Uma vaga em aberto, mas com dono: Matheus Henrique

Com a volta de Geromel ao lado de Kannemann, o Grêmio fica com apenas uma vaga em aberto. Quem será o companheiro de Michel e Maicon?

Eu escalaria Matheus Henrique. O guri deixa o setor de marcação mais encorpado e torna o setor ofensivo menos burocrático e previsível. Sem contar que ele ainda contribui para Maicon apoiar mais e Luan ter mais liberdade para criar.

Se Renato, não optar por MH estará cometendo um erro, mas esta é minha avaliação, sujeita a um desmentido humilhante se o time ganhar três pontos contra o Universidad, nesta quinta-feira do jogo pelo youtube – nunca pensei que viveria para assistir a isso.

O que eu quero é vitória sobre os chilenos, independente do time que Renato escalar. Mas acredito que a chance de vencer aumenta com MH, acredito que Renato já tenha se dado conta disso.

Claro, ele pode achar que Alisson será mais útil. Alisson, a meu ver, só para entrar no decorrer do jogo para prender a bola e garantir vantagem, ou para evitar uma calamidade com seus dribles.

Tem ainda o Thaciano, que tem vigor físico, velocidade, arranque, boa técnica e marca bem. Thaciano seria minha segunda opção.

Renato pode manter o que vem fazendo e escalar Marinho. Acho uma temeridade. Marinho é outro que deve ser preservado para alguma emergência.

Há quem defenda Montoya, mas ainda não vi nada nesse jogador que chegou com cartaz, mas que até o momento não convenceu, pelo menos a mim.

Por fim, temos Luan e Éverton na frente, acompanhados de André. Vizeu ficou em Porto Alegre, é menos um aipim para atrapalhar.

Ainda espero que Renato me surpreenda e comece o jogo com o aipim André no banco de reservas, e com Luan e Tardelli se revezando pelo meio. Duvido que isso aconteça.

Então, só resta desejar que André cale minha boca empilhando gols a partir de agora.

RIVER

Não li nada sobre o River Plate ‘ser o pior River Plate da história’, como costumam fazer os vermelhos quando o jogo envolve o Grêmio.

E isso que time vem bastante desfalcado, pelo que tenho lido.

Vem pronto para ser abatido.

Empate em Ijuí revela limitações técnicas no time

Aqueles que defendem a juvenilização do time a qualquer custo levaram um banho de água fria. A atuação do Grêmio, com apenas três titulares (um deles improvisado em outra função) no empate por 0 a 0 em Ijui foi decepcionante.

A gurizada, que tanto destaquei acompanhando a opinião quase unânime da torcida, desta vez não deu a resposta esperada.

O campo ruim e adversário fechado pra não levar goleada (efeito Juventude) foram complicadores, mas ainda assim eu esperava mais. Terei exagerado na minha expectativa?

Pode ser, o fato é que dos jovens apenas Matheus Henrique manteve o padrão de futebol, demonstrando amadurecimento. Está pronto para entrar do time e confirmar titularidade. Mas antes, eu ainda insistiria com a dupla Michel e Maycon.

MH poderia entrar no lado direito, mais ou menos na função que era de Ramiro. A questão é que pelo jeito quem vai ocupar essa vaga na quinta-feira, no Chile, será Thaciano.

No jogo contra o São Luiz, Thaciano passou o tempo todo jogando pela lado direito, tentando jogadas com o lateral Gallardo, que amadureceu, mas continua com dificuldade de acertar um cruzamento. Renato está adaptando o jogador à função. Então, penso que existe uma tendência de Thaciano jogar por ali, o que dará mais consistência defensiva ao time, sem perder força ofensiva.

Voltando ao jogo deste domingo, Jean Pyerre se esforçou, mas mostrou aos que querem sua escalação imediata no lugar de Luan que ainda precisa evoluir. Hoje, é uma alternativa interessante, não mais do que isso, apesar do seu enorme talento.

Gostei de rever Lincoln, que foi lançado por Felipão quando tinha apenas 16 anos. Foi um lançamento prematuro. Muitas vezes defendi sua escalação no lugar de Douglas. Quando entrou, até em função de problemas particulares, nunca deu a resposta desejada.

