato’ para ‘ocupar o lugar dos guris da base’ deu uma resposta perfeita aos seus críticos, um pessoal que ainda acreditam que as categorias de base podem mesmo suprir todas as necessidades de um time de ponta.

A resposta perfeita, referida no parágrafo acima, é aquela em que o jogador do futebol alvo de crítica, ou até de perseguição sem sentido e cruel, se mantém calado, segue trabalhando humildemente, e no momento preciso devolve tudo dentro de campo, sem discurso, sem lamento nem choro, mas com bola.

Foi o que fez o Luiz Fernando contra o Aragua, um modesto time da Venezuela, que no passado, com outro nome, venceu o Inter, numa das raras vitórias de clubes venezuelanos sobre brasileiros.

Para mim, LF já havia mostrado algumas qualidades, em doses pequenas, como força, velocidade, drible, oportunismo e porte físico, mas ainda estava devendo uma atuação que justificasse o aval de Renato, responsável por sua contratação do Botafogo -isso por si só já faz com que seja perseguido.

Luiz Fernando fez os dois primeiros gols na goleada por 8 a 0, sofreu um pênalti, deu uma assistência generosa para Ferreirinha e ainda participou do lance do gol contra.

Mesmo considerando a baixa qualidade do adversário, LF teve um desempenho acima da média, mostrando que pode ser ele o sucessor de Alisson. Espero que o técnico Tiago Nunes, que tem se mostrado competente na armação do time, e com a mente aberta para encontrar soluções, observe com atenção o crescimento de LF.

O atacante sem pedigree, olhado com desdém por alguns apressados, depois da atuação de quinta-feira, merece ser avaliado com atenção, e sem preconceito.

Lembrem-se de Jardel, um atacante sem pedigree, também vindo da reserva de um clube carioca, o Vasco, que fez história no futebol gaúcho e nacional.

O ‘treinador trabalhador’ e seu início convincente e promissor

O Grêmio trocou um treinador ‘preguiçoso’, ou pelo menos adepto da lei do menor esforço. por um treinador trabalhador. A frase é uma síntese do que foi publicado no site globo.com desta terça-feira.

Deixando claro apenas que Renato não tem nada de preguiçoso. Talvez, por conhecer muito futebol, ele não precise tanto esforço quanto a maioria de seus colegas.

A rotina do técnico Tiago Nunes e de seus auxiliares é detalhada pela matéria, a começar pelo horário. TN chega cedo ao CT Luiz Carvalho. Seu ritmo de trabalho impressiona, conforme destaca o vice Marcos Herrmann em depoimento à reportagem:

– Cada treinador tem sua carga de trabalho. Tem muito trabalho tático, e uma coisa que é do preparador, a carga física também está interessante. Estamos notando a diferença na postura do time. Mais que resultado positivo, temos visto evolução – disse o vice de futebol Marcos Herrmann.

E tudo isso com apenas dez dias de trabalho.

A reportagem passa a impressão de que antes (leia-se com Renato Portaluppi) não se trabalhava tanto, não havia treino tático, só ‘rachão’, como insistiam alguns gremistas sem explicar como o resultado desse trabalho baseado no rachão conseguiu tantos títulos.

Se rachão leva a títulos como Copa do Brasil e Libertadores, o Grêmio poderia simplificar contratando um treinador mais barato e sem grande currículo.

Mas estamos falando de Tiago Nunes. Este um técnico estudioso, que vem de um trabalho excelente no Atlético PR e de uma passagem frustrante no Corinthians – o que não chega a ser demérito. O clube paulista é um moedor de carne, ainda mais para noviços.

O fato é que em pouco tempo na Arena TN já mostrou que não foge do trabalho, pelo contrário. O risco é que acabe tirando o epíteto de Celso Roth, um treinador trabalhador de raiz.

Tenho muito cuidado com esses entusiasmos apressados.

Ao ler essa reportagem não pude deixar de lembrar de Coudet, que vinha para revolucionar e era endeusado pela mídia colorada. Acabou fazendo um trabalho inferior ao de seu antecessor, Odair Hellmann, que, sem rasgação de cedo, armou um time competitivo com material humanos mediano.

