Gurizada gremista ajuda a afundar o Cruzeiro

O melhor da noite nem foi tanto a vitória e a alegria de ver o Cruzeiro ser arrastado pelo fantasma da segundona, mas principalmente ver Renato sinalizando que vai continuar apostando (e ensinando) na gurizada.

Foi bonito de se ver Pepê arrancando pela esquerda e cruzando para Éverton (centralizado), que fez o corta-luz e deixou Ferreirinha, ou melhor, Ferreira, livre para fazer 1 a 0. O guri que recém havia entrado ainda protagonizou dois belos lances individuais de raro talento.

Depois, o segundo gol, saído de uma jogada estonteante de Pepê, que fez fila na defesa até ser sarrafeado dentro da área. Pepê dessa vez não inventou (cobrança contra o Atlético PR) e chutou forte, sem chance para Fábio.

É preciso deixar claro que o Grêmio só começou a vencer a partir do momento em que o Cruzeiro ficou com um jogador a menos. Até ali, início do segundo tempo, o time mineiro havia criado pelo menos duas ou três grandes chances. Numa delas, Michel tirou de cima da risca.

Com mais espaço na frente, a gurizada deitou e rolou.

Por fim, espero que o Grêmio faça um bom negócio com Diego Tardelli, que deixou o campo vaiado.

Ainda sobre o Cruzeiro, bem lembrado pelo Cacalo a CB de 1997, quando a CBF, através do Zagalo, convocou Paulo Nunes, então no auge, e o retirou de uma decisão contra o clube mineiro.

Parabéns ao Cacalo por lembrar dessa baita sacanagem.

A próstata e Luan

Volto a escrever depois de pausa para retirada de uma próstata gigante, 254 gramas, dia 26 de novembro. Segundo os médicos, a maior já vista no hospital. O normal, o aceitável, seria algo em torno de 40 gramas (quem quiser eu mando foto para provar).

Quero sublinhar que foram dias de muita dor, mas nada que um gremista forjado nos anos de chumbo, a década de 70, não possa suportar. Felizmente, tive um atendimento especial, de qualidade, e de muita compreensão e generosidade.

Mas jamais esquecerei a dor lancinante na hora em que os curativos sobre meus pelos foram retirados. Tampouco os golpes de injeção de tudo que é tipo, em especial a coleta de sangue no dorso da mão – esta eu não conhecia.

Resisti bravamente às investidas de injeções na minha querida barriguinha, que saiu de lá invicta.

Há também as situações constrangedoras como os banhos controlados e, principalmente, a troca de curativos na região da genitália, que nunca vi tão exposta. Percebi um olhar penalizado e solidário da enfermeira na hora da limpeza do bilau, que se encolheu covardemente ao ser manuseado.

Pior que isso só a goleada diante do Flamengo.

LUAN

Sobre futebol.

Luan deveria ser considerado patrimônio gremista. Então, se é para negociar nosso maior craque desde o sujeito aquele pelas condições que tenho lido e ouvido, melhor ficar com ele até o final do contrato, dezembro de 2010.

Se vai jogar ou não, é outra questão. Tem esse problema sério da fascite plantar. Se ele não consegue jogar aqui, não irá conseguir no Corinthians ou em qualquer lugar.

Li que o clube paulista teria oferecido 5 milhões mais um jogador. Se é assim, considero uma ofensa, inclusive ao Luan, o craque as Américas.

Ou Luan sai num negócio muito bom para o Grêmio, ou fica e cumpre o seu contrato até o final.

O clube precisa defender seus interesses e o interesse da torcida. Assim, Luan só pode sair numa negociação minimamente digna, à altura de sua qualidade e grandeza.

Luan não pode ser tratado como uma próstata que nos atormenta e que ao ser retirada vai para o lixo.

SETOR DE MANIPULAÇÃO

Jhonata Robert, 20 anos, que vi jogar na COPA RS, dois dias atrás, é diferenciado. Fez dois gols de craque.

Este é um que pode sair direto para os profissionais. Sem passar pelo Setor de Manipulação.

Com as aulas do professor Portaluppi só tende a evoluir.

