Insistência em tirar Luan e Kannemann do Grêmio

É impressionante como qualquer murmúrio sobre saída de jogadores importantes do Grêmio, como Luan e Kannemann – os dois mais visados na boataria que emerge da falta de assunto – ganha dimensão desproporcional aos elementos contidos em cada ‘notícia’.

No caso de Luan, é de se lamentar que as especulações começaram nas entranhas do clube – até prova em contrário é isso mesmo – e foram regadas e adubadas por interesses diversos, sendo que o principal seria e pelo jeito ainda é mandar pra longe – Lua ou Marte, se possível – a individualidade mais coruscante (gosto de usar esse adjetivo que descobri tempos atrás lendo meu amigo David) em atividade no futebol brasileiro.

Acho que não preciso dizer para onde devem ir aqueles que trabalharam/trabalham para afastar Luan da Arena.

Mas tem ainda o Kannemann. Vira e mexe surge a ‘informação’ de algum clube interessado no grande zagueiro.

O que me deixa tranquilo é que os supostos interessados são argentinos. Ou seja, são clubes que não têm cacife para fazer uma proposta digna, à altura do futebol do nosso zagueiro. Então, não há o menor risco de sair algum negócio.

Hoje, canais da RBS (e talvez também alguns outros) anunciam que o Independiente insiste e estaria disposto a oferecer mais do que os supostos 5 milhões de dólares já ofertados, algo que eu duvido tenha realmente acontecido. E se aconteceu foi para pagar em parcelas a perder de vista.

O futebol argentino vive crise ou igual ou pior que a nossa, com exceção de alguns clubes que gastam em jogadores como se não houvesse amanhã.

O que me irrita é que a nossa imprensa dá guarida a qualquer boato, a qualquer especulação, sem maiores questionamentos, especialmente quando envolve algum craque gremista.

Normalmente, esse tipo de notícia vem acompanhado da citação de algum site do exterior – é o caso agora do TyC Sports – para tentar dar mais credibilidade à especulação.

Vou me preocupar quando o Barcelona ou o Real Madrid vierem atrás do Kannemann. Até lá, conto com ele para mais uma temporada, pelo menos.

Principalmente quando se trata de desfalcar o Grêmio.

Contratações não empolgam, mas também não desagradam

O Grêmio está indo bem nas contratações. Perdeu dois titulares, dois campeões, Marcelo Grohe e Ramiro, mas, até prova em contrário, as reposições são boas, e podem dar certo.

O goleiro Júlio César, apesar de histórico modesto, vem de uma temporada muito boa, sendo um dos principais responsáveis pelo não rebaixamento do precário time do Fluminense.

O volante/meia Montoya aparentemente é também um bom reforço, e seria o substituto de Ramiro, segundo alguns analistas – confesso que não tenho ideia de como ele joga.

Outro que nunca vi mais gordo é esse Rômulo. Mas já li boas referências a esse jogador. Sei que jogou no Spartak e que teve sua trajetória no Flamengo prejudicada por sucessivas lesões. Joga como volante e zagueiro.

Os três são apostas daquelas que podemos considerar válidas, consistentes.

Agora, quem mais me deixa confiante é o Felipe Vizeu. Lançado pelo Muricy, que conhece muito de futebol, é jovem e promissor. E já com uma bagagem considerável apesar dos seus 21 anos.

Frase do Muricy:

— É um centroavante canhoto, que tem muita força física. É um camisa 9 que sabe jogar com a bola no pé, tem boa tabela e bom passe. Um jogador inteligente, que é muito perigoso dentro da área. Tem boa estatura e se destaca no jogo aéreo.

Sobre o Vizeu, ainda não vi ninguém da IVI (criação consolidada do cornetadoRW) lembrar que ele foi reserva do Guerrero e do Damião, dois marmanjos em final de carreira.

Bem, são quatro nomes. Pela lei das probabilidades é muito difícil que os quatro correspondam plenamente, porque em futebol mais se erra do que se acerta em termos de contratações.

Espero que todos tenham sido indicados e/ou aceitos pelo técnico Renato Portaluppi, porque confio mais nele do que nos dirigentes, com todo respeito a quem está trabalhando para repaginar o time gremista.

RENATO

Por falar em Renato, que bom que a cirurgia tenha sido um sucesso e logo ele estará de volta. Desconfio que o problema aconteceu porque Renato tem um coração grande demais. Tem esse jeito meio debochado e por vezes arrogante, que irrita até alguns gremistas que conheço, mas quem conhece o conhece um pouco mais sabe que se trata de uma boa pessoa, um ser humano generoso e amigo. O que talvez ajude a explicar seu sucesso.

