A manchete já estava pronta nas redações e nas redes sociais: Roger vence o duelo com Renato. Seria mais ou menos isso que a gente encontraria em caso de derrota na Fonte Nova.
Deu ‘zebra’. Tiveram de adiar o projeto ‘detona Renato’.
Com o esquema de sempre, recusando-se a jogar por uma bola como tem feito desde que assumiu, Renato conseguiu mais uma vitória e o GRêmio mais uma vez está numa semifinal da CB, o que não é pouca coisa.
E o gol da vitória por 1 a 0 foi de um jogador que ainda não se afirmou perante a maior parte da torcida, e que muitos queriam na reserva para começar o jogo com Pepê. Renato foi chamado de tudo por ter feito essa opção. E lá foi o Alisson sem medo de ser feliz, a dribles, invadir a área para fazer um golaço. Ah, lançamento sensacional do Matheus Henrique, um dos melhores em campo.
Roger, que não insiste em seu esquema preferido porque não tem a qualidade necessária para isso, perdeu não por seus acertos ou erros, foi porque seu time, tecnicamente, é inferior ao do Grêmio. Reconhecendo isso, o que é mérito, jogou como jogam quase todos que enfrentam o Grêmio.
Roger acabou eliminado pelo esquema que ajudou a construir e entregou para Renato lapidar, aprimorar. O Midas fez a sua parte, conquistou títulos e, quando todos esperam que chegou ao fim da linha (como eu mesmo cheguei a cogitar), ele renasce fulgurante como aconteceu na terra dos Orixás.
E isso que ainda tem Luan e Tardelli para manter e elevar a qualidade da equipe, que, com esses dois em plena forma técnica e emocional, colocam o Grêmio como favorito a conquistar o hexa da Copa do Brasil.
VAR E APITO
Claro, existem alguns obstáculos. Como dizia Drummond, meu poeta favorito, há umas pedras no meio do caminho. Além dos adversários, Atlético PR e Inter (o Cruzeiro não tem chance, porque no BRio coisas incríveis acontecem e sempre beneficiando o dono da casa.
Sim, foi pênalti em Felipe Mello. O curioso é que a imagem do lance a TV só mostra por um ângulo, pelas costas. A câmera de frente para a jogada mostra que foi pênalti mesmo, e que o juiz acertou.
Mas o glorioso VAR anulou a marcação do juiz. Aliás, o VAR foi protagonista naquele gol em impedimento do Inter e que gerou muita polêmica. Se não me engano, foi a única vez que o chefe da arbitragem, Leonardo Gaciba, foi correndo justificar o injustificável.
Na Fonte Nova, o VAR prejudicou o Grêmio ao não assinalar pênalti do lateral no lance com André. Antes, o VAR já havia anulada a marcação de pênalti pelo juiz a favor do Grêmio, num lance discutível em que Alisson foi empurrado na risca da grande área.
Sobre André, ele até foi bem no jogo. Comparo com os outros camisas 9 que vi na rodada: Gilberto, Guerrero e Deyverson. André não foi pior que nenhum deles. Foi até melhor na rodada.
É que tem sido dura a vida do centroavante que fica mais centralizado.
Dias atrás elogiei o Deyverson. Quero retirar o elogio. Que atuação ridícula contra o Inter.
PALMEIRAS
Esse Palmeiras realmente tem um grupo muito bom, mas não tão bom quanto dizem por aí. São jogadores médios, sem nenhum destaque individual capaz de mudar a rotina do time, quebrar a mesmice do esquema padrão Felipão. O mais qualificado nesse aspecto ainda é Dudu, o que convenhamos.
Então, o Palmeiras tem um time ajustado para maratona, não para tiro curto, o mata-mata.
Por fim, se o Palmeiras for campeão brasileiro, como tudo indica, não poderemos afirmar que ali está o melhor time, e sim o melhor grupo.
De minha parte, o melhor futebol do Brasil ainda é praticado pelo Grêmio, apesar da queda visível de rendimento.
E ser o melhor não significa ser campeão, porque o futebol da escola do Felipão e suas crias, Mano e Odair, é mais objetivo e pragmático, normalmente vencendo com um gol de cabeça, o que também é válido, claro.
Mas eu prefiro o futebol que o Grêmio pratica, da escola guardiolana.