‘Renato é o cara’, diz Romildo, sinalizando que o técnico está ‘prestigiado’

‘Renato é o cara’, diz o presidente Romildo Bolzan, querendo com isso blindar seu treinador, que tem sido alvo da ira de torcedores nas redes sociais, muitos pedindo a cabeça da ‘estátua’.

Concordo com a frase, curta e seca, mesmo desconfiando que na verdade o presidente tricolor está encontrando uma nova forma de dizer que o treinador está prestigiado, o que, como se sabe, coloca o técnico de futebol na linha de tiro, na boca da caçapa.

Renato é o cara, sim. Mas Renato é o cara quando tem seu time titular na mão. Com força máxima, o Grêmio joga uma bola redonda, desculpem a redundância, e é temido e respeitado. Mas basta faltar alguns titulares que a maionese desanda.

O melhor técnico brasileiro em atividade no país se perde como um iniciante quando se trata de armar um time sem cinco ou seis titulares. É claro que esse é um problema que aflige todos os treinadores (menos o do Flamengo, que tem praticamente dois titulares titulares), mas Renato parece ter mais dificuldades para manter um futebol competitivo com time misto.

Domingo, contra o Santos, isso ficou muito evidente. Ainda assim, por detalhe o Grêmio não empata no final, depois de correr atrás da bola a maior parte do tempo e ter o agora contestado Vanderlei fazendo grandes defesas. Futebol é assim, estoura primeiro no goleiro, depois no treinador. Lembro-me que Vanderlei foi saudado pela maioria dos gremistas. Eu, modestamente, disse que ele e Paulo Victor se equivalem, e fui bombardeado.

Então, é inquestionável que o ‘o meu grupo’ não é lá essas coisas, e que nem todos os guris da base que foram promovidos estão aptos a brigar pela titularidades. Alguns, e isso é estatística, sequer serão lembrados dentro de algum tempo. Com ou sem lapidação comandada pelo Mestre Renato.

Bem, aí chegamos ao RB, que na manhã desta terça-feira, participou do Papo com o Presidente, no canal do clube no YouTube. O que extraio dessa entrevista, muito protocolar, um papai e mamãe sem graça, é que Romildo perdeu uma bela oportunidade de atiçar a torcida, sinalizar com firmeza que o clube como um todo está mobilizado e que reforços estão chegando. Mas nada de delírios como Covani. Algo mais pé no chão, mas com qualidade para chegar e entrar no time.

O presidente enfatizou que não tem receio de rebaixamento, mas a gente sabe que ninguém está livre, ainda mais se não houver uma sacudida e tudo continuar como está.

ODAIR, MANO E ROGER

Lamentável o procedimento de Mano Menezes após o jogo do Bahia com o Fluminente, vencido pelo ex-técnico colorado por 1 a 0.

O gol foi de Nenê, jogador que não erra pênalti. Ele poderia vir aqui na Arena dar umas aulinhas.

Voltando ao que interessa: Odair foi até o meio do gramado para cumprimentar Mano. A mão direita estendida de Odair encontrou o vazio. O colega passou reto.

Não custava nada estender o braço. Ficou feio.

Agora, Mano tem suas razões para estar irritado, fora a questão da arbitragem. Ele assumiu o Bahia pensando que poderia aproveitar a herança do ex-técnico gremista, que tem seus fãs aqui na aldeia. Mas pelo jeito não conseguiu tirar nada de proveitoso. Ou nada de proveitoso encontrou.

Grêmio sucumbe aos erros de Renato e da zaga central

Quando soube que o Grêmio entraria para enfrentar o Santos com um meio-campo formado por Lucas Silva, Thaciano e Robinho, fiquei abalado. Entrei em contato com um amigo e disse que se o time vencesse com esse trio nunca mais questionaria as escalações do Renato.

Aconteceu o que podia se esperar tendo um meio de campo como esse: a derrota. Mas a questão não se resume aos 2 a 1, como Renato, esperto, frisou na entrevistas coletiva. Perdemos por erros infantis, resumiu.

