Atuação decepcionante e ainda um VAR pra complicar

O VAR mais uma vez decidindo contra o Grêmio. É o que aconteceu nesta noite de segunda-feira, na ponta do rabo da rodada, onde o Grêmio tinha tudo para somar 3 pontos e ficou apenas com 1 no empate por 3 a 3, em plena Arena, contra a Chapecoense, time candidato ao rebaixamento.

Foi pênalti em kannemann. Empurrão pelas costas. Quando a vítima é alguém do Grêmio nesses empurrões, nunca é com intensidade suficiente para derrubar ou algo assim. Foi o que aconteceu com o zagueiro argentino (ele e Geromel em jornada bem abaixo do normal) no lance de pênalti que o juiz marcou, mas voltou atrás depois da intervenção do VAR, sempre tão generoso e compreensivo com o Inter neste Brasileirão.

Então, a arbitragem prejudicou o Grêmio.

Agora, quem mais prejudicou o Grêmio foi o próprio time gremista. Começou indolente, desatento, sem concentração, e chegou a estar perdendo por 3 a 2, uma derrota evitada pela dupla Luan e Tardelli, este autor do gol de empate na reta final do jogo, após cruzamento meticuloso de Luan. Os dois entraram na metade do segundo tempo para apagar o incêndio.

Generalizando, praticamente ninguém jogou bem no time do Grêmio. A rigor, apenas Éverton e Matheus Henrique se salvaram. Os demais desenharam o quadro da dor.

Está certo que o time foi mal, mas ainda assim, com sua melhor formação do momento, tinha obrigação de somar três pontos, e nunca sofrer três gols de um time modesto apesar de muito aplicado que foi a Chapecoense.

E assim, de empate em empate, o Grêmio vai se distanciando da ponta de cima do campeonato. Era jogo para vencer e encostar no G-6. Sábado, 19h, é contra o Flamengo, no Rio.

O primeiro campeão da Copa do Brasil

A história do Grêmio é preservada por alguns abnegados, gente preocupada em manter acesa a memória do clube.

Uma dessas pessoas conheci no final dos anos 70, dona Ema Coelho de Souza, que tratava de juntar aqui e ali, literalmente, peças de uma quebra-cabeça que conta a história do clubes. Muita coisa estava jogada em alguma dependência do Olímpico.

Perseverante, dona Ema, em 1984, conseguiu criar a Sala dos Troféus, que deu origem a esse museu maravilhoso instalado na Arena, fundindo passado e presente.

Lembro também de um torcedor que registrou em super 8 a primeira excursão do Grêmio nos anos 50 (quem tiver detalhes me ajude).

São pessoas como essas duas, entre outras anônimas, que contribuíram para manter vivo o passado glorioso deste clube que é um dos maiores do mundo.

Uma história que se depender do pesquisador Daison Sant’anna não será esquecida jamais. Dono de memória privilegiada e incansável em suas pesquisas, Daison está lançando o livro 1989, que conta conta detalhes da conquista do primeiro título da Copa do Brasil pelo Grêmio.

Eu vivi intensamente como repórter essa caminhada gloriosa do Tricolor rumo ao título da primeira edição da CB. Portanto, tenho grande interesse pelo assunto.

Bem, os autores, Daison e Alberto Franco, estão lançando a obra nesta terça, 19h, no Bar do Beto. Eu estarei lá para garantir um exemplar e tomar um chopp no capricho.

Briga de cachorro grande

Agora é briga de cachorro grande. Os guaipecas foram eliminados, se bem que sobrou um que há tempo só assistia a Libertadores muito de longe, de luneta.

Mas vamos ao que interessa, o Grêmio – mesmo com um ‘jogador a menos’ na maioria dos jogos – está entre os oito melhores times da América do Sul e entre os quatro melhores do país.

No jogo em que ‘o jogador a menos’, conseguiu desencantar, deu goleada, e uma classificação tranquila dentro do que se projetava quando a Libertadores começou – derrota para esse mesmo Libertad na Arena.

André continua sendo um atacante muito mais ou menos, mas é preciso admitir que ontem, em Assunção, ele mandou bem, esteve ‘irreconhecível’, marcando não apenas um, mas dois gols. Espero que ele tenha mais alguns reservados para o Palmeiras.

Já projetando esse embate entre o Mestre Felipão e o Renato Midas (será que ele está transformando também o André para espanto dos incréus?), espero que o time mantenha a estrutura do time que bateu o Libertad por 3 a 0.