AGRADECIMENTO

Aos chapistas, urubulinos e assemelhados, meu muito obrigado pelo apoio.

Grêmio vence o Palmeiras e confirma título antecipado para seu algoz

Com golaço de Pepê, o Flamengo confirmou neste domingo, 24, o título do Brasileirão/2019, mesmo sem entrar em campo. A vitória do Grêmio sobre o Palmeiras garantiu ao time carioca a conquista por antecipação de quatro rodadas do final. E há quem goste da fórmula dessa competição…

Estranho campeonato esse em que um clube se torna campeão sem jogar. Na verdade, não é bem assim. O Flamengo jogou no meio da semana pela rodada 34 contra o Vasco, jogo antecipado. Depois, no sábado, conquistou sua segunda Libertadores, abençoado pelos deuses do futebol que ficaram ao lado de Jesus, o Divino.

Os deuses do futebol nãqo poderiam mesmo apoiar o argentino Gallardo, que no ano retrasado usou de artifícios nada éticos (com respaldo da Conmebol) para ser campeão em cima do Grêmio.

Mas voltando aqui para o nosso mundinho em que vencer o Brasileirão parece tornar-se um desafio mais difícil a cada temporada, a notícia boa é que o Grêmio ao bater o Palmeiras por 2 a 1, em SP, está confirmado no G-4. Não é pouca coisa, até porque seu adversário era o Palmeiras, que começou a rodada como vice líder.

E não é que o Grêmio, com esses jogadores que boa parte da torcida vem avacalhando de uma forma que nenhum colorado faria, foi a SP com esse time desprezível, segundo li e ouvi, e bateu um dos clubes mais ricos do futebol brasileiro?

Esse mesmo clube, numa arrancada final, reagiu e assegurou sua presença entre os quatro melhores do Brasileiro, com vaga na Libertadores do próximo ano. Mesmo assim, só leio gente fazendo terra arrasada em função da frustante eliminação da Libertadores.

Não comemoro vaga, mas estar na Libertadores no lugar que até pouco tempo era ambicionado pelo rival gaudério, é algo a ser festejado.

A vitória tricolor sobre o poderoso clube paulista não prova, mas indica que o Grêmio poderia ter disputado o título até a última gota de suor com o Flamengo se tivesse investido mais na competição.

A LIÇÃO

Por fim, o Flamengo, sob o comando impecável de Jesus, mostrou que realmente é possível disputar e vencer competições como Brasileirão e Libertadores sem ter como regra poupar jogadores. Para isso, é claro, é preciso dinheiro para formar um timaço titular e bom número de reservas de qualidade.

Sobre o jogo deste domingo, Éverton, o melhor em campo, sofreu pênalti que ele mesmo bateu e fez 1 a 0. Depois, Cortêz cometeu um pênalti infantil (tem gente, os aloprados de plantão, querendo o lateral longe do clube por causa desse lance). No finalzinho, Pepê recebeu de Patrick, que recém havia entrado, e marcou um golaço por cobertura, na saída do goleiro. Um lance típico do craque Romário.

Não é pouca coisa.

AFASTAMENTO

Vou ficar fora por um tempo. Com sorte, por uns dias apenas. Motivo de saúde.

“Até um dia, até talvez, até quem sabe”, trecho de uma canção dos anos 70.

Estrela de Jesus brilha e Flamengo é campeão da América

O Flamengo comemora o seu segundo título da Libertadores. Fez uma campanha digna de legítimo campeão, culminando com uma virada histórica sobre o River Plate em Lima. O placar de 2 a 1 reflete o que aconteceu no jogo, um jogo equilibrado, mas foi o time comandado pelo técnico Jorge Jesus que mais criou situações de perigo.

É bem verdade que o River nos minutos finais da partida fraquejou, depois de uma atuação quase impecável em termos de marcação, de combate e de luta incessante pela bola.

E tudo começou com uma bola perdida por esse enganador – como tem gente que gosta desse aipim -, o Pratto. Ele perdeu a jogada, armando o contra-ataque que resultou no empate. Modestamente, eu cantei a jogada após o erro de Prato e afirmei que sairia o gol. E não deu outra.

