Pressão das redes sociais faz Grêmio mudar planos para enfrentar o Vasco

Escalar um time reserva, ou misto frio, contra o Ceará, já na segunda rodada, foi um tapa na cara dos gremistas, entre os quais me incluo. Foram dois pontos perdidos no empate por 1 a 1. Contra o mesmo time, também em Fortaleza, o Vasco foi lá e goleou, trazendo 3 pontos na bagagem, o que tornou ainda mais dolorido o empate do tricolor.

Pois neste domingo, contra o Vasco, o Grêmio vai jogar com todos os titulares, com exceção daqueles que estão lesionados, como Maicon, Diego Souza e Geromel – desfalques muito importantes. Vanderlei deve ser poupado. Nesse caso, joga Paulo Victor, um goleiro equivalente titular.

A mudança de planos aconteceu na manhã deste sábado, no treino realizado no CT do Fluminense.

O Vasco, por sua vez, terá 3 ou quatro desfalques, também por motivo de lesão. Felipe Bastos, ex-Grêmio, tem sido destaque do time, marcando gols em chutes de longa distância e em cobranças de faltas. O atacante Cano é outro que precisa ser bem marcado.

Bem, é reconfortante saber que aquele discurso de dias atrás de que o time jogaria com time misto para poupar este ou aquele jogador, escalando um time misto ‘quente’, mudou.

Tenho certeza que a mudança se deve em razão da pressão das redes sociais. A revolta e a indignação da torcida foram realmente muito grandes.

Agora, que ninguém se iluda. A política de poupar titulares não foi abolida. Precisamos ficar atentos e vigilantes. É claro que mais adiante quando houver outra competição paralela se defina a prioridade naquele momento, naquele jogo específico.

Não é o caso do Caxias. A ideia de que o time jogaria desfalcado contra o Vasco pensando na decisão de quarta-feira contra o Caxias acabou não vingando. É só o que falta priorizar o Gauchão a um jogo do Brasileiro. Uma inversão total de valores.

A imensa maioria dos gremistas coloca o regional em segundo plano. É bom que a direção do clube e sua comissão técnica nunca se esqueçam disso.

Mas, e se a decisão fosse contra o Inter? Bem, aí seria outra história.

O TIME PARA ESTE DOMINGO

Convenhamos, é um time de respeito.

Aqueles que detestam o Maicon, por exemplo, estão até achando que o time ganha com Lucas Silva na posição. Não é o meu caso, claro. Outros choram a ausência do Vanderlei. Enfim, nunca teremos unanimidade.

Paulo Victor; Orejuela, David Braz, Kannemann e Cortez; Lucas Silva e Matheus Henrique; Alisson, Jean Pyerre e Pepê; e Isaque. 

Grêmio joga melhor, mas deixa escapar a vitória no final

O empate com o Flamengo, antes de a bola rolar, até seria um bom resultado, considerando-se que é um clássico do futebol nacional. Mas empatar no ‘apagar das luzes’, como diria um narrador na década de 60, e ainda por cima com um gol de pênalti é um baita castigo.

Um castigo merecido, segundo alguns parceiros aqui deste e outros espaços, para um Grêmio que teria se acadelado no segundo tempo, ao invés de partir pra cima do adversário, reconhecidamente o grupo de melhor qualidade no país.

Pois eu sustento que o Grêmio adotou a estratégia mais adequada para esse enfrentamento, tanto que foi o time que mais criou, apesar do esquema ‘covarde’.

O Flamengo precisou de um gol de pênalti cometido por Kannemann, um gigante na defesa ao lado de Geromel, mais gigante ainda. Um lance que precisou do VAR para dirimir dúvida. Gabriel foi o autor do gol.

O Grêmio, de um primeiro tempo pouco criativo (faltava Éverton para abrir a defesa do Flamengo, que, também foi pouco ousado, respeitando o adversário). Até que Pepê assumiu o papel de abridor de lata, fazendo um belo gol após uma enfiada de bola sensacional de Alisson, aos 44 minutos.

O que fez Renato no segundo tempo, e está sendo criticado. Chamou o Flamengo para seu campo – mais ou menos o que o rival havia feito no primeiro tempo, bloqueando a entrada de área.

