Grêmio dá sinais de desmobilização na reta final do Brasileiro

O Grêmio ainda tem o que disputar no Brasileiro, mas a impressão que eu tenho é de final de festa. O técnico Renato, ao chamar pra briga os colorados da mídia após a derrota para o Flamengo, sinalizou que encheu o saco.

Ele parece ansioso para entregar as chaves. As malas já estão junto à porta. Não o condeno. Afinal, são mais de quatro anos de convívio nem sempre harmonioso com a imprensa e alguns setores da nação tricolor.

No Rio, já se comenta que Renato fica apenas até a CB. Eu também acho.

Renato vai cumprir seu contrato/acordo com o presidente Romildo Bolzan. Vai dar o melhor de si, mas eu no lugar dele estaria contando os dias para deixar pra trás os “perseguintes”, como dizia o técnico Ênio Andrade, com quem Renato trabalhou em seu começo ainda no Olímpico.

O ‘velho’`Ênio costumava dizer, brincando, que parte do seu salário nos clubes era para atender/aturar a imprensa. Em especial a gaúcha, onde a rivalidade Grenal transcende os limites do bom senso e da tolerância, do respeito ao próximo.

Renato ainda tem dois objetivos: conquistar uma vaga direta para a Libertadores e a Copa do Brasil, que dá ao campeão um prêmio milionário:

54 MILHÕES DE REAIS.

Se não me engano o dobro do que o clube ganhou com a venda de Luan para o Corinthians.

Mas antes da grande decisão, o Grêmio tem o Coritiba. E aí é que me preocupo. O clima de fim de festa pode atingir os jogadores, e, quem sabe, até o treinador.

O que realmente me preocupa é que o time vai jogar neste domingo, 16h, em Curitiba, com um time misto, por razões diversas.

Não jogam Kannemann, Geromel, Matheus Henrique e Diego Souza. Tudo indica que Pepê, que já sonha com bacalhau, também está fora.

Eu até não me preocuparia tanto se Ferreira estivesse dando a resposta que dele se espera. Vale o mesmo para Jean Pyerre. Imagino a disposição dele jogando no Couto Pereira, contra um candidato ao rebaixamento…

Mas há algo de positivo: Isaque pode ser o ‘9’, já que Churin é dúvida. Então, já chance de um ataque móvel, com muita movimentação na frente. Gosto disso.

No mais, estou preparado para uma tarde tensa neste domingo.

IMPRENSA

Se alguém pensa que Renato pegou pesado contra a imprensa gaúcha, é porque não viu, ou não lembra, do ataque de fúria do técnico Abel, em 2014.

Um trecho:

Abel Braga vociferou contra os críticos de seu trabalho no Internacional. Nesta sexta-feira, o treinador chamou um repórter de mentiroso e um comentarista de esclerosado. Exaltado ao falar do tema, o técnico ainda pediu que as fontes do jornalista fossem reveladas e afirmou que o trabalho dos profissionais viraram ataques pessoais a ele. A bronca de Abel foi com o comentarista Wianey Carlet, da rádio Gaúcha e colunista do jornal Zero Hora. E também com o repórter Leandro Behs, do mesmo diário. “De repente a função do D’Alessandro (suspenso) o Wianey pode fazer. Ele pode fazer, sabe de tudo. Ele só não sabe que a torcida me ama. E me ama por eu ser correto, honesto, homem. Isso aí… –

Veja mais em https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2014/08/29/abel-em-um-dia-de-furia-chama-reporter-de-mentiroso-e-ataca-comentarista.htm?cmpid=copiaecola

Superior, Flamengo vence a cresce na reta final do Brasileiro

Mais que torcedor, fui um espectador diante da TV. Desprezei o insosso empate – ruim para os dois -, e esperei pela vitória do Grêmio, mas ao mesmo tempo me incomodava vencer o Flamengo e beneficiar o Jabuti Vermelho (JV).