Agora, incansável, a mídia rubra não se envergonha de repetir a babação de ovo com o Miguel Angel Ramirez (o nome dele sempre citado por inteiro), outro que chegou para revolucionar. Mas na medida em que o trabalho não deslancha diminui, na mídia, o tamanho do nome do técnico, que ficou reduzido a Ramirez.

O que eu quero dizer é que, independente de qualquer coisa, o treinador para ter sucesso mesmo precisa começar colhendo resultados positivos, com atuações convincentes e promissoras, para conquistar a confiança dos atletas e também da torcida.

Neste aspecto, TN está indo muito bem, e sem tentar revolucionar o futebol, apenas trabalhando.

Agora, não entendo por que essa prancheta gigante que vejo nas fotos dos treinos do técnico tricolor.

Os 40 anos do título que elevou o Grêmio de patamar

Texto do Copião de Tudo:

Na tarde ensolarada de 03/05/1981 nós calamos 95 mil São Paulinos dentro do Morumbi num dia memorável, conquistando nosso 1º Brasileirão, num torneio curto com 23 jogos que durou de 17/01 à 03/05, onde Nunes do Flamengo foi o goleador com 16 gols. Era uma época que só tinha no calendário o Brasileirão e estadual longo, com viagens de ônibus pelo interior do RS. Apenas o Campeão e o Vice brasileiro que jogavam a Libertadores.

No time da final havia seis guris: Paulo Roberto LD com 19 anos, Newmar zagueiro 20 anos, Casemiro LE 23 anos, China volante 21 anos, Odair ponta esquerda 19 anos e Baltazar 21 anos que tinha vindo do Atlético-GO 2 anos antes numa época onde se faziam poucas viagens por ano em distâncias mais curtas, mas tinham alguns amistosos e torneios para manter os times em atividade.

Jogamos a final com este time: Leão, Paulo Roberto, Newmar, Hugo De Leon e Casemiro. China, Paulo Izidoro e Vilson Taddei. Tarciso, Baltazar e Odair. (Técnico: Ênio Andrade)

O São Paulo com um timaço jogou com: Valdir Peres, Getúlio, Oscar, Daryo Pereira e Marinho. Élvio, Renato pé murcho e Éverton. Paulo César, Serginho e Zé Sérgio. (Técnico: Carlos Alberto Silva)

A partir desta data nos tornamos o Tricolor Imortal e nosso percurso foi trilhado com 14 vitórias, 2 empates e 7 derrotas onde marcamos 32 gols e sofremos 21, fazendo assim a campanha vitoriosa, ganhando as duas partidas finais do poderoso SP que tinha na época 8 jogadores de seleção sendo o Daryo Pereira na Uruguaia e 7 na brasileira. 

A defesa do SP era 100% selecionável com uma dupla de área de muito respeito com Oscar e Daryo Pereira que eram uma parede quase que intransponível, mas sucumbiram diante do ataque Gremista nos dois jogos deixando a imprensa paulista de boca aberta com nossa façanha lá dentro. O LE Marinho disse na saída da derrota de Porto Alegre de 2×1 nas entrevistas que em São as coisas seriam bem diferentes porque eles eram muito melhores e superiores, e se ferrou duplamente.

Data importante que marcou o início de nossa ascensão pelo Brasil, pela América e pelo Mundo, fazendo nosso Tricolor elevar com muita raça, garra e honra o nome do estado do RS como o 1º Campeão da América e 1º Campeão do Mundo, em 1983, nos tornando definitivamente o maior e melhor time do Sul do Brasil.

Dá neles, Imortal.

Gauchão: Grêmio vence Caxias com ajuda (correta) do VAR

Vou falar o que ninguém disse, costumava dizer Lauro Quadros – que faz uma falta danada ao jornalismo esportivo -, no Sala de Redação, gerando expectativa e chamando a atenção para si. Ele fazia uns segundos de silêncio e despejava sua frase supostamente inédita, diferenciada.