Aí o futebol de Pepê apareceu mais, já que o time ficou com espaço para atacar. Bola recuperada chegava rapidamente ao setor defensivo do Flamengo.

Pepê cresceu, e poderia ter definido o jogo em pelo menos duas oportunidades. Isaque, que substituiu Diego Souza, lesionado, deu uma nova dinâmica ao time. Ele poderia ter decidido a partida também em duas boas ocasiões, numa delas driblando dois zagueiros.

Em resumo, foi uma boa partida do Grêmio, que muitos não cansam de criticar porque falta isso ou falta aquilo, mas ainda assim cobram desse time tão ‘deficiente’ uma atuação de clube europeu, buscando o gol do primeiro ao último minutos.

Bem, Maicon e Diego Souza saíram lesionados. Dificilmente jogam contra o Vasco, domingo. Espero, ainda mais agora, que Renato escale todos os titulares disponíveis para buscar 3 pontos e devolver a esperança ao torcedor.

MAS tenho uma suspeita, de uma hora pra outra vão aparecer vários titulares com algum tipo de lesão ou o tal desconforto.

INDIVIDUALIDADES

Vanderlei – foi praticamente um espectador com a camisa desse time ‘cheio de problemas’; Sem nota

Orejuela – Muita entrega no jogo. notaq 7

Geromel – Nota 10

Kannemann – nota 8

Cortez – Marcou forte e ajudou a compor o meio; nota 7

Matheus Henrique – Apareceu pouco na frente, mas foi decisivo na marcação. Nota 8

Maicon – O maestro saiu no intervalo. Outro lesionado; nota 8

Lucas Silva – Entrou no lugar do capitão e não inventou. 8

Alisson – Muito esforço e um lance genial no gol gremista; 7

Jean Pyerre – Está voltando a jogar o que sabe e pode. Cansou. 7

Thiago Neves – Substituiu JP. Difícil entender sua escalação. nota 5

Pepê – Quando se trata de contra-atacar é tudo com ele. Um golaço e bons lances na frente. 9

Diego Souza – Muito esforço, pouca inspiração. Saiu lesionado. nota 6

Isaque – Fez mais que o titular em menos tempo. 7

OBSERVAÇÃO – Esta cotação é uma sugestão do parceiro Seu Algoz.

Torcida gremista quer força máxima contra Flamengo e Vasco. Clube não pode desistir do Brasileiro

Custo a acreditar que o ‘planejamento’ do Grêmio para o Brasileirão estabeleça time misto contra o Vasco, domingo. Se isso realmente está sendo cogitado e, pelo que sei, já está definido, é a triste, lamentável, deplorável e inaceitável confirmação de que o clube mais uma vez coloca a competição em segundo plano.

Se essa decisão for confirmada, o Grêmio mais uma vez estará indo de encontro aos anseios de sua torcida, que ver seu time conquistando o Tri nacional, que seria o primeiro do futebol gaúcho na era dos pontos corridos.

Sempre defendi e continuo defendendo que a Libertadores deva ser a prioridade, mas no momento em que se disputa basicamente apenas o Brasileiro não tem por que poupar titulares. Nenhum deles, a não ser por motivo de força maior.

Será que o Flamengo, adversário desta quarta-feira, também vai de time misto ou reserva contra o Botafogo, no mesmo domingo? Duvido.

Se para enfrentar o Ceará na segunda rodada havia a desculpa da viagem longa e desgastante, qual a explicação para não jogar com força máxima contra o Vasco?

A ‘viagem’ será da beira-mar à zona Norte do Rio.

Não há justificativa para esse ‘planejamento’ que ofende, desanima e revolta o torcedor, que gostaria de ver o time mais empenhado e determinado na competição.

O torcedor não quer o tetra quarto lugar no Brasileiro, posição do time nos últimos três anos. O torcedor quer mais, quer o título, ambição que parece faltar no comando do clube, dos gabinetes da Arena ao vestiário.

A torcida tricolor não exige que o Grêmio seja campeão, mas cobra esforço e foco para conquistar o título.