Essa tentativa de minimizar fiascos e não aprofundar questões táticas e técnicas não cabe mais. O primeiro tempo do tricolor, que viajou para ‘decolar’ pra valer no Brasileiro, foi ridículo. O pênalti cometido por Paulo Miranda foi mesmo infantil , além de irresponsável. Mas fez justiça ao que os dois times jogavam.

No segundo tempo, o time melhorou um pouco, chegando a assumir o controle do jogo por alguns momentos, já que o time de Cuca tentava administrar a vantagem e explorar contra-ataques.

Num espasmo do que pode ser o time e o que foi no passado recente, Diego Souza marcou o gol de empate, após bola rolada para trás por Pepê. Eram 27 minutos. O Grêmio estava melhor em campo, chegando a dar impressão de que poderia virar o placar.

Mas o Santos voltou a marcar, num pênalti infantil, conforme definiu o treinador, cometido por David Brás. Ou seja, os dois zagueiros reservas estavam enterrando o time. Nesse gol, o zagueiro da base, Rodrigues, errou numa saída de bola, o que resultou na falta de Brás, que minutos depois seria expulso.

Quer dizer, confiável mesmo apenas a dupla Geromel/Kannemann.

Renato fez substituições para deixar o time mais agressivo na frente. Conseguiu, mas proporcionou espaços para o ataque do Santos. Não fosse o goleiro Vanderlei o jogo poderia terminar com placar mais avantajado. O Santos teve, ainda, duas bolas na trave.

O goleiro do Santos também teve algum trabalho ao jogo do jogo, em especial no arremate de Maicon, na prorrogação, com João Paulo salvando para escanteio. Foi outra jogada daquelas que a gente tem saudade.

Enfim, apesar da má partida do Grêmio, a começar pela escalação inicial, o Santos por pouco não deixou escapar a vitória. O que mostra que não passa de um time mediano, contando com um atacante em fase luminosa.

Finalizando: Renato errou, e errou feio. Todo mundo viu que o meio campo escalado era um absurdo. Unanimidade nas redes sociais. Agora, as opções não eram tão melhores. A qualidade do grupo não é aquela que se imaginava.

De qualquer modo, insistir com Robinho e apostar de novo em Thaciano (não servia a ponto de ser cedido ao Santos) contribuiu fortemente para mais um resultado negativo no Brasileirão.

Só espero que Renato não fale mais em decolar na competição. O título, de novo, já era. O risco é de nem G-4 pegar, a não ser que venham reforços de muita qualidade.

BLOG

Eram 19h30 quando fui olhar o blog. Aconteceu o que eu esperava: dezenas de acessos: Mais de 250. Nada de novo: cada resultado negativo tem poder milagroso no blog, como a multiplicação dos pães. Quando o time ganha o número de acessos não passa de algumas dezenas. Quando perde, dá nisso.

A raiva é inspiradora…

O diário Olé, a projeção tricolor e a arrastada qualificação do time

Faz uns quatro anos visitei a redação da revista Olé, da Argentina. Até ali nenhum jornalista brasileiro havia cruzado as portas do veículo que ficou famoso no Brasil pelo tom debochado e jocoso em relação ao futebol brasileiro.

Uma arrogância que hoje não transparece nas páginas do diário, muito em função da decadência da seleção argentina, quadro agravado com a crise social, política e econômica dos nossos vizinhos nos últimos meses.

Escrevi sobre essa visita aqui no blog.

Pois o Olé está com uma campanha nas redes sociais para que Messi volte à seleção. O craque aparece usando camisas dos principais clubes do mundo. O único clube brasileiro que aparece é o Grêmio.

Repito: o Grêmio. Leram bem? Não é o Flamengo, nem Corinthians, nem Santos. É o nosso Grêmio.

Essa imagem foi desenhada e consolidada nos últimos quatro anos na gestão Romildo Bolzan. Dentro de campo e, claro, no vestiário, o mestre Renato Portaluppi.