Deixei nas mãos de Deus. ‘Seja o que Deus quiser’, pensei. E não é que deu certo: racionalmente falando aconteceu o melhor resultado, a vitória do Flamengo, com um estonteante 4 a 2.

Se o Grêmio tivesse vencido, o JV aumentaria seu favoritismo atual ao título do Campeonato Brasileiro. Agora, a coisa complicou, principalmente se o Flamengo repetir a atuação do segundo tempo.

O primeiro tempo foi parelho. O Grêmio terminou com vantagem de 1 a 0, gol do highlander Diego Souza, que marcaria mais um para não ficar muito chato.

Entre os dois resultados, analisando friamente, o melhor foi mesmo a vitória do Flamengo, que cresce na reta final (espero que continue). Pra quem não lembra, apontei desde a primeira rodada o Flamengo como maior favorito ao título.

Vejam, se o Grêmio vencesse, praticamente alijaria o Flamengo. Ao mesmo tempo, com seu time absolutamente inconfiável, dificilmente teria condições de manter uma campanha padrão superior para disputar o título, até porque não foi abençoado pelo São Noveletto.

Escrevi no dia 19:

“… eu sei que o Grêmio não tem fôlego nem estofo para jogar em alto nível até o final. As atuações e resultados recentes mostram que o Grêmio tem time para, digamos, um ou dois enfrentamentos a cada três ou quatro jogos com qualidade suficiente para vencer, e não colocar mais uma empate na lista”.

Quer dizer, por mais que se esforçasse, o Grêmio é inferior ao Flamengo em individualidades. Aliás, o Flamengo tem o melhor grupo da competição. Mas isso não impede que o técnico Ceni coloque tudo a perder.

Por fim, o Grêmio tentou vencer, fez o que estava ao seu alcance. Foi digno, embora sempre vá aparecer alguém lançando suspeitas sem fundamento.

De minha parte, acabei ficando satisfeito. O Grêmio se mantém na disputa pelo G-4 e o Flamengo saiu de campo turbinado para cumprir a espinhosa missão de impedir o tetra colorado.

Essa seria, na verdade, uma missão para o Grêmio, que abusou de empatar e, principalmente, não teve a felicidade de ser bafejado pela sorte, diferente do seu rival.

Torcida gremista esquece as diferenças e se une em defesa do clube

“O mineiro só é solidário no câncer”, sentenciou o escritor Otto Lara Resende, já falecido. Transportando essa frase para o momento do Grêmio pós-Grenal eu diria que o gremista só é realmente solidário na dor. E mais o será se a dor tiver como base, como origem, erros de arbitragem, como os ocorridos domingo.

Doeu muito perder o clássico.

Aprendi há muito tempo que de tudo é possível extrair-se algo positivo. Um exemplo: a união gremista contra a desfaçatez do árbitro, da CBF, em especial dos srs Francisco Noveletto e Leonardo Gaciba.

Indignado, revoltado, puto da cara, o torcedor foi para as redes sociais escancarar sua raiva. De repente, aconteceu que gremistas que antes do jogo trocavam palavras ásperas e agressivas, além de ofensas mútuas, se encontraram na mesma trincheira.

Tudo por uma causa maior. O torcedor percebeu que ele precisa se fardar, porque o clube sozinho, sem uma ação ruidosa de sua torcida, nunca conseguirá ‘sensibilizar’ os srs que comandam o futebol neste país.

O Grêmio recentemente foi à CBF questionar a arbitragem de um jogo contra o São Paulo. Estaria sendo punido por isso.

O fato é que ficaram lado a lado os gremistas de diversas correntes, todos buscando defender o que verdadeiramente une o torcedor: o seu clube.

Diferenças como ser renatista ou antirenatista, chapa-branca ou urubulino, tudo passou a ser uma discussão sem sentido, algo insignificante – como deveria ser independente de resultados de campo.

Então, desde o final da tarde de domingo o que se viu foi uma torcida unida, manifestando sua revolta, sua dor e seu desprezo por certas figuras que habitam esse universo chamado futebol.