Então, espero que o Grêmio jogue contra o Vasco com o mesmo time que irá enfrentar o Flamengo, nesta quarta, com uma ou outra alteração por motivo de lesão ou opção tática e técnica. Ou por causa do vírus maldito.

Ah, mas e o duelo contra o Caxias na decisão do Gauchão?

Bem, que jogue o melhor time que sobrar dos dois confrontos contra os cariocas, única prioridade aceitável no momento.

Grêmio deixa escapar vitória e gera revolta dos ‘gremistas de sempre’

O Grêmio dominou amplamente o Corinthians – hoje o clube mais poderoso do país em termos de aporte financeiro -, criou inúmeras chances de gol contra nenhuma do adversário, voltou a consagrar um goleiro rival e, de quebra, por força de hábito, desperdiçou um pênalti.

Com isso, ficou no empate – o terceiro 0 a 0 seguido entre os dois times, um verdadeiro clássico nacional – e deixou de somar dois pontos em casa. Pontos valiosos como os que escaparam em Fortaleza e que poderão ser decisivos mais adiante.

O resultado foi ruim diante do que aconteceu no jogo, mas tem gremista nas redes sociais jogando gasolina no fogo, transformando o empate diante de um candidato natural ao título em calamidade.

Esse tipo de comportamento é compreensível porque o gremista na Era Renato está acostumado a vencer, e neste ano quer o título do Brasileirão a qualquer custo, como se não houvessem mais candidatos fortes e com igual ambição.

O Grêmio acabou de perder seu melhor jogador, o jogador que fazia a diferença ofensivamente, mas esse é um fator desprezado pelos mais rabugentos e duros nas críticas.

O alvo é Renato pelas razões já conhecidas.

Nem vou entrar no mérito, porque essa turma que torce muito mais por suas teses e assertivas já entrou num túnel escuro onde a tese tem mais peso que os fatos.

O fato é que o Grêmio jogou uma boa partida contra o Corinthians, e só não venceu porque o goleiro Cássio mais uma vez impediu uma vitória tricolor nesse confronto entre gigantes do futebol brasileiro.

Outro motivo para esse empate com amargor de derrota foi o pênalti perdido pelo goleador Diego Souza, apontado por todos os gremistas, eu disse todos, como cobrador preferido, pelo menos até essa cobrança bisonha – quando ele ficou a apenas três passos da bola levei medo.

Então, pelo volume de jogo, pelas chances criadas pró e nenhuma contra, o Grêmio fez por merecer a vitória. Éverton fez falta, mas não tanto quando eu esperava. O meio de campo não deixou o preocupante clarão no campo defensivo visto em alguns jogos.

Alison, com mais liberdade e mais dedicado à funções ofensivas, fez sua melhor partida. É o atacante que pode ser o diferencial no ataque. Pepê foi irregular, talvez sentindo o peso da responsabilidade que é substituir Éverton, alternando boas e más jogadas.

Agora é o Flamengo. Já tem “gremista” corneteando e prevendo uma derrota -o que não seria nenhum absurdo -, e pedindo a cabeça da estátua, monumento, aliás, que incomoda esse pessoal que quer ver Renato de volta, mas em definitivo, às areias do Leblon.

Fogo cruzado contra Renato nas redes sociais faz alegria de colorados

Pior que a decisão de jogar com time reserva já na segunda rodada do Brasileirão, quando os motores ainda estão aquecendo, é aguentar torcedor gremista nas redes sociais atacando o técnico Renato Portaluppi. Quem vibra com isso são os colorados da mídia e fora dela.

O que tem de gremista querendo a cabeça de Renato – e não é de hoje – é algo assustador e preocupante. O pessoal que participa aqui do blog é, de um modo geral, até gentil com Renato na comparação com o que acontece nos tuíter da vida.

O fogo ‘amigo’ atinge também alguns jogadores e termina no presidente Romildo. Aliás, o treinador, que virou a ‘geni’ da parcela mais urubuzenta da torcida, revelou após o empate por 1 a 1 com o Ceará que é funcionário do clube e que segue a orientação da direção, referindo-se ao fato de ter poupado praticamente todo o time titular.