Pois vou pegar esse bordão emprestado do grande Lauro para dizer o que ninguém disse até agora, ao que me consta: se não fosse o VAR o Grêmio mais uma vez teria um resultado negativo diante do Caxias. O VAR anulou um gol do Caxias e depois marcou um pênalti, que resultou no gol da vitória tricolor por 2 a 1.

O técnico Rafael Lacerda protestou muito, e não poderia ser de outra forma, mas a realidade é que as duas decisões foram corretas.

Agora, se não tivesse o equipamento, o Caxias teria um gol, muito bonito, aliás, e a falta sobre Ferreirinha não seria marcada. O jogo, então, terminaria em 2 a 1, mas para o bom time caxiense. Aí é que o VAR, sendo usado adequadamente, com isenção e competência, é realmente muito útil.

Algo parecido aconteceu à tarde, em Bento Gonçalves, onde o Juventude foi beneficiado pelo VAR, que anulou um pênalti que beneficiaria o Inter.

Sobre o jogo no Centenário: o GRêmio foi superior, teve mais iniciativa e dominou no segundo tempo, forçando o Caxias a recuar mais ainda e buscar contra-ataques.

O técnico Tiago Nunes tem seus méritos. O time ganhou em marcação, está mais consistente, mas é cedo para qualquer avaliação séria. A tendência, porém, é que melhore com a sequência de jogos.

Um problema que Tiago precisa resolver, até porque nem sempre o VAR será a favor. A bola alta lançada sobre a área nas cobranças de falta e de escanteio. Não é de agora esse problema, que começou quando o time perdeu a dupla Geromel e Kannemann em muitos jogos.

Não fosse Brenno o time teria levado mais um gol de cabeça. No início do segundo tempo, ele salvou com uma grande defesa. No gol do Caxias, ele não teve culpa.

Mas já tem gente nas redes sociais questionando o goleiro. Ele teria problemas de visão nos jogos noturnos. É dose!

O nome do jogo foi Diego Souza. Ele é ‘fazedor de gol’, ajeita para o companheiro marcar, exímio cobrador de pênalti e ótimo cabeceador. Na temporada, em 10 jogos, ele fez 11, média muito rara de ser atingida.

Mas ainda assim não escapa das críticas na selva das redes sociais.

Destaque ainda para Brenno, Geromel, Ruan, Thiago Santos e Ferreirinha.

O lateral Rafinha ainda não apresentou aquele futebol que dele se espera. Parece que tem medo de ir ao fundo e de participar mais ativamente de jogadas ofensivas. Um jogador com sua categoria tem mais a oferecer.

Ele falhou no gol do Juventude, mais por ser o homem errado no lugar errado. Baixinho na primeira trave dá nisso. Ele salta, a bola resvala em sua cabeça e se oferece para o adversário, como aconteceu no Centenário. Não seria o caso de colocar alguém mais alto na primeira trave?

O time segue com problema na lateral-esquerda. Não há um lateral realmente confiável. Outra posição complicada é a ‘ponta direita’. Léo Pereira não me convenceu ainda, e acho que não irá me convencer.

Daqui a pouco ouvirei: volta Alissson!!!!

Antes disso, gostaria de ver Leó Schu na posição.

Por fim, JP. Acho que tudo já foi dito pelos participantes do blog. Espero que Tiago faça um milagre e torne JP mais intenso e participativo nos jogos.

Agenda

Com a vitória, o Tricolor terá a vantagem do empate no jogo de volta, na Arena, no próximo domingo (9), às 16h, para avançar para a decisão. Antes, porém, o Grêmio receberá o Aragua, da Venezuela, na quinta-feira (6) às 19h15min, pela terceira rodada do Grupo H da Copa Sul-Americana.

Muricy é mais um no fã clube de Renato Portaluppi

Reportagem do jornalista Eduardo Caspary:

Técnico Muricy Ramalho fez rasgados elogios ao trabalho de Renato no Grêmio neste sábado.

Enquanto curte férias no Rio de Janeiro com familiares e amigos, o técnico Renato Portaluppi foi alvo de rasgados elogios do atual coordenador do São Paulo, Muricy Ramalho, durante entrevista dada neste sábado à Rádio Gre-Nal, do Rio Grande do Sul.