A torcida mostrou que o clube pode contar com ela sempre, em especial nos momentos mais difíceis e turbulentos.

Bem, acho que em breve voltaremos à nossa programação normal, com muitos debates, críticas e teses, como deve ser, de preferência mais moderação e respeito.

Afinal, cada um a seu jeito, SOMOS TODOS GREMISTAS.

OPORTUNISTAS

É o mínimo que se pode dizer desse pessoal que sempre que ocorre um caso de racismo envolvendo de alguma forma o Grêmio sai por aí cagando teses para punir o clube.

É claro que essa linha de raciocínio desses oportunistas não vale para o Inter. O que torna tudo muito nojento.

Frase do colorado Fabricio Nejar, que denunciou o jornalista e escritor Peninha por racismo no clássico:

“Se o clube não educa o seu torcedor, é somente penalizando o clube que o torcedor entenderá a gravidade da ofensa…. “

Deve estar doendo muito passar tanto tempo sem títulos e dois anos sem vitória em Grenal.

O ATAQUE

Estamos juntando documentos para levar ao Departamento de Repressão aos Crimes Informáticos. Já temos provas sobre a origem dos textos violentos contra mim. E temos até um suspeito. Mas há mais gente envolvida. O resto virá com a investigação oficial.

Do portal do paraíso ao fosso do inferno

Quando Jean Pyerre, aos 30 minutos do segundo tempo, fez o gol depois de uma jogada tramada, um gol que os narradores antigos diriam que era de emoldurar de tão bonito, pensei estar ingressando no paraíso.

Todos os resultados da rodada favoreciam o Grêmio, que poderia voltar a sonhar com o título do Campeonato Brasileiro se o Flamengo, por exemplo, continuasse perdendo, o que de fato aconteceu.

O problema é que o Grêmio não se ajudou, não conseguiu sustenta o placar de 1 a 0 por míseros 15 minutos. O treinador Renato errou ao substituir no atacado, quando o mais prudente seria fazer mudanças cirúrgicas.

Mas o que mais contribuiu para o péssimo resultado, derrota por 2 a 1, que mantém e consolida o Inter no topo – é só entregar as faixas -, foram duas decisões do juiz Luiz Flávio de Oliveira que beneficiaram o Inter.

Primeiro: Ferreirinha foi abalroado por trás pelo Nonato, quando subia para dominar a bola no peito. Dentro da área. Pênalti não marcado.

Segundo: não foi pênalti de Kannemann, que tentou recolher o braço, sendo que a bola bateu antes no peito do zagueiro. O ex-árbitro Sandro Meira Ricci, afirmou, diante das imagens esclarecedoras, que não marcaria infração.

Por que o VAR não chamou o juiz?

O presidente Romildo Bolzan revelou, após o jogo, que o Grêmio está pagando por ter protestado na CBF a respeito daquele SP x Grêmio, em que o tricolor foi prejudicado escandalosamente pela arbitragem.

Espero que o Grêmio, contra o Flamengo, entre com seu time transição. Se é pra apatifar com a competição que seja assim. Mais que isso não há o que fazer, além de formalizar outra denúncia para ser esquecida na gaveta do vice-presidente da entidade, Chico Noveletto, ou arquivada pelo gaúcho Leonardo Gaciba.

Sobre as individualidades: finalmente uma bela atuação do Diogo Barbosa, comprometido, focado e com uma cereja sobre o bolo ao iniciar a jogada que resultou no gol de Diego Souza. Aliás, sobre DS, destacar o passe final depois de receber de Diogo, deixando Jean Pyerre à vontade para marcar um golaço.

Depois disso, era vez de o GRêmio matar o jogo. Mas aconteceu a virada colorada, dentro do seu estilo bumba meu boi, ou vai ou racha.

Jean Pyerre: começou bem, mas caiu, sumiu até o intervalo. Voltou melhor no segundo. Seu grande momento foi mesmo o gol. Ele pode mais, ou não?

