O técnico ‘Midas’ e seu camisa 9 que não deslancha

Se o Grêmio alcançar a classificação nesta noite, em Salvador, estará provado que seu time de dez jogadores é mesmo muito forte.

Tão forte que dez conseguem levar junto um jogador que tem sido um peso morto, um jogador que chegou precedido de trajetória com alguns pontos altos e outros baixos como um rodapé. Irregularidade, portanto.

Esse jogador, cujo nome não vou escrever aqui porque seria chover no molhado, todos já sabem de quem se trata, estará em campo mais uma vez, e sabe-se até quando o técnico Renato Portaluppi vai insistir com ele.

Renato corre o risco de ser eliminado precocemente da Copa do Brasil – e nós com ele. Aliás, a eliminação poderá ter reflexos no Brasileirão e na Libertadores.

O poder de Midas, que Renato revelou com vários jogadores, a começar por Éverton, que ele transformou de perdedor de gols a fazedor de gols (vale o mesmo para Pedro Rocha), não está sendo suficiente para elevar André a goleador de fato.

Cabe a nós, gremistas, mais uma vez acreditar que ‘agora vai’, que os gols vão finalmente surgir sem depender basicamente do Éverton e agora do Pepê.

Ou, melhor ainda, esperar que mais uma vez a imprensa erre em sua especulação, e que Renato surpreenda colocando Luan mais adiantado, afastando o camisa 9 baixo astral, que não consegue dar a volta por cima para justificar os 10 milhões reais investidos pelo clube em sua contratação.

Já em relação a Tardelli, depois dos últimos acontecimentos, já não acredito nele. Não vejo em Tardelli um atleta comprometido realmente com a camisa tricolor. Ele está aqui, mas com um pé fora e com as malas prontas. É o que ele me transmite em suas manifestações nas quais ele envolve Deus a cada frase. Não acredito em atleta com esse discurso.

O último que levei a sério, e deu certo, foi Baltazar, aquele que dizia “Deus está guardando algo melhor para mim”. E aconteceu aquele gol que até hoje me emociona, o 1 a 0 sobre o São Paulo, no Morumbi lotado.

Pepê comanda a virada e neutraliza ameaça de crise no Grêmio

Gol de um pênalti cometido por um estreante (David Brás) logo no início, um time confuso em campo, com excesso de passes errados, a nova ausência de Diego Tardelli e a irritação da torcida com a escalação de um misto frio. Elementos suficientes para desestabilizar qualquer trabalho.

O circo para instalar uma crise de vez no Grêmio estava armado. O que tem de gremista – o tipo que torce mais por suas teses e que se encontra em todos os clubes – que ficou frustrado com a vitória de 2 a 1 sobre o Vasco. Sem contar alguns integrantes da mídia, claro.

Uma derrota deixaria o técnico Renato em situação complicada, e as vaias seriam inevitáveis. Seria um clima péssimo para o jogo decisivo contra o Bahia. Cheguei a temer pelo pior diante do que acontecia em campo.

Mas felizmente o Grêmio conseguiu virar um jogo que se encaminhava como trágico com o segundo gol vascaíno, anulado corretamente pelo VAR. Penso que foi a primeira virada do time B tricolor com Renato no comando.

Muito criticado nos últimos tempos, pelas atuações do time e pelo excesso de folgas dos titulares como aconteceu neste sábado, Renato conseguiu acertar o time com a entrada de Éverton e a saída de Rômulo, ainda no primeiro tempo, passando Pepê para a direita.

Foi por ali, após receber uma bola milimétrica de Luan (que está em processo de recuperação para ser o velho Luan de guerra), que o atacante empatou o jogo, com um chute forte e rasante em diagonal.

O gol da vitória aconteceu aos 40 minutos, com um cruzamento tipo com açúcar e com afeto do velho Léo Moura, que infelizmente não tem mais a vitalidade necessária para suportar 90 minutos em alto nível. A bola passou sobre Da Silva, mas não por Pepê, que deu uma cabeceada estilo Jardel.