Em dez minutos, ele recebeu apenas dois ou três passes, embora tenha se descolado bastante. Achei estranho isso. Em sua primeira bola com mais qualidade, ele bateu forte e obrigou o goleiro a fazer difícil defesa. Será que Lincoln vai, enfim, justificar tudo o que dele se dizia e se esperava?

Os laterais foram razoáveis. Nenhum deles tem a mínima condição de titularidade. Se não for preciso contar com eles, melhor.

Na frente, Felipe Vizeu sofreu com o esquema defensivo do São Luiz, que povoou o setor defensivo, sobrando pouco espaço para o centroavante. Mais um motivo para colocar um meia de movimentação na posição.

Ainda torço para que Renato comece o jogo no Chile com Luan e Diego Tardelli, deixando os aipins só como alternativa. Claro, sem Marinho também.

Na entrevista coletiva, Renato reclamou de Pepê e Thaciano por terem perdido duas chances ótimas de gol. Usou até de ironia na crítica. Estava nervoso o técnico, que levava muita fé na vitória para chegar com boa vantagem para o jogo da volta. Como no meio do caminho tem uma pedra, o jogo pela Libertadores, ele já deve estar pensando em escalar mais titulares do que o inicialmente planejado para superar o São Luiz. Por isso, a irritação.

Faltam zagueiros, sobram opções na frente

O futebol é mesmo empolgante. Marcelo Oliveira, quem diria?, virou problema. Estamos diante de um jogador-problema, segundo boa parte da torcida, pelo menos a mais ruidosa, que se manifesta de forma truculenta e desrespeitosa em relação a alguns profissionais que vestem o manto tricolor.

Até o jogo-treino desta noite, na Arena, empate por 0 a 0 diante do Juventude, MO era problema porque jogava. Agora, porque talvez não possa jogar. Ele saiu de campo lesionado e deve ficar de fora do jogo contra o São Luiz, domingo, 19h, em Ijuí.

Não sei como estão os titulares Geromel e Kennemann, só sei que a direção do Grêmio, tão eficiente e atenta, está brincando com fogo ao não reforçar o time com pelo menos um zagueiro, que seja minimamente competente. Andaram falando em Paulão. Ora, se não tem coisa melhor, por que não? ele jogou bem com Renato, tanto que arrumou um belo contrato no exterior.

O que não pode é ficar improvisando a toda hora um volante como zagueiro. Domingo, foi Michel. Agora, Rômulo. Vai fazer isso na Libertadores pra ver o que acontece. Ou num Gre-Nal.

Se há carência na zaga, sobram possibilidades do meio para a frente.

Por enquanto, com alguns jovens ganhando espaço e lesões que afastam um ou outro, Renato vai levando, fazendo um rodízio para testar as melhores alternativas para escolher seu onze titular. Chegará o momento em que ele terá de definir, por exemplo, quem é o camisa 9. Ou até mesmo – e torço por isso -, que não haverá um camisa 9, um centroavante típico. E sim um ataque móvel, com muita movimentação na frente.

Outra questão, quem será o jogador para fazer o flanco direito, ao estilo Ramiro? Eu colocaria Thaciano, já escrevi a respeito, mas meu palpite é que ele vai optar por Alisson, que voltou bem e tem ficha 1, a meu ver. Alisson não marca tão bem , mas tem mais qualidade com a bola nos pés, e é um jogador inteligente.

Diego Tardelli está recuperando o ritmo de jogo, e quando estiver bem Renato terá de arrumar um lugar pra ele: falso 9 ou na direita.

Marinho apenas como alternativa.

Mais um dilema, o volante ao lado de Maicon. Eu acredito que Michel é o primeiro da fila. Mas Matheus Henrique pede passagem. Não duvido que Renato mude o esquema para um 4-3-3, acomodando MH como um dos três volantes. Jean Pyerre fica como opção ao Maicon.

Bem, vamos aguardar os próximos movimentos de Renato nesse tabuleiro de xadrez.

Renato se rende ao talento da gurizada

Lamentei a expulsão do agressor de Pepê, que poderia ter saído de camburão do Jaconi. Genilson, com sua voadora no atacante gremista, mereceu o cartão vermelho direto (é raro o Leandro Vuaden fazer isso a favor do Grêmio). O problema é que prejudicou meu planejamento.