O time todo do Grêmio foi bem de um modo geral. Pelo menos ninguém destoou. Uma pena a lesão de Geromel. Mas Kanneman mais uma vez foi um leão na área. Jogou muito, e foi punido com um penaltizinho sem vergonha.

Agora, o foco deve ser a Copa do Brasil.

PS -Vou terminar por aqui por motivo de saúde, lamentando que a derrota tenha sido dessa maneira. Estava me sentindo com o pé no paraíso, acabei caindo no fosso do inferno.

Mas tudo bem, é só futebol. Embora alguns não entendam isso.

O Fator Jean Pierre

Já está complicado ao natural, com o time jogando um futebol instável, por vezes decepcionante. Só faltava uma treta extracampo envolvendo justamente o Jean Pierre, apontado craque por muitos – está diminuindo esse ‘muitos’.

O jovem meia foi flagrado, quinta-feira, numa festa tipo pagode, com churrasco, claro. A maioria dos presentes vestida de vermelho. JP parecia um Lord, muito à vontade, tão à vontade que não usava máscara.

É claro que o atleta tem direito de aproveitar suas horas de folga do jeito que quiser. Agora, não pode é negligenciar em termos de sua saúde, ameaçando seus companheiros e comprometendo todo um trabalho.

A torcida ficou indignada, manifestando sua revolta pelas redes sociais.

JP, que tem perdido prestígio junto aos gremistas, poderia considerar que estamos numa semana Grenal, um jogo importante para o Grêmio manter sua hegemonia no Estado e iniciar uma nova tentativa no Brasileirão.

Esse tipo de atitude de um profissional na terra do clássico com mais rivalidade no país não pega bem. JP dá a impressão de que não está comprometido, uma imagem que ele tem construído a cada jogo.

O torcedor cobra, e cobra forte, por vezes é cruel.

JP terá de jogar muita bola no clássico, principalmente no quesito garra, aplicação tática, movimentação intensa e combatividade.

Por outro lado, a direção e Renato devem cobrar mais atitude do jogador, mas sempre tratando de não desvalorizar seu patrimônio.

Nada pensar em deixar JP no banco ou fora do jogo, como cogitam alguns torcedores.

Aí seria punir o clube, até porque não tem ninguém para a função de JP.

AFASTAMENTO

Grato a todos que manifestaram preocupação com minha saúde. Estou melhor, mas debilitado.

O desabafo do grande Capitão Maicon e a rotina de empates do Tricolor

Muito difícil mensurar o nosso Grêmio após a queda do Maestro Maicon devido  idade que chegou pra ele e chega a todos nós. Quem não aceita isso é mulher do padre. Com ele no auge ganhamos títulos importantes desde setembro/2016, e mantivemos a hegemonia no Estado. Ninguém pode contestar isso porque estamos na seca a dois anos quando ele parou de protagonizar, em 2018.

Maicon está encravado como um dos maiores jogadores de nossa história rica de desempenhos & Taças devido ao seu alto envolvimento nesse percurso dele no clube, elenco e time desde 2015, nada apagará mais isso, é um fato.

Importante destacar o momento de emoção do grande líder na coletiva pós-empate por 1 a 1 com o Galo.

 –Venho a cada dia tentando melhorar. Tem sido muito difícil para mim, porque quero jogar e não consigo — desabafou — Mas vou continuar trabalhando, porque ainda tenho muita coisa para ajudar a equipe.

O JOGO

O Grêmio hoje esteve à deriva durante boa parte devido a um pênalti acidental. Thaciano já entrou errado na escalação. Aí é responsabilidade do Renato. Agora, com qualquer escalação, o time deveria entrar mordendo e acelerando o jogo em busca dos 3 pontos, mas o bombadinho e tatuadinho treinador do galo entrou com 3.4.3 e atrapalhou nosso ”planejamento”, e os guris do time azul de novo não funcionaram.