O segundo gol foi um erro do excelente zagueiro Pinola, que deu um passe de cabeça, de pai para filho, para Gabriel fazer o gol da virada. Goleador é isso. Gabriel não jogou absolutamente nada, mas quando a bola ficou à feição ele mandou para a rede.

Quer dizer, o jogador que saiu de campo debochando do Grêmio após a vitória por 1 a 0 na Arena, entrou definitivamente na história do clube carioca. Pesaroso admito que não adiantou a minha secada.

Por fim, méritos também do técnico Jesus, que mostrou que além de competente, tem estrela, conforme indicam os dois gols sofridos pelo River naquele momento do jogo em que os argentinos são mestres em garantir resultados.

O resultado praticamente coloca o Grêmio na Libertadores de 2020. Agora, eu trocaria essa classificação bem encaminhada por uma derrota do Flamengo.

O oba-oba da mídia carioca já estava insuportável. Agora, então, se tornou um pesadelo.

GALLARDO

O técnico do River começou a perder o jogo quando caiu na tentação de trocar um atacante de movimentação por um centroavante tradicional. Quer dizer, até os melhores se deixam seduzir por atacante aipim. E pagam o preço, mas não desistem (caso também do Renato).

Excesso de poder de Renato no Grêmio não passa de lenda urbana

Um grupo de aloprados, supostamente gremistas, colocou uma faixa na passarela do Parcão pedindo a cabeça de alguns jogadores e também do gerentão do clube (hoje chamam de CEO, que fica mais chique), o Carlos Amodeo.

Não me lembro de ver uma torcida, qualquer uma, fazendo manifestação contra o funcionário administrativo de clube. O normal é pedir a cabeça do técnico, do vice de futebol e até do presidente. Muito estranho, parece coisa encomendada, com viés político.

Esse Amodeo, amparado em números, pode, e deve, alertar a direção sobre o peso que determinada contratação terá no orçamento, e ele se remete diretamente ao presidente e em segundo plano ao conselho administrativo, acredito eu.

Renato, então, é informado de que há ou não recursos disponíveis, e qual o montante que pode ser liberado para contratações.

É óbvio que ele se revolta, como qualquer treinador se revoltaria. Imaginem, ele pede o Rafinha, que estava livre no mercado, e escuta um ‘não’, que só há dinheiro para jogadores como Galhardo, por exemplo.

Tem gente que acredita que determinados nomes foram contratados por serem da preferência de Renato. Existe um limite orçamentário, um limite na folha de pagamento.

Então, se busca jogadores que se enquadrem nessa realidade.

O Flamengo tem dinheiro sobrando. O técnico Jesus pediu dois laterais, e indicou os nomes de Rafinha e Filipe Luiz. Gente fina é outra coisa.

Isso que os dois ex-titulares, Renê e Rodinei, seriam titulares na maioria dos times do país, a começar pelo próprio Grêmio, passando pelo Inter.

Então, é injusto atribuir certas coisas ao Renato e até ao Amodeo. Cada um faz o seu papel. E ambos se reportam ao presidente Romildo, que ao fim e ao cabo é o maior responsável pelo que acontece de bom e de ruim no Grêmio.

É claro que houve erros nas contratações, mas algumas delas quando anunciadas receberam elogios e foram festejadas. Começo pelo Diego Tardelli, uma decepção. O nomezinho dele está lá na faixa, escrita (mal e porcamente) provavelmente por alguém que comemorou a vinda de Tardelli. E qual gremista não comemorou?

Tem ainda o (toc-toc-toc) André, que era goleador do Sport e tem um histórico bom, além de ter um custo que o clube poderia assumir naquele momento.

Reza a lenda que Renato tinha a opção de ficar com Suaréz, mas optou por André. Seria por isso que ele insiste tanto nele. Quer provar que André é melhor que Suaréz. (observação: este parágrafo contém ironia).

Então, essa história de que Renato manda e desmanda é conversa fiada, coisa de gente que não sabe mais como atacar Renato e responsabilizá-lo por tudo que dá errado (e ele tem culpa em muita coisa, sim).

Estamos,portanto, diante de uma lenda urbana. Renato manda mesmo é no vestiário. Felizmente. Fico pensando no Duda Kroef mandando no vestiário… Ele não tem jeito pra isso.