Na verdade, o time que jogou em Fortaleza foi de jogadores reservas e outros que “estão’ titulares, como Orejuela e Bruno Cortêz. Titular mesmo seria o Lucas Silva, embora haja controvérsias. Então, foi um time modesto, sem entrosamento e com deficiência técnica em algumas posições.

O goleiro Paulo Victor fez duas grandes defesas. Mas levou um gol de cabeça, por cobertura, numa cobrança de bola parada. Um gigante de 1m95 emergiu entre defensores do Grêmio e deu um belíssimo cabeceio, completamente fora do alcance do goleiro.

Mas quem levou o gol foi ele, PV. Então, foi falha para esses trucidadores de reputação e de goleiros – não se enganem, a próxima vítima é Vanderlei, que é um jogador equivalente ao ex-titular.

Outro que estava levando pau dos comentaristas de sofá (eu inclusive) é Thaciano. Aí, o volante/meia/atacante marca um gol após cruzamento de Pepê, talvez em sua única jogada realmente objetiva e efetiva.

A comparação com Éverton é ruim para Pepê, que não pode jogar com esse fardo. Mas faz parte… É preciso superar isso e mostrar que pode ser titular.

Ainda sobre a decisão de jogar com reservas já na segunda rodada e dar a impressão realmente desalentadora de que o comando do clube despreza o campeonato, há um aspecto que não pode ser ignorado: sábado o Grêmio enfrenta o Corinthians na Arena e na sequência tem um Gauchão para decidir, além das rodadas do Brasileiro.

Serão dois jogos difíceis contra o Caxias, duas decisões. Essa turma do quanto pior melhor (para suas teses) não liga para o regional, até que o perde. Aí, querem a cabeça de todo mundo.

Parabéns aos envolvidos.

ATLÉTICO MINEIRO

Dias atrás escrevi que o Flamengo é favoritaço ao título. Continua pensando assim. E citei os que poderiam ameaçar o milionário time carioca: Grêmio, Atlético Mineiro, Corinthians e Palmeiras. O resto é o resto.

Sobre o Atlético, seu começo é avassalador. Bateu o Flamengo e o Corinthians. Vi os principais lances dos dois jogos. No primeiro, mais justo seria um empate ou vitória do Flamengo. No segundo, o time mineiro merecia até vencer com tranquilidade, porque criou muitas chances de gol, mas esbarrou no goleiro Cássio. Levou dois gols e correu em busca da virada, e conseguiu.

É um time homogêneo, sem grandes individualidades. Mérito do técnico argentino Sampaoli. Mas é cedo para tirar conclusões definitivas.

JARDEL

Meu nome é Cleber, mas pode me chamar de Jardel. O centroavante do Ceará poderia se apresentar assim. Ele foi autor do gol, um golaço ao estilo Jardel, e deu passe para duas conclusões perigosas que PV defendeu. Tem apenas 23 anos.

Seria um investimento interessante e uma opção para o ataque.

LUAN

Ainda sobre gremistas: o que tem de gente secando e dando pau no Luan é triste. O guri está na história do clube, deu inúmeras alegrias a esses mesmos ingratos. Torci e continuo torcendo pelo Luan, um craque, mas infelizmente em queda na carreira.

Edegar, um símbolo do melhor rádio esportivo do RS

O rádio esportivo gaúcho teve seu apogeu a partir dos anos 60, com o crescimento da Rádio Guaíba e sua programação diferenciada. Sob o comando do narrador Pedro Carneiro Pereira (morto num acidente no Autódromo de Tarumã), a emissora dominava o mercado regional e era respeitada e admirada pelos concorrentes do centro do país. Pouco restou daquela rádio.

Os nomes que contribuíram para o sucesso da Guaíba estão nos deixando. Recentemente, foi o narrador Milton Jung. Antes dele, Antônio Augusto, o ‘Plantão das Multidões’. Ambos profissionais importantes da equipe liderada por Pedro Pereira e depois por Armindo Antônio Ranzolin.

