Grêmio entra no G-6 e ultrapassa o Inter

Depois da decepção com a gurizada gremista ao perder a decisão do Brasileirão de Aspirantes para o Inter, em Caxias, sobrou alegria com a vitória do time principal, que, sob o comando do Mestre Maicon goleou o Atlético Mineiro no Horto por 4 a 1.

Não foi uma atuação daquelas de entusiasmar, mas o time jogou o suficiente para aquilo que realmente interessa, a conquista dos três pontos. Além de ingressar no G-6 e encostar no G-4 para buscar a quarta vaga destinada a Libertadores/2020, o Grêmio deu mais um motivo para as brincadeiras de gremistas nas redes sociais: ultrapassou o Inter na tabela de classificação, coisa que até três semanas atrás parecia quase impossível.

Então, no ‘campeonato’ paralelo, que tem grande importância por alimentar a rivalidade, o Grêmio está com dois pontos a frente do seu maior rival na aldeia.

Agora, nada disso é maior que a grande decisão contra o Flamengo, dia 23, no Maracanã.

É com satisfação que vejo o Flamengo perdendo jogadores para o jogo do ano. O técnico Jesus, sempre tão falante, agora já critica arbitragens, o VAR e até reclama que os adversários estão chegando pesado demais nos jogadores do Flamengo, além de lamentar a perda de titulares.

Se ele não sabe, eu desenho: o time que está por cima e é festejado pela mídia do eixo Rio/SP sempre motiva mais os adversários. Já aconteceu com o Grêmio em seus melhores momentos. O pau come mesmo.

Hoje, o Luan, por exemplo, foi caçado pelo Atlético Mineiro. Cazares foi expulso após uma entrada criminosa no craque gremista, que está voltando a jogar aquele futebol que encantou o mundo.

Será que o badalado Jesus está ficando nervosinho?

SOBRE O JOGO

Mais uma vez Paulo Victor foi decisivo. O jogo estava 0 a 0 e ele fez duas grandes defesas, ou seja, ajudou a manter a tranquilidade do time para construir a vitória. Sim, eu confio no PV, até porque não tem nada melhor no horizonte.

Já não posso dizer o mesmo de André. Ele participou do lance do terceiro gol, deu o passe para Pepê, mas antes disso errou demais, inclusive quase fez um pênalti.

Ah, ele sofreu um (entrada do Rever por trás), mas o VAR não se interessou em alertar o juiz. Mas quando aconteceu na área tricolor o VAR foi rápido no gatilho.

Outra preocupação de 100 entre 100 gremistas é o Galhardo. Parece que ele saiu lesionado, ou com ameaça de estiramento. Já começo a gosta da ideia de improvisar Paulo Miranda, pelo menos para marcar o goleador Bruno Henrique, que costuma vencer as disputas pelo alto.

BRASILEIRÃO

Lamentando que o Grêmio tenha exagerado na política de poupar jogadores em troca de titulares na CB e na Libertadores. Hoje, o time estaria no G-4 e até encostando no líder Flamengo.

Mas tudo valerá a pena se o time calar o Brasil no dia 23.

A escalada tricolor no Brasileiro e a queda de Odair

Enquanto a Libertadores não volta, me distraio com o Brasileirão, que é chato, mas que não sai da cabeça do torcedor. A cada vitória do time, como os 2 a 1 sobre o Ceará, em Caxias, volto a sonhar, um sonho que vira pesadelo quando vejo André entrando em campo.

Qual gremista não sonha em ser de novo campeão brasileiro? Uma das mais fortes emoções da minha vida foi o Brasileiro de 1981, com aquele gol inesquecível, insuperável em sua magnitude pela beleza e relevância.

Neste ano, sabemos, não há mais condição de chegar ao título. Flamengo, Santos e Palmeiras são os mais cotados. O Flamengo é o favorito, mas nada está decidido. O que se sabe, também, é que a quarta vaga no G-4 está em aberto. O Corinthians tem 42 pontos, é o quarto colocado. O Grêmio tem cinco pontos a menos.