Mas, nosso Capita & Maestro Maicon entrou e ajeitou a casa mais uma vez com seus toques de classe. Ajudou muito para arrancar mais um ponto precioso na tabela que ainda pode nos dar um G3 ou G4. Afinal, temos um treinador que sabe o que faz até nas dificuldades e lá se vão 16 jogos invictos nesse Brasileirão mesmo com tantos empates que não somam quase nada no contexto da competição.

Achei o Kannemann e Diego Souza os melhores do Grêmio, mas a partir da entrada do Maestro Maicon, com 35 anos, exuberante no meio, mais o Ferreira na do Pepê e LF na posição do Alisson, o jogo mudou e empatamos, com o galo assustado e torcendo para o jogo acabar.

GRENAL

Não consigo aceitar outro resultado diante do Grenal que não seja a vitória, pois vamos colocar ordem no estado e na tabela para fazer justiça porque cada Grenal é um campeonato à parte, e que se faça valer nossa superioridade sobre eles a 11 Grenais ou 2 anos & 5 meses, mesmo que seja lá dentro do aterro deles.

SOLIDARIEDADE

Total e irrestrita ao Blogueiro que sofreu uma agressão covarde e canalha. É lamentável que de um blog que trata de futebol, especificamente de Grêmio, brote tento ódio. E isso envolvendo  torcedores do mesmo clube.

Esse episódio mostra que a sociedade está doente, mais do que se imagina.

Que pena. Somos todos Gremistas e acho que é uma insanidade absoluta sempre transferir a outros qualquer acusação para fazer valer alguma tese própria de “possível” superioridade, pois nas redes sociais, somos todos iguais: engenheiros, Jornalistas, bancários, estudantes, médicos, juristas, Gremistas e seguidores de blogueiros, cada um de acordo com seu caráter, apoiando os seus amigos em qualquer espaço de análise, opinião & debates, mas com equilíbrio e sem enfrentamentos radicais e raivosos.

Desejo pronta recuperação do titular deste espaço, nosso Ilgo Wink. Um espaço que deveria ser de confronto de idéias, num ambiente de harmonia e confraternização.

Afinal, somos todos gremistas. Ou não?

Tenho dito.

COPIÃO DE TUDO – INTERINO

Títulos em jogo e um Grenal no meio do caminho

A prioridade era a Libertadores. Sonhava com o Tetra. Aí, nas quartas de final, como quem não quer nada, uma gurizada do Santos deu de relho em meu sonho, com direito a uma goleada de 4 a 1.

Hoje, minha prioridade é outra.

Seria conquistar o Brasileiro, o primeiro na era dos pontos corridos. A última vez em 1996. Eu ainda não tinha cabelos brancos. Faz tempo.

Depois a Copa do Brasil, que está logo ali, apenas 180 minutos distante. A Taça do Hexa, tão próxima que me fez lembrar uma canção do Guilherme Arantes:

“Quando a vi, logo ali, tão perto
Tão ao meu alcance, tão distante, tão real…”

Confiram:

https://www.google.com/search?q=tao+ao+meu+alcance+tao+distante+tao+real&oq=t%C3%A3o+ao+meu+alcance%2C+t%C3%A3o+real&aqs=chrome.1.69i57j0i22i30.7295j1j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8

Minha torcida, a partir desta noite de quarta-feira, às 19h15, na Arena, será sempre por vitória do Grêmio, claro. Mas diante da inviabilidade do título nacional, mais uma vez, a prioridade será secar o coirmão, tão sofrido nos últimos anos.

Então, no caso do jogo contra o Atlético Mineiro, o melhor para o meu objetivo (impedir que eles cheguem lá) é que o time mineiro vença. Racionalmente falando.

Ah, com o bônus de ver SamPaoli arrasado.

Mas meu lado torcedor é muito forte. Eu quero que o Grêmio ganhe e encoste no jabuti vermelho, para depois recolocar as coisas em seus devidos lugares com uma grande vitória.