Espero, por outro lado, que o Grêmio não dê os espaços oferecidos aos paraguaios, que deram muito trabalho ao grande Paulo Vitor. Um time mais qualificado como o Palmeiras certamente será mais efetivo.

No mais, é manter o futebol que vem apresentando nos mata-mata, prioridade número 1 dos gremistas, e de todos os clubes brasileiros que disputam a CB e a Libertadores.

Os outros olham e invejam tanta emoção.

OBSERVAÇÃO

Faltou luz na minha zona. Vi o jogo pelo celular, e só agora consegui escrever alguma coisa sobre a grande vitória.

O espigão vermelho e a tática do bode na sala

O vereador Felipe Camozzato (por casualidade, colorado) publicou artigo na Zero Hora, edição de 23 de julho, manifestando seu apoio à verticalização de Porto Alegre, partindo da pretensão do Internacional em erguer um monstrengo que pode atingir até 130 metros de altura às margens do Guaíba, junto ao Beira-Rio, desvirtuando o que foi acertado na doação da área pela prefeitura municipal há 63 anos.

Em contrapartida ao espigão e a mais um prédio menor ao lado, o clube de se compromete a fazer benfeitorias, que, por melhor que sejam, nunca irão compensar a enorme perda para a cidade e sua população.

No mesmo dia – provavelmente após ler o artigo do vereador Camozzato -, David Coimbra escreveu um texto em seu blog atacando fortemente a proposta absurda.

Aqui vai um trecho:

“Esta área, onde agora querem erguer um complexo imobiliário, foi doada para o Inter para empreendimentos esportivos, não para desfigurar Porto Alegre. Seria até uma traição ao município”. 

Nesta quarta-feira, dia 31, Paulo Germano, publicou em ZH o artigo intitulado ‘Espigões do privilégio’, também detonando a iniciativa da direção colorada, que, apesar de esdrúxula e afrontar o bom senso e até a legislação, segue tramitando nos órgãos municipais.

Confira este oportuno trecho da coluna do Paulo Germano:

“O tamanho das torres, o desrespeito ao Plano Diretor, o bloqueio do ar que vem do Guaíba, tudo isso poderia ser discutido. Eu aqui, honestamente, não tenho nada contra essas construções imensas em grandes centros urbanos. Desde que o investidor, claro, compre a área onde vai investir. Se ele ganha essa área – e ganha do poder público, que estabelece as condições para usá-la –, não pode, agora, sair faturando como bem entender”.

Bem, quem me conhece sabe que há anos denuncio essas doações gigantes e contrapartidas minúsculas, isso quando elas acontecem. Até ganhei um Prêmio ARI com uma série de reportagens sobre esse assunto publicadas no Correio do Povo nos anos 90.

Ainda sobre essa questão escrevi aqui neste espaço, em 17/11/2017, o artigo “O Inter e a generosidade do poder público”. Nele, foco principalmente outra doação, de 88 hectares, em Guaíba, para o Inter construir seu CT.

Confira: https://www.blogdoilgo.com.br/2017/11/17/o-inter-e-a-generosidade-do-poder-publico/

Por fim, a respeito desse espigão, penso que a direção colorada colocou um bode na sala. Propõe um edifício de até 130 metros de altura para conseguir, mais adiante, quando a polêmica chegar à Câmara de Vereadores, um prédio que respeite o limite de 52 metros (ou seja, 17 andares), conforme estabelece o Plano Diretor. Mais baixo, mas ainda assim um monstrengo em todos os sentidos.

A grande vantagem do clube em meio à essa polêmica, que recém está começando e logo será grenalizada, apesar de envolver o meio ambiente que interessa a todos nós, gremistas e colorados, é que a destinação original da área fique em segundo plano e os prédios comerciais sejam erguidos , abrindo caminho para outros que, certamente, virão mais adiante.

Perderemos todos nós.

Renato insiste no erro e Grêmio se distancia do topo

O Campeonato Brasileiro, ao natural, já é chato. E é ainda mais insuportável para quem tem potencial para disputar o título, e aos poucos se vê cada vez mais distante do topo da tabela.

É o caso do Grêmio, que mais uma vez prioriza a Libertadores e a Copa do Brasil – neste aspecto nada a opor -, mas será pedir demais que o técnico Renato ao menos não invente?