O técnico Renato, após a boa atuação do time contra o Ceará, afirmou que sua meta é chegar, no mínimo, no G-4, dando a entender que ainda pode beliscar o título. É complicado, porque os três da ponta são equipes fortes e bem dirigidas. Então, que Renato pare de sonhar e se fixe em continuar a escalada rumo ao G-4, objetivo difícil, mas não impossível.

Aliás, nada é impossível no futebol.

ODAIR

Durante o jogo contra o CSA, quando ainda estava 0 a 0, disse que Odair Hellmann seria afastado em caso de derrotada, ainda mais se combinada com uma vitória do Grêmio. Não deu outra.

Terminou o ciclo de Odair Hellmann, que um dia provavelmente irá voltar. Afinal, é da escola texana, muita admirada aqui na aldeia, e que tem Felipão como símbolo máximo, seguido de nomes como Mano Menezes, Fábio Carille, Celso Roth, entre tantos outros.

São técnicos que deveriam se espelhar em Renato, hoje o melhor técnico brasileiro, acima inclusive de Tite, que parece perdido, sem saber que rumo tomar com sua seleção.

Por falar em Roth, lembro-me de uma manchete do CP, anos 90. Um colega ficou encarregado de editar o material do Inter, que naquele dia havia demitido ele, o Roth.

Manchete do jornal: Caiu Roth. Quem virá?

Não lembro quem veio, mas hoje a pergunta está muito atual:

Caiu Odair. Quem virá?

Se eu tivesse que dar um palpite diria Jair Ventura, que, como técnico do Botafogo, fez um enfrentamento duro com o Grêmio dois anos atrás pela Copa do Brasil.

Para completar: Odair fez um bom trabalho. Só não fez mais porque o grupo dele chegou ao seu limite. E talvez Odair também tenha chegado ao seu limite. Quem virá não fará muito mais que ele.

TERRENO VERMELHO

Até que enfim apareceu alguém para questionar a transação de uma valiosa área de terra em Guaíba ao Inter por preço vil. São deputados do Partido Novo. Parabéns. Eles querem apenas que o negócio seja feito de maneira também vantajosa para o Estado, que, como se sabe, está quase falido. Vamos ver o que o Ministério Público fará, ou vai deixar por isso mesmo?

Por enquanto, parabéns ao Novo.

https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/kelly-matos/noticia/2019/10/bancada-do-novo-quer-que-estado-cobre-quantia-milionaria-para-doar-terreno-ao-inter-ck1kyg38u04wh01n3uq21jqnv.html

Aspirantes do Grêmio repetem o futebol do time principal

Nos meus tempos de repórter esportivo pelo Correio do Povo e TV Difusora/Bandeirantes (hoje conhecida como Band), tinha por hábito observar os treinos das categorias de base. Conversava muito com o grande radialista Glênio Reis, outro que gostava de ‘descobrir’ talentos e apontar aqueles que teriam mais chance de sucesso. Acertei alguns, errei outro tanto.

Foi ele, o saudoso Glênio, quem me mostrou Assis, então com uns 14 ou 15 anos, arrebentando no time juvenil, que na época empilhava goleadas. Assis, que era meia atacante, fazia 80% dos gols. Era um fenômeno. No time principal não correspondeu ao que prometia, mas teve uma carreira sólida.

São muitos os exemplos de guris que arrebentam na base e depois não confirmam. Por isso, tenho muito cuidado ao avaliar os jovens que buscam seu espaço no futebol, sabendo que eles estão num funil de onde uns poucos terão uma carreira exitosa.

Foi pensando nisso que assisti a uma parte do Gre-Nal pelo campeonato brasileiro de aspirantes, ontem, no Beira-Rio. Empate por 0 a 0, injusto para o Grêmio, que foi superior a maior parte do tempo.

Antes de falar sobre individualidades, quero destacar o que mais chamou minha atenção no clássico: o time da gurizada gremista tenta repetir o futebol da equipe principal. A gente vê que o time raramente dá chutões e lançamentos longos, optando por tocar a bola e envolver o adversário. É um time com a cara do Renato, com a mão do Renato.

