Grêmio vence Grenal 427 e encaminha sua classificação na Libertadores

Com a vitória desta quarta-feira, dia 23, o Grêmio completa dez jogos sem perder para o Inter. E isso que o treinador do tricolor não passa de um ‘entregador de camiseta’ e ‘supervisor de rachão’, segundo alguns especialistas em badminton ou ping-pong.

Pois é, mesmo sem Geromel e Maicon, o Grêmio bateu seu antigo maior rival no Estado – o adversário agora é o Caxias – por 1 a 0, e até poderia ter conseguido um resultado mais elástico.

Em três bolas cruzadas rasantes da linha de fundo, não apareceu o pé do centroavante para desviar para dentro. Eram bolas para Diego Souza concluir. Mas ele me parece um tanto pesado e sem arranque.

Nesses lances faltou também a presença, vindo de trás, como surpresa, de um dos volantes – se Maicon estivesse em campo ele estaria ali para concluir, não por ser mais ágil, mas por ter uma visão ampla das jogadas para antever a melhor jogada.

Diego Souza, enfim, ficou devendo. No entanto, em outras jogadas ele se mostrou eficiente, como no lançamento que deixou Pepê livre para marcar, e ele fez o certo, encobriu o goleiro, mas a bola saiu pela linha de fundo.

O mesmo Pepê, que realmente tem dificuldade em mostrar seu jogo contra adversários retrancados, conseguiu em jogada individual, saindo da esquerda para a direita, fazer o gol da vitória. Um lance que lembrou muito Éverton (snif, snif, saudade).

O Grêmio foi sempre superior ao Inter. Quem leu meu comentário de antes do jogo viu que eu estava muito seguro da vitória, e que minha preocupação era mais com a arbitragem. Felizmente, deu tudo certo. Arbitragem impecável é sinônimo de vitória do time comandado pelo Mago Portaluppi.

Não vejo nesse time colorado qualidade para se manter sequer entre os quatro do Brasileirão, quanto mais disputar o título. Na Libertadores, vejo que o time corre sério risco de ficar de fora já nesta etapa. Nem é culpa do treinador. O elenco tem pouca qualidade.

O Inter tem dois jogos fora; o Grêmio dois em casa: pega o Universidad Católica, terça, 19h15; e depois o America. Quer dizer, tem tudo para terminar em primeiro lugar.

INDIVIDUALIDADES

Gostei muito do Lucas Silva, talvez o melhor em campo. Digo talvez porque Matheus Henrique, Kannemann e Orejuela também estiveram em nível elevado. Sobre o Lucas Silva, em alguns lances vi nele qualidades do Maicon, organizando o time e ditando o ritmo das jogadas, sempre assessorado por MH e Darlan. O goleiro Vanderlei fez uma grande defesa num cabeceio do Galhardo. Aliás, conforme comentou Mauro Galvão, a bola aérea seria o único caminho para o Inter tentar o seu gol. Mas aí apareceu bem a dupla de área. Rodrigues mostrou que pode ser uma boa alternativa.

No mais, aqueles que querem ver Renato pelas costas pelo jeito terão de esperar um pouco mais. Felizmente.

Grenal com arbitragem argentina e sem VAR

Começo com uma notícia que tirou parte da minha confiança absoluta numa vitória no Grenal desta quarta, 21h30, no Beira-Rio.

A Conmebol escalou um trio de argentinos para o clássico válido pela quarta rodada do Grupo E da Libertadores: Patrício Loustau será o árbitro, auxiliado por Ezequiel Brailovsky e Diego Bonfa.

A preocupação aumenta quando se sabe que em entrevista recente, o técnico colorado, um chorão dos maiores, disse que gosta de jogar tendo árbitro argentino no apito. E aí vem um trio argentino para o jogo.

Coudet, que virou freguês de caderno do Renato, deve estar feliz. Se ele pudesse, por certo traria seus hermanos para apitar aqui no Brasileirão.

Mas o que está ruim sempre pode piorar: o jogo não terá VAR, conforme estabelece o regulamento da Conmebol.

Apesar de tudo isso, acredito na vitória. Mesmo sem Geromel e Jean Pyerre, que mais uma vez fica de fora. O Grêmio tem mais time. Não vive um momento dos mais tranquilizadores, pelo contrário, mas não está pior que o rival em termos de futebol apresentado até o momento.