Um golaço do provável substituto de Éverton, que talvez nem jogue em Salvador. Após a partida ele revelou que tem proposta de um clube europeu. Se confirmar será lamentável, será como encerrar o ano em julho/agosto.

Não dá nem pra culpar a direção se for uma oferta daquelas irrecusáveis. Até porque o jogador vai ficar beiçudo.

Já basta o Diego Tardelli para tumultuar e irritar a nação tricolor. Aliás, Tardelli deve mesmo ser negociado. E tudo indica ele vai para o Atlético Mineiro. Um grande banco insiste em contar com Tardelli, que estacou no sexto jogo pelo brasileiro e dali não sai. Pode, portanto, defender outro clube na competição. Escrevi há pouco dias: tudo é uma questão de caráter.

Ainda sobre o jogo, o Grêmio foi irregular, e seu grande mérito foi ter capacidade de reação, de sair do resultado adverso para uma vitória muito importante. Até os melhores erraram acima da média.

Gostei de ver Patrick, um guri de muito futuro, e Da Silva ‘Esperança’, que jogou uns dez minutos, mas não se intimidou. Sinal de que foi bem preparado por Renato, que apostou nele depois de saber que não contaria com o jogador que custa em torno de 1 milhão de reais ao clube e que até agora jogou uma bolinha varzeana, com todo respeito aos bravos e dignos jogadores da várzea, que muitas vezes jogam de graça ou por um sanduíche de mortadela, mas jogam.

Esperança, teu nome é Da Silva

O título pode parecer exagerado. E pode ser mesmo, é de propósito, é pra provocar. Alguém tem alguma esperança que André finalmente vai fazer gols? Então, Da Silva é a esperança. Pelo menos a minha esperança.

Rondinelli da Silva acabou de completar 20 anos. Renovou contrato há um mês, com uma boa multa rescisória. Resguardado o clube, chegou a hora de colocar o guri pra jogar.

Jogador que até os 19 anos, 20 anos, não mostra qualidades suficientes para receber oportunidades – mas oportunidades mesmo – pode entrar, a rigor, em lista de negociação. A não ser que seja daqueles casos de amadurecimento tardio, o que a comissão técnica, tanto da base como da principal, precisa ter competência para avaliar.

O fato é que Da Silva já foi lapidado o suficiente pelo Setor de Lapidação Técnica e Emocional (SLTE) do clube. É hora de jogar, de mostrar serviço. Vulgarmente falando, ou dá ou desce.

Cabe ao treinador Renato Portaluppi dar chances ao jovem Da Silva para que ele deslanche. Para isso, bastam 20% do tempo perdido com André.

Por mim, Da Silva já começaria o jogo deste sábado contra o Vasco, na Arena. O André não precisa descansar, não precisa ser poupado?

André saiu vaiado do jogo contra o Bahia – e olha que ele não foi pior que a maioria do time, mas tem o conjunto da obra pesando. Terá ele condições emocionais? Não, não tem mesmo. Folga pra ele, Renato.

Tem um detalhe, Da Silva é o típico aipim. Não tem essa frescura de sair da área pra buscar a bola, tabelar com o meia habilidoso e pretensão de driblar.

Da Silva não é como o André, um aipim envergonhado.

O tradicional camisa 9 não é exatamente o que eu prefiro, mas é o que a casa oferece. Ou Da Silva ou André? E aí, alguma dúvida?

E o falso centroavante, preferência de muitos, até em função dos 3 a 0 do Cruzeiro, com show de Pedro Rocha (R$ 900 mil mensais é o que ele queria para jogar no Grêmio, que preferiu o veterano Tardelli)?