Sinal de que existe um planejamento que vem da base e culmina nos profissionais. Não sei se nas demais categorias, com uma gurizada mais nova, existe igual preocupação. Imagino que sim. Espero que sim.

Essa verticalização na forma de jogar contribui muito para que o guri que se destaca na base se adapte à equipe de cima com mais facilidade, uma mão na roda para o Setor de Lapidação comandado pelo Midas Renato, sempre elogiado por Matheus Henrique e Arthur, que, em entrevistas, se mostram gratos ao mestre pelos ensinamentos recebidos.

Bem, agora vou falar apenas sobre os jovens que chamaram minha atenção. Assisti apenas ao primeiro tempo, no qual o Grêmio foi superior. Da Silva sofreu pênalti, que ele mesmo bateu. Numa verticalização que no caso eu abro mão, Da Silva consagrou o goleiro Keiller, a exemplo do que costumam fazer os titulares. Keiller foi o nome do jogo pelo Inter, salvando o time de uma derrota dentro de sua própria casa.

Gostei dos seguintes jogadores: o lateral Felipe, o zagueiro Rodrigues, o lateral Varela, o volante Darlan, e os meia/atacantes Guilherme Azevedo, Jhonata Robert e Léo Chu.

Tinha muito interesse em ver Bobsin, que entrou no segundo tempo e foi bem. Ele mostrou falta de ritmo pelo tempo que ficou parado.

Os mais promissores por essa minúscula amostragem, tirando Darlan (maestro do time) e Rodrigues, já aprovados na equipe de cima:

Guilherme Azevedo e Jhonata Robert. O primeiro lembrou o Éverton, driblador e atrevido.

VAR E COMOÇÃO RED

É impressionante o que a mídia gaúcha amplifica cada suposto erro da arbitragem/VAR contra o Inter. O foco nos últimos dias tem sido o pênalti marcado a favor do Cruzeiro, a partir do VAR. Foi pênalti. Patrick chuta por trás o pé de apoio do jogador do Cruzeiro. Um lance muito nítido, mas ainda assim a turma vermelha insiste que a arbitragem errou.

É claro que essa insistência tem um objetivo: posar de vítima para voltar a ser o queridinho das arbitragens no Brasileirão.

A direção colorada está certa, mas a imprensa deveria ao menos ser mais comedida, assim como foi quando o Grêmio restou eliminado da final da Copa do Brasil por um erro absurdamente claro da arbitragem, sem que houvesse tamanha comoção da mídia gaudéria.

Posse de bola é bom, mas é preciso mais para vencer

O Grêmio mais uma vez teve o jogo em sua mão para decidir, mas deixou escapar a vitória sobre um Corinthians acuado, tão acuado que tratou de fazer cera sempre que possível para garantir o empate na Arena. O juiz demorou, mas acabou amarelando dois jogadores por causa disso.

Como já aconteceu em outras oportunidades, o Grêmio teve controle pleno do jogo, principalmente no segundo tempo, quando passou o tempo todo rodeando a área do adversário, guarnecida por defensores firmes e determinados na missão de impedir o gol. Aliás, a defesa do Corinthians é a menos vazada, com apenas 13 gols sofridos.

O Grêmio flertou com a vitória o tempo todo, mas não foi eficiente o bastante para levar a noiva ao altar, ou para a cama.

Se posse de bola contasse, seria uma goleada. Filme, aliás, já visto inúmeras vezes na Arena.

Agora, em poucos jogos se viu tanta inoperância e objetividade ofensiva por parte do tricolo. Com a bola nos pés o tempo todo, o time criou situações de perigo, mas quase não deu trabalho ao goleiro Cássio, tão espectador do jogo quanto Paulo Victor.

Enfim, o Grêmio fez quase tudo certo, só errou muito no último e no penúltimo passe. E é aí que entra André, mais uma vez escalado por Renato, desafiando os astros, a torcida e, principalmente, o bom senso.