Por que insistir com Galhardo? Defendi a experiência com Galhardo na função de Ramiro no Gre-Nal até como muleta para Léo Moura, mas depois do que se viu o mais racional e lógico seria desistir dessa tentativa e partir para outras soluções.

Mas o que faz Renato, amparado por grandes títulos e partidas antológicas nos últimos três anos? Escala o pobre do Galhardo, que foi de novo para o sacrifício.

Não deu certo, nem nunca dará certo. Espero que Renato esteja convencido disso, caso contrário o time continuará entrando em campo com um jogador a menos. E o que resta de esperança de título rapidamente vai virar fumaça.

Não se diga que ele não tinha alternativa. Patrick, que ele foi buscar no time de transição, tem juventude, gana e qualidade para jogar pelo setor direito, fazendo o corredor e ajudando Léo Moura. Se é pra apostar, que se aposte em alguém que tem futuro.

Mas o Grêmio não perdeu dois pontos no empate por 0 a 0 com o CSA – vice-lanterna do campeonato – por causa de Galhardo. O time todo não foi bem, alguns jogadores foram até decepcionantes, a começar pelo trio ofensivo: Pepê (perdeu um gol pro cocuruto), Luan e Tardelli.

O grande culpado pelo empate melancólico e revoltante foi mesmo o técnico Renato Portaluppi, pela insistência em começar os jogos com um jogador a menos (acontece isso também quando André é escalado).comcia dulRANA

O jogo (tortura) desta segunda-feira foi jogo para os dois times deixarem o campo com zero ponto. Seria como um castigo dos deuses do futebol, expressão consagrada pelo Milton Jung.

No mais, penso que agora só falta um horário para o Grêmio completar a cartela de opções da CBF: jogar uma vezinha só que seja num domingo, às 16 ou 17 horas.

Ao que tudo indica isso TALVEZ aconteça apenas no segundo turno.

Milton ‘gol, gol, gol’ Jung

A geração que marcou o apogeu do rádio no Estado sofre mais um desfalque: Milton Jung, que desencarnou na manhã deste domingo aos 83 anos.

Conheci o Milton nos corredores da Caldas Júnior, onde trabalhou por 56 anos.

O que pouca gente sabe é que Milton, além de excelente narrador, que nunca deixou transparecer seu gremismo durante os jogos, também produzia textos publicitários para a rádio Guaíba.

Escrevia muito bem e cobrava dos redatores do Correspondente Renner, às vezes sutilmente no ar, na entonação de voz ou na redução do ritmo de leitura. Na redação, todos sabiam que era a senha de algum erro na elaboração da notícia.

Aliás, Milton tinha um ritmo acelerado na leitura, um ritmo forte e constante. Outros locutores não conseguiam manter essa velocidade.

Era impressionante a forma como ele lia as notícias, sempre com um dedo tapando um ouvido, concentrado, como se estivesse em transe, e aquela voz transbordando energia. Um grande profissional.

Meu primeiro contato mais próximo com ele aconteceu em 1978, final de ano, quando subi do primeiro andar, onde era a redação da Folha da Tarde, para o terceiro, onde ficava a Rádio Guaíba.

Eu, jovem repórter, fora incumbindo de coletar a sua seleção do campeonato gaúcho daquele ano, coisa tradicional da imprensa gaudéria. Naquele tempo, ninguém poupava jogadores no campeonato. O Gauchão era hiper valorizado.

Quando o encontrei, ele já foi me estendendo a lista de sua seleção, que seria publicada no dia seguinte na Folha.

Fiquei espantado quando li a relação: era o time inteiro do Grêmio, do goleiro ao ponta-esquerda. E foi sempre assim, ano após ano.

Hoje, refletindo sobre isso, concluí que essa era uma maneira que o gremista Milton encontrou para reagir contra os colorados da imprensa, que sempre privilegiaram seus jogadores na hora de formar seleções de campeonatos.

Milton foi, portanto, um dos raros gremistas, assim como Antônio Augusto e Paulo Sant’ana, que reagiu ao ataque em bloco daquilo que o blog ‘cornetadorw’ define como IVI, hoje uma expressão inquestionável.

Apesar de consagrado como a ‘voz do rádio’, Milton sempre foi um sujeito humilde. Para ilustrar essa afirmação, lembro-me de uma história. Eu era diretor da rádio da Universidade/Ufrgs.