Aliás, depois que anunciou sua admiração pelo presidente Bolsonaro, Renato teve reforçada a artilharia contra si, misturando seus desacertos no vestiário com sua posição política, que ele tem total direito de expressar.

Há erros, sem dúvida, mas o saldo continua sendo positivo.

Espero que sejam tomadas providências no sentido de que os erros cometidos neste ano não se repitam. Os insucessos servem como lição. Bastam humildade e competência para fazer os ajustes necessários.

Ano se encaminha para um final sem brilho

Uma vitória do Grêmio sobre o Flamengo daria um pouco mais de brilho à esta temporada que se aproxima do fim. Foi o que escrevi na última coluna. Logo, uma derrota diante do misto frio dos cariocas, como a que aconteceu neste domingo, 1 a 0 em plena Arena, torna tudo opaco, cinzento.

De coruscante – gosto de usar esta palavra aplicada pelos mais eruditos aqui da aldeia – restou a luz pálida, pendurada lá no fundo, representando o título regional.

Por mais que a gente enalteça aqui, a vaga no G-4 não passa de um prêmio consolação. É pouco para quem apostou muito. Não vou nem falar daqueles que lutam para ficar no G-6 ou que se encontram no limbo.

Agora, se não está bom para o Grêmio, o que dirá para outros clubes grandes como Corinthians, Cruzeiro, Atlético Mineiro, etc.

O ano tricolor não termina ruim, mas o final é brochante, ainda mais depois dessa derrota diante de Jesus e seus apóstolos.

Está certo que o juiz, um cara com emblema da Fifa, teve o desplante de marcar pênalti de Léo Moura, como se fosse possível alguém cair sem usar um braço como apoio.

Quando vejo um lance como esse sempre lembro de dois pênaltis similares anotados a favor do Inter, contra o Cruzeirinho, num jogo eliminatório do Gauchão.

Segundo li e ouvi, há determinação da Fifa no sentido de que não se marque infração em lance como o deste domingo. O juiz Rafael Claus marcou e não voltou atrás, apesar da pressão gremista.

Até o comentarista Sálvio Spínola, que normalmente é contrário ao tricolor, disse que o pênalti não deveria ser marcado.

No final do jogo, o zagueiro Rodolpho tocou com a mão na bola, num lance de linha de fundo. Claus, é claro, não marcou a infração, o pênalti.

Para atenuar o dano que causou ao Grêmio e dar uma de isento, a 10 minutos do fim, ele expulsou o Gabigol, que joga muito, mas não tanto quanto ele pensa, especialmente quando se mete a apitar o jogo e a debochar do adversário, como aconteceu nesse jogo.

No mais, foi um jogo parelho, com o Grêmio com mais iniciativa de modo geral, mas de novo pouca eficiência no acabamento das jogadas e nas conclusões.

A expulsão de Gabigol só não foi mais positiva para o Grêmio, que aumentou a pressão e merecia mesmo um empate, porque à essa altura André, o Insosso, já estava desfilando sua preguiça em campo, deixando o Grêmio também com dez jogadores.

Aliás, é revoltante que o técnico Renato insista em colocar esse jogador em campo. É um acinte, um tapa no rosto de cada gremista.

Vitória sobre o Flamengo para fechar o ano com brilho

Uma vitória sobre o Flamengo, domingo, na Arena, não irá salvar o ano tricolor, mas com certeza será comemorada pela maioria dos gremistas quase como um título. É o jogo da vingança pelos 5 a 0. Pelo menos é como eu vejo esse confronto.

Vencer o festejado Flamengo e o também festejado -com toda justiça- técnico Jesus, que assumiu o clube carioca e transformou água em vinho, seria sensacional. O técnico Renato poderia retomar sua resenha de que o Grêmio em alguns momentos praticou o melhor futebol do país, provocando o colega português.

O problema no discurso do Renato é que intercaladamente o Grêmio jogou o melhor futebol, mas também praticou algo próximo de um filme de terror classe B com seu time reserva.