Acho melhor a gente esquecer. Renato já disse que prefere o centroavante de carteirinha. Acho que o presidente Romildo deveria ter uma conversinha com seu empregado…

Voltando ao Da Silva, vejam o que disse Thiago Gomes, treinador do time de aspirantes, ao clibrbs:

-O Da Silva é um centroavante de posicionamento, com presença de área e ótimo  cabeceio. Gosta de jogar de costas para o gol, fazendo pivô. Um jogador de referência, com bom poder de finalização. Ele está aprimorando a questão técnica de atuar fora da área e evoluiu muito no jogo apoiado. É um centroavantão — destaca o treinador. 

É isso: esperança, teu nome é Da Silva.

INSCRIÇÃO NO BLOG

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Não obrigo ninguém a participar, mas exijo respeito às regras e a mim mesmo. Estou muito velho para tolerar malandragem.

O prazo para regularização é até às 15h deste sábado, dia 12.

A regularização deve ser pelo e-mail ilgowink@gmail.com

Muito grato aos que levam este espaço a sério, sem deboche.

Noite de vaia e decepções na Arena

Assim como muitos gremistas com quem conversei na Arena estava pilhado para rever o Cebolinha e para ver o time com Diego Tardelli, e com Luan no lugar do camisa 9. Meu aproveitamento foi de 50%. Tardelli não jogou por questões médicas e Luan ficou no banco. Começaram Jean Pyerre e (surpresa!), André.

Foi na entrevista coletiva após o empate por 1 a 1 com o Bahia que ficamos sabendo que Luan nunca esteve cotado para jogar de falso 9. Segundo Renato, ele foi testado na função mas o time não funcionou. Se o esquema com Luan não funcionou em treino, não seria no jogo que iria funcionar, disse Renato.

Foi um balde de água fria em mim e em todos que esperavam ver o time jogando como na Copa Brasil de 2016, sem o centroavante tradicional. Renato disse mais, que o time e ele preferem jogar com alguém dentro da área. Ou seja, André é titular, e agora mais ainda com a lesão de Vizeu, aparentemente muito séria.

Ficamos todos dependentes de André.

Então, esta é a pior conclusão da noite, que prometia ser de futebol bonito e vitória serena, e que terminou com a certeza de que Renato não vai mesmo abrir mão do camisa 9.

É claro que isso não impede que o time volte a engrenar – o que é quase uma obrigação depois da pausa para treinos de aprimoramento -, mas depois do que se viu diante do Bahia resta o temor de que um ciclo está terminando.

Não que o time tenha jogado mal, não mesmo. O time dominou, criou situações perigosas, inclusive com um chute de JP na trave direita.

Aliás, JP teve alguns momentos importantes no jogo, como esse chute na trave e a bola enfiada para Cebolinha no final do primeiro tempo, que resultou no pênalti, por sinal muito bem cobrado pelo principal atacante do time.

Contra JP o lance que poderia definir a partida a favor do Grêmio. Num raro lance de vitória pessoal, André deixou JP na cara do gol. Era só chutar, mas o jovem meia optou por encostar a bola para um companheiro, mas o fez de forma errada, para alívio do goleiro Douglas.

Não duvido que esse lance equivocado tenha causado a substituição de JP por Luan, o que aconteceu sob vaias de protesto da torcida contra a decisão de Renato. Naquele momento, poderia ter entrado Luan e saído André, mantendo JP em campo.

Aliás, consenso entre os torcedores que estiveram na Arena. Por isso, as vaias ao treinador.

Não se pode agradar a todos, afirmou Renato na coletiva. Agora, quando se desagrada a maioria é o caso de ter humildade e refletir a respeito.

Independente de qualquer coisa, o Grêmio mostrou futebol suficiente para superar o time baiano na Fonte Nova. Para isso, é preciso tirar os espaços de Arthur, um atacante arisco que infernizou a vida dos defensores do tricolor.

Sexteto de ouro para enfrentar o Bahia de Roger Machado

O time do Grêmio que enfrenta o Bahia nesta quarta-feira, às 19h15, é o que a casa oferece de melhor para o momento. O jogo vale pela Copa do Brasil, considerada prioridade máxima pelos baianos.

Sobre o time tricolor não existe unanimidade, claro, mas nem o torcedor mais cri-cri faria mais do que uma ou duas mudanças na escalação que vem sendo divulgada.