Nesta segunda, dia 10, foi a vez do repórter Edegar Schmidt. Ele foi também comentarista e apresentador, mas acho que ele gostava mesmo é de reportagem. Foi como repórter que ele se consagrou na Guaíba. Ele já era famoso quando o conheci em 1978, ano do meu ingresso na Folha da Tarde.

Ficamos mais próximos em janeiro de 1979, quando viajamos pela Caldas Júnior para cobrir a participação do Inter no Torneio de Mar del Plata, além de mais dois ou três amistosos na Argentina.

Devo ao Edegar um furo na ZH. Eu era novato, fui jogado às feras em meio ao processo de ‘lapidação’. Mais ou menos como no futebol: era período de férias e não havia ninguém experiente, só eu da ‘base’. Acreditaram em mim, e lá fui eu feliz da vida.

No meio da noite, o Edegar me procura. Eu acabara de mandar o material para o Correio do Povo, Folha da Tarde e Folha da Manhã. Era via telex, não essa barbadinha que é hoje. Sou jornalista raiz.

Ele perguntou se ainda daria para publicar uma informação importante. Eu respondi que sim, mas na realidade já era meio tarde. Demorei a conseguir contato por telefone com a redação da FT. Já eram umas 23h quando consegui passar a informação:

“O Batista está voltando a Porto Alegre. Sofreu uma lesão”, informei, acrescentando alguns detalhes.

Anos depois, convivi mais com ele ao participar de programas esportivos na rádio Guaíba. Sempre tive dúvida se ele era gremista ou colorado. Soube depois que ele era azul.

Infelizmente, ele não vivenciou esse momento glorioso do Grêmio. Só sei que ele faz falta como comentarista. Ele tinha umas frases instigantes, provocativas. Lembro de uma que ele usava quando via o juiz ‘roubar’:

‘Dá uma prato de leite pra esse gato’, algo assim.

Imagino o Edegar agora fazendo reportagem numa jornada esportiva. Milton Jung narrando em dobradinha com Pedro Carneiro. Antônio Augusto no plantão. Comentários do Vianey Carlet. Convidado especial: João Saldanha.

Grêmio supera ausência de Éverton e estreia com vitória no Brasileirão

Depois de um primeiro tempo em que jogou pensando em que momento Éverton faria uma de suas jogadas para decidir o jogo, o Grêmio voltou para os 45 minutos finais convencido de que Éverton agora é saudade e que o time teria de fazer por si sem ele. O gol saiu minutos antes do intervalo, mas o futebol voltou mesmo apenas no segundo tempo.

Penso que o técnico Renato Portaluppi “lembrou” seus jogadores que não havia mais Éverton para desequilibrar na frente. O fato é que o Grêmio voltou mais determinado e até mais leve e criativo. As jogadas começaram a fluir para que Pepê e Diego Souza ficassem mais à vontade para criar situações que levaram perigo ao ferrolho instalado pelo técnico Odair Hellmann diante de sua área. O goleiro Muriel fez ao menos uma grande defesa, num arremate de Pepê, depois de livrar-se da forte marcação que lhe era imposta, mostrando que o adversário temia seus dribles, suas arrancadas e suas conclusões.

Pepê dificilmente será igual ou superior ao titular que partiu e deixou muitos gremistas desconsolados, entre eles eu. Mas está claro também que com mais confiança, com seus próprios companheiros acreditando mais nele, a exemplo do que aconteceu no segundo tempo, Pepê pode dar muitas alegrias e, quem sabe, alguns títulos.

A vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense aumenta a confiança do grupo para os próximos jogos (quarta-feira tem Ceará, no Castelão). O time realmente sentiu a falta de dois de seus maiores talentos, Jean Pierre e Matheus Henrique, mas Renato soube atenuar essas ausências melhorando o posicionamento do time depois do intervalo.

Contou para isso com o gol de Diego Souza, concluindo jogada que teve passe final de Isaque. Eram 43 minutos. O time foi para o vestiário mais tranquilo. Já o Fluminense voltou preocupado em desmanchar a vantagem, mas encontrou um Grêmio seguro, posicionado para contra-atacar.