Pois é, com a temporada se aproximando do final, o que resta ao Grêmio é garantir presença no G-4 para entrar na fase quente da Libertadores/2020. Pouco para quem começou o ano sonhando alto – de acordo com sua grandeza, aliás – e fixando prioridades: conquistar a Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão, pelo menos um deles.

Uma a uma as prioridades foram caindo. A CB foi um escândalo, com o time tendo pênalti sonegado no começo do jogo pelo VAR e pelo juiz. Depois, uma goleada histórica, que um dia haveremos de devolver.

Restou o Brasileiro, mas sem chance de titulo. O Grêmio apostou demais, jogou todas as suas fichas nos dois torneios. Eu não critico, faria o mesmo, talvez sem o radicalismo de colocar time inteiro de reservas seguidamente.

O fato é que o Grêmio está há meio século sem conquistar um Brasileiro, enquanto seu ainda maior rival é um quarentão nesse quesito. Um senhor que não festeja o título do campeonato nacional há 40 anos.

Uma vitória sobre o Flamengo neste domingo não garante nada, mas será de lavar a alma. A rigor, vencer o Flamengo tão exaltado pela crônica esportiva mais ufanista do país (ainda mais quando envolve o queridinho rubro-negro), vale tanto quanto o Gauchão dentro das atuais circunstâncias.

Exagero? Pode ser, mas o Gauchão já está contabilizado na história, enquanto os 5 a 0 que nos tiraram na final da Libertadores, o ‘nosso’ torneio, ainda estão engasgados na garganta.

Grêmio se consolida no G-4 com outra atuação indolente

O que eu escrevi na primeira linha da coluna anterior a respeito do jogo contra o CSA vale também para o deste domingo, em Chapecó. Se no anterior houve aquele susto no final, no jogo deste domingo a Chapecoense, apesar de atacar, quase não levou perigo. A vitória por 1 a 0 acabou acontecendo quase sem sobressaltos, ao natural.

Além de consolidar o Grêmio na quarta posição, vaga que eu só comemoro porque sei que algo que o Inter gostaria muito de atingir, a partida serviu para mostrar que, decididamente, não tem como manter no grupo jogadores como Galhardo e Capixaba. Só faltou o André pra completar o trio do pavor.

Será que não tem na base um lateral ligeiramente promissor para ser testado? Se não tem que se busque fora dois laterais titulares, jogadores que cheguem e fardem, ou que ao menos disputem posição com Cortêz e Leonardo.

Sobre o jogo em si, o time pouco criou ofensivamente, atacou com preguiça. Éverton fez uma partida digna de um André. O gol que ele perdeu logo após o golaço de Luciano, de bicicleta, é inaceitável para um atacante medíocre, o que dirá alguém de seleção.

Mas o Éverton tem crédito de sobra, deve estar se preservando para o jogo de domingo contra o Flamengo. Aliás, eu só penso na vendetta como Jesus e seus seguidores.

Sobre Luciano, ele está se afirmando e ganhando posição. Temos que torcer muito por esse jogador, que ele continua fazendo gols e que não se lesione. A grande missão dele é não deixar André jogar.

Agora, não critico o time por repetir a atuação indolente que teve contra o CSA. Penso que os titulares todos só pensam ‘naquilo’: a revanche contra o Flamengo. Não recupera a vaga perdida na final da Libertadores, mas aumenta a auto-estima.

Anotem: domingo, 16h, na Arena.

Pena que Luan e Jean Pyerre continuem de fora.

Éverton garante vitória depois de susto no final: 2 a 1

O Grêmio enfrentou o CSA na certeza de que os gols surgiriam ao natural. Deu umas aceleradas, trocou bola e algumas vezes jogou com o freio de mão puxado, sem pressa para confirmar a vitória. Acabou vencendo por 2 a 1, quando o adversário se preparava para comemorar o empate, obtido aos 44 do segundo tempo.

No final, três minutos depois de sofrer o empate (falha do goleiro Paulo Victor e dos companheiros que abriram a barreira), Éverton pisou fundo no acelerador pelo lado esquerdo e cruzou para Luciano. O atacante não alcançou a bola, mas dificultou para o zagueiro que acabou marcando gol contra.