Seria como um título de expressão. Um troféu simbólico.

Agora, eu sei que o Grêmio não tem fôlego nem estofo para jogar em alto nível até o final. As atuações e resultados recentes mostram que o Grêmio tem time para, digamos, um ou dois enfrentamentos a cada três ou quatro jogos com qualidade suficiente para vencer, e não colocar mais uma empate na lista.

Agora, por exemplo, o Grêmio tem quatro jogadores titulares pendurados com o cartão amarelo: Geromel, Vanderlei, Kannemann e Matheus Henrique. Imagine jogar o Grenal de domingo sem eles. Melhor não imaginar.

Então, tudo indica que Renato, no caso, sabiamente, vai reservar força máxima para o clássico. Um vitória desarruma a casa do adversário e posiciona melhor o tricolor na competição.

Resumindo, não vejo o Grêmio em condições de vencer os dois jogos desta semana. Seria demais para um time tão instável, que empolga e decepciona. Às vezes no mesmo jogo.

Mas ninguém está proibido de romper com uma tendência.

Maicon entra, arruma a casa e Grêmio consegue o empate

Depois de ‘cometer’ um primeiro tempo que é pra não esquecer – para que não se repita de tão escandalosamente ruim-, o Grêmio não melhorou grande coisa, mas ao menos foi digno no enfrentamento com o Palmeiras. E até deixou a torcida com esperança de que nos duelos pelo título da Copa do Brasil tudo será muito diferente. Até porque o técnico Renato terá à sua disposição o capitão Maicon. Só não digo que é Maicon e mais dez porque não sei como o “véio’ está para suportar a pegada atual do futebol por muito tempo.

Nos dez minutos em que o capitão jogou – eu ia escrever ‘esteve em campo’, mas aí estaria falando do elegante Jean Pyerre -, o Grêmio foi realmente ameaçador e merecedor de crédito na corrida pelo Brasileiro e, principalmente, pela Copa do Brasil. Ah, não é exagero referir que até JP melhorou.

O goleiro Weverton, que não trabalhou no primeiro tempo, salvou o Palmeiras com duas grandes defesas, mas acabou caindo aos pés do matador gremista, o veterano Diego Souza, que, apesar da idade, corre mais que muito guri.

Mas o que foi o gol de DS, que passou o primeiro tempo em completo abandono na frente, só reclamando de solidão?

Ah, o gol, obra de arte, tem a assinatura de Maycon. Ele recebeu dentro da área, e todos já sabiam o que aconteceria. Ele enfiou na medida para Luiz Fernando, que cruzou com para o goleador gremista mandar para a rede. Quer dizer, os dois reservas entraram e juntos construíram a jogada do gol de empate. Destacando Luiz Fernando, um jogador sem grife, mas muito útil.

Festejo o empate como se fosse uma vitória. Não fosse a imperícia palmeirense nas conclusões e as defesas de Vanderlei, o Grêmio teria leva pelo menos mais uns dois ou três gols no jogo, em especial na primeira etapa.

REsta saber se Renato prestou atenção para que o Grêmio não repita atuação tão pífia nesta reta final do Brasileirão e depois contra o mesmo Palmeiras pela CB.

O Grêmio, por mais qualidades que JP tenha, não pode abrir mão de ter um time mais vigoroso, mais rápido e encorpado, até mudando um pouco a forma de jogar que o consagrou.

Pelo que vi nesta noite, JP deve ser reserva de Maycon. Não dá para entrar em campo sem que todos os jogadores estejam comprometidos, determinados e focados. JP de novo deu uma entregada no começo do jogo. Isso é intolerável. Frisando que o gol palmeirense nasceu de uma passe errado de Alison no meio de campo. Em 30 segundos a bola estava na rede de Vanderlei.

Para os próximos jogos, espero que Renato defina Bruno Cortez como titular, já que o Diogo pouco contribui. E isso que eu gostei de sua contratação, sem entrar no mérito dos valores. É um lateral mediano, sem grandes virtudes.