A volta de Pepê é o grande trunfo de Renato para o jogo. O time sem um atacante mais agudo e vertical perde muito em poder de fogo. Tem Ferreira aparecendo aí, mas a bola da vez ainda é Pepê.

Quem sabe os dois não acabem jogando juntos algum dia, com Renato optando por um ataque sem centroavante fixo, ganhando em mobilidade ofensiva. Luiz Fernando é outra alternativa.

Gostei também da ideia de jogar com três volantes, sendo que nenhum deles, felizmente, é o tal que ‘suja o calção’. A lamentar que Maicon ainda é dúvida. O Maestro cresce no clássico, que para ele é sempre uma sinfonia que ele rege à perfeição. Mas vamos aguardar. Se Maicon não jogar, o trio de volantes será o mesmo que jogou contra o Palmeiras.

Tudo indica, ainda, que Renato vai optar pelo Victor Ferraz, que não foi bem contra o Palmeiras. Talvez fosse melhor começar com Orejuela, que é mais versátil. Na esquerda, Diogo Barbosa, que pelo jeito já ganhou a posição. Foi relativamente bem domingo e tende a evoluir.

Meu palpite é de que aqueles que querem ver Renato pelas costas terão de esperar um pouco mais.

Time misto dá boa resposta e Ferreira começa a mostrar que pode fazer a diferença

Mesmo com metade do time hoje considerado titular, o Grêmio manteve um duelo equilibrado com o único invicto do Brasileirão, o Palmeiras. Destaque para Ferreira, que evitou a derrota com um gol de cabeça, desviando do goleiro Weverton. Coisa de quem conhece o caminho das redes;

O gol de empate, que aconteceu nos acréscimos, fez justiça ao time misto do tricolor diante da equipe titular do Palmeiras. Além disso, dá moral e confiança para o jovem atacante, que começa a justificar o investimento feito nele pelo clube após uma pendenga judicial.

O gol do time comandado por Luxemburgo foi marcado por Raphael Veiga, aparando cruzamento da esquerda. Até ali o Palmeiras pouco havia criado. O goleiro Vanderlei quase trabalhou, assim como o goleiro rival.

Foi um jogo de meio campo. Renato tratou de reforçar a marcação, preocupado com as ausências. Acertou ao escalar três volantes para equilibrar a disputa no setor, o que pode ser uma tendência para o Grenal de quarta-feira. O Grêmio ficou mais encorpado, o buraco que havia no meio praticamente desapareceu. O Palmeiras teve dificuldade para trabalhar a bola, para desespero e irritação dos secadores, azuis e vermelhos.

O Grêmio teve o controle da partida em boa parte do jogo, mas não conseguiu traduzir isso em situações de gol. Faltou alguém (Maicon) para o passe final de curta ou média distância, e também alguém com um drible vertical. Ferreira entrou para fazer isso. Sem ter sucesso com os pés, usou a cabeça. É um jogador que tende a crescer muito. Candidato forte à titularidade, mas ainda precisa confirmar.

Gostei que Renato voltou a utilizar a base. Só achei errado sacar Lucas Silva (cansaço?) para a entrada de Ferreira. Robinho é quem deveria ter saído.

O lateral Diogo Barbosa estreou bem. Marcou forte e deu algumas escapadas para o ataque. Mais entrosado será muito útil, podendo assumir no lugar de Bruno Cortez em definitivo.

O melhor do time foi Matheus Henrique, seguido de Lucas Silva e Alisson.

Em resumo, o MISTO do Grêmio contra os titulares do Palmeiras não jogou o suficiente para merecer três pontos, mas também não jogou tão mal a ponto de merecer uma derrota. O empate ficou de bom tamanho.

JEAN PYERRE

O Palmeiras manifestou interesse no meia, que até lembra Ademir da Ghia, ídolo palmeirense dos anos 70s.

Tem gente criticando o Grêmio por causa disso.

Ora, o Palmeiras tem direito de querer. E o Grêmio tem obrigação de negar.

JP só se for para o exterior, e por muita grana.

Grêmio joga em casa, mas não é favorito

Fazia tempo (acho que uns quatro anos) que eu que eu não escrevia uma frase parecida com esta: o Grêmio joga em casa e não é favorito. Neste domingo, 16h, enfrenta o Palmeiras, e tudo indica que terá uma zaga reserva.

Além de não contar com Kannemann e Geromel -este com alguma chance de jogar -, o técnico Renato mais uma vez não terá seu atacante mais agudo, o único que pode abrir uma defesa individualmente, como faz Éverton, agora no Benfica.