Sem André, o Grêmio acumulou uma série de vitórias, empilhou gols e sofreu apenas um. Não teve tanta posse de bola, mas sobrou objetividade.

Penso que o empate de 0 a 0 não passou pelo André, mas a bola passou por eles muitas vezes. Sorte que não teve Vágner Love, só para efeito de comparação. Os dois centroavantes foram improdutivos.

A convicção e a teimosia são primas de primeiro grau. É importante que cada treinador tenhas suas convicções, mas no caso de Renato a escalação de André como titular indica teimosia.

Uma teimosia que assusta. Que nos faz temer que André seja o titular também contra o Flamengo no jogo do ano. Que Tardelli volte a ser apenas uma alternativa para o segundo tempo para fazer o que André costuma deixar de fazer.

Renato, se liga, se o Grêmio perder a disputa com o time carioca pela vaga na final da Libertadores, nada mais restará, a não ser a lembrança do título do glorioso Gauchão.

COTAÇÃO

A defesa de um modo geral esteve bem. Brás jogou melhor do que na partida anterior. Kannemann de novo um exemplo de garra. Os laterais foram razoáveis. Maicon e Matheus Henrique foram muito bem, mas sem o brilho habitual.

Na frente, destaque mesmo só o Luan, participativo, combativo e criativo. É o velho Luan voltando. Não entendi a frase de Renato de que Luan precisa melhorar muito ainda. E o André, não precisa melhorar?

Éverton voltou a sucumbir diante da marcação. Os adversários já sabem que com ele não se brinca. Ele sempre teve dois ou três defensores a marcá-lo.

Grêmio reage no segundo tempo e dá esperança para a volta

O Grêmio teve um primeiro tempo decepcionante, um filme de terror. Os minutos demoravam a passar. Eu só queria que o time conseguisse ir para o vestiário com o 0 a 0, confiando que Renato saberia ajustar o time, equilibrando o duelo que até ali era vencido pelo português Jorge Jesus.

Quem diria que num jogo decisivo o Flamengo teria três gols anulados pela arbitragem, em especial pelo VAR? E todos corretamente anulados. Esse dado reflete a superioridade geral do Flamengo na partida, apesar da reação tricolor no segundo tempo.

O fato é que o Flamengo fez mais que o Grêmio para merecer a vitória.

O time sentiu demais a falta de Geromel e também do lateral Leonardo. O lado direito da defesa gremista, o mais frágil, foi explorado pelo Flamengo, mostrando que o técnico português pra bobo não serve, pelo contrário.

O gol do Flamengo foi justamente em cima, quase que literalmente, de Galhardo. Mas não vi falha do lateral, e sim mérito do atacante Bruno Henrique, bem mais alto. Quem falhou, a meu ver, foi o goleiro Paulo Victor, que teve todo o tempo do mundo para dar alguns passos à frente, ficando em condições de disputar a jogada com o jogador adversário.

Renato começou a arrumar o time quando colocou em campo o capitão Maicon para dar mais qualidade na saída de bola e nas bolas enfiadas. Maicon teve uma chance, e a aproveitou, o que resultou no gol de empate.

Pepê puxou contra-ataque e foi aparecer na área para concluir cruzamento/chute de Éverton, após uma bola milimétrica de Maicon, que já se escalou para o jogo da volta. Espero que Geromel também compareça.

Entre os pontos negativos do time, destaco dois: ressuscitação de André. Não é possível que Renato insista nesse jogador.

Segundo, Éverton, por tudo o que joga e representa, ficou devendo. Nas poucas bolas em que esteve no mano a mano com a marcação, ou perdeu a bola ou optou pela comodidade do passe para o lado ou para trás.

O melhor da noite: o segundo tempo de Luan. Ele puxou e comandou o time, que antes de fazer o gol, teve duas grandes oportunidades, em chutes de Éverton e Matheus Henrique. O goleiro salvou com duas grandes defesas, principalmente a primeira, quando Éverton entrou livre após uma metida do Luan dos velhos tempos.

Acredito na classificação, mas o Grêmio terá de jogar bem mais do que jogou nesta noite na Arena.