Por fim, elogio à arbitragem de Bruno Arleu de Araújo: sem VAR, sem erros, sem reclamações, como deveriam ser todas.

O exemplo do Santos e o sucesso do Grêmio na base

Quem padeceu nos anos 70 e sobreviveu, como ainda é o meu caso, sabe que bateu o desespero nas direções da época, que contratavam jogadores para formar um time capaz de quebrar a hegemonia do rival. Poucos subiam da base e davam uma resposta à altura. É o caso de Iúra, um guerreiro, um herói nos clássicos grenais. O problema era a companhia.

Lembro-me de um guri da base que era cantado em prosa e verso como futuro craque: Jorge Leandro. Um meia habilidoso, um camisa 10. Eu ainda não trabalhava na imprensa. Eu o acompanhava pelos jornais e nos jogos no Olímpico. Leandro não estourava. Hoje entendo como era complicado para um guri das categorias inferiores jogar naquela crise, com nível de cobrança batendo no teto em função da necessidade.

Leandro se encaminhava da base para o time dos veteranos, até que de repente, não lembro por quê, ele começou a jogar, a desfilar seu talento. Mas Leandro durou pouco. Quando estava se afirmando como um possível craque, eis que ele estoura um joelho. Coisa feia. Nunca mais foi o mesmo.

Com a conquista do título gaúcho em 1977 (sim, vencer o Gauchão sempre é importante), quebrando a humilhante série de oito títulos seguidos do rival, a situação no Grêmio começou a clarear. Foi nesse período que Leandro começou a aparecer. Depois, veio a geração de jovens que levou o Grêmio ao grande título do Brasileiro de 1981, uma das maiores emoções que vivi no futebol. Eu era setorista do Grêmio naquela época. Fazia campanha pelo jornal, o Folha da Tarde, para um melhor aproveitamento dos juniores, citando o Inter como exemplo.

Eu acompanhava os treinos no campo suplementar e sempre que via um jovem se destacando eu fazia matéria com ele. Um exemplo: Paulo Roberto, o coelhinho. Fui a primeiro a escrever sobre ele, que jogava de volante e estava passando para a lateral-direita. Outro caso: Odair, que indiquei para Fantoni prestar atenção. Ele me ouviu e logo o escalou para um amistoso em Canela.

Então, não vejo ninguém com mais autoridade que eu para falar sobre o quanto é importante investir forte na base, e dela extrair jogadores para a conquista de títulos e como receita para os cofres do clube.

O exemplo de 1981 foi mantido nos anos que se seguiram. Nem sempre com o sucesso esperado. Década após década a gente percebe ondas de jovens talentos surgindo e ajudando o clube a crescer, mesclado com jogadores de fora.

Hoje, vivemos talvez a maior onda de todas desde 1970. Nos últimos cinco ou seis anos, o Grêmio revelou grandes jogadores e faturou milhões de euros. Nesse período, o Grêmio ganhou ainda maior projeção no país e no exterior. Cometeu equívocos? Sim. Contratou mal? Sim. Mas os acertos são em muito maior número.

Há quem critique a direção por ter ‘perdido’ Diego Rosa e Tetê, dois jovens talentos da base. Orientados por empresários/procuradores, ele decidiram seguir carreira no exterior. E aí não há cristo que resolva. A direção pode ter vacilado nesses dois casos, mas há outros tantos casos que deram resultado positivo tecnicamente e financeiramente.

Posso estar errado, não pesquisei, mas acho que só o Flamengo faturou mais que o Grêmio desde a chegada de Renato, responsável pela lapidação de Pedro Rocha, Éverton e Petê, entre outros. Deixando claro que essa política na base não é obra do Renato, e sim da direção, que encontrou em Renato um parceiro valioso na lapidação dos talentos.