Para Muricy, Renato transformou nos últimos anos a forma como o Grêmio jogava, saindo daquele futebol físico e de imposição, principalmente da década de 90, para um jogo de toque de bola, posse e qualidade técnica.

“O Renato mudou completamente o estilo de jogo do Grêmio. Antes era pura marcação e hoje se vê toque de bola. Um trabalho excepcional, que deixou a régua do clube muito alta”, declarou Muricy.

Muricy Ramalho, vale lembrar, trabalhou no Rio Grande do Sul de 2003 a 2005 dirigindo o Internacional. Em sua chegada ao Beira-Rio, o treinador gremista ainda era Tite, que hoje comanda a Seleção Brasileira. Na época, Renato apenas iniciava a sua trajetória como treinador profissional.

Renato dirigiu o Grêmio na mais recente passagem entre setembro de 2016 e abril de 2021. Dos sete títulos buscados no período, os de mais destaque foram a Copa do Brasil e a Libertadores.

Os números da terceira passagem de Renato pelo Grêmio:

307 jogos (1.670 dias no cargo)
162 vitórias
82 empates
63 derrotas
475 gols marcados
234 gols sofridos
61,6% de aproveitamento
7 títulos (três Gauchões, uma Recopa Gaúcha, uma Recopa Sul-Americana, uma Libertadores e uma Copa do Brasil)

Link para a reportagem: https://www.torcedores.com/noticias/2021/05/muricy-explica-como-renato-transformou-o-gremio-e-ve-regua-do-clube-elevada-a-partir-de-agora-foi-excepcional/amp

Ferreirinha atinge a maturidade e leva o Grêmio à vitória

Além da vitória por 2 a 1 sobre seu velho conhecido, o Lanús, o melhor da noite em portenha foi a certeza de que Ferreirinha alcançou a maturidade. Com isso, ele se firma como sucessor de Éverton Cebolinha e Pepê como o atacante habilidoso e driblador que rompe ‘as linhas’, como dizem agora os tecnocratas do futebol.

Artesão atento e caprichoso do primeiro gol do Grêmio, quando o jogo estava enfadonho e murrinha, Ferreirinha deu o acabamento perfeito à sua obra, ao erguer a cabeça no momento da definição da jogada para cruzar a bola na medida para Léo Pereira empurrar para a rede.

Depois, quando o jogo estava empatado em 1 a 1 e o Lanús pressionava para buscar o gol da virada, que só não aconteceu graças a Brenno, Ferreirinha deu acabamento a uma manobra ofensiva de toques precisos e deslocamentos, quase no final do jogo.

O lance terminou com Ferreirinha recebendo de Thiago Santos (vejam só!), quase na risca da pequena área, para fazer o gol da vitória. Importante registrar que a jogada teve participação de Luiz Fernando, outro que sofre com a turminha amarga das redes sociais.

Mas o Grêmio teve outros destaques, entre eles Geromel, que voltou depois de longo tempo e, ao lado do jovem Ruan, formou uma dupla de área segura, que tende a melhorar com uma sequência de jogos.

Sobre a atuação do time, percebi uma preocupação defensiva maior em relação aos jogos anteriores. Não sei se porque o jogo era fora de cada e o time está sendo reconstruído em termos de esquema e individualidades, mas o fato é que era formado um cinturão na intermediária defensiva quando o Lanús subia para o ataque. Mesmo assim, o time argentino conseguiu criar algumas situações de perigo no segundo tempo. A propósito, o primeiro tempo foi deplorável, um confronto de dois times com medo de jogar.

O técnico Tiago Nunes tem seus méritos. Armou um esquema para garantir ao menos o empate, o que fez muito bem diante das circunstâncias, e fez as substituições necessárias no segundo tempo. Aos poucos, ele vai encontrando o seu time titular.

A vitória é importante também por isso: dá mais tranquilidade para Tiago ajustar o time ao tipo de jogo que ele quer. Para isso, nada melhor que tempo e vitórias.