Os gols anulados aqui talvez tivessem sido confirmados no Maracanã. Espero que no jogo da volta o árbitro seja tão firme e competente quanto o argentino Néstor Pitana.

Mas o que eu realmente quero é que o Grêmio imponha seu futebol e mostre quem realmente joga o melhor futebol do país.

Grêmio e Flamengo: equipes parelhas fazem o jogo do ano

Depois de alguns dias de excitação por parte dos técnicos Renato e Jesus, dos jogadores, da mídia em geral (em especial a ufanista do Rio), e dos torcedores dos dois clubes, eis que todos evitam excessos verbais e até mudam e atenuam discursos sobre quem é o melhor do país no momento.

Um recuo estratégico que será mantido e até reforçado à medida em que a hora do grande confronto do ano no futebol brasileiro vai se aproximando. As provocações foram deixadas de lado. O discurso agora é de moderação e respeito ao adversário. Os falastrões silenciam. Não é fácil, mas eles conseguem se segurar pelo menos até o final do primeiro jogo, no vestiário.

Afinal, quem é o melhor? Grêmio ou Flamengo?

Na minha opinião, o Grêmio tem o melhor futebol, apesar do crescimento do time carioca desde a chegada de Jesus, que conseguiu arrumar a casa da Gávea, normalmente bagunçada.

Os dois jogos desta semifinal verde-amarela da Libertadores vão apontar o melhor time do momento, e isso é o que interessa. O time de melhor futebol é o Grêmio, embora o pessoal do centro do país em sua maioria pense diferente. Essa turminha dos programas de TV chega a babar quando fala sobre o ‘mengo’. Para a maioria deles, a classificação do time carioca é uma questão de tempo, cumprimento de tabela.

É muito mais desejo do que uma análise sensata e isenta. A paixão, a gente sabe, fala mais alto, empana as ideias.

Não há dúvida de que são duas grandes equipes, ambas vocacionada a buscar o gol de forma constante. São times equivalentes. O Flamengo pode ter mais qualidades individuais, mas o Grêmio tem mais entrosamento (e também excelentes jogadores).

Um entrosamento forjado na prática, em três anos de uma cultura de futebol implementada por Renato Portaluppi que por vezes dá show e ainda conquista grandes títulos.

Não vou ficar em cima do muro: se tudo ocorrer normalmente, sem interferência da arbitragem e do VAR (sistema que parece programado para não dar pênalti a favor do Grêmio, como aquele contra o Athétido PR), o duelo será vencido pelo Grêmio.

Então, Flamengo, CBF, rede Globo e mídia carioca em geral, terão de se contentar com o título do Brasileirão/2019. Está de bom tamanho.

PREPARAÇÃO FÍSICA

Em tese, o Flamengo chega mais desgastado fisicamente em função da política de não dar moleza para seus jogadores. Muito diferente do que faz Renato há três anos. A rigor, o Grêmio fica com a obrigação de correr mais que seu adversário, que já mostrou fadiga no empate por 0 a 0 com o São Paulo, sábado.

Agora, se ainda assim, o Flamengo correr mais, será hora de repensar essa estratégia do Grêmio e de outros grandes clubes do país de poupar seu time titular tão seguidamente e de forma tão radical.

INDIVIDUALIDADES

Uma rápida avaliação dos jogadores do primeiro confronto:

Goleiro: empate

Laterais: os dois do Flamengo

Zagueiros: os dois do Grêmio (ainda mais com Geromel)

Volantes: Michel e Matheus Henrique x Arão e Gérson: EMPATE

Meias: Alisson, Luan e Diego Tardelli X Arrascaeta, Éverton Ribeiro e Bruno Henrique: EMPATE

Atacante: Éverton x Gabriel – Éverton.

Quer dizer, dois times muito bons nas individualidades.

Poupador x Perdulário na decisão da Libertadores

Estamos a três dias do jogo do ano. Um jogão. Não é nenhum jogo do morosão, que mais uma vez não tem a dupla disputando o título. Triste. Muito menos algum jogo da Copa do Brasil.