Havia um greve. Um grupo de estudantes da Fabico pediram um espaço na rádio – também em greve mas funcionando só com música – para informar sobre a paralisação e alguma atividade em andamento. Lá pelas tantas, o grupo (eram uns 20 alunos), decidiu oferecer um prêmio (um GOL) para sortear entre os (poucos) ouvintes.

Terminada a greve, foi anunciado no ar o nome do vencedor, que teria direito mesmo ao gol.

O Gol não era o carro, mas o grito de gol narrado por Milton, que dias antes havia concordado em gravar o seu ‘gol, gol, gol’ para a gurizada.

Bem, esse foi um pouco do Milton que conheci e de quem recebi um exemplar do livro, lançado na Feira do Livro do ano passado, por ele autografado.

Bem, a voz do rádio silencia. Ninguém nunca mais vai narrar um gol do Grêmio com tanta verdade, tanta paixão.

Grêmio encaminha classificação com gols de Tardelli e Braz

Acostumado a jogar com dez, o Grêmio nem sentiu a falta de Geromel, expulso no começo do segundo tempo. Tudo indicava, porém, que seria uma noite de terror, até porque a arbitragem estava pra lá de suspeita.

O técnico Renato ‘Midas’ Portaluppi, tirou uma carta da manga. Sacou quem não deveria sequer ter entrado e colocou em campo o zagueiro David Braz, cuja contratação foi bastante questionada (‘óooh, vai tirar espaço do jovem
Rodrigues’, diziam).

Renato, forçado pelas circunstâncias, tirou quem pouco contribui e nada acrescenta.

O espaço ocupado por André na área de forma nada produtiva acabou sendo preenchido por outros jogadores de maneira mais resolutiva.

Isso ficou claro nos dois gols da vitória por 2 a 0 sobre o Libertad. No primeiro, aos 25 minutos, Kannemann (excelente atuação) disputou com a zaga e desviou de cabeça para Tardelli bater de voleio à queima-roupa. Como teria sido se André estive ali?

A mesma pergunta vale para o segundo gol. Aos 38, David Braz, de cabeça, mandou para a rede. As duas bolas levantadas para a área foram de Alisson, outro de bela atuação.

O Grêmio como um todo foi muito bem. Teve 77 por cento de posse de bola no primeiro tempo, mas sem efetividade. No segundo, na base da superação a partir da expulsão de Geromel após consulta ao VAR, o Grêmio foi mais objetivo, atacando com eficácia e bloqueando a entrada da área.

No jogo da volta, o Grêmio se classifica mesmo perdendo por 1 a 0. Espero que o gol ajude Tardelli a recuperar a confiança. O time vai precisar muito dele, assim como de Luan.

NOS ACRÉSCIMOS

Fiquei empolgado com a atuação do meia Franco. Jogou muito.

Testes de tolerância: André de titular e transmissão pelo face

André de novo começa o jogo. É um desafio à tolerância do torcedor, principalmente ao que paga ingressos – caros até para quem tem desconto de sócio – para ver André em campo e, por exemplo, Luan no banco de reservas.

Que Renato tem mais condições do que eu de avaliar o que é melhor para o time, não tenho dúvida. Falo por mim, apenas por mim, pois sei que alguns gremistas acreditam mesmo que sabem mais que o técnico. Normal. Isso vale para torcedores de todos os clubes. O técnico está sempre por um fio de ser chamado de burro.

Não acho que Renato seja burro – se ele é burro o que sobre para os mortais comuns que nunca terão uma estátua para ser chamada de sua? -, mas ele ao insistir com André parece acreditar que o seu camisa 9 a qualquer momento vai deslanchar, calando seus (do André) críticos, que cada vez são mais numerosos e tolerantes.

E olha que não me incluo nesse grupo. Não quero André porque ele não faz o que deveria fazer, o gol; e não quero André porque ele tem um substituto muito mais qualificado, que é o Luan.

Não entendo por que Luan não começa. Se é porque André prende e preocupa a zaga por ser centroavante, Luan preocupa muito mais. Sem contar que faz o time jogar e num lampejo pode decidir o jogo.

Talvez Renato pense que Luan ainda não está na sua melhor forma física e técnica, por isso prefere que ele entre no decorrer do jogo, pegando o adversário mais desgastado.