PRÓXIMOS JOGOS

Na próxima quinta-feira, o Grêmio, líder do seu grupo, fecha o primeiro turno na Sul-Americana em casa contra o Aragua, às 19h15. O Lanús vai à Colômbia enfrentar o La Equidad no mesmo dia, às 21h30.

Pelo Gauchão, o Tricolor duela com o Caxias, neste domingo, às 16h, no Centenário, pelo primeiro jogo da semifinal.

Técnico Tiago Nunes é a bola da vez nas redes sociais

Se eu fosse treinador de futebol seguiria o exemplo do grande Ênio Andrade, que costumava dizer, em tom jocoso, que um percentual de sua remuneração – nem de longe semelhante ao que se paga hoje – era para aguentar os repórteres, em especial os setoristas de clube.

Hoje, eu faria o mesmo, mas acrescentaria um percentual ainda maior para suportar o pessoal do futebol nas redes sociais , que sempre sabe mais do que todo mundo, e que tira conclusões definitivas a partir da ponta do iceberg, ou seja, com um mínimo de conhecimento sobre os fatos. E quando erram, simplesmente ‘esquecem’ e mudam de assunto, e o alvo de sua crítica que se dane.

Mesmo fora do Grêmio, o técnico Renato segue sendo criticado por esse tipo irritante de gremista. É um pessoal que vira e mexe insiste que Renato não treinava, que era só rachão. Quatro anos e meio fazendo rachão…

O time que durante dois anos foi considerado o de melhor futebol do país, conquistou uma Libertadores e uma foi construído assim, na base do rachão?

É uma total irresponsabilidade opiniática que se alastra a cada dia, e não apenas no futebol.

Vejamos o caso do novo técnico do Grêmio, Tiago Nunes. Ele nem tinha assinado contrato e já havia gente lançando farpas no twitter e nos grupos de whatts. Colorados trataram de abastecer as ‘redações’ virtuais com fotos de Tiago com a camisa do Inter.

Em troca, gremistas antenados publicaram fotos de Tiago festejando a conquista da Copa do Brasil no Beira-Rio.

Assinado o contrato, já havia ‘apostas’ na internet sobre quanto tempo Tiago Nunes vai durar. A atuação ruim contra o Ypiranga forneceu munição para novas críticas. O que mais pegou é o sistema de marcação por zona, que ele testou logo no primeiro jogo, com apenas um treinamento. Talvez tenha sido seu erro. A pressa de mostrar serviço e ser diferente do técnico anterior.

Aliás, Tiago deve trabalhar implantando suas convicções, sem comparar com Renato Portaluppi. E isso não se faz da noite para o dia.

Mas nas redes sociais, onde a impaciência e ansiedade são as causas maiores dos problemas, já tem gente querendo um time mais isso, mais aquilo. Aí, tem gente que gosta do ‘isso’, e outros defendem o ‘aquilo’. Pronto, está aí criado outro debate que sai do nada para lugar algum.

Eu imaginei que com a saída de Renato, o ambiente para o seu sucessor trabalhar seria mais tranquilo. Ledo engano. Temo pelo que pode acontecer em caso de uma derrota. Saem os ‘renatistas’, entram os ‘tiaguetes’.

A conclusão que eu chego, e muitos já chegaram, é que o torcedor de futebol, principalmente de clubes grandes, é muito chato, impertinente e nada modesto, porque ele sempre acredita que sabe mais do que todos, e isso inclui o treinador, o presidente, etc.

Bem, o Tiago e seus pares ganham muita grana. Dá pra suportar tudo isso.

Gauchão: Grêmio confirma o primeiro lugar mesmo jogando mal

Um Grêmio mais bagunçado que time de hospício conseguiu jogar ao menos o suficiente para garantir o primeiro lugar da fase classificatório, o que significa que uma eventual decisão de título será na Arena.

Agora, pelo que jogou em Erechim, não supera o Caxias na próxima fase, ainda mais que o time está envolvido com a sul-americana. O Grêmio tem incrível dificuldade para disputar competições paralelas com a mesma disposição.

Sobre a vitória por 3 a 2 sobre o bom time do Ypiranga (nome do meu time de botão quando fui campeão do mundo num torneio disputado em Lajeado), só tenho a dizer que o resultado foi um castigo para o time do interior.