O torneio acabou decidido por dois times medianos, um deles ocupando indevidamente o lugar que seria do Grêmio não fosse uma aberração da arbitragem.

Grêmio x Flamengo é o jogo do ano, e não tem conversa. No Brasileirão não haverá um jogo como esse.

Além de decidir quem irá para a final contra os amigos do rei, River e Boca, o confronto vai apimentar o debate sobre poupar ou não poupar jogadores, priorizando esta ou aquela competição.

Temos de um lado, o Poupador; de outro, o Perdulário. Todos sabem quem é um e quem é outro.

Renato, a exemplo do ano passado, exagerou em sua política de poupar titulares, mas está na semifinal da Libertadores, com amplas condições de ir à grande decisão no Chile.

É preciso salientar, contudo, que Renato não é o único a poupar titulares. Mas nenhum supera o Renato também nesse quesito.

Sou a favor da estratégia renatista, mas contra o radicalismo. Renato poderia ter sido mais moderado. Hoje, o Grêmio teria melhor classificação no Brasileirão. Mas estaria na semifinal da Libertadores? Desconfio que sim, mas nunca saberemos realmente.

Já o Jesus não quer nem saber. Manda a campo o time titular. Será que ele consulta seu staff da área médica e da preparação física? Renato parece que sim. Ou a ideia de colocar um time inteiro de reservas e até jogadores do terceiro escalão é sua, independente de parecer de sua equipe técnica?

No sábado, o Flamengo jogou com seus titulares. Os laterais titulares ficaram no banco, entraram no segundo tempo. Aliás, Rafinha e Filipe Luís estão fazendo a diferença. O jogo terminou em 0 a 0, e o técnico português meteu a lenha na forma de jogar do São Paulo.

Neste domingo, Renato voltou a abusar de reservas e dos reservas de reservas. Quem agradeceu é o Fluminense, que acabou vencendo e se afastando da zona de rebaixamento. O Flu ganhou seis pontos em cima do Grêmio. Isto é que é amigo.

Esse tipo de coisa contribui para liquidar com a tese de que o Brasileirão aponta o melhor time do futebol nacional. Além desse lance tipo o deste domingo, há os clubes que vendem o mando de campo, um absurdo que favorece basicamente os times cariocas.

Bem, mas será que Renato, na situação de seu colega Jesus, liderando o Brasileirão, escalaria também sua força máxima mesmo diante de uma decisão de Libertadores? Acho que sim, mas não ponho minha mão no fogo.

E Jesus, distante da ponta de cima, não pouparia os titulares pensando apenas no título que ainda poderia conquistar, a Libertadores?

São questões que precisam ser consideradas nesse debate.

O JOGO

Por fim, o Grêmio merecia um empate. No primeiro tempo, perdeu duas chances claras, uma com ele, o folião da madrugada, outra com o Thaciano. No segundo tempo, dois lances de penalidade. Como sempre, na dúvida contra o Grêmio, parece ser a regra geral.

Mas quem manda a campo um time de reservas e abre a creche sabia muito bem que um resultado melhor contra um Flu de titulares seria muito difícil. Pediu, levou.

O Grêmio jogou com um time que podemos apelidar de ‘chama derrota’, sem contar que de novo jogou com um a menos, se é que me entendem.

Para concluir, gostei do Ferreira, um atacante perigoso, que não tem medo de ser feliz. Eu o deixaria no banco contra o Flamengo. Feliz pelo gol de Patrick, que ganha mais moral e também pode figurar no banco na quarta-feira.

Ah, nunca esquecendo que muito time grande ficou pelo caminho. Restaram dois: Grêmio, o melhor time do Brasil, e o Flamengo, o segundo melhor time.

Grêmio crescendo na hora certa

O Grêmio está crescendo na hora certa. É o que a gente percebe tanto pelas quatro vitórias seguidas, culminando com os 6 a 1 desta noite, na Arena, sobre o sofrido Avaí, como pelo nível das atuações.