É verdade que nos últimos dois anos o time decaiu. O desenho está precisando de retoques, mas isso não impediu que o famoso jornal de esportes da Argentina colocasse a camisa tricolor em seu apelo para que Messi volte à seleção de seu país.

O Grêmio faturou muito nesse período, mas gastou mal na busca por reforços. Não sei se tem outro clube no país que tenha gasto tanto e tão mal. Nem vou listar. Fico com o exemplo mais recente: Thiago Neves. Imperdoável ter gasto dinheiro com esse jogador, imperdoável.

Hoje, o Grêmio está envolvido numa luta para ficar na ponta de cima do Brasileiro e avançar na Libertadores. Com o grupo atual acho muito difícil, mas nada que uma conjunção astral favorável não resolva.

O que me irrita mesmo é ver que a cada ano, e isso vem de longa data, a gente vê o Grêmio se empenhando para garantir vaga na Libertadores do ano seguinte, mas não vê a direção qualificando adequadamente o time. É o que acontece agora. Bressan é um exemplo ainda muito vivo na memória dos gremistas.

Todo um trabalho pode ir ladeira abaixo por esse planejamento equivocado. Por vezes, falta dinheiro para buscar os reforços, mas não é o que ocorre no clube nos últimos tempo. Dinheiro tem, falta aplicá-lo com sabedoria e moderação. Ousar pensar em Cavani, com seus 6 milhões mensais de salário, é um exemplo de delírio coletivo. Felizmente, o negócio, se é que havia um, gorou.

O que vimos agora é, aparentemente, um Grêmio mobilizado em busca de jogadores de qualidade. Só hoje foram citados três nomes de estrangeiros. Essa busca deveria ter sido feita antes, com calma, sem desespero.

A direção deve ter seus motivos para não ter contratado antes. O presidente Romildo já deu provas de competência. Só espero que, agora, nada seja feito no atropelo para que não se jogue ainda mais dinheiro pela janela.

O que resta é acreditar que Renato mais uma vez resolva os problemas – que não são poucos – e consiga armar um time em condições de brigar por mais títulos, mantendo a imagem vitoriosa construída a partir de 2016.

Grêmio vence o Coritiba e mostra que tem condições de ‘decolar’ no Brasileiro

Se o empate no Grenal – resultado absolutamente injusto para o time que mais atacou e criou chances de gol – caiu como uma derrota, a vitória de 2 a 1 sobre o Coritiba nesta noite, na Arena, é retumbante como uma goleada.

O time de Renato precisava mais de uma vitória do que certa parcela da torcida gremista precisa ter de tolerância e respeito, conforme foi evidenciado quando Marcelo Oliveira entrou em campo, no último minuto da partida. MO, que vem de uma grave lesão, merece melhor tratamento, como ser humano e como atleta, um jogador útil na conquista da CB de 2016. A presença dele no final do jogo foi uma homenagem. MO naquele momento estava encerrando sua carreira.

Mas os amargos de plantão não perdoam.

Amargos que já preparavam artilharia pesada contra Renato em caso de um resultado negativo. Em 12 minutos, o Grêmio já vencia o jogo por 2 a 0, o que serviu para calar vozes agressivas, que criticavam a escalação do time para o jogo sem argumentos sólidos, mas amparadas na necessidade de contestar tudo o que Renato decide.

Particularmente, eu gostei de algumas medidas. Luis Fernando na direita, mais ou menos na função de Alisson, foi um acerto. Aliás, no comentário anterior comentei que LF poderia muito bem jogar por ali. E deu certo.

Luiz Fernando marcou o primeiro gol, de cabeça, aparando um cruzamento com açúcar e com afeto de Diogo Barbosa, cuja contratação foi muito criticada, e foi por mim exaltada. Mais uma prova de que eu conheço muito. Modéstia à parte.

Gostei também da opção por Victor Ferraz, que disputa posição com Orejuela. Os dois são de bom nível, mas de características diferentes, o que é bom para o treinador. Só tenho dificuldade de aceitar Robinho. Acho que é uma perda de tempo insistir com ele.