Pepê até poderia jogar, mas o negócio é vencer o Grenal de quarta-feira. E tem gente que despreza Grenal.

Há uma especulação de que Diogo Oliveira possa estrear na lateral-esquerda, saindo Cortez. Particularmente, penso que o melhor é começar devagar com o ex-palmeirente, que tem entrosamento zero com seus novos companheiros.

No meio de campo, espero que Lucas Silva seja confirmado ao lado de Matheus Henrique. Na linha mais ofensiva, Alisson, Isaque e Éverton, o genérico. Adiantado, o Diego Costa. Mas desconfio que ele será poupado para o clássico, passando Isaque para a frente e entrando Robinho.

Eu faria uma experiência com Alisson. Eu o colocaria mais centralizado, caindo para os dois lados, comandando a articulação. Ele cresce quando sua principal função é ser bengala de lateral. Alisson ainda não foi explorado como deveria. Aconteceu o mesmo com Marinho, que hoje brilha no Santos.

O Grêmio deverá contar com esses jogadores para começar:

Vanderlei; Orejuela, Paulo Miranda, David Braz (Rodrigues) e Diogo Barbosa (Cortez); Lucas Silva (Darlan), Matheus Henrique, Alisson, Isaque (Robinho) e Everton; Diego Souza

Pra finalizar, acho que Renato poderia escalar Rildo no lugar do Diego Costa, se for para poupar o goleador.

O Palmeiras também terá alguns desfalques: Lucas Lima, Patrick de Paula e talvez o Luiz Adriano, o que seria uma boa.

Romildo frustra gremistas radicais das redes sociais e mantém Renato

Até coletiva de imprensa virou motivo pra corneta. Não sei o que esperavam de uma coletiva em meio a uma crise, na véspera de um clássico nacional pelo Brasileirão e a poucos dias de um Grenal, pela Libertadores.

Quer dizer, sei o que muita gente esperava: a demissão do Renato. Não um pedido de demissão, mas um ponta pé na bunda mesmo para alegria dos ruidosos antirenatistas, um grupo que incha e diminui dependendo dos resultados. No momento, mais inflado que nunca.

Pois o presidente Romildo Bolzan, o primeiro a falar, decidiu manter o treinador. Até porque outra decisão seria um tiro no pé. Nenhum treinador chegaria agora e faria algo melhor. A não ser que por milagre os titulares que estão no departamento médico, o que mais trabalha no país pelo número de ‘internados’, de repente apareçam recuperados e pronto para jogar.

Decidiu manter, também, o preparador físico. O que vai mudar se trocar de preparador físico neste momento? Nada. Então, fica o sujeito que, pelo que li, foi indicado pelo Renato.

A favor desse profissional, Márcio Meira, está o bom jogo contra o Bahia, um oásis de qualidade e aplicação técnica e tática nesta fase assustadora. O Grêmio correu muito no segundo tempo. SErá que o problema é mesmo o preparador físico? Não sei, não entendo disso.

Sobrou, então, para o gerente executivo. Motivo? Não sei. Só sei que um executivo executa. Ele faz o que os superiores mandam. Apresenta sugestões, pesquisa, etc, mas só contrata com autorização de cima.

O presidente ainda comentou sobre a força das redes sociais. Dias atrás, fiz um artigo sobre a influência das redes sociais no futebol, em especial no Grêmio, rivalizando com a mídia tradicional.

Por fim, Renato deu aquele seu discurso tradicional, que não fede e não cheira, e não trouxe nada de novo. Lamentou apenas que não possa contar com titulares importantes por motivo de lesão ou de cartão. Frisou que o time está na luta pela Libertadores e pelo Brasileiro.

O momento mais tenso foi quando um repórter de rádio ao fazer sua pergunta deu a entender que Romildo teria dito que não garantia o treinador em caso de derrota no Grenal. Romildo elevou o tom para rebater esse disparate.

Qual dirigente vai dizer um absurdo desse com o treinador ao lado às vésperas de dois jogos de elevada importância. É muita maldade. Sempre aparece alguém para colocar mais gasolina no fogo, ainda mais se for no lado do Grêmio.

Grêmio joga mal e escapa de goleada no Chile

Mais sorte que juízo. O Grêmio escapou de uma goleada diante do Universidad Católica, no Chile. Perdeu por 2 a 0 e pode até comemorar por não ter levado mais, complicando a situação do saldo de gols, critério que pode decidir classificação.