O Ypiranga estava melhor no jogo, até por conhecer melhor no campo (ruim), o que lhe dá uma pequena vantagem sobre os visitantes.

Aí, o juiz marcou um pênalti sobre Matheus Henrique pra lá de discutível. As imagens indicam que não foi falta. Mas tenho a impressão de que o zagueiro encostou mesmo o joelho direito em MH.

Bem, o que importa é que Diego Souza cobrou e fez 1 a 0. Em seguida, o goleiro do Ypiranga, Paulo, fez uma lambança e Leó Pereira concluiu com a goleira vazia. No minuto seguinte, Vanderson chutou cruzado para fazer 3 a 0. Três gols em cinco minutos.

Jogo liquidado? Com o time em fase de transição, tudo pode acontecer. O Ypiranga marcou dois gols, acertou a trave uma vez e Brenno voltou a ser destaque do time.

Pois é, com esse resultado o Ypiranga, com todo seu bom futebol, está de fora do campeonato regional, que aos poucos, como acontece a cada ano nesta fase, cresce de importância.

Sobre o time gremista: salvou-se o goleiro Brenno.

Ah, aquela história de que volante camisa 5 ajuda a dar mais consistência defensiva não se confirmou nesse jogo.

Diego Souza e mais 10: este é o Grêmio no momento

O Grêmio hoje é, praticamente, Diego Souza e mais dez. Foi dele o primeiro gol na vitória por 2 a 1 sobre o La Equida, na Arena, e a escorada açucarada para Paulo Miranda fazer o segundo.

Não consigo imaginar o time sem Diego Souza. Escrevo isso porque li nas redes sociais que Sport, onde DS é ídolo, e o Vasco da Gama estão assediando o empresário do goleador gremista.

Fiquei perturbado com essa especulação, porque admiro o futebol de Diego Souza desde sua primeira passagem pelo Grêmio, como volante. No ano retrasado, ele empilhou gols pelo Sport, e eu me perguntava por que ‘esse cara não vem para o Grêmio?’.

Muita gente aí ficou meio assim com a contratação do Diego Souza. Outros criticaram ferozmente, cegamente, burramente. No futebol de hoje é assim: não basta emitir uma opinião, é preciso ser agressivo, ofensivo até.

-É mais um bruxo do Renato -, disseram os ‘especialistas’, que hoje vibram com os gols de DS, mas sempre com um pé atrás. Alguns poucos reconhecem que erraram, assim como eu errei muitas vezes.

O bom é que nossos erros opinativos não afetam o time em campo nem influenciam a diretoria nos gabinetes.

Tem gente, sério! que acredita que está influindo na gestão do clube através de seus pitacos nos grupos de whatts, twitter e outros canais.

Bem, mas voltando a frase inicial, provocativa uma barbaridade! Mas é porque realmente tenho medo que algum gênio no clube queria liberar Ds para abrir caminho para outro ‘camisa 9’, talvez até em função da característica.

É claro que quando Geromel e Kannemann voltarem, já não será DS e mais dez. O goleiro Brenno, que ontem mais uma vez fez grandes defesas, também já pode entrar na lista dos tops do time, assim como Rafinha. E só.

Ferreirinha se encaminha para ser imprescindível, como foi Éverton e depois Pepê, até sua venda.

Maicon, infelizmente, já não integra esse grupo.

Jean Pyerre, apesar de toda sua técnica e alguns lances realmente diferenciados, precisa evoluir mais para pertencer a essa ‘elite’.

Por enquanto, JP é apenas um jogador que pode ser negociado que ninguém vai protestar. Diferente do Ferreirinha.

Por fim, destacar a vitória na sul-americana. Acho importante buscar o título da competição. Pelo dinheiro e pela classificação à Libertadores.

Neste sábado, o Grêmio enfrenta o Ypiranga, em Erexim. Espero que já tenha seu novo técnico, Tiago Nunes, no comando. Na quinta, joga contra o Lanús, na Argentina. Espero que até lá Geromel e Kannemann já possam jogar.