NEVES

O meia acabou ficando no Cruzeiro. Foi um grande jogador. Hoje, está muito abaixo do que já jogou. Claro, seria importante, mas a um preço alto demais.

Grêmio teve mais sorte que juízo. Chegou o momento de apostar pesado no Jean Pyerre. Quem sabe não está em casa o articulador que irá juntar-se a Luan na armação e até finalização de jogadas de ataque?

Pyerre não tem a experiência do Thiago Neves, mas tem juventude, mais ambição e muita qualidade técnica.

LUAN

Precisamos continuar vigilantes. O grupo (pequeno mas insistente) dos que desejam Luan fora do Grêmio ainda não desistiram.

Nenhum deles assume publicamente, mas deixam pistas. Fiquem ligados.

Cheque em branco e a pressa em criticar

Depois de perder Ramiro, jogador fundamental no esquema do Grêmio vitorioso, eis que é confirmada a saída de Marcelo Grohe.

Bem, o time ficou menor em relação ao que terminou o ano de forma frustrante, é inegável. E isso é preocupante.

Confio no trabalho do presidente Romildo Bolzan, que, aliás, parece estar isolado no esforço de montar um time mais competitivo em relação ao que terminou o ano.

Sei que seria muito difícil segurar Grohe, goleiro de defesas fantásticas, históricas, e títulos que elevaram a auto-estima da nação tricolor. Ele recebeu uma proposta milionária, e vai se esconder no futebol árabe. Para quem já atingiu o topo, o mais indicado mesmo é ajeitar de vez o futuro, ao menos financeiramente.

Júlio César, de 32 anos, de participação decisiva para a permanência do Fluminense na série A, está acertando com o Grêmio.

Deixemos claro que o Grêmio, em princípio, perde qualidade. Como atenuante o fato de que o clube vai economizar uma boa grana em salários. Júlio César não chega a ser um goleiro dos mais caros.

É a política até agora exitosa de Romildo, sempre colocando em primeiro plano a viabilidade financeira do clube, sem, no entanto, descuidar de montar um time forte.

Por falar em política, é duro ler gente claramente identificada com a oposição – silenciosa até pouco tempo atrás – querendo tirar proveito do momento titubeante da gestão e criticando Grohe por não ter postado um texto de despedida nas redes sociais.

Apressados, esqueceram-se de que o primeiro milho é dos pintos. Na ânsia de atacar Grohe, e por tabela o presidente, disparam textos duros contra o gremista Grohe.

Foram rápidos demais no gatilho, porque não demorou muito para aparecer um texto emocionado do goleiro, publicado logo depois que ele apareceu vestindo a camisa do novo clube.

Repito, o momento é de preocupação mesmo. Mas nada que abale minha confiança no trabalho de Romildo e Renato, embora admita que não estou gostando da forma como está sendo conduzida a remontagem do grupo.

Não dou um cheque em branco para a direção, mas não vou usar espaço nas redes sociais para fazer politicagem. O que importa é o Grêmio, não as pessoas que eventualmente lá estão.

O meu melhor Grêmio de todos os tempos

A ESPN publica a seleção ‘Grêmio de todos os tempos’. É claro que discordei de vários nomes, assim como muitos discordarão de mim e da ESPN. Acredito que é impossível a unanimidade sobre quem seriam, posição por posição, os melhores da história do tricolor.

O mais próximo que vi chegar da seleção ideal (na minha opinião, claro) foi durante uma cervejada após um clássico Correio do Povo x Zero Hora, um jogo de futebol sete. quer dizer, seis contra sete.

Meu time perdeu seu goleiro no intervalo, o Sérgio Schueller, que largou tudo dizendo: “Vou tomar umas geladas que é melhor”. Realmente, estava muito calor, mas nada justifica deixar o time empenhado, ainda mais que o jogo estava parelho. Terminamos com um jogador a menos.

A ZH, que tinha David Coimbra de zagueiro estilo Bressan, acabou vencendo com facilidade. Nem lembro quanto foi. Apaguei da memória bebendo as tais geladas, numa confraternização legal com nossos cordiais inimigos.