O ex-técnico colorado seu uma mãozinha para seu algoz, o Renato, ao mandar a campo, logo no início do segundo tempo, o veterano aipim Fred, o que tornou tudo muito mais fácil.

Sobre as individualidades:

O goleiro Vanderlei foi bem, apesar de soquear a bola para a frente em duas situações; o lateral Orejuela repetiu a atuação anterior e se credencia a ser titular. A dupla Geromel/Kennemann de novo foi impecável; e Cortêz confirmou que merece a confiança do treinador.

Maicon e Lucas Silva fizeram uma dupla muito mais ou menos. Lucas marca e é combativo, mas Maicon precisa de alguém como MH para exibir todo seu talento. Pode ser que com alguma continuidade os dois se entrosem melhor; Alison intercalou bons e maus lances. Esforçado, vai continuar titular até que surja alguém comprovadamente superior – e esse alguém não será Thiago Neves como se viu de novo.

Isaque, que voltou a receber oportunidade, teve um primeiro tempo apático, correndo atrás da bola. No segundo, mostrou-se com mais personalidade, buscando o jogo e se apresentando. Por detalhe não fez seu gol. Na frente, Pepê só mostrou suas qualidades mesmo no segundo tempo. Já Diego Souza voltou a mostrar que com ele não tem ruim. É uma aposta de Renato que está dando resultado acima do esperado, talvez até pelo próprio treinador gremista.

Estreia no Brasileirão e a minha torcida para Éverton não sair

Sem três de suas revelações mais fulgurantes – Éverton, que está sendo negociado com o Benfica, Matheus Henrique e Jean Pierre, lesionados -, o Grêmio estreia no Campeonato Brasileiro com um discurso diferente.

O clube, ao que parece, vai valorizar mais a competição, diferente dos anos anteriores, quando chegou a usar reservas em várias rodadas.

Do discurso à prática vai uma baita diferença, mas o que mais se ouve na Arena é que o Grêmio tem como ambição o tri do Brasileirão, e o primeiro de um clube gaúcho na era dos pontos corridos.

Não chega a ser uma promessa, mas o técnico Renato e o capitão Maicon estão afinados também nesse objetivo: ambos querem esse título inédito em suas carreiras.

É claro que haverá de chegar o momento em que a comissão técnica terá de optar, circunstancialmente, por priorizar algum jogo desta ou de outra competição. A julgar pelas declarações, o Brasileiro será prioridade. Vamos ver.

Na dúvida, eu sempre vou ficar com a Libertadores. Portanto, não vou criticar a direção por optar em escalar um time misto ou reserva no Brasileiro para não prejudicar um jogo decisivo e eliminatório da Libertadores ou até da Copa do Brasil.

Claro, levando-se em conta a situação em que o time estará no campeonato.

Fora isso, é preciso preparar o time para entrar em cada jogo do Brasileiro como se fosse uma decisão, diferente do que se viu algumas vezes nos dois últimos anos.

É o que espero já nesse jogo contra o Fluminense, neste domingo, 19h. O primeiro sem Éverton.

Será?

TAMBOR

Se eu tivesse um tambor, estaria fazendo muito barulho. Já acendi uns incensos e fiz algumas promessas. Acho que mais tarde vou fazer uma oferenda na encruzilhada. Tudo para impedir a saída de Éverton.

Demorei a postar este comentário no blog porque esperava por uma definição sobre Éverton ainda neste sábado. Estou na secação desde quinta-feira. Rezo para que o negócio não saia.

Sei que o clube precisa de dinheiro. Mas este é um problema do presidente Romildo Bolzan, grande liderança desse Grêmio vitorioso.

Aqueles que ambicionam mais conquistas deveriam estar ao meu lado: sem Éverton as chances de algum título relevante são escassas. Éverton tem sido o grande diferencial do time.

Sem ele, o Grêmio se torna comum, deixa de ser o único realmente apto a fazer frente ao Flamengo.

Aliás, o Flamengo é o grande favorito ao título.

Então, em princípio, é o Flamengo na frente, seguido à distância por Grêmio, Palmeiras, Corinthians e Atlético Mineiro.

Mas, como se sabe, futebol é uma caixinha de surpresas.