O que mudou é que agora, depois dos casos Diego Rosa e Tetê, parece estará havendo mais zelo e agilidade na avaliação das promessas. O Grêmio tem feito contratos longos com os mais promissores, se antecipando às garras dos abutres que pairam sobre as categorias de base dos clubes de futebol.

Hoje mesmo se noticia que o clube prorrogou o contrato com o volante Fernando Henrique, 19 anos, para 2024, com multa de 40 milhões de euros. É um investimento que pode ou não dar o retorno esperado. Mas não resta outra alternativa aos clubes se não quiserem perder suas pedras mais preciosas. É um risco, mas não tem outra saída.

No mais, parabéns ao Santos, que, até por falta de alternativa, mandou a campo uma gurizada cheia de ambição e, certamente, com qualidade, sob o comando do técnico Cuca. Deu certo, independente do que acontecer na decisão contra o Palmeiras.

Não é uma fórmula mágica. Mas é um caminho que merece ser melhor avaliado pelos clubes: olhar com mais atenção o guri louco pra jogar do que pegar jogador meia-boca em fim de carreira e de alto custo.

NÚMEROS

Só com a venda de quatro jogadores da base, de 2017 pra cá, o Grêmio faturou R$ 350 milhões: Wallace (33 milhões), Pedro Rocha (45 milhões); Arthur (120 milhões), Jailson, 19 milhões, e Éverton, R$ 128 milhões.

Com Tetê, que o Grêmio ‘perdeu’, foram recebidos, em 2019, R$ 42 milhões.

NUNCA o clube vendeu tanto, tão bem e em tão pouco tempo.

Em meio a tudo isso, uma Copa do BRasil e uma Libertadores.

E há quem diga que o clube tem problema de gestão.

Luta pelo título brasileiro passa por arbitragens isentas e time focado

O multicampeão Cacalo Silveira Martins. do alto de sua experiência e conhecimento das coisas do futebol, afirma hoje em sua coluna que o Brasileirão vai ser decidido mesmo é no apito dentro de campo e no VAR.

Concordo com ele. Lembro-me que no ano mágico de 2017, quando o Grêmio conquistava o tri da Libertadores sob o comando do treinador Renato Portaluppi – é sempre bom repetir -, o Inter disputava a segunda divisão, a segundona, que a mídia vermelha insistia em chamar de série B pra amenizar a dor dos colorados.

Eu estava convencido de que o Inter não cairia, que haveria algum esquema montado para evitar a queda. Afinal, era o time do então presidente da Federação Gaúcha, o colorado Chico Noveletto. Imaginava árbitros comprados, jogadores na gaveta, etc.

Não que eu acredite que esse tipo de coisa prospere no ambiente sadio do futebol, último reduto da moralidade no país. Mas eu creio em bruxas…

Na minha vivência no futebol na condição de jornalista esportivo ouvi muitas histórias. Era um outro tempo, coisa mais amadora, envolvendo pouco dinheiro. Vejam, o árbitro Edilson, conforme denúncia da revista Veja, recebia uns 10 mil para arranjar jogos.

Hoje, neste futebol em que vicejam empresas de apostas e muito dinheiro, investidores, procuradores e empresário, além de dirigentes suspeitos, não se pode afastar de pronto a possibilidade de ações obscuras.

Nem sei como enveredei neste texto por este caminho. A ideia era só dizer que concordo com o Cacalo.

Agora, para concluir, se a gente for analisar com cuidado vai constatar que alguns clubes perderam mais pontos em função de suas próprias decisões, nem tanto por causa de arbitragens.

No caso do Grêmio, há, sem dúvida, erros grosseiros e suspeitos de arbitragens, mas não se pode negar que alguns pontos foram perdidos em jogos em que o time jogou muito descaracterizado e também porque algumas contratações não deram o retorno esperado.

Ainda assim, o time faz boa campanha e é capaz, sob o comando de Renato (especialista em superar desafios), repetir as grandes atuações que teve nesta temporada, incluindo as vitórias em grenais, Libertadores e, principalmente, Copa do Brasil.