No segundo gol, David Brás foi muito oportunista e teve categoria para colocar a bola no canto esquerdo, fora do alcance do goleiro Wilson. Depois, o time recuou e o Coritiba cresceu. Até fez um gol, anulado pelo VAR.

Gostei muito do Giovanni Augusto, um bom articulador. Muito melhor que Robinho, por exemplo.

O time teve alguns apagões no jogo. O Coritiba descontou com um gol de cabeça. Há quem tenha visto falha de Vanderlei. Foi um lance difícil para o goleiro. Acho que foi mais descuido da dupla de área. O Grêmio, apesar de alguns pequenos sustos, teve condições de ampliar.

Mais uma vez Renato colocou jovens no segundo tempo. Não entendo por que ele de novo deixou fora o Ferreira. Ele está melhor lapidado que Guilherme Azevedo, que tem sido mais utilizado por Renato.

O retorno de Maicon merece ser saudado. Domingo tem jogo contra o Santos, na Vila Belmiro. Eu começaria com Lucas Silva, Maicon e MH, que jogou demais contra o Coritiba.

Bem, domingo vamos ver se o Grêmio decolou mesmo.

Há quem defenda a volta da grossura no futebol

Se há um lugar em que o futebol mais tosco e viril ainda é festejado e venerado é o Rio Grande do Sul. Sempre que ouço e leio alguém suspirando ao pedir a presença de um legítimo camisa 5, mais conhecido como volantão; um camisa 9 alto e espadaúdo para trombar com os zagueiros e de vez em quanto fazer um gol, de preferência de cabeça; ou uma defesa com três zagueiros, fico preocupado.

Escrevo a respeito porque há um boato circulando na Capital de todos os gaúchos no sentido de que o técnico Renato estaria projetando armar seu time com três zagueiros assim que puder contar com Geromel e Kannemann. Sei que tem gente aprovando a ideia, outros a criticando, crucificando o treinador gremista por algo que sequer foi cogitado e muito menos testado. Até provável escalação li em algum lugar.

Vou esclarecer: alguém defensor de esquemas e formações mais conservadoras, com marcação forte, e nesse ponto Dinho é lembrado como exemplo a ser seguido, quer ver o Grêmio jogando assim. Mais ou menos como o Grêmio de Felipão na vitoriosa década de 90. Então, o sujeito, que adora um 3-5-2, por exemplo, lança ao vento, ou nas redes sociais, que vai mais rápido, a ‘informação’ de que Renato vai mexer no esquema. Verdade ou mentira, isso se espalha, e gera discussão. Com o time num mau momento, a ideia ganha defensores em grande número, chega aos ouvidos de Renato, que, claro, ri e a descarta.

Estamos diante do famoso se colar, colou. Fosse outro o treinador, um Celso Roth, por exemplo, talvez o time já nesta noite, 19h15, na Arena tivesse três zagueiros para enfrentar o Coritiba.

Então, muito cuidado com aqueles que defendem a volta de grossura no Grêmio e agregados.

GALVÃO

Sobre o esquema com 3 zagueiros, lembro do então técnico Cláudio Duarte testando Mauro Galvão (isso foi em 1979, se não me engano), então com apenas 17 anos, para atuar de líbero, com dois zagueiros à frente.

Eu era setorista do Inter, recém iniciando na profissão hoje tão enxovalhada. E Cláudio, conversando com Otacílio Gonçalves, dizia que é preciso treinar muito para o esquema dar certo. Hoje, os técnicos fazem a migração de esquema de um jogo para outro.

Grenal termina com sabor amargo para o Grêmio

O empate por 1 a1 neste sábado, na Arena, tem o sabor, aroma e textura de uma derrota dolorida. O Grêmio manteve a sequência de invencibilidade – agora são 11 jogos sem perder para seu rival -, mas e daí?

O Grêmio precisava, e precisa muito, começar a vencer, a somar pontos para ainda manter a esperança de disputar o título do Brasileirão. No futuro vai ser bom lembrar desse período de hegemonia, mas o que interessa hoje é a ponta de cima da tabela, objetivo que parece cada vez mais distante.