É uma ideia. Mas ainda assim, dentro das minhas limitações, entendo que Luan deveria começar, deixando Tardelli (cada vez mais parecido com André pela pouca resposta que dá) como opção de luxo.

Bem, o importante é vencer com ou sem André, de preferência sem deixar o Libertad fazer gol.

FACE e UÍSQUE

O jogo vem apenas pelo facebook. Na outra vez foi muito ruim assistir pelo face (maldita ideia que tiveram). Espero que desta vez o jogo não tranque tanto. Vou exercitar minha tolerância com André e com o face.

Antes do jogo, vou abrir os trabalhos com uma ou duas doses de uísque (uísque meia-boa, não sou como um velho parceiro de Recife, que só bebe de 12 anos pra cima (igual a um certo atacante tricolor).

Depois, vou no vinho tinto que ninguém é de ferro.

Arena? Não, caro demais o ingresso para cadeira gramado, minha preferida, R$ 102.

Mais um pouco compro um litro de Chivas.

O gol de Luan foi o melhor lance do Gre-Nal 421

Empatar dentro do Beira-Rio lotado de colorados não pode nunca ser considerado um mau resultado. No Gre-Nal de reservas, pelo mau futebol apresentado pelas duas equipes, em especial a do Grêmio, o empate foi o resultado mais justo.

As duas equipes perderam dois pontos. Ganharam apenas um, o que já é muito pela bolinha de jogaram. Nenhuma delas fez por merecer os 3 pontos, que, no caso do Grêmio, serviriam para ultrapassar o rival na tabela de classificação.

Aqui na aldeia isso tem muita relevância, mas não afastaria o fato de que os dois, Grêmio e Inter, aspiram no máximo uma vaga na Libertadores, porque título é quase impossível.

Quero revelar que no segundo tempo, irritado com o Grêmio, que não havia levado perigo ao goleiro adversário, teve momentos em que, de tão revoltado, comecei a sorrir de nervoso diante dos passes errados de TODOS os jogadores do Grêmio.

Por falar em sorrir, o que foi esse gol que o Paulo Miranda marcou? São dois gols de cabeça ridículos em dois jogos (o outro foi contra o Bahia). Coisa mais varzeana é impossível. O goleiro Júlio César, que logo no início salvou o time em dois lances seguidos, deveria ter alertado o zagueiro que a bola era sua, mas PM acabou marcando contra.

E por pouco não foi o gol da vitória colorada. Mas aí apareceu Luan, bem ao estilo de centroavante, cabeceou para a rede após cruzamento de Capixaba, em jogada que a participação de Tardelli na origem. Um golaço.

Até o gol, aos 27 minutos, o Grêmio não havia levado perigo ao goleiro Danilo Fernandes, que só fez uma defesa, e das mais difíceis, quase no final, quando Pepê quase marcou.

Para falar e escrever negatividades sobre esse time B do Grêmio tem muita gente. Eu prefiro um olhar mais positivo sobre o que aconteceu neste domingo no clássico 421.

Primeiro, o gol de Luan, que pode contribuir para a volta do grande Luan que todos nós admiramos, no caso dos gremistas, e invejamos, no caso dos colorados e torcedores de outros grande clubes do país.

Luan está voltando?

Segundo aspecto positivo: o gol foi a faísca que acendeu Tardelli, que pareceu mais interessado a partir dali, revelando até uma certa sintonia com Luan. Os dois chegaram a se abraçar, acabando com essa história de inveja e boicote.

Por fim, destacar o trabalho de Thaciano, incansável. Foi o melhor de um time de atuação irritante.

Éverton, que já não havia ido bem no jogo anterior, voltou a decepcionar, pelo menos a mim. Teve um lance quase no final em que ele ficou frente a frente com Cuesta, junto a linha de fundo, quase na grande área. Era o momento de buscar o drible e invadir a área, quem sabe até cavando um pênalti, mas Éverton pipocou, recuou a bola. Quero confessar que quase saí da frente da TV.

Mas Éverton continua com muito crédito.

Sobre Gallardo, achei interessante a intenção de Renato, mas a ideia de liberar mais o Léo Moura para a jogada ofensiva não deu certo. Renato só tirou Gallardo no segundo tempo. Demorou. Gostei da entrada de Darlan, que entrou com personalidade, credenciando-se ainda mais.

No final das contas, pelo que jogou o Grêmio o empate foi mesmo um bom resultado. Mas vamos em frente. Agora, Libertadores.