A sorte ajuda os bons, alguém já disse. E por vezes protege e ampara até aqueles que pouco se esforçam, caso do Grêmio na partida desta noite. Quase que o CSA cometeu o crime, repetindo algo recorrente na Arena, onde times modestos às vezes surpreendem o dono da casa.

Era jogo para golear. Desconfio que o time gremista, time titular, entrou em campo com esse pensamento, acreditando que chegaria aos 3 pontos sem maior esforço.

Foi preciso mais uma vez que o talento de Éverton prevalecesse, levando o time à vitória. Logo aos 7 minutos, Tardelli fez 1 a 0, recebendo passe açucarado de Cebolinha. Foi só escorar e mandar para a rede. É bom que Tardelli marque até para afastar o fantasma de André, que continua por aí rondando e assombrando.

No final, o gol de falta do CSA. A barreira abriu e PV saltou tarde. A fase dele realmente é preocupante, mas é o goleiro que o clube tem para o momento. Além do mais, seu histórico no Grêmio é muito bom. Mas dá uma saudade do Grohe…

Quando tudo se encaminhava para o empate, Éverton escapou pela esquerda para colocar as coisas nos seus devidos lugares.

Com a vitória o Grêmio entra no G-4. E tudo indica, olhando para os concorrentes principais (SP e Corinthians), que dali não sai mais.

Guerrero e a agenda positiva infinita

Pesquisando aqui no blog atrás de um texto sobre essa generosa ‘doação’ do falido governo do Estado do RS ao Inter de uma enorme área em Guaíba, deparei com o post que fiz sobre Guerrero em fevereiro deste ano. Salvo engano, ele marcou 15 gols, pouco para um centroavante de renome e de alto custo ao clube. Aliás, por que nenhum jornalista aparece para publicar quanto custa cada gol do peruano, como fizeram com Kleber Gladiador?

Bem, publico o texto porque ele segue atual e também porque foi mais um acerto meu, modéstia à parte:

Ode da mídia a Paolo Guerrero

Não me lembro de ter visto tamanho entusiasmo da imprensa local (da torcida, curiosamente, nem tanto) com a chegada de um jogador em fim de carreira, de 35 anos, com retrospecto positivo como boleiro, mas com um fato muito grave em seu ocaso como profissional do futebol.

Paolo Guerrero no auge de forma, foi realmente um grande camisa 9, com presença de área e jogadas pelos flancos (ou corredores, como dizem atualmente).

No entanto, teve sua carreira maculada por uma condenação por doping, fato que a mídia tradicional ignora, apesar da gravidade da penalização.

A realidade é que parece ter sido montada uma operação para melhorar a imagem pública de Guerrero. A começar pela reportagem de duas ou três páginas dedicadas o peruano por um veículo da capital há cerca de um mês.

É perceptível o esforço de buscar pautas positivas para atenuar o momento penoso vivido pelos colorados.

Mas tanto espaço para um jogador decadente – e não há nada de pejorativo em estar numa descendente na profissão, a exemplo de Rafael Sobis e D’Alessandro, só para ficar restrito ao mesmo clube – , é uma demasia.

A estratégia para mudar a imagem de Guerrero é ampla, e inclui até o corte de cabelo mais ao estilo bom rapaz. Desconfio que se fosse possível raspariam as dezenas de tatuagem do jogador para deixá-lo com um jeito mais próximo do ‘genro sonhado’.

Todo esse aparato é para criar um clima bom para que Guerrero trabalhe com tranquilidade pensando em sua estreia com a camisa colorada, em abril. Até aí tudo bem. O ser humano merece esse acolhimento.

O problema é que Guerrero está longe de ser aquele atacante que marcou dezenas de gols em sua passagem pelo futebol alemão, de 2002 a 2012. É claro que tem muita qualidade, mas as pernas já não obedecem a mente como em outros tempos. Natural, mas fato que tem sido relegado a um segundo plano por aqueles que deveriam ser mais críticos.

A cada dia que passa – com o time em crise técnica – mais aumenta o peso sobre os ombros de Guerrero, que, se o Inter não melhorar, entrará em campo como salvador da pátria.

Responsabilidade demais para um jogador em busca de reabilitação como cidadão e que nunca foi craque, embora parte da mídia gaúcha o trate como tal.