Eu esperava ver o Juventude com onze, jogando em sua casa, para observar melhor os jogadores que estão pedindo passagem ao time titular, ter uma avaliação mais precisa.

Mas o Ju ficou com um a menos logo aos 19 minutos, o que facilitou e muito o trabalho do time misto de Renato, que voltou a improvisar na zaga – o Midas do futebol está revelando um zagueiro, Michel, e recuperando o que parecia irrecuperável, o Marcelo Oliveira, que até goleador virou ao abrir o placar com um belo gol.

Exagero meu, e é de propósito, só para jogar um pouco de água fria na fervura em que ficou boa parte da torcida com a estrondosa goleada de 6 a 0 no clube que durante um certo período foi um adversário que impunha mais dificuldades e que não cairia para time misto algum dos grandes.

É preciso destacar, para não cair no esquecimento, que o Juventude terminou o jogo com dez em campo pela tolerância de Vuaden, que deixou em campo até o final o volante Rafael Jataí, que cometeu pelo menos duas faltas criminosas, dignas de vermelho direto. Mas se expulsasse mais um do Ju num jogo contra o Grêmio, Vuaden não estaria sendo Vuaden.

Dito isso, mesmo considerando as facilidades encontradas, não tem como enaltecer mais uma vez a atuação de Thaciano. Com ele, Matheus Henrique.

O técnico Renato mostrou-se sábio mais uma vez para estupefação de seus críticos e detratores, aqueles que hoje já não lotam sequer um fusca, quanto mais uma kombi.

SEm querer insinuar qualquer coisa, parece até que REnato é leitor desse blog e nele se inspira para arrumar a casa, nem tanto pelo que escrevo, mas pelo que dizem nos comentários os gremistas mais lúcidos e menos rabugentos.

No post anterior, após o jogo em Pelotas, destacamos que Thaciano tem todas as condições, e até mais e melhores, para substituir Ramiro. DEixamos uma porta aberta também para Matheus Henrique. Pois os dois foram escalados por Renato para essa função, revezadamente. A meu ver, acabou se impondo Thaciano, mas não tem por que não repetir a dupla em jogos realmente mais competitivos.

Para concluir, como é bom ver jogadores já descartados por muitos dando a volta por cima. É o caso de André, que está se revelando um jogador solidário e participativo.

Mesmo assim, ainda insisto que o Grêmio jogaria melhor sem o camisa 9 tradicional, ainda mais se há Diego Tardelli aquecendo os motores. Tardelli e Luan (que um tapa de luva em seus algozes habituais) se revezando; MH e Thaciano se revezando. SEria de pirar qualquer sistema defensivo.

Bem, Renato, fica a dica.

A gurizada pedindo passagem

Escrevi que o jogo contra o Pelotas não valia nada. Deveria ter ressalvado que serviria ao menos para conferir melhor alguns jogadores, e não apenas a gurizada, mas também Montoya e outros.

Além de reafirmar a liderança isolada do regional com os 2 a 0 na Boca do Lobo, um local sempre difícil de jogar, o jogo serviu basicamente para revelar (ao menos para mim) que Thaciano pode ser titular, basta que o técnico Renato abra sua mente, esqueça tudo o que ‘aprendeu’ no curso da CBF e invista mais nesse volante de múltiplas funções e de forte personalidade, um jogador que não se intimidade, como já foi visto em outras oportunidades.

Faltava a Thaciano uma atuação exuberante como essa de quarta-feira. Antes de ele fazer o gol (na verdade um golaço) eu refletia, entusiasmado com o futebol desse jovem destemido e desassombrado. Com o gol, então, fiquei eufórico.

Vejo em Thaciano condições de ser o primeiro volante, com a vantagem de ele chegar com facilidade ao ataque; pode ser também como segundo volante; e principalmente executando a função de Ramiro.

Olha a gente aqui discutindo alternativas para substituição de Ramiro, que muitos que conheço gostariam de ver fora do time e que vibraram com sua saída. Perdoai-os Senhor…

Thaciano tem a aplicação tática do ex-titular, marca forte e aparece como elemento surpresa na frente. Sem contar, que tem porte físico maior, inclusive para a bola aérea defensiva e ofensiva.

Eu se fosse Renato já colocaria Thaciano nessa função contra o Juventude, domingo, 16h, no Jaconi.