O goleiro Vanderlei, que foi mal no jogo anterior, recuperou-se com grandes defesas. O restante do time esteve mal, e foi envolvido pelo toque de bola dos chilenos. Aliás, o pessoal da transmissão do SBT, em especial o Mauro Galvão, não cansou de elogiar o Universidad. Ora, é time para ser goleado na Arena. Quem viver, verá.

O Grêmio começou a perder o jogo no vestiário, antes de entrar em campo. Renato deveria ter reforçado o meio de campo. Um trio de volantes/armadores, como são Matheus Henrique e Darlan, para proteger mais sua zaga (desfalcada de Kannemann, e depois por Geromel, que saiu lesionado). O fato é que o Grêmio perdeu o controle do setor, e começou a ser derrotado por aí.

A única coisa positiva, que não chegou a dar o resultado esperado, foi Renato ter mandado a campo, ao perceber que a vaca já estava pastando no brejo, a gurizada que estava no banco. Pior não deve ficar, deve ter pensado o treinador gremista.

A piazada, desentrosada, entrou com todo gás, mas nenhum deles me entusiasmou. Espero que Renato insista com Ferreira, Guilherme Azevedo e Rildo (este foi o que mais agradou).

O que me assusta é ver que saindo um dos zagueiros a zaga já se perturba, os dois, então…

No meio, Maicon faz muita falta, apesar do peso da idade. Na frente, Pepê, com a saída do Éverton, virou salvação.

A lamentar também a ausência do Jean Pyerre, de novo por motivo de lesão.

Sem eles, o Grêmio é pouco mais que um time comum.

Ser gremista é uma dádiva

Não sei quando começou minha paixão pelo Grêmio. Mas atribuo ao meu avô materno, Alfredo, a opção pelo tricolor. Getulista, Brizolista e Gremista, este era meu avô, que mantinha sobre a geladeira um boneco do Getúlio Vargas, com bombacha branca e uma cuia na mão.

É o que os meus olhos de menino registraram e conservaram com o passar de tantos anos.

Eu passava as férias de verão em Santa Cruz, numa escola agrícola de referência que há muitos anos foi destruída como muitas coisas boas neste país. Meu avô era uma espécie de gerente, capataz do local.

Sim, ele me fez gremista. Mas desconfio que, na verdade, sou torcedor do Grêmio desde que nasci tamanha é minha ligação com o clube.

Ainda criança, ouvia os jogos do Grêmio ao lado do meu avô. Rádio Guaíba, então liderada pelo grande narrador Pedro Carneiro Pereira, também gremista.

Foi através da rádio que “conheci” Airton Ferreira da Silva, Sérgio Lopes, Alcindo, etc. Lá por meados dos gloriosos anos 60, o Grêmio com seu time titular foi jogar em Lajeado, no estádio Florestal. Metido, consegui convencer Airton a tirar uma foto comigo e outros piá. A foto foi publicada na Folha Esportiva.

Foi assim que começou minha ligação com este que hoje é um clube conhecido e respeitado, com admiradores no mundo todo, e, não duvido, até em Marte, ou Vênus, onde descobriram nesta semana uma forma de vida.

Em 1972, ou 73, me associei ao Grêmio. Depois, quando comecei a trabalhar como profissional na Folha da Tarde, em 78, deixei o quadro social. Aquela coisa da rivalidade regional.

Comecei a conviver com os jogadores. Sofri nos anos 70. Como diria o Antônio Carlos Verardi, “eles” venciam tudo”. Fiquei cascudo, suportei com altivez outras vitórias “deles” e festejei intensamente as vitórias e títulos que foram se sucedendo depois.

Quase morri no Gauchão de 1977, quando foi rompida a hegemonia vermelha. Muita, muita emoção. E o Brasileiro de 198i, então? Depois, as Libertadores, as Copas do Brasil, etc.

Vou parar por aqui porque chega um momento em que a saudade dói.

Bem, este relato, muito resumido, é uma singela homenagem ao clube que tomou meu coração e que, neste dia 15, está completando 117 anos de existência.

Ser gremista é uma dádiva, não é para todos.

Grêmio perde dois pontos em casa mesmo com titulares

Aí a torcida gremista se mobiliza nas redes sociais e pressiona por força máxima para enfrentar o glorioso Fortaleza, dentro da Arena, mesmo que tenha jogo pela Libertadores na quarta-feira, e o Grêmio comete esse futebol irritante e nauseante.