O torcedor mais amargo, aquele que veste ceroula e toma underberg com limão no café da manhã, contesta a ausência de Jean Pyerre. Renato, segundo eles, faz isso pra proteger os ‘cascudos’ e escalar seus ‘bruxinhos’. Então, por essa lógica maluca, Renato coloca seus, digamos, protegidos, acima dos interesses da equipe.

É Renato ‘empacando’ a trajetória de ascensão do jovem craque JP, assim como ‘empacou’ a carreira de Arthur e Pedro Rocha, e ‘atrasou’ o lançamento de Éverton, que era chamado de peladeiro e perde-gol, até passar pelo Padrão de Qualidade Renato Portaluppi (PQRP).

Também acho que JP merece a titularidade. Mas quem sairia? De novo não há consenso entre os torcedores. Alison, Tardelli ou Luan? São os que estão recebendo votos.

Qualquer um dos citados tem sua importância técnica e tática. A escalação de JP mexeria na estrutura. Sem Alison o Grêmio perde poder de marcação no setor direito, antes ocupado por Ramiro. Deixar Tardelli fora seria quase um absurdo pelo que ele mostrou antes da pausa da Copa América.

Se eu tivesse que sacar alguém para colocar JP, este seria Luan. Mas só pelo fato de que ele ainda não provou que merece ser titular de novo. Escreve aqui quem não assiste aos treinos. Acredito que se Renato escala Luan é porque acredita nele para começar o jogo. Simples. Ou alguém imagina que Renato faz isso porque Luan é seu bruxinho ou coisa parecida?

Então, considero a escalação do time a melhor possível. Jean Pyerre fica como alternativa para o segundo tempo ou alguma eventualidade.

Não vai falar, no futuro, alguém para dizer que Renato empacou o crescimento de JP.

Outra decisão importante do Renato é a escalação de Luan como um falso camisa 9, algo que eu e a maioria da torcida reivindicamos faz tempo, até em função das opções possíveis.

Então, o Grêmio vai com sua muralha defensiva tradicional, uma defesa entrosada como poucas no país.

Do meio de campo em diante só jogadores que tratam a bola por tu ou você. É um sexteto de ouro. É muita qualidade.

A grande atração, Éverton ‘Cebolinha’.

Resta saber se toda essa qualidade conseguirá se impor diante da retranca que Roger Machado vai armar na Arena.

JURÍDICO

Pouca gente fala nisso, mas o departamento jurídico do Grêmio conseguiu importante vitória no tapetão. O clube foi absolvido da absurda acusação de racismo no jogo contra o Fluminense, dia 5 de maio, pelo pleno do STJD. Havia uma condenação inicial, com multa de 30 mil reais. Resultado final excelente, até para futuras denúncias de incidentes nessa área.

Cebolinha sai do banco de reservas para entrar na história

Como eu ia dizendo, Éverton ‘Cebolinha’ fez mesmo a diferença na Seleção Brasileira, coisa que muita gente jamais imaginou que fosse acontecer.

Essa diferença ele faria, por certo, na Copa do Mundo/2018 se o técnico Tite seguisse minha recomendação – publicada aqui neste blog em abril do ano passado. Tite me ignorou e não convocou o cara que seria seu maior trunfo, o fator surpresa.

Sem dúvida, eu sou um visionário. Raros me levam a sério, estes poucos que me levam a sério são sábios. Modéstia à parte.

Graças a Cebolinha, como a nação consagrou na voz e no entusiasmo de Galvão Bueno, o maior chefe de torcida deste país, o Brasil conquistou a Copa América, sinalizando que pode estar encontrando seu caminho para voltar aos velhos tempos de glória.

Agora, muita coisa precisa ser feita. A Copa América é como o Gauchão: engana bobo. De qualquer modo, já existe um esboço de time forte e competitivo.