BENFICA

Faz bem o Grêmio em exigir garantias bancárias nessa transação com o clube português. E pegar o dinheiro na mão. A lamentar, ainda, é que Éverton merecia um clube de maior expressão na Europa, um clube da Inglaterra, da Itália, da Espanha. Mas Benfica…

Grêmio vence com jogadas de Éverton e gols de Maicon e do novato Isaque

O Grêmio ratificou sua superioridade em Grenais e bateu o rival por 2 a 0, confirmando sua vaga para decidir o título do Gauchão/2020. Dito assim, parece tudo muito natural, nem parece que antes do jogo o Inter era exaltado pela goleada sobre o Esportivo e o Grêmio era visto com desconfiança, em especial pela parte mais rabugenta de sua torcida, aquela que está sempre prevendo o pior.

Havia desconfiança até sobre Éverton, que não poderia jogar por que estaria acertado com o Benfica, conforme a imprensa insiste em repetir. Então, o atacante mais perigoso do futebol brasileiro deveria ficar de fora porque supostamente estaria com a cabeça em Portugal. Outros diziam que ele podia ir embora porque ‘já deu o que tinha de dar’ e que havia um substituto à altura, o Pepê. Com todo respeito, Pepê teria que nascer de novo para jogar a metade do que joga Éverton.

Mesmo com a ‘cabeça em Portugal’, repetindo o que diziam os neófitos de plantão, Éverton foi protagonista nos dois gols do tricolor, lavando a alma da torcida, que antes do jogo parecia assustada, acreditando na mídia vermelha, vendedora de ilusão já faz algum tempo.

Nesta noite de 5 de agosto, na Arena sem torcida, tivemos Éverton – e insisto nisso, porque será uma pena deixar de ver de perto esse atacante diferenciado – cruzando com açúcar, com afeto para Diego Souza escorar para Maicon, dentro da pequena área, mandar de cabeça para a rede. Eram 4 minutos do segundo tempo e Maicon estava fazendo justiça ao que acontecia em campo.

Depois, o time deu uma recuada, o Inter pressionou um pouco, mas o goleiro Vanderlei não chegou a ser exigido. Renato poderia ter reforçado a marcação, mas simplesmente mandou o time recuar para explorar contra-ataques, que demoraram a sair.

Aos 36 minutos, outra vez Éverton (insisto, muitos ‘especialistas’ o queriam fora do jogo), uns por má intenção, outros por ignorância futebolística, recebeu pela esquerda, abriu espaço a drible e cruzou. Moisés de atrapalhou e a bola caiu nos pés de Isaque, que recém havia entrado no lugar do craque Maicon, o capitão do Grêmio mais vitorioso em grenais. Isaque bateu forte, inapelável, para o goleiro Lomba, que, na verdade, evitou uma goleada.

Como Renato ‘Leblon’ Portaluppi, que alguns neófitos enxergam apenas como entregador de camiseta e treinador de rachão, é sempre colocado em dúvida a cada jogo, até de peteca, vou lembrar que quem está apostando em Isaque é ele, Renato, o lapidador.

Indispensável destacar também a atuação de Diego Souza. Não fez gol, mas participou do primeiro e fez várias boas jogadas, confirmando mais uma vez que o mestre Renato estava certo ao pedir sua contratação, contrariando parcela da torcida. Estes, agora, silenciam sem pudor.

Bem, o time todo jogou um bom futebol, em especial no aspecto coletivo. A dupla de área segue invicta em grenais, e Guerrero continua sem marcar no clássico. Orejuela foi muito bem e tem potencial para evoluir. Cortêz mostrou que Guilherme Guedes terá de esperar para assumir a titularidade.

No meio, Matheus Henrique, que saiu lesionado, e Jean Pyerre estiveram abaixo do que podem render. JP não fez um lance sequer à altura do seu futebol, uma bola enfiada, uma jogada mais trabalhada. Nada. Maicon foi o melhor do setor, mas, como se previa, cansou.

Nos minutos finais, uma briga após o segundo gol, manchou o clássico. Patrick e Orejuela (gostei que ele não pipocou diante do colorado, me serve) trocaram safanões e foram expulsos. Vale aquela frase surrada: é preciso saber vencer, e saber perder.