O empate por 1 a 1 é mais um indicativo de que o time vai disputar na melhor das hipóteses um quarto lugar na Libertadores, e isso se tiver o reforço de Cavani. Algo que me parece impossível.

Posso estar exagerando, mas é o que casa oferece para o momento. Evidente que tudo pode mudar de uma hora para outra. Por exemplo, se Ferreirinha repetir o que Éverton fez, abrindo defesas compactas a dribles estonteantes. Se Renato conseguir armar um time mais objetivo, que chute mais a gol e não insista tanto em afunilar e tentar o gol abusando da troca de passes nas imediações da área.

Enfim, muita coisa pode acontecer. Mas, hoje, horas depois do resultado frustrante, o que eu sinto é isso: mais uma vez o Brasileirão está saindo pelo ralo. Dizem, como dizem todos os anos, o Brasileirão mais fácil dos últimos anos, o que não é verdade.

De positivo, uma rápida entrevista do Renato, antes do jogo. Ao ser questionado sobre por que colocar o time titular, diferente do que se especulava, contra o modesto Fortaleza, dentro casa, ele respondeu:

-A gente aprende com os erros -, citando o empate na estreia contra o Ceará onde ele escalou um misto frio, praticamente um time de reservas.

Um raro momento de humildade do técnico gremista.

O JOGO

Começo a ficar com a leve desconfiança de que Vanderlei é aquele goleiro que toma os chamados gols espíritas. Teve uma na semana passada e agora este, numa das raras vezes em que o adversário ameaçou o gol.

Sobre o time, o sistema defensivo cometeu algumas falhas, mas nada grave, tanto que Vanderlei praticamente não trabalhou.

Do meio para a frente o time foi lento, exagerou na troca de passes sonolentos que permitiram que o Fortaleza erguesse uma muralha quando atacado. Não gostei de ninguém. Se fosse no Cartola, venderia o time todo.

Exceção foi Luiz Fernando, que mais uma vez entrou bem. Sua expulsão, injusta a meu ver, prejudicou o Grêmio, que perdeu seu atacante mais agudo, mais vertical.

Ferreirinha teve menos de 10 minutos para jogar. Ele poderia ter entrado mais cedo, talvez aos 25 do segundo tempo, mais ou menos.

Sobre o pênalti. Diego Souza errou de novo. Aí aparece o ímpeto e o oportunismo de Luiz Fernando, que pegou o rebote e mandou a bola para a rede. O VAR invalidou o lance, e mandou repetir a cobrança, beneficiando o infrator. Felizmente DS acertou.

Mas já está ficando grave essa situação de desperdiçar tantos pênaltis.

Por fim, o Grêmio, mesmo com esse futebol, criou chances e só não venceu por imperícia nas conclusões e por causa do goleiro Felipe Alves.

Caso Ferreirinha: clube precisa acelerar o processo de avaliação

A tumultuada renovação de contrato de Ferreirinha deverá provocar uma mudança na forma como o Grêmio trata seus jovens talentos. A novela com Ferreirinha, ou Ferreira, como protagonista, teve final feliz nesta semana. E neste domingo ele já deve aparecer no jogo contra o Fortaleza, na Arena.

Para evitar que situações parecidas se repitam, é preciso que o Grêmio – e a maioria dos clubes -, se adapte aos novos tempos, onde tudo acontece com mais rapidez e menos cautela. O guri que se destaca não quer perder tempo. Vive na velocidade dos vídeo games, sonhando com roupas de grife, carrões e vida de superstar, mirando ídolos como Neymar.

Os responsáveis pelas categorias de base precisam estar preparados para detectar quais jogadores realmente têm condições de dar uma resposta que justifique investimentos pesados, mas não existe fórmula para isso. Existem muitos fatores envolvidos.

Se o guri estoura, tudo bem, o retorno será grandioso, mas se for como foguete molhado, que não explode, será muito dinheiro jogado fora.

Ainda assim, esse dinheiro investido sempre será muito inferior aos jogadores medianos e em declínio na carreira que muitas vezes são contratados em detrimento de jogadores da base, sem qualquer possibilidade de retorno financeiro, ao contrário do que pode ocorrer com os jovens da base que são alçados ao grupo profissional.

O Grêmio, na realidade, vacilou com Ferreirinha. Talvez por não acreditar nele. Ferreirinha, de 22 anos, teve um problema sério de fascite plantar (solucionado pelo seu empresário, que buscou tratamento alternativo na Espanha). Isso pode explicar por que Ferreirinha deixou tudo nas mãos de seu representante.