Pior de tudo é a maneira como o Grêmio deixou de somar três pontos. Aos 7 minutos, Pepê tabelou com Diego Souza e encobriu com muita categoria o goleiro Lomba. O Grêmio passou a buscar o segundo gol, mas sem a volúpia que eu esperava.

O tricolor, que tinha o controle da partida, e ainda contou com a expulsão de Musto, que andava comportado no jogo. Mas ele é tipo escorpião, fazer faltas e cometer agressões são da sua natureza. Sobrou para o rosto de Diego Souza. O VAR não deixou escapar.

Tudo se encaminhava para uma vitória. Até que Bruno Cortêz passou a assumir o protagonismo no jogo. Aos 27 minutos, ele tocou com a mão na bola dentro da área. O VAR viu. Gallardo bateu e converteu o pênalti.

Mas o Grêmio ainda tinha um jogador a mais. Foi por pouco tempo, porque Cortêz assumiu de vereda o centro das atenções ao cometer uma falta estúpida, não compatível com sua experiência. Foi punido com o segundo cartão amarelo, seguido do vermelho.

O Grêmio ainda teve chance de fazer 2 a 1, mas o jogo ficou mesmo no empate, com o Grêmio perto da zona de rebaixamento e o Inter na ponta de cima, mesmo jogando esse futebol pobre de talento e criatividade.

O técnico Renato Portaluppi deu sua contribuição para que o Grêmio não vencesse e ficasse esse sabor amargo. Sacou Alisson e colocou Robinho. Alisson fazia excelente partida, mas estava desgastado. Poderia ter entrado Luiz Fernando. Não sei se adiantaria alguma coisa, mas ao menos é um jogador de velocidade, que joga pelos flancos e tem vitalidade para fazer a função de Alisson.

Na quarta-feira, 19h15, o GRêmio recebe o Coritiba. Se não somar 3 pontos é bom esquecer a ponta de cima da tabela de classificação e jogar para ficar numa posição honrosa.

O ‘efeito David’ e o vírus que enfraquece o Grêmio no clássico

Será castigo? O Grêmio que tem desdenhado o Brasileirão com sua política exagerada de escalar times mistos, pode ir para o Grenal deste sábado, 17h, na Arena, com uma equipe muito descaracterizada. Bateu uma onda de coronavírus que afetou alguns jogadores importantes. Entre eles, Jean Pyerre e talvez Pepê.

Já tem gente maldosa espalhando que JP está bem e que só não joga porque ele e Renato não se bicam. O ano não tem sido bom para o jovem meia, que recentemente sofreu muito acompanhando a luta de seu pai pela vida, sem contar problemas musculares que o perseguem faz horas. Mas, para os antirenatistas, vale mais a versão que o fato.

Então, no Grenal do primeiro turno do nacional, Renato Portaluppi, que estava determinado a jogar com a força máxima disponível (Geromel e Kannemann já tinham confirmação da doença), agora busca formatar um time competitivo com o que for liberado pelo departamento médico.

Mais importante que o fato de atingir 11 jogos seguidos sem derrota e com apenas um gol sofrido (e ainda por cima contra), é que o clássico vale pontos para o Brasileirão, onde o Grêmio está mal e o Inter se esforça para continuar no topo.

Em caso de derrota, o Grêmio vai ficar colado à linha do rebaixamento, empurrado pelo rival, que, ao mesmo tempo, subirá na tabela. Um jogo de seis pontos, em que o rival estará completo e o Grêmio com desfalques importantes.

LAPIDAÇÃO

O aspecto positivo é que Renato já mostrou que sabe lidar com as dificuldades, buscando soluções para superar obstáculos. No caso, ele tem uma gurizada louca para entrar e mostrar serviço. São jovens que ele vem lançando aos poucos para que se ambientem, seguindo o cronograma vitorioso do Departamento de Lapidação de Talentos.