Se Thaciano me anima e me dá esperanças de um meio de campo mais forte e combativo, Montoya é só decepção. Primeiro, ele me parece desinteressado, parece que o jogo não é com ele. Toca a bola como um escriturário aplica o carimbo.

Teoricamente, Montoya foi contratado para jogar na de Ramiro. Mas até o momento não mostrou nada que justifique sua escalação. Está em adaptação, dizem. A gente percebe que ele tem qualidades, mas o que mostrou até agora foi pouco. Está devendo.

Por fim, bonita a jogada do segundo gol. Thaciano, Jean Pyerre (de ótima atuação), Alisson (dispensa maiores comentários), Pepê e Thony Anderson. Uma blitz de cinco gremistas contra dois zagueiros. A bola foi rolada por Jean Pyerre, que encontro Thony livre para fazer 2 a 0.

Destacando ainda Matheus Henrique, que a cada jogo adquire mais maturidade e confiança. Ele pode jogar na de Maicon ou, com mais urgência, poderia ser testado na função antes exercida por Ramiro.

Opções existe. Vamos ver o que Renato vai fazer diante de tantas alternativas e possibilidades táticas.

GALLARDO

Depois de 3 anos, ele voltou. Jogador mediano, bom para compor o grupo.

Resta saber por que o Grêmio não faz o mesmo em relação a um zagueiro, que pode ser mediano, tipo nota 7, mas que seja eficiente e seguro.

Pelo jeito o pessoal curte improvisações na zaga e viver fortes emoções.

HOMENAGEM

Com atraso, registro aqui a passagem para outro nível de um querido amigo, o Jornalista (assim com jota maiúsculo) Raul Rubenich. Foi no mês passado que ele nos deixou. Gremistão dos maiores e um especialista em política internacional (atuou durante anos nessa editoria nos jornais Correio do Povo e Zero Hora).

Descanse em paz, amigo.

HOMENAGEM ll

Segunda-feira será inaugurada a estátua do Renato. Será cobrado um quilo de alimento não perecível para quem quiser participar.

Há boatos de que até o Pedro de Lara, um gremista rabugento, admirador do Joel Santana, estará presente. Outro que está sendo esperado é o Francisco, que vai deixar sua Recife para comparecer e prestigiar o ato. Dizem que ele irá, enfim, fazer um elogio ao Renato.

Amanhã citarei outros nomes desses ‘passageiros da kombi’.

A zaga e o erro do ano passado

É um jogo que não vale nada, tanto quanto uma cédula de 3 reais (ao menos para o Grêmio), mas poderia ser um decisivo, como aquele contra o River Plate, quando na hora ‘h’ só havia Bressan de zagueiro.

Passei o ano todo cobrando a contratação de mais um zagueiro. Nada mudou. Estou eu aqui, ao lado de muitos do blog, implorando por um zagueiro que possa substituir Geromel e Kannemann sem maiores sustos e sobressaltos.

O último de bom nível é Paulo Miranda, contratado na gestão do Ico Roman. Quer dizer, faz tempo.

Apostar as fichas em Marcelo Oliveira, por melhor que seja sua participação como liderança positiva, é desafiar os deuses do futebol, mesmo aqueles que costumam olhar para o tricolor com carinho.

Por sorte, os três zagueiros de alto nível está indisponíveis num jogo que só interessa ao Pelotas. O Grêmio já está classificado, inclusive em primeiro lugar.

O Grêmio vai com Marcelo Oliveira de zagueiro, o que já é uma improvisação, e com um volante na zaga. Aí, eu pergunto: não tem alguém na base para uma emergência como essa?

Aliás, faz horas que não aparece um zagueiro competente oriundo das categoriais de base.

Espero que a direção entenda essa situação como um sinal de que precisa contratar, urgentemente, um zagueiro de bom nível. O ano é longo, os jogos quase se sobrepõem (a FGF está agora tentando alterar datas de dois jogos do clube na Libertadores).

Confira: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/eduardo-gabardo/noticia/2019/03/fgf-aciona-conmebol-para-tentar-resolver-problema-de-calendario-do-gremio-cjtfzebu204o401uj76xy2cor.html

O mínimo que eu espero que a direção, de tantos acertos, tenha aprendido a lição e não repita o erro do ano passado.

