Com a vitória desta quarta-feira, dia 23, o Grêmio completa dez jogos sem perder para o Inter. E isso que o treinador do tricolor não passa de um ‘entregador de camiseta’ e ‘supervisor de rachão’, segundo alguns especialistas em badminton ou ping-pong.
Pois é, mesmo sem Geromel e Maicon, o Grêmio bateu seu antigo maior rival no Estado – o adversário agora é o Caxias – por 1 a 0, e até poderia ter conseguido um resultado mais elástico.
Em três bolas cruzadas rasantes da linha de fundo, não apareceu o pé do centroavante para desviar para dentro. Eram bolas para Diego Souza concluir. Mas ele me parece um tanto pesado e sem arranque.
Nesses lances faltou também a presença, vindo de trás, como surpresa, de um dos volantes – se Maicon estivesse em campo ele estaria ali para concluir, não por ser mais ágil, mas por ter uma visão ampla das jogadas para antever a melhor jogada.
Diego Souza, enfim, ficou devendo. No entanto, em outras jogadas ele se mostrou eficiente, como no lançamento que deixou Pepê livre para marcar, e ele fez o certo, encobriu o goleiro, mas a bola saiu pela linha de fundo.
O mesmo Pepê, que realmente tem dificuldade em mostrar seu jogo contra adversários retrancados, conseguiu em jogada individual, saindo da esquerda para a direita, fazer o gol da vitória. Um lance que lembrou muito Éverton (snif, snif, saudade).
O Grêmio foi sempre superior ao Inter. Quem leu meu comentário de antes do jogo viu que eu estava muito seguro da vitória, e que minha preocupação era mais com a arbitragem. Felizmente, deu tudo certo. Arbitragem impecável é sinônimo de vitória do time comandado pelo Mago Portaluppi.
Não vejo nesse time colorado qualidade para se manter sequer entre os quatro do Brasileirão, quanto mais disputar o título. Na Libertadores, vejo que o time corre sério risco de ficar de fora já nesta etapa. Nem é culpa do treinador. O elenco tem pouca qualidade.
O Inter tem dois jogos fora; o Grêmio dois em casa: pega o Universidad Católica, terça, 19h15; e depois o America. Quer dizer, tem tudo para terminar em primeiro lugar.
INDIVIDUALIDADES
Gostei muito do Lucas Silva, talvez o melhor em campo. Digo talvez porque Matheus Henrique, Kannemann e Orejuela também estiveram em nível elevado. Sobre o Lucas Silva, em alguns lances vi nele qualidades do Maicon, organizando o time e ditando o ritmo das jogadas, sempre assessorado por MH e Darlan. O goleiro Vanderlei fez uma grande defesa num cabeceio do Galhardo. Aliás, conforme comentou Mauro Galvão, a bola aérea seria o único caminho para o Inter tentar o seu gol. Mas aí apareceu bem a dupla de área. Rodrigues mostrou que pode ser uma boa alternativa.
No mais, aqueles que querem ver Renato pelas costas pelo jeito terão de esperar um pouco mais. Felizmente.