Por falar nisso, o clube acabou de fechar contrato com uma verdadeira joia, Elias, de 18 anos. O guri, que é de SP, foi destaque na Copa São Paulo, assinou até 2024, multa rescisória de 100 milhões de euros. Ele está inscrito na Libertadores.

EFEITO DAVID

O verbo ‘amassar’ empregado pelo colunista David Coimbra foi usado por Renato para motivar ainda mais seus jogadores no clássico da semana passada. O técnico mesmo admitiu isso em sua entrevista coletiva, evento no qual o técnico solta o verbo sem maior cerimônia.

David já sabia que isso aconteceria. Ajudou a botar uma pilha dos jogadores. Agora, ele faz o mesmo, desta para mexer com o brio colorado ao afirmar, em coluna de dois dias atrás, que o Grêmio irá ‘amassar’ o Inter no Grenal deste sábado.

Os gremistas não se preocupam, até acham graça. DAvid já ganhou fama de ser pé-frio em suas previsões.

Mas o time colorado estará mais motivado do que nunca. Como diria um velho conhecido: vai perder motivado.

Renato, Jean Pierre e os conflitos com a imprensa

Renato Portaluppi é o técnico a ser abatido. Sim, abatido, não batido. É o inimigo número 1 de uma parcela menor – mas ruidosa como britadeira de asfalto – da torcida gremista; odiado pela torcida colorada como um todo e alvo preferido de uma certa parcela da crônica esportiva gaúcha, constantemente desafiada por Renato.

Na entrevista coletiva posterior ao Grenal de 1 a 0, no Beira-Rio, Renato provocou os repórteres, desafiando-os a mostrar a camisa vermelha usada pela roupa comum, social.

O técnico gremista estava aborrecido com os comentários e notícias veiculadas antes do clássico. Cobrou mais respeito aos atletas, etc.

Não foi a primeira vez que Renato reagiu forte às críticas e análises feitas por jornalistas e/ou radialistas. Isso mexe com o ego dos profissionais, alguns partem para a ‘vendetta’.

De repente, começaram a aparecer interpretações e notícias para a ausência de Jean Pierre do time principal, todas responsabilizando o treinador, que estaria ‘brigado’ com o jogador. Chegaram ao ponto de especular que Renato não gosta de ver alguém que brilhe mais que ele no time.

Olha, até pode ser verdade: a cada craque que surge ele trata de mandar embora para enriquecer na Europa e encher os cofres do clube. Renato não quer mesmo ver alguém brilhando mais que ele, se o garoto quer brilhar, que brilhe na Europa. (este parágrafo contém ironia)

Eu soube que JP estava sendo preparado para voltar em melhores condições físicas, para que pudesse jogar sem ter de voltar de novo ao DM, como tem acontecido com irritante frequência, alimentando boatos.

Pois JP deve voltar no Grenal de sábado. Outro que pode voltar é Maicon. É o meio campo titular se recompondo.

Com isso, terão de buscar outro assunto para fustigar o técnico gremista, que, em meio às críticas e cornetas de sua própria torcida, já garantiu vaga por antecipação à próxima fase da Libertadores.

Renato entre os 10 técnicos melhores do mundo

Não dou muita bola para estatísticas no futebol. O melhor isso, o pior aquilo, etc. Na falta de assunto até que vale para preencher espaço. Mas tem alguns levantamentos que servem para provocar.

É o caso do ranking divulgado nesta segunda-feira por um site holandês que elegeu os 10 melhores técnicos de futebol do mundo.

Adivinhem quem está na lista: sim, ele mesmo, Renato Portaluppi.

Antes que alguém se apresse em atacar o Football World Ranking, quero informar que esse site é muito conceituado na Europa pela seriedade de seu trabalho de avaliação de técnicos e jogadores, entre outras coisas.

O treinador gremista ficou na frente de grandes nomes no cenário mundial do futebol, como Zinedine Zidane (Real Madrid) e Diego Simeone (Atlético de Madrid).

Posso ouvir ranger de dentes aí do outro lado, diante da tela, mas percebo muito mais sorrisos de aprovação.