Pois lá pelas tantas, decidimos escalar o melhor Grêmio de todos os tempos. Eu e David concordamos na maioria dos jogadores. Não lembro qual o time ideal dele, nem do meu _ muita cerveja na cabeça -, mas o meu time atual, só de jogadores que vi em ação ao vivo ou pela TV, é o seguinte:

Goleiro: Alberto (antes que me critiquem, se informem)

Lateral direito: Arce

Zagueiros: Geromel e Kannemann (antes eram Airton e Oberdan)

Lateral esquerdo: Everaldo

Meio-campo: Maicon, Iúra e Valdo

Atacantes: Renato Portaluppi, Alcindo e Ronaldinho

A seleção da ESPN é a seguinte:

Eurico Lara; Arce, Geromel, Hugo de León e Everaldo; Arthur e Dinho;

Renato, Gessy e Tarciso;

Alcindo

Pego a minha e dou três gols. Aguardo a seleção dos parceiros do blog.

O jogador-problema e o dirigente acomodado

Eu sou do tempo em que o bom dirigente de futebol dedicava parte do seu tempo para tornar o jogador-problema do dia-a-dia em jogador-solução na hora do jogo.

Lembro de um algoz meu – e de milhares gremistas que chafurdaram na lama do inferno nos anos 70, com uma breve pausa para respirar, em 1977 -, o Frederico Arnaldo Balvê, dirigente colorado. Era um mestre, porque sabia como chegar no jogador-pedra-no-sapato, como lidar com o jogador mordedor (não literal, tipo o Suarez), etc.

Lula e Manga, dois dos maiores problemas de Balvê se transformavam em solução nos jogos. Naquele tempo a gente dizia, ‘incomodavam durante a semana e resolviam no domingo’. Hoje, como os jogos acontecem em qualquer dia, a frase precisa ser adaptada.

Dirigente de futebol de verdade se preocupa em incorporar o jogador problemático (hoje, o maior problema parece ser o álcool e as drogas ilícitas) e trabalha forte nesse objetivo.

Mas pelo que tenho acompanhado, assim meio de longe, mais embasado em informação do que em observação, os dirigentes atuais, assim como boa parte dos treinadores, não se esforçam tanto quanto um Balvê.

Não consigo entender, tem aquele monte de especialista trabalhando no futebol e mesmo assim se perde algum jogador para as drogas. Será que não está faltando um corpo-a-corpo, uma conversa ao pé do ouvido? Talvez um carinho, uma atenção maior?

Poderia contar algumas histórias de como agiam técnicos como Espinosa, Ênio Andrade, Minelli e Felipão, só para citar quatro exemplos.

Realmente, não sei, por exemplo, o que faz o vice de futebol Duda Kroef, a respeito. Pra mim, um bom dirigente de futebol consegue recuperar as ovelhas desgarradas. Não pode ser acomodado.

E quanto menos se meter no vestiário, melhor. A não ser que seja alguém que conheça futebol e que o técnico respeite.

Outra posição que tenho: dirigente de futebol não pode tirar férias no período dos jogadores. Punta del Este que fique para depois, quando o time estiver estruturado, reforçado para enfrentar a temporada. Aí, só aí, o dirigente pode sair por aí curtindo a vida adoidado.

Bem, não sei se perceberam, mas tudo isso para falar do Luan. Ele estaria com problemas de comportamento. Setores do Grêmio querem negociá-lo. São os ‘modernos’, aqueles que acham que o jogador hoje é um atleta, um profissional, e que precisa ter responsabilidade natural, de acordo com a fortuna que lhe é paga mensalmente.

Esse tipo de dirigente não me serve. Os dirigentes atuais – treinadores – deveriam conhecer um pouco mais a história do futebol para ver que muitos clubes só foram campeões porque tiveram dirigentes que sabiam transformar o problema da semana na solução do domingo.

Penso que pode ser isso que está faltando ao Luan, jogador diferenciado, melhor da América em 2017. Um jogador que JAMAIS poderia entrar em troca-troca, ainda mais em negócio envolvendo jogadores medianos.

Negociar Luan para ‘livrar-se de um problema’ é, na verdade, o primeiro passo para criar outro muito maior.

Luan fica e Thiago Neves ainda pode vir

A notícia de uma eventual troca de Luan por Thiago Neves, Murilo e Raniel (os dois últimos tão bons que o Cruzeiro os coloca como moeda de troca, e o primeiro em suave decadência) realmente é assustadora.

O lado positivo é que partiu do Cruzeiro, que pelo jeito gosta de colocar suas promessas nos negócios. E promessas são promessas, nem sempre se cumprem. No futebol, a maioria acaba frustrando expectativas.

O lado negativo é que o Grêmio, segundo a saraivada de notícias (é sempre assim quando se trata de algo negativo para o clube), a direção e sua comissão técnica estariam avaliando a proposta.

Não sei se foi a força dos protestos de gremistas nas redes sociais, mas o fato é que esse negócio decididamente não sai.