Gre-Nal do ‘medo’ vencido pelo melhor

Na véspera do jogo, escrevi que o Gre-Nal seria do ‘medo’, não de ‘protesto’ conforme manchete do jornal ZH, valorizando um suposto atrito entre Inter e sua federação.

Bem, o Grêmio reforçou essa definição ao escalar seu time reserva, inclusive com um goleiro inexperiente, o jovem Breno, uma temeridade. Mas o guri se saiu muito bem.

Agora, os medos se justificam. O Inter temia desestabilizar seu time titular, de boa campanha na Libertadores, correndo risco de ser goleado.

Já o Grêmio, aproveitando que uma virose afastaria dois ou três titulares, tratou de preservar sua equipe principal com medo de lesões, o que é também justificável até pela presença do sr Daronco, aquele que deixou passar em branco a cotovelada assassina de William.

Essa decisão foi sensata, mas frustrante. A Arena quase lotou porque a torcida gremista queria ver uma goleada do seu time titular. O pessoal que veio do Interior acabou pagando caro por um clássico de segunda linha. Aliás, um clássico digno desse noveletão.

Sobre o jogo, que foi parelho, extraio o que mais me agradou: a atuação de Matheus Henrique. Se havia alguma dúvida sobre a capacidade desse jogador, ela se dissipou completamente. Descortina-se ali mais uma pedra preciosa. Merece ser titular já partir do próximo jogo da Libertadores.

Outro resultado do clássico: Leonardo. Ele desabrochou no Gre-Nal, dentro da minha ótica (estou em dia com meu oftalmo). A jogada do seu gol foi por ele construída dentro do padrão de um jogador que admiro muito, o Léo Moura.

Por segundos, ele foi o Léo Moura com força, arranque, técnica e inteligência. Como uma peça se movimentando no tabuleiro de xadrez, ele desenhou a jogada, adivinhando que ela terminaria na cara do goleiro.

Tocou para Montoya (que ainda está devendo), que escorou para Leonardo, que passou para André, que está mostrando ser bom de assistência. Leonardo recebeu na frente e chutou na saída do goleiro.

Foi uma vitória justa pelo que o time reserva fez no primeiro tempo. Frustrante foi não aproveitar que o adversário ficou com um jogador a menos durante quase uma hora para aumentar a vantagem. O Inter até foi superior no segundo tempo.

A expulsão de Nonato prejudicou o time colorado, claro, mas foi corretíssima. Ele fez uma falta forte sobre MH (já era para ser expulso ali), e no minuto seguinte puxou MH. Como tinha um amarelo anterior, foi para o vestiário mais cedo.

O curioso é que os dois jogaram juntos no São Caetano. Nonato é considerado uma peça de ouro no Beira-Rio. Pelo que vi no clássico, está mais para pirita, pedra conhecida como ouro de tolo.

RENATO

Mesmo aqueles que não gostam do Renato – lotam uma kombi apenas, mas são atuantes -devem ter gostado de sua resposta ao narrador Pedro Ernesto, que foi fazer gracinha sobre a virose que acometeu profissionais do clube.

PE retrucou escrevendo que era uma brincadeira e que torcia por Renato na Libertadores. Uma alfineta que por certo será respondida em algum momento pelo técnico gremista.

Gre-Nal não é de ‘protesto’, é do medo

O Inter usa o aumento da punição de seu destaque, Nico Lopez, como pretexto para anunciar que jogará com reservas o Gre-Nal. Depois, dá uma de vítima perante à sua grande parceira, a FGF, enquanto o conselheiro Noveletto revela que ajuda o time ao dizer que antecipou verbas ao clube. Sobre outras eventuais ajudas, silêncio.

Há quem suponha que é uma ‘briga’ armada para enganar os incautos. Espero que o resultado dessa ‘briga’ não influencie no resultado e na atuação do juiz, o turbinado Daronco.

Um circo parece estar sendo montado para o jogo deste domingo, 19h, na Arena.

Antes de qualquer coisa esse ‘Gre-Nal do protesto’, conforme definiu o jornal ZH dando uma dimensão exagerada para uma suposta bronca entre Inter e FGF (não acredito em conflito entre parceiros), cheira, também, a medo de goleada.

O certo seria uma manchete assim: Gre-Nal do medo.