Os antirenatistas, entre radicais furiosos e moderados, vão ter de dormir com essa, na véspera de um jogo decisivo da Libertadores, contra o Universidad Catolica, na Arena, às 19h15.

O Grêmio é favorito. Por isso, Renato deverá somar mais uns pontos no ranking e quem sabe não se aproxime mais da liderança ao final da temporada pandemônica. Alguém duvida?

Gallardo, que está em segundo lugar no ranking, talvez estivesse abaixo de Renato se o River Plate não tivesse sido tão beneficiado na decisão de Libertadores de 2018 contra o Grêmio.

Confira a lista completa do site Football World Ranking:

  • 1º – Jurgen Klopp – Liverpool
  • 2º – Marcelo Gallardo – River Plate
  • 3º – Jorge Jesus – Benfica
  • 4º – Maurizio Sarri – Sem clube
  • 5º – Ernesto Valverde – Sem clube
  • 6º – Pep Guardiola – Manchester City
  • 7º – Renato Portaluppi – Grêmio
  • 8º – Tuchel – PSG
  • 9º – Diego Simeone – Atlético de Madrid
  • 10º – Zinedine Zidane – Real Madrid

O ‘choro’ de Renato e Coudet após os maus resultados na rodada

O dia em que Renato Portaluppi e Eduardo Coudet entraram em sintonia fina em suas declarações. Coudet: “Não estamos capacitados para jogar duas competições”. Renato: “É o preço de jogar mais de uma competição”.

Foi o que ambos disseram nas entrevistas após os jogos de ontem à noite. O Inter ficou no empate por 1 a 1 diante do São Paulo, no Beira-Rio, merecendo perder. Já se comenta a possível saída de Coudet, tão festejado por ser inovador e blá-blá-blá.

Já o Grêmio, com um time misto (o pessoal que ataca o tricolor muito mais para atingir o treinador desconsidera esse ‘detalhe’), não resistiu aos titulares do Atlético, hoje forte candidato ao título por ter formado uma boa equipe (boa, nada mais do que isto) e ter o suporte financeiro de uma grande empresa de Minas Gerais, além de um treinador de renome.

Os dois treinadores têm suas razões. Falta qualidade em ambos os grupos. Isso é inegável. Mas é fato, também, que os dois são responsáveis pelas contratações, algumas absolutamente insuficientes.

Bem, o Grêmio levou 3 a 1, foi dominado e mereceu perder. Jogou com apenas quatro titulares: Matheus Henrique, Lucas Silva, Pepê e Diogo Barbosa. Renato manteve a formatação que levou o time a vencer o Grenal, com três volantes no meio, mas as individualidades não eram as mesmas. Por isso, caiu o rendimento.

A derrota veio ao natural. O primeiro tempo foi desanimador. Mesmo assim o Atlético conseguiu fazer apenas um um gol, num erro de posicionamento de Paulo Victor (o que é discutível).

No segundo tempo, Keno ampliou aos 5 minutos, com a bola desviando na defesa e deslocando o goleiro gremista. Quatro minutos o paciente deu sinal de vida: Isaque descontou após cobrança de escanteio.

O mistro frio do Grêmio cresceu diante do time de Sampoli, que passou a caminhar enlouquecido à beira do gramado. Aí, o goleiro Éverson lança Keno que corre sozinho, desde o seu campo de defesa, seguido pelo MH, e desloca o goleiro PV, que estava numa tarde de chama-gol.

Foi um balde de água fria no time gremista.

Ficou muito claro pra mim que com o time completo, especialmente a zaga central, o Grêmio ganha do agora festejado Atlético. Na lateral-direita, que eu tinha alguma dúvida, agora estou convencido da titularidade de Orejuela. Victor Ferraz é aquele tipo de jogador ‘muito mais ou menos’. Joga um futebol burocrático, eficiente na maior parte das vezes, mas insuficiente para um time que almeja grandes títulos.

Agora, time completo diante do Universidad Catolica, nesta terça, às 19h15. No sábado, 17h, na Arena, mais um Grenal. Já está ficando chato isso.