Foi uma ação desesperada do Cruzeiro, que faz de tudo para manter Thiago Neves, que se mostra muito inclinado a defender o Grêmio e trabalhar com o velho parceiro Renato Portaluppi.

O Grêmio, felizmente, quer continuar com Luan, cujo contrato vigora por mais dois anos. E Luan não quer sair. Está muito contente com seu salário de R$ 600 mil mensais, ou algo parecido.

Tudo se encaminha para a vinda de Thiago Neves. Sem Luan no negócio.

De minha parte, não me entusiasmo com Thiago Neves, que já foi um excepcional jogador. Não sei os valores da transação, mas é preciso muito cuidado em investir em um jogador que completa 34 anos ainda neste ano.

Espero que o presidente Romildo se mostre sábio mais uma vez e só faça negócio se realmente estiver dentro dos padrões estabelecidos pelo bom senso.

Uma estátua para Luigi

O ex-presidente do Inter, Giovanni Luigi, é um injustiçado. É raro encontrar um colorado que o exalte. Os elogios e homenagens são destinadas normalmente ao ex-presidente Fernando Carvalho, aquele que montou uma operação para impedir a queda para a segundona e acabou fracassando.

Luigi tem o jeito gentil e educado de FC, com quem começou no clube. Muito diferente, por exemplo, de Vitório Piffero, a quem sucedeu na presidência em janeiro de 2011 – pouco depois do histórico fiasco diante do Mazembe.

Com seu estilo discreto, mas incisivo, Luigi dirigiu o clube num momento importantíssimo, pouco reconhecido pela maioria dos colorados. Torcedor é assim, o que importa são os títulos, as grandes conquistas dentro de campo. Neste aspecto, ele ficou devendo.

Mas Luigi deixou o clube com um crédito enorme. Enfrentou todas aquelas questões nebulosas envolvendo a Copa do Mundo em Porto Alegre -lembram das estruturas temporárias?- e foi, principalmente, vitorioso numa queda de braço interna: a reforma do Beira-Rio.

Havia um grupo, liderado por Piffero, que pretendia bancar as obras com recursos próprios (uns 26 milhões oriundos da venda dos Eucaliptos). Foi uma árdua disputa interna.

Se Luigi tivesse perdido, a reforma seria feita por Piffero e seus parceiros.

Lembrei-me desse episódio hoje, diante da denúncia do MPE, que, analisando as polêmicas contas da gestão Piffero (2015/2016) concluiu ter encontrado no clube uma ‘verdadeira organização criminosa’ nesse período.

Desconfio que se não fosse Luigi o BR até hoje não estaria concluído.

Está aí um sujeito que merece ser reverenciado pelos colorados, e quem sabe até homenageado com uma estátua ou tendo seu nome em um dos prédios do clube, talvez o próprio estádio.

RENATO

Desde ontem o assunto predileto de alguns setores é o desligamento do diretor executivo do Grêmio, André Zanotta.

De repente, ele ficou muito valorizado.

Tudo porque rola por aí um boato de que ele teria batido de frente com Renato. Há inúmeras versões, e como se sabe as versões são mais picantes que os fatos.

Não vou entrar no mérito se o que dizem é ou não verdade.

Só sei que entre Zanotta e Renato eu fico com Renato. Não sei exatamente qual a contribuição desse profissional para as grandes vitórias recentes do time. Certamente, não fazem cócegas no trabalho desenvolvido por Renato.

Até onde eu sei, diretor executivo executa. Ele faz o que lhe é solicitado. É mais ou menos o que foi o ‘seu’ Verardi, mestre nessa área.

Zanotta encerrou seu ciclo, e talvez um dia volte.

Enfim, uma simples saída de um funcionário provoca boatos e intrigas. Tudo porque do outro lado está Renato, e ele sempre rende notícia, material raro nesta época do ano.

Os grupos e a politicalha no futebol

Não sou de ficar fazendo projeções a partir da definição de grupos ou de tabelas de jogos. 

A frase é velha, mas perfeita: o time é que faz tudo ficar mais fácil ou mais difícil.

Por mim, enfrentaria sempre os mais fortes no início. Detesto morrer na praia, depois de chegar tão perto. Exemplo, se o Grêmio tivesse sido eliminado pelo River e pela Comebola logo no começo, teria mais condições de se dedicar ao Brasileirão. 

Então, prefiro adversários fortes no começo e mais fracos no fim. 

Como não sou estudioso do futebol latino-americano, não sei se o grupo do Grêmio (cabeça de chave do grupo H), é fraco ou complicado. Leio que é complicado.

Meu olhar de neófito na matéria diz o contrário: é um grupo relativamente fácil. Mas, repito, não sou especialista.