Grêmio ainda joga o melhor futebol do país

A manchete já estava pronta nas redações e nas redes sociais: Roger vence o duelo com Renato. Seria mais ou menos isso que a gente encontraria em caso de derrota na Fonte Nova.

Deu ‘zebra’. Tiveram de adiar o projeto ‘detona Renato’.

Com o esquema de sempre, recusando-se a jogar por uma bola como tem feito desde que assumiu, Renato conseguiu mais uma vitória e o GRêmio mais uma vez está numa semifinal da CB, o que não é pouca coisa.

E o gol da vitória por 1 a 0 foi de um jogador que ainda não se afirmou perante a maior parte da torcida, e que muitos queriam na reserva para começar o jogo com Pepê. Renato foi chamado de tudo por ter feito essa opção. E lá foi o Alisson sem medo de ser feliz, a dribles, invadir a área para fazer um golaço. Ah, lançamento sensacional do Matheus Henrique, um dos melhores em campo.

Roger, que não insiste em seu esquema preferido porque não tem a qualidade necessária para isso, perdeu não por seus acertos ou erros, foi porque seu time, tecnicamente, é inferior ao do Grêmio. Reconhecendo isso, o que é mérito, jogou como jogam quase todos que enfrentam o Grêmio.

Roger acabou eliminado pelo esquema que ajudou a construir e entregou para Renato lapidar, aprimorar. O Midas fez a sua parte, conquistou títulos e, quando todos esperam que chegou ao fim da linha (como eu mesmo cheguei a cogitar), ele renasce fulgurante como aconteceu na terra dos Orixás.

E isso que ainda tem Luan e Tardelli para manter e elevar a qualidade da equipe, que, com esses dois em plena forma técnica e emocional, colocam o Grêmio como favorito a conquistar o hexa da Copa do Brasil.

VAR E APITO

Claro, existem alguns obstáculos. Como dizia Drummond, meu poeta favorito, há umas pedras no meio do caminho. Além dos adversários, Atlético PR e Inter (o Cruzeiro não tem chance, porque no BRio coisas incríveis acontecem e sempre beneficiando o dono da casa.

Sim, foi pênalti em Felipe Mello. O curioso é que a imagem do lance a TV só mostra por um ângulo, pelas costas. A câmera de frente para a jogada mostra que foi pênalti mesmo, e que o juiz acertou.

Mas o glorioso VAR anulou a marcação do juiz. Aliás, o VAR foi protagonista naquele gol em impedimento do Inter e que gerou muita polêmica. Se não me engano, foi a única vez que o chefe da arbitragem, Leonardo Gaciba, foi correndo justificar o injustificável.

Na Fonte Nova, o VAR prejudicou o Grêmio ao não assinalar pênalti do lateral no lance com André. Antes, o VAR já havia anulada a marcação de pênalti pelo juiz a favor do Grêmio, num lance discutível em que Alisson foi empurrado na risca da grande área.

Sobre André, ele até foi bem no jogo. Comparo com os outros camisas 9 que vi na rodada: Gilberto, Guerrero e Deyverson. André não foi pior que nenhum deles. Foi até melhor na rodada.

É que tem sido dura a vida do centroavante que fica mais centralizado.

Dias atrás elogiei o Deyverson. Quero retirar o elogio. Que atuação ridícula contra o Inter.

PALMEIRAS

Esse Palmeiras realmente tem um grupo muito bom, mas não tão bom quanto dizem por aí. São jogadores médios, sem nenhum destaque individual capaz de mudar a rotina do time, quebrar a mesmice do esquema padrão Felipão. O mais qualificado nesse aspecto ainda é Dudu, o que convenhamos.

Então, o Palmeiras tem um time ajustado para maratona, não para tiro curto, o mata-mata.

Por fim, se o Palmeiras for campeão brasileiro, como tudo indica, não poderemos afirmar que ali está o melhor time, e sim o melhor grupo.

De minha parte, o melhor futebol do Brasil ainda é praticado pelo Grêmio, apesar da queda visível de rendimento.

E ser o melhor não significa ser campeão, porque o futebol da escola do Felipão e suas crias, Mano e Odair, é mais objetivo e pragmático, normalmente vencendo com um gol de cabeça, o que também é válido, claro.

Mas eu prefiro o futebol que o Grêmio pratica, da escola guardiolana.