O fato é que ele teve um começo instável e por pouco não foi dispensado. O clube o emprestou para clubes menores. E começou a estourar mesmo no ano passado, no Brasileiro de aspirantes, do qual foi goleador. A renovação de contrato passou a ficar complicada a partir daí.

O importante é que o caso sirva de lição para que todo esse processo avance com mais celeridade. Se os guris e seus jovens empresários têm pressa, o clube não pode ficar atrás, sob pena de assistir a outros ferreirinhas saírem ‘voando’ rumo à Europa.

FORTALEZA

Tudo indica que o Grêmio irá com um time reserva, no máximo um misto frio, para o jogo deste domingo, 16h.

A justificativa é que quarta-feira tem jogo pela Libertadores, no Chile.

O problema é que o time precisa subir na tabela, são três pontos em jogo.

Eu defendo um time misto, poupando apenas os jogadores mais veteranos, que ficariam no banco para uma eventualidade.

Ah, o jogo pode marcar a estreia de Ferreirinha e de Diogo Barbosa. Este eu vi jogar muita bola no Cruzeiro. Grande reforço.

Vitória na Bahia alivia os gremistas e frustra secadores

O Grêmio segue frustrando expectativas, para o bem ou para o mal. Aqueles que esperavam por uma derrota na Bahia para cornetear do roupeiro ao presidente, e colocar o técnico Renato no paredão de fuzilamento, terão de esperar mais um pouco.

Alguém pode pensar que estou exagerando. Nem é preciso percorrer as redes sociais, onde vale tudo do pescoço para baixo, para ver a quantidade de gremistas contrariados com os 2 a 0 sobre o time baiano, o mesmo que empatou com o ‘poderoso das galáxias’ em pleno Beira-Rio.

Como exemplo dessa frustração, cito um parceiro aqui do blog, coisa que não costumo fazer, mas não poderia encontrar maior exemplo. Olha que o “Olavo” escreveu, ali pelas 21h30,resumindo esse sentimento de quem torce e ao mesmo tempo seca, e que eu não consigo explicar:

“Grêmio venceu. OK. Fora, Renato”.

Sem comentários.

O JOGO

Foi uma vitória importante e uma atuação irregular, mas alentadora. Valeu pelos três pontos, fundamentais para um clube que entrou na competição como um dos favoritos. Mas valeu também porque o time mostrou vergonha na cara, e não se intimidou. Ah, e correu até o fim.

Os primeiros 25 minutos foram desesperadores, o que provocou coro de corneta na internet. Muito justo, aliás. Aí o time misto do Grêmio, que jogou sem alguns de seus principais jogadores, fez um gol, o que foi suficiente para dar mais moral ao time que entrou desacreditado por muitos, inclusive eu.

Bruno Cortez cobrou lateral para Diego Souza desviar na diagonal para trás, onde apareceu Alisson para chutar no canto direito. Uma jogada claramente ensaiada pelo ‘treinador de rachão’. No segundo tempo, com o Grêmio já melhor posicionado e mais confiante, uma jogada que lembrou os velhos/recentes tempos:

O jovem Darlan, de movimentação intensa na partida, mostrando que é um volante que ‘pisa na área’, recebeu um passe precioso de Alisson e soltou um balaço inapelável para o goleiro. Um tipo de gol, e circunstância, que da mais moral a qualquer jogador, principalmente para um jovem.

Alisson foi, na minha opinião, o segundo melhor jogador do Grêmio. Fez um gol e deu passe para outro (erro, quem deu passe para o segundo gol foi Éverton), além de participar muito do jogo. Foi talvez sua melhor partida pelo tricolor. Atrás dele, eu escolho Orejuela. Além da entrega, da dedicação e do envolvimento pleno com o jogo, ele apareceu bem também no apoio.

O melhor foi, sem dúvida, o Vanderlei. Fez grandes defesas, mostrou segurança e serenidade mesmo na pressão dos baianos. Esta vitória tão importante tem a participação decisiva do seu goleiro, ainda visto com desconfiança por mim e boa parte dos gremistas.

A lamentar a expulsão de Matheus Henrique, que não joga contra o Fortaleza, domingo, na Arena.

Importante registrar ainda que a ausência de medalhões abre espaço para observação dos jovens da base que aguardam uma chance no time principal. É cedo para conclusões, mas tem gente boa chegando aí.