O maestro do time já está aí, o que é meio caminho andado. Trata-se de Arthur, que teve uma atuação de gala no Maracanã, embora poucos tenham destacado isso. Além de coordenar as ações no meio de campo, marcando e organizando, ainda fez a jogada do segundo gol, marcado com habilidade e destreza por Gabriel Jesus.

Foi do atacante a bela jogada que resultou no gol de abertura, feito por Cebolinha, que conquistou o templo do futebol com seus dribles e sua ginga que lembra um Garrincha moderno.

O gol do Peru, que serviu para dar um tempero a mais no jogo, saiu de um pênalti do tipo que deveria ser reavaliado pela Fifa: o zagueiro se joga e ao cair estende o braço para o chão, num gesto de auto-proteção, intuitivo, inevitável. Mas os gênios da Fifa consideram isso infração.

Lembro que o Cruzeiro de POA foi eliminado de um Gauchão pelo Inter com dois pênaltis desse tipo.

No terceiro gol, o gol da tranquilidade porque o jogo estava tenso, com o Peru ameaçando o empate, resultado que levaria o confronto aos pênaltis. Foi aí que o nosso Cebolinha fez umas das suas – jogada tipo abridor de lata que eu previ que ele poderia fazer na Copa do Mundo. O atacante gremista invadiu a área e foi empurrado grosseiramente. Richarlison bateu e marcou.

Quero confessar que eu torci pelo Brasil, discretamente, por causa do Cebolinha e do Arthur. A presença de Alisson não arrefeceu minha disposição de contraria minha trajetória de secador da seleção. É um grande goleiro, e merece ser titular.

Além do mais, a presença de Alisson e a de Guerrero em campo serviram para dividir corações vermelhos.

Hoje, leio e ouço colorados tendo dificuldade de aceitar que Guerrero perdeu a artilharia do torneio para Cebolinha. Os dois terminaram com 3 gols, mas o gremista ganhou no critério de desempate de ter jogado menos tempo que seu rival. Até o começo da noite havia sites divulgando simplesmente que os dois terminaram empatados.

Cebolinha começou o jogo valendo no mínimo 40 milhões de euros. Agora, eleito também o melhor jogador da final, ele está valendo pelo menos 60 milhões euros. E vai aparecer gente para comprar.

É mais um jogador lapidado e preparado por Renato Portaluppi e demais integrantes da comissão técnica, como preparador físico, psicólogo, assistente social, etc.

Para quem já foi chamado de peladeiro e perdedor de gol já é um salto.

A não-notícia que gerou notícia: CBF garante Tite

Notícia na condicional é uma não-notícia. É uma especulação com ares de verdade, ainda mais quando transmitida por um jornalista de credibilidade. É o caso de Juca Kfouri, que em seu blog anunciou que Tite larga a Seleção com qualquer resultado neste domingo, na final da Copa América.

Uma leitura um pouco mais atenta revela que não há notícia, apenas especulação, frases que logo adiante são desmentidas pelo próprio autor. Numa frase Tite sai da Seleção, independente do resultado contra a ‘poderosa’ seleção do Peru – vai dar goleada, digo eu.

Em outra frase, o articulista diz que o resultado do jogo pode fazer Tite recuar nessa sua suposta intenção de seguir outro caminho.

E largar essa moleza que é treinar a Seleção?

Eu, que sou meio paranoico e desconfio até da minha sombra, suspeito que essa pode ser uma notícia plantada com o objetivo único de contribuir para manter Tite no cargo, um cargo tão bom que ele pode se dar ao luxo de empregar seu filho.

Aliás, Tite ficou magoado com a corneta que recebeu por esse fato. Não estaria essa questão, o filho de Tite como integrante da comissão técnica, por trás dessa não-notícia?

O texto, que não sustenta sequer a afirmação inicial, ainda projeta possíveis técnicos para o lugar de Tite: Renato e Mano.