Algumas individualidades estão crescendo com o coletivo. Exemplo: Galhardo, que tem demonstrado personalidade quando vai ao ataque, inclusive participando de gol. Sem Leonardo, a posição é dele, embora Léo Moura tenha voltado muito bem.

Outro que segue em ascensão é Diego Tardelli, um meia atacante que precisa de parceria inteligente e de boa técnica para desenvolver seu futebol. O gol que abriu a goleada foi dele, e veio após uma troca de passes que envolveu a marcação.

Tardelli ganhou a posição para esta reta final da Libertadores. Luciano, que marcou um golaço após bela trama ofensiva, mostrou que pode ser opção no decorrer do jogo, mas nada além disso.

Vale o mesmo para André, que Renato mandou a campo pela primeira vez depois da informação sobre as festas do centroavante. André aproveitou um lançamento precioso de Éverton (o guri tem um repertório inesgotável, por isso será eleito o melhor do mundo em 2020) e cabeceou para a rede, bonito gol.

É com alegria, e alívio, que vejo David Brás na zaga, substituindo o grande Geromel com competência. Brás voltou a marcar e a mostrar que é um zagueiro confiável, coisa que o time não teve no banco na decisão contra o River Plate por absoluta imprevidência, e que acabou pagando caro por isso.

Até o instável, mas sempre muito participativo Bruno Cortez, se mostrou mais eficiente nesse jogo contra o Avaí, e até fez um gol, o seu segundo com a camisa tricolor. Depois do gol, ele melhorou no jogo, ganhou moral e confiança.

O mais importante é, sem dúvida, o crescimento de Luan. Marcou um belo gol e participou ativamente da partida e sempre com aquela qualidade que fez dele o melhor das Américas em 2017. E Luan volta a ser Luan em boa hora por causa da lesão de Jean Pyerre.

São detalhes que indicam que o Grêmio vai para as decisões contra o Flamengo com amplas condições de vencer o duelo.

O Flamengo do técnico Jesus está muito bem, mas quem conhece um pouco de futebol sabe que Renato tem razão: o melhor futebol é do Grêmio.

No mais, está chegando a hora do primeiro jogo. O momento é de compenetração, foco, seriedade, nada de declarações que possam dar munição ao adversário.

Por fim, cabe um trabalho em relação à arbitragem, que será argentina. Espero que com juiz de fora o ‘Gabigol’ apite menos o jogo, coisa que ele anda fazendo livremente no Brasileirão.

O futuro melhor jogador do mundo veste azul, branco e preto

“Pela sexta vez, o mundo está aos pés de Lionel Messi. O craque do Barcelona superou Virgil van Dijk, do Liverpool, e Cristiano Ronaldo, da Juventus, e conquistou o prêmio “Fifa The Best” de melhor jogador do mundo da temporada 2018/19. O camisa 10 argentino agora é o maior vencedor da premiação no futebol masculino, com seis troféus, uma a mais que CR7”.

A notícia acima me levou a uma reflexão e uma projeção, uma previsão. Não existe hoje ninguém jogando na Europa (condição para a Fifa eleger seus melhores) que a gente possa apontar como favorito ao troféu em 2020.

Messi e Cristiano Ronaldo estarão fora. No máximo um segundo ou terceiro lugar. Neymar deixou passar o cavalo encilhado. Perdeu espaço e, principalmente, a Bruna Marquesine. Optou pelas festas, pelos ‘amigos’ que comem e bebem às suas custas, e perdeu o foco em sua atividade profissional. Talvez ainda se recupere, mas não a ponto de superar o jogador que será o número 1 no próximo ano.

Com a autoridade de quem, em 26 de abril do ano passado, escreveu sugerindo ao técnico Tite a convocação de Éverton para a Copa do Mundo, inclusive sendo alvo de ironias e chacotas dos mesmos que hoje se derramam em elogios ao Cebolinha, sinto-me autorizado a vaticinar, e com pequena margem de erro:

Éverton será eleito o melhor do mundo em 2020, SE estiver jogando num clube de ponta da Europa.