A derrota do Grêmio para o Libert, sob esse aspecto, foi ruim para o rival deste domingo. O time gremista e seus treinador estão mordidos. Se o Grêmio abrir vantagem, não descansará enquanto não empilhar gols, diferente daquele clássico do ‘arrego’.

Não veremos o técnico Renato pedindo para o time tocar a bola depois de 3 a 0 como já aconteceu.

Agora, não será um jogo fácil. O Grêmio irá com seu time titular (na pior as hipóteses um mistão quente), enquanto o Inter terá um time reserva, mas não descarto um time titular.

Lembro que no jogo de terça, na Arena, ouvi alguns gremistas sussurrando (entre eles, eu) que trocariam a vitória sobre o Libertad por uma vitória sobre o Inter neste domingo.

Espero que os deuses do futebol entendam que fizemos a nossa parte. Perdemos o jogo e agora queremos o retorno, uma gloriosa vitória, porque não tem nada melhor do que festejar título na Goethe e ganhar Gre-Nal. Prioridade para a segunda opção se o título for o regional.

Fórmula vencedora: compactação do meio-campo

A cada derrota ou má atuação, há uma avalanche de sugestões e pitacos sobre mudanças no time, sobrando normalmente para os jogadores principais.

A maioria das críticas tem fundamento, embora algumas pequem pelo excesso, beirando ao clima de terra arrasada.

O Grêmio tem um baita de um grupo, um time principal com alternativas muito boas, algumas até já merecendo a titularidade. É o caso de Matheus Henrique e Jean Pyerre.

Acredito que Renato irá começar o Gre-Nal com pelo menos um dos dois. Se não o fizer será mais um sinal que o cursinho na CBF foi uma aula de conservadorismo, de ideias retrógradas.

Aliás, ao ver a formação do Grêmio na saída de bola desse jogo irritante contra o Libertad, pensei ter recuado no tempo. Década de 70. Havia um 4-3-3 em campo. Ao ver Marinho e Éverton nas extremas, quase pisando a linha lateral, e Vizeu centralizado, juro que lembrei de Tarciso, André e Éder. Confesso que me veio à memória Valdomiro, Dario e Lula.

Fiquei preocupado na hora. O pior é que durante o jogo essa formação ofensiva com 3 atacantes se manteve, e foi iofensiva, ao contrário do que acontecia naquele tempo.

O meio de campo com dois volantes e um meia de articulação teve muita dificuldade para armar jogadas para os ‘dois pontas e o centroavante’. O adversário povoou o meio, marcou forte e de forma inteligente, bloqueando a saída de trás de Maicon e colando em Luan. Sei que tem muita gente queimando esses dois (péssimos gremistas aqueles que vaiaram Luan, prestaram um desserviço e os rivais da aldeia agradecem), mas é preciso considerar que faltou aproximação maior entre meio e ataque.

O Grêmio que me dá saudade é aquele que foi parido na Copa do Brasil de 2016, jogo a jogo. Era um time compactado, que jogava no efeito sanfona, atacante e marcando. Um time que provou ser possível jogar bonito e marcar forte, sem volante para sujar o calção de barro ou cometer faltas sobre faltas.

Era um time que tinha Ramiro voltando e ajudando intensamente na marcação, surgindo de surpresa em lances ofensivos; e tinha Pedro Rocha aplicado, um bengala para Marcelo Oliveira, e arma letal na frente.

Sem esquecer o setor defensivo, porto seguro do time.

A cereja do bolo: Luan e Douglas se revezando como ‘camisa 9’, e Maicon como maestro, ditando o ritmo do time.

Renato pode repetir parcialmente esse esquema, essa fórmula de sucesso, começando por ignorar o que ele ‘desaprendeu’ na CBF.

Minha sugestão de time para o Gre-Nal, 19h, na Arena:

Paulo Victor; Leonardo, Geromel, Kannemann e Bruno Cortês;

(os dois laterais estão destoando, mas é o que tem para o momento)

Michel; Maicon, Matheus Henrique (Jean Pyerre);

Marinho (Diego Tardelli) e Éverton.

ARBITRAGEM

Daronco no apito. Jogo terá VAR, o que em princípio dá mais tranquilidade.

RIVAL

As duas vitórias na Libertadores já deixaram o rival assanhado, sobram provocações. Gosto disso.