O futebol que o Grêmio jogou na vitória por 1 a 0 sobre o Juventude, pelas oitavas da Copa do Brasil, foi pobre, deprimente e… Demolidor. Sim, demolidor de esperanças de novos títulos ainda nesta temporada.
Não será nada fácil garantir a classificação no jogo da volta em Caxias, na próxima quinta-feira. Por detalhe o Juventude não deixa a Arena com um empate. Seu goleador, Breno, perdeu um gol daqueles de fazer gremista acreditar que “Deus está reservando algo melhor para mim”, como dizia Baltazar, antes de fazer aquele gol antológico contra o São Paulo, no Morumbi, em 1981.
Não há mais Baltazar, mas Diego Souza, improvisado de camisa 9. DS não foi bem nesta noite na Arena. Ele e mais meia dúzia estiveram abaixo do tolerável.
Escaparam Geromel, Kanneman, Lucas Silva, Pepê e Isaque.
ISAQUE
Isaque foi a melhor notícia da noite. Um time vencedor, um time campeão, é forjado na adversidade e a partir de individualidades que se firmam nos correr dos jogos.
Isaque mostrou que está preparado para novos desafios. Não é mais uma estepe para pneu careca. Renato parece não ter visto que está desabrochando um meia que marca, combate, cria, articula e aparece na pequena área para fazer gol.
Foi o que aconteceu nesta quinta, quando ele iniciou a jogada pelo meio, tocou para Pepê, que devolveu na medida para alguém com talento encobrir o goleiro e fazer o que seria o único gol do jogo.
É claro que Isaque precisa evoluir, mas isto só jogando.
FERREIRA
Outro que precisa evoluir é Ferreira. Ele matou as aulas de lapidação e entrou ansioso demais para resolver as coisas sozinho. Jogou mais para si e algum empresário estrangeiro do que para o time.
Renato precisará ter sabedoria e, principalmente, paciência para fazer esse aspirante a astro entender que futebol é um esporte coletivo. Há o momento para driblar, e o momento para tocar a bola.
Ficou claro, contudo, que Ferreira tem um baita potencial. Agora é só uma questão de ajuste nos detalhes, mas detalhes que fazem a diferença entre o craque e o peladeiro inconsequente.
Sobre o jogo em si, o Grêmio teve condições de matar o jogo no primeiro tempo, quando, depois de fazer o gol, aos 8 minutos de partida, explorou contra-ataques. E o fez com rapidez, ao contrário do que disseram os comentaristas Paulo Nunes e Roger Flores, mas errou demais no último e penúltimo passe, e nas opções de jogadas.
Renato acertou na escalação inicial – praticamente a que os gremistas pediam -, mas errou ao sacar, por exemplo, Isaque, colocando Jean ‘devagar quase parando’ Pyerre; e tirar Ferreira para escalar Thaciano. Aliás, Thaciano quase ferrou tudo ao cometer uma falta desnecessária perto da área já nos acréscimos. Um gol ali seria o fim.
Renato precisa entender que até os deuses do futebol tem um limite de paciência e tolerância.