Por questão de justiça, vale destacar a atuação do árbitro Leandro Vuaden. Em 15 minutos, ele havia dado 3 cartões amarelos para o time vermelho. Todos com justiça, mas algo um tanto surpreendente. A pressão das redes sociais serviu para alguma coisa. De qualquer modo, parabéns ao Vuaden.

Agora, o Caxias. Todo cuidado é pouco. Afinal, diferente do Inter, esses times do Interior sabem fazer gol no Grêmio. O NH que o diga.

COUDET

Pela apatia demonstrada ao longo do jogo, desconfio que o técnico colorado vai pedir as contas. Ele parece ter percebido que desse time não vai tirar mais do que já conseguiu.

Arbitragem do Grenal terá juiz que não dá sorte para o Grêmio

Tema recorrente nos dias e horas que antecedem aos Grenais é a arbitragem do clássico. Eu que vivi (sobrevivi, para ser mais exato) os anos 70 intensamente, não vou esquecer nunca o quanto o Grêmio padeceu com o chamado Trio ABC, sempre muito criticado pelo Paulo Santana, que iniciava como cronista e debatedor esportivo. Foi o primeiro a escancarar as ações da IVI, conforme definição de Ricardo Wortmann para o grupo de colorados que atuava e atua ferozmente na imprensa e hoje nas redes sociais.

Desconfio que o Grêmio está entre os clubes mais prejudicados por arbitragens desde a virada dos anos 60 para 70. Até na decisão do Mundial contra o poderoso Real Madrid o Grêmio foi garfeado, sendo-lhe sonegado um pênalti cometido sobre Ramiro pelo zagueiro Sergio Ramos.

Um pênalti tão claro quanto o que Leandro Vuaden deixou de marcar contra o Caxias na decisão do primeiro turno do regional. Éverton foi empurrado dentro da área, conforme reclamou o técnico Renato na ocasião:

“Foi pênalti. O jogador do Caxias em momento algum procura a bola, empurra o Everton e a bola está dentro do campo. Por que o Vuaden não foi ver o lance? É um dos melhores árbitros do Brasil, gosto muito dele, mas não entendo porque ele não foi analisar a jogada”, declarou. De nada adiantou a direção reclamar e exigir o áudio do pessoal do VAR.

Bem, é por essas e outras que todos os gremistas que leio nas redes sociais, nos grupos de whats e assemelados, além da mídia tradicional, estão convencidos de que o Grêmio não vence o clássico desta quarta-feira nem com banda de música.

O Vuaden já foi um bom árbitro. Hoje sente o peso das pernas. Mesmo em seus melhores momentos, Vuaden nunca deu sorte para o Grêmio.

Os números indicam que Vuaden dá sorte para o Inter, uma sorte desgranida (como a gente dizia nos tempos de criança/adolescente. Em 13 clássicos, o Grêmio venceu apenas um. Empatou cinco e perdeu sete. Para um confronto tão parelho, é difícil aceitar como natural essa vantagem absurda do Inter tendo Vuaden no apito.

Os gremistas que já estavam protestando com a escalação de Vuaden agora têm mais um motivo de preocupação e indignação: O VAR será comandado pelo Jean ‘Damião’ Pierre.

Segundo o conselheiro tricolor Carlos Josias, muito atuante nas redes sociais, a sala de cirurgia está pronta.

Apesar de todos os sinais, acredito na classificação à final do Gauchão. Minha esperança de vitória está fundamentada em dois aspectos:

o primeiro, é que o time gremista é superior e pode vencer na bola, superando inclusive algum eventual erro de arbitragem em benefício do rival;

o segundo, é que acredito na honestidade das pessoas.

CONFIRA O PÊNALTI SOBRE ÉVERTON QUE ATÉ MÁRCIO CHAGAS VIU

https://globoesporte.globo.com/rs/futebol/times/gremio/noticia/gremio-entra-com-reclamacao-formal-na-fgf-e-pede-audios-do-var-em-derrota-para-o-caxias.ghtml