Além de ser o primeiro a perceber o enorme potencial de Éverton, que ainda não chegou ao seu limite, fazendo gols de tudo que é tipo, além de dribles desconcertantes, fui pioneiro a apontar que Ronaldinho, então estourando no Grêmio, em pouco tempo seria o número 1 do mundo, desde, claro, que fosse exibir sua arte nos gramados europeus. Éverton tem um repertório aparentemente inesgotável.

O destino de Cebolinha é o topo do mundo. Como dizem nas redes sociais: podem favoritar.

COLUNA DE 26/04/2018:

PRÊMIO PRESS

Pessoal, o consagrado Prêmio Press, do inquieto e genial Júlio Ribeiro, colorado sofredor mas sempre de bom humor (até rimou), está em andamento. Como sempre,o blog está em campanha para eleger nosso amigo Ricardo Wortmann como Jornalista de Web do Ano.

Para votar é muito simples e rápido: acesse www.revistapress.com.br/premiopress.

Grêmio vira máquina de fazer gol sem André e avança no Brasileiro

O Grêmio não sentiu os desfalques de Geromel e Jean Pyerre e não se intimidou com a invencibilidade de mais de um ano do Santos em seu reduto, a Vila Belmiro, local de muitas frustrações do futebol gaúcho.

Afinal, tem dois reservas de muita qualidade para as duas funções, Brás e Luan, que seriam titulares na maioria dos times do Brasileirão.

Acima de tudo, o Grêmio tinha um reforço de peso: a ausência de André.

Nos últimos três jogos pelo Brasileirão, o time marcou 10 gols e sofreu apenas um, somando nove pontos.

Tudo isso sem o camisa 9 preferido do técnico Renato, que, imagino e espero, tenha descartado de vez esse jogador pelo que deixa de fazer em campo e faz fora de campo.

Sobre o jogo contra o Santos, não cheguei a ficar preocupado justamente porque o time mais uma vez teria 11 em campo desde o início. E também porque confio muito em David Brás e Luan.

Agora, com a bola rolando, o primeiro tempo do Grêmio chegou a assustar. Paulo Victor fez duas grandes defesas, provando que é um grande goleiro.

É claro que para os ‘especialistas’ nesta posição, ele continua sendo insuficiente. Mas o que se há de fazer contra a genialidade desses sabidinhos, além de debochar e ironizar?

Pois Paulo Victor garantiu lá atrás e, no segundo tempo, o Grêmio desabou como uma avalanche sobre o Santos do festejado Jorge Sampaoli, que correu mais que seu time gritando à beira do gramado. Nervosinho e agitado.

Renato adiantou a marcação, pressionou na saída de bola do adversário, que abusou de jogar com o seu goleiro, algumas vezes perigosamente. Está aí um goleiro que não me serve.

A dupla Michel e Matheus Henrique dominou o meio de campo, pegando a maioria das bolas rifadas, contando sempre com o apoio efetivo dos atacantes, que, no segundo tempo, recuperavam a bola e arrancavam puxando contra-ataques perturbadores.

A goleada começou com Luan, aos 9 minutos, pegando bola desviada na barreira após cobrança de falta por Galhardo, que está melhorando (apesar de uma varzeana errada em bola dentro da área tricolor).

Os outros gols foram de Pepê, numa arrancada que começou na grande área e teve passe primoroso de MH. Por fim, Éverton marcou com a perícia de um cirurgião manuseando um bisturí.

No final, 3 a 0 saiu barato para o Santos, que começa a cair na tabela.

Para concluir, frase do melhor técnico em atividade no país:

Eu não menosprezo ninguém. O Santos joga bem, o Flamengo, o Athletico. Só que o Grêmio faz esse futebol há três anos. E com conquistas. Estou temeroso com o futebol brasileiro. Hoje, a maioria das equipes joga por uma bola, para não tomar gol, por uma bola parada. Por isso destaco quem busca as vitórias – destacou Renato.

E há quem discorde da maneira de jogar do Grêmio, mas isso só aqui na aldeia.