Cheguei a pensar que Renato seria a bola da vez no caso de Tite sair, mas pensei melhor e concluí que não. Renato não vai. Não é um treinador com o perfil para trabalhar com esses dirigentes da CBF, incluindo aí o conselheiro colorado. Entre ele e Mano, penso que dá Mano, defensor de um estilo de jogo mais pragmático, que não se envergonha de ‘jogar por uma bola’.

Por fim, o resultado imediato dessa suposta saída de Tite: a CBF anunciou em nota oficial no fim da tarde que Tite continua no comando da Seleção até a Copa do Mundo de 2022.

A não-notícia surtiu efeito, gerou notícia.

Seleção vence jogo em que Cebolinha sai no intervalo sem ter sido acionado

Torço pela seleção circunstancialmente. Por exemplo, quando nela está algum jogador do Grêmio. No caso desta Copa América, só passei a torcer pelo time do Tite – no começo do Tite como técnico da seleção até torci um pouco por causa dele, mas hoje ele é um fator a mais para que eu seque – quando Éverton Cebolinha entrou no time.

Torci por mim, que defendi Cebolinha na Copa do Mundo, no ano passado, e fui considerado demente desvairado. Mas torci basicamente porque se trata de uma revelação gremista, além de ser um atacante raro no futebol mundial.

Bastou Cebolinha ganhar as manchetes que a ciumeira pegou, deu ‘cimeitite aguda’ em alguns boleiros, com destaque para Felipe Coutinho, que não larga a bola para o Éverton, e quando o faz é aquele passe burocrático, nunca uma bola enfiada como as do Maicon e do Luan.

Nesta noite, no Mineirão, o primeiro tempo foi escandaloso. Éverton só recebeu uma bola em condições de evoluir – perdeu a jogada por adiantar demais a bola. Aliás, muito bom esse Foyt, que jogou na lateral-direita dos argentinos.

Quase no final do primeiro tempo, um lance emblemático de ciumeira incontida. Coutinho avançando pelo centro, mais pela esquerda, tinha Éverton livre ao seu lado, esperando o passe. Coutinho optou pelo lado oposto, e a jogada acabou morrendo.

E aí, como se não bastasse, Tite substitui Éverton, quase uma queimação. Tirou um atacante que poderia definir a partida em um lance. Adotou o esquema chama derrota.

A Argentina ficou estimulada a atacar mais e só não empatou porque os deuses do futebol no momento parece que detestam tango, preferem pagode e sertanejo universitário.

O Brasil, depois de alguns sustos, conseguiu empatar no contra-ataque, através de Firmino, após grande jogada de Gabriel Jesus.

O título deve ficar mesmo é com o time de Tite, o melhor que vi até agora. Provavelmente irá pegar o Chile na final, domingo.

A Copa América, pelo nível baixo que está apresentando, é tipo o Gauchão, uma competição engana-bobo.

‘Crise’: sai o gramado da Arena, entra a goleada no jogo-treino

Sai o gramado da Arena, entra a goleada de 4 a 1 do São José sobre o time praticamente titular do Grêmio. Termina uma ‘crise’, logo vem outra.

Prato cheio para gremistas assustados, colorados e secadores de vários matizes, além dos mensageiros do apocalipse, que enxergam nesse resultado os sinais de uma hecatombe.

Para colocar ainda mais gasolina no fogo, é importante destacar que foi o time reserva do Zequinha e que o jogo aconteceu no Centro de Treinamento Luiz Carvalho.

Não dá pra desprezar também o fato de que o titular do Grêmio perdeu por 1 a 0. No intervalo, entrou o time B, que levou os 3 gols restantes, e marcou um de consolação. Preocupante, quem fez o gol foi André.

Esse jogo-treino não passa disso, um jogo-treino. É o momento em que o técnico busca dar ritmo ao time e acertar alguns detalhes de movimentação. O resultado pouco importa, e só tem relevância para aqueles que sempre buscam algum motivo para questionar o trabalho vitorioso realizado nos últimos anos, com taças no armário, dinheiro nos cofres e finanças equilibradas.