Rosário Central, Universidad Católica e o vencedor do grupo 3 são os adversários. Penso que dá pra classificar em primeiro lugar.

Desde que não perca mais um titular, como aconteceu com Ramiro (ele vai fazer falta, embora saiba que poucos concordam comigo).

Novelletto vem aí

Já o Inter pegou o River Plate. Agora só com ajuda do Novelletto, que em abril assume uma vice-presidência da CBF e anda se assanhando para os lados da Conmebol.

Não sei nada sobre os times latino-americanos, mas sei tudo sobre a politicalha no futebol.

Vão lembrar de mim – espero que não – quando coisas estranhas começarem a acontecer na Libertadores.

Viva ‘Urubulinos e Oficialistas’

Meu afastamento do blog está servindo para um monte de coisas, a começar por uma reflexão sobre se vale a pena, na última curva da minha existência, ainda assumir compromissos e responsabilidades.

O blog, que comecei a escrever com outro nome, no começo da década passada, servia como uma válvula de escape. Era meu refúgio, onde eu poderia escrever o que quisesse sem dar satisfação para ninguém, apenas para minha consciência.

Aos poucos fui sendo possuído pelo blog. Hoje, eu sei que o blog tem vida própria, já não me pertence, e isso me deixa sereno e feliz.

Eu já desconfiava que era uma partícula descartável quando percebia que quase ninguém comentava o que eu escrevia. Cada um saía por um lado, cada um na sua trincheira, disparando farpas e torpedos. E eu no meio do fogo cruzado.

Hoje, constato feliz que se eu largar tudo agora o blog vai sobreviver, moto-contínuo, até o fim dos tempos – que pelo jeito não está longe.

Vi que são mais de 800 comentários na minha ausência. Nenhum deles, claro, comentando o artigo sobre a permanência de Renato. 

Que bom que esta é uma terra de ninguém. Cada um é livre para expressar o que sente, dentro de limites éticos e morais por todos aqui conhecidos. Não tenho jeito para censor, prezo a liberdade, mas com responsabilidade.

Portanto, me poupem de intervir. Vocês já são bem marmanjos.

Então, cada um por si, Deus por todos. E seja o que Deus quiser.

Não sei quando escreverei de novo – lá em cima escrevi que estou fugindo de mais responsabilidades -, mas quando o fizer será com muita gana e entusiasmo.

Se não escrever nos próximos dias, Feliz 2019 para todos os gremistas. É isso, estou de volta.

Então, podem cantar ‘o chapa-branca voltou, ououou…’

No mais, meus sinceros agradecimentos a todos que contribuíram com o blog para que a chama não se apagasse. 

Viva ‘Urubulinos’ e ‘Oficialistas’…

Renovar com Renato é o melhor que poderia ser feito

A renovação de contrato com Renato Portaluppi é um importante passo para a dura caminhada  que teremos pela frente.

Sei que uma parte da torcida tricolor, uma minoria na verdade, mas ruidosa como alguns torcedores que frequentam este espaço, não queria a continuidade de Renato.

Não sei o motivo, talvez por que Renato tenha comandado o time na conquista de quatro títulos, um deles a cobiçada Libertadores. Desconfio que acham pouco, desprezando os problemas enfrentados ao longo do ano com lesões, como a de Luan.

A maior prova de que ficar com Renato foi um grande acerto da direção, um golaço mesmo, é que havia uma dezena de nomes sendo cogitados pela imprensa e pelos torcedores.

Não havia um consenso mínimo, tirando o esforço de alguns em decretar que Roger Machado seria um técnico capaz de comandar o clube nesse desafiador 2019 que se aproxima.

Alguns nomes da moda, nomes de técnicos que aparecem bem durante um semestre e até um ano, e que depois sucumbem é enorme. Gosto de citar um em especial, o Fernando Diniz, festejado por muitos gremistas por seu trabalho nos poderosos Paulista e Audax, e sei lá em que potências mais.

(A propósito onde anda essa sumidade futebolística?)

Antes de Renato ser contratado ele foi muito lembrado, até que Adalberto Preis decidiu bancar Renato (com Espinosa), mexendo com um vespeiro.

Então, se Renato não renovasse, o Grêmio teria de encontrar um técnico em condições de comandar o time de forma a manter o atual patamar do clube no cenário brasileiro e sul-americano.

Qualquer um que viesse teria atrás de si a sombra do ídolo multicampeão.

Portanto, mesmo contrariando um grupinho suficiente apenas para lotar uma kombi, afirmo: foi muito bom renovar com Renato.

 

.