Pra mim, o mais importante desse trabalho foi a confirmação de que Renato pensa mesmo em definir Luan como titular na função de falso 9, preferência da maior parte da torcida, aquela que aprecia o bom futebol aliado a um estilo competitivo, que tem se mostrado vitorioso.

Já li nas redes sociais comentários prevendo o pior, como se vivêssemos nos anos de vacas magras e não neste período glorioso.

Mas o que mais se lê são críticas à escalação de David Brás de titular, no lugar de Rodrigues. Já tem gente dizendo que ele é bruxinho de Renato, por isso tem que jogar.

Não, David foi contratado para ser reserva da dupla titular. É um jogador que não custou barato. Não tem sentido ele ficar na reserva de Rodrigues, por melhor que o jovem zagueiro tenha se saído. Rodrigues já mostrou qualidades, e não há dúvida que mais cedo ou mais tarde será titular.

David terá sua oportunidade. Se não corresponder, vai para o fim de fila.

Bem, enquanto não surge outro fato negativo no Grêmio, o assunto nesta terça deverá ser mesmo a goleada dos reservas do Zequinha.

O gramado da Arena e o Gre-Nal dos 5 a 0

O mau estado do gramado da Arena gerou uma série de críticas ao Grêmio, explorada ao máximo por vários segmentos.

A maior parte da torcida percebeu a maldade por trás do bombardeio, que teve como alvo a gestão Romildo Bolzan, pura sacanagem porque a gestão da Arena ainda não é do clube.

Alguns reagiram ‘plantando’ imagens nas redes sociais do histórico e inesquecível Gre-Nal dos 5 a 0, dia 9 de agosto de 2015 (aliás, a data deve ser comemorada efusivamente, porque não é sempre que se aplica goleada desse porte em clássicos).

A pretexto de mostrar que a Arena já teve um gramado impecável, como o desse jogo, são reproduzidos os gols Luan 2, Giuliano, Fernandinho e Rever contra. Quem viveu essa emoção deve ser grato todo dia por ser gremista.

No vídeo aparece, então, o gramado perfeito e uma atuação perfeita.

Penso que essa goleada é um marco para a ascensão gremista de lá para cá. Sinalizou que era possível a retomada das vitórias e dos títulos. Técnico, Roger Machado. Depois, Renato Portaluppi, que lapidou (gosto deste verbo, lapidar) a obra iniciada por Roger (devemos reconhecer também a contribuição do Felipão nesse processo).

Bem, essa história do gramado da Arena me levou a recorrer ao google, e lá deparei com a ficha técnica do time gremista no jogo dos 5 a 0.

Do time que começou o jogo, há quatro que a torcida não aceitava e até abominava. Eis os nomes: Gallardo, que está de volta, Erazo, Marcelo Oliveira e Edinho. Sem contar que Maicon era muito questionado, assim como Douglas e Pedro Rocha (um ‘perdedor de gols’, que Renato lapidou) até ajudar na conquista da CB e virar milhões de euros.

Aí vamos para o banco de reservas gremista: ali estava Éverton, que começava a ser lapidado (de novo?) por Roger.

Também no banco, Fernandinho, que nove entre dez gremistas querem longe da Arena. Ingratidão, teu nome é torcedor de futebol. Fernandinho entrou, marcou um golaço e foi importante no título da Libertadores.

Para uns, ele barrou o crescimento de Éverton. Para mim, ele ajudou no crescimento de Éverton, que ganhou mais tempo para amadurecer dentro e fora de campo, aí sob a orientação do mestre Renato, que ensinou-lhe os macetes da posição.

Mas voltando ao gramado da Arena, ‘pisoteado’ por aqueles que não perdem uma chance de atacar o Grêmio.

Realmente, o campo está feio, mas já vi piores, como o Olímpico dos anos 70/80.

Com investimento e uso da tecnologia mais avançada, tudo irá se resolver. O gramado voltará a ser perfeito ou quase. Mais difícil é vencer clássico por 5 a 0 e conquistar grandes títulos, elevando o nome do